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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Polícia retira estudantes e desocupa a Câmara do Distrito Federal

08/12/09 - 16h06 - Atualizado em 08/12/09 - 20h00


Maior parte dos manifestantes foi carregada pelos policiais militares.
Estudantes marcam protesto para esta quarta em frente à sede do governo.

Diego Abreu e Rafael Targino Do G1, em Brasília


Os policiais militares iniciaram às 15h55 a desocupação do auditório da Câmara Legislativa do Distrito Federal. A PM destacou 300 policiais para retirar os cerca de 100 manifestantes. Outros 400 estavam de prontidão do lado de fora da Câmara, segundo a PM. A maior parte dos manifestantes foi carregada pelos policiais, sem resistir à desocupação.

Foto: Rafael Targino/G1

A PM enviou policiais à Câmara Legislativa do DF para a retirada dos manifestantes que ocupavam o auditório da Casa. Os primeiros a sair deixaram o prédio pacificamente, outros tiveram de ser carregados pela polícia (Fotos: Rafael Targino/G1)

Durante a retirada, os manifestantes gritavam palavras de ordem, como “Seu delegado, só saio carregado” ou “O nosso movimento é verdadeiro, o do Arruda é só dinheiro”. Mais de 80 policiais fizeram uma espécie de “corredor polonês” entre entrada do plenário da Câmara e os ônibus alugados pela Central [Única dos Trabalhadores (CUT) para levar os estudantes até a Universidade de Brasília (Unb). Do lado de fora da Câmara, manifestantes pró-Arruda vaiaram a saída dos estudantes.

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    A polícia está 'morta'. A gente não é pago para isso"

A retirada foi acompanhada pelos deputados Chico Leite (PT) e José Antonio Reguffe (PDT) e Érica Kokay (PT). Antes do início da desocupação, os manifestantes passaram uma lista para registra o nome de todos os que estavam no auditório.


O estudante Paíque Duques, um dos organizadores da ocupação, disse que já havia um acordo com a polícia para a retirada pacífica dos manifestantes. Segundo ele, os estudantes vão promover um ato de protesto nesta quarta-feira, às 10h, no Palácio do Buriti, em Brasília. "Vamos continuar lutando com o movimento ‘Fora Arruda’ e contra toda a sua máfia.”

Um estudante é retirado a força dos corredores da Câmara Legislativa do DF (Foto: Diego Abreu/G1)

Pelo menos 20 manifestantes saíram de mãos dadas com os deputados distritais da oposição. Os últimos manifestantes a deixar a Câmara saíram andando, após "acordo" negociado por iniciativa dos policiais. "A polícia está 'morta'. A gente não é pago para isso", disse ao G1 um policial que não quis se identificar.

Após o fim da desocupação, um grupo de manifestantes favoráveis à permanência de Arruda no cargo pemaneceu em frente ao Legislativo do Distrito Federal, gritando palavras de apoio ao governador. O grupo era composto em sua maioria por policiais e bombeiros.

O presidente interino da Câmara, Cabo Patrício (PT), disse que nesta quarta-feira (9), às 15h, será realizada uma sessão ordinária para eleger o novo corregedor da Casa, que vai cuidar dos casos de quebra de decoro parlamentar dos deputados citados no inquérito, e para a escolha do presidente e relator da Comissão Especial, criada para analisar o pedido de impeachment do governador Arruda. A Câmara ficará fechada durante o restante desta terça-feira.

Saída do plenário

O grupo de manifestantes que ocupava o plenário da Câmara Legilativa do DF desde a quarta-feira (2) deixou o local durante a madrugada desta terça-feira (8) e se instalou nas galerias e corredores do prédio. Eles decidiram deixar o plenário depois de uma assembleia.

A ocupação da Câmara teve início no último dia 2. Os manifestantes chegaram a quebrar portas de vidro durante a invasão. Um segurança da Casa chegou a se ferir sem gravidade. A ocupação foi em protesto contra o suposto esquema de corrupção no governo do Distrito Federal.

Batizado de “Mensalão do DEM de Brasília”, o escândalo começou no dia 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Caixa de Pandora. No inquérito, o governador Arruda é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina a deputados distritais aliados, empresários e membros do governo.

Impeachment

Nesta terça-feira, a Procuradoria da Câmara aceitou o pedido de impeachment de Arruda formulado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Distrito Federal. Foi o terceiro pedido aceito pela procuradoria, dos 11 protocolados contra o governador. O trâmite dos processos agora é longo e conta com diferentes etapas.










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