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domingo, 31 de outubro de 2010

New assassin protein targets cancer: Australian scientists


2010-11-01 09:09:22

CANBERRA, Nov. 1 (Xinhua) -- A team of Australian on Monday discovered a protein that can kill rogue cancer-causing cells, and which they hope will lead to new drugs targeting cancer and other immune system diseases.

The discovery of the mechanism, published on Monday in the science journal Nature, described the protein, perforin, as the body's assassin against rogue cells, punching holes into the cells to kill them.

According to Professor James Whisstock, Australian Research Council Federation fellow at Monash University, the work is a very important discovery in the field of immunology.

"Perforin is our body's weapon of cleansing and death," Professor Whisstock told Australia Associated Press on Monday.

"It breaks into cells that have been hijacked by viruses or turned into cancer cells and allows toxic enzymes in, to destroy the cell from within.

"Without it our immune system can't destroy these cells. Now we know how it works, we can start to fine tune it to fight cancer, malaria and diabetes."

Now after collaboration on the ten-year study, Professor Whisstock and his team at Monash University, together with a team at the Peter McCallum Cancer Institute in Melbourne of Australia and scientists at Birkbeck College in London of Britain, have discovered just how that mechanism works.

The researchers were now investigating ways to boost perforin for more effective cancer protection, and therapy for acute diseases such as cerebral malaria.




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26/10/2008 free counters

#LULA #PROPAGANDA #marketing A construção de uma candidata


A campanha que levou Dilma Rousseff ao palácio do Alvorada foi a primeira de sua carreira política. Nos 118 dias da corrida eleitoral, ela se reinventou para triunfar no palanque

Marina Dias
Lula beija Dilma durante comício no Rio de Janeiro

Lula beija Dilma durante comício no Rio de Janeiro (Felipe Dana/AP)

Dilma Vana Rousseff, 62 anos, economista, divorciada, mãe de uma filha e avó de um neto, ex-militante da luta armada no período negro da ditadura militar no Brasil, fez história e é, desde hoje, a primeira mulher a ocupar a Presidência em 121 anos desde a deposição do imperador D. Pedro II e a proclamação da República. Antes de chegar a este domingo festivo, porém,ela teve de atravessar os 118 dias de sua primeira disputa a um cargo eletivo - uma agitada, pesadíssima agenda.
Os dias mais duros foram os primeiros do segundo turno. Por mais que a cúpula da campanha insistisse que nunca houvera “salto alto”, e embora Dilma jamais houvesse comentado pesquisas de intenção de voto – mesmo as que a mostravam bem à frente de seu adversário, o tucano José Serra –, o PT acreditou de fato, por muito tempo, que a fatura seria liquidada no primeiro turno. O baque em 3 de outubro foi grande.
Com isso, a primeira semana de volta ao combate foi de cansaço, tensão, perplexidade. Para os jornalistas que acompanharam Dilma Rousseff durante a corrida, um dos eventos mais singulares foi o do dia 7 de outubro, em Belo Horizonte.
A comitiva chegou ao estacionamento do Mercado Central às 15h20 daquela quinta-feira. Quatro carros – todos pretos e modelo sedan – aceleravam em meio às pessoas que esperava por Dilma. Ela saiu de um dos veículos com olhar cansado e, como de costume, ajeitou o casaqueto que usa sempre com calças compridas pretas, puxando o tecido para baixo firmemente, com as duas mãos. Cercada por seguranças, assessores e centenas de militantes, a candidata do PT à Presidência parecia carregar um grande peso nas costas. Ela já havia percorrido 46 cidades em 13 estados diferentes, feito 21 comícios, a maioria ao lado do presidente Lula – seu principal cabo eleitoral –, e voado por mais de 85.000 quilômetros no jatinho alugado por sua campanha.

Dilma caminhou aos trancos até uma capela no estacionamento do mercado mineiro. Tratava-se de uma aparição estratégica em meio à polêmica sobre religião que tomou de assalto a campanha no segundo turno. Amparada pelos seguranças que formaram um cordão a sua volta, esforçou-se para sorrir, mas a fadiga de quatro meses de compromissos diários, as dores no tornozelo contundido pela torção que sofreu ao exercitar-se na esteira ergométrica – num esforço para não se manter sedentária – e toda aquela confusão fizeram com que exalasse, no máximo, um suspiro entediado.

Marlene Bergamo/Folhapress

Acompanhada de seu candidato a vice, Michel Temer (PMDB), do deputado federal Paulinho da Força (PDT-SP) e do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), Dilma participou de um ato suprapartidário de mobilização para o segundo turno na capital paulista

Dilma, no dia 7 de outubro: os primeiros dias do segundo turno foram os mais duros da campanha

Durante o empurra-empurra que se tornou a entrevista coletiva daquele dia, foi a agora presidente da República quem ajudou a posicionar os microfones e gravadores dos jornalistas em cima da mesa de toalha branca, em frente ao crucifixo que ficaria estrategicamente posicionado ao fundo das imagens. Após oferecer o lenço para uma repórter que, assim como ela, tinha o rosto suado no meio da confusão, a candidata não deixou de dizer:
- Vocês precisam fazer um movimento pela volta do porta-microfone.
A falta de formalidade visivelmente a incomodava. Desde o início da campanha eleitoral, em junho deste ano, fitas de isolamento, cercadinhos para jornalistas e até púlpitos de acrílico com porta-microfones – que os assessores, brincando, chamavam de “Alberto” e “Alfredo”– davam o tom da aparição de Dilma Rousseff frente às câmeras. Os motivos, além de dar um tom solene aos eventos: o temor de seu staff de que a ex-ministra, candidata pela primeira vez a um cargo eletivo, cometesse deslizes com os jornalistas, prejudicando sua imagem ou, por outro lado, deixasse transparecer sua face mais impaciente e impulsiva (quem a conhece de perto garante que Dilma Rousseff é de educação e delicadeza exemplares, a despeito de sua postura física um tanto rígida, hierática, e do tom formal que, com frequência, adota em relação às pessoas).
A organização das coletivas era cinematográfica. Primeiro chegavam os repórteres, com todos os aparatos a que têm direito. Depois, os assessores, que posicionavam o púlpito, Alfredo ou Alberto, a fita de isolamento e ajudavam os jornalistas com microfones e gravadores. Por último, sempre escoltada por um de seus fiéis escudeiros (ou por todos eles) – o presidente do PT, José Eduardo Dutra, o deputado federal e ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e o deputado federal José Eduardo Cardozo –, chegava Dilma.
Na briga pela primeira ou até pela última pergunta, não eram os gritos mais altos ou as mãos freneticamente agitadas dos jornalistas que venciam a disputa. Todos sabiam: era Dilma quem escolhia a quem e sobre o que iria responder. O olhar fixo da candidata selecionava o repórter e, aos poucos, os pedidos iam se calando, até que uma das duas reações possíveis era esboçada antes de sua resposta. Se gostava da pergunta, sorria e respondia rapidamente. Se não gostava, fechava a cara, fazia uma pausa para dar um gole no copo d’água sempre à mão ou balançava a cabeça negativamente antes de animar-se a falar.

Renato Rocha Miranda/TV Globo

Dilma Rousseff em intervalo do debate da TV Globo, 30/09/2010

Dilma em debate na Globo: preparação intensiva para conter o lado "impaciente" na TV e com jornalistas

Após participar do último debate do primeiro turno, em 30 de setembro na Rede Globo, no Rio de Janeiro, Dilma concedeu uma entrevista coletiva quando já passava da meia-noite. Os jornalistas só tinham direito a três perguntas e a segunda pegou a candidata de surpresa.
- Ministra, a senhora não perguntou a José Serra mesmo quando teve oportunidade. Foi uma estratégia?
Ela mediu a jornalista dos pés à cabeça, estendeu a mão para pegar o copo com água e bebeu um gole:
- Olha, as regras não me permitiram perguntar a ele. Não foi estratégia. Perguntei para quem achei que era melhor perguntar.
E assim ficou. Dilma responde a seu modo, e não adianta insistir – porque, todos sabiam, não era culpa das regras. Ela poderia ter feito perguntas a Serra no início de um dos blocos. Caso alguém repetisse a pergunta, a candidata também repetiria cada palavra da resposta anterior e uma terceira tentativa custaria um olhar enviesado e uma cara feia de Dilma. Com repórteres mais inquisidores, essa era a fórmula da agora presidente.
Mas, certa vez, a ex-ministra ouviu conselhos da jornalista Olga Curado, sua media trainer particular, de que era melhor abandonar o tratamento de "minha querida" ou de "meu querido", que dispensava indiscriminadamente aos repórteres, e chamar alguns pelo nome. Eis as eleitas: Vera Rosa, do Estadão, Ana Flor, da Folha de S.Paulo, e Delis Ortiz, da Rede Globo. Obediente, uma vez Dilma atrapalhou-se e citou incansavelmente Ana Flor durante uma coletiva em Brasília, como se estivesse se dirigindo a ela. Vera Rosa precisou alertar:
- Ministra, a Ana Flor trabalha em São Paulo.
A candidata apenas sorriu.
Após o primeiro turno, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu as coordenadas: menos formalidade e mais proximidade com a imprensa. Alberto e Alfredo saíram de cena e, em 5 de outubro, na primeira coletiva depois do dia 3, Dilma apareceu aos jornalistas não apenas sem os aparatos, mas sem a companhia de Dutra, Palocci e Cardozo, seus três mosqueteiros.
Ela falava o quanto queria durante as coletivas e era bem simples saber se um repórter a agradava ou não – humor transparente podia ser seu grande trunfo, mas também sua própria armadilha. Muitas vezes, percebendo assuntos mais ásperos ou de difícil resposta, entravam em ação os escudeiros. Eram assessores, coordenadores de campanha ou até aliados, amigos de juventude. O resultado, pois bem, podia não ser dos melhores. No mesmo cansativo 7 de outubro, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel quis acabar logo com as perguntas dos jornalistas.
- Ok, muito obrigado, gente - disse Pimentel.
Não foi ouvido. Nem pelos repórteres, nem pela ex-ministra, que se apressou em dizer:
- Obrigada, meu querido [voltou com o velho “meu querido”], mas vou continuar respondendo por aqui.
Conhecido como Gigante – com quase dois metros de altura, claro, olhos azuis e mais de cem quilos, que justificam completamente o apelido –, um bem humorado gaúcho é motorista da candidata no Rio Grande do Sul. Ela fazia questão de seus serviços e ele, de estar sempre a postos – é o que diziam os mais próximos. Durante seus trajetos pelo território gaúcho, Dilma gostava de ouvir músicas relaxantes enquanto estava no carro, como barulho de água corrente e passarinhos típicos dos CDs de mantra, mas havia dias em que arriscava as melodias da banda de rock inglesa Pink Floyd. Ela não costumava dormir nos percursos. Sentada no banco de couro traseiro do Ford Fusion preto em que circulava pelo estado, preferia conversar com assessores enquanto bebia muita água. Vários copinhos de plástico eram colocados cuidadosamente em uma mesinha do mesmo material para que ela pudesse hidratar a garganta tão prejudicada pelos discursos diários.

Marlene Bergamo/Folhapress

Em abril de 2009, quando ainda ocupava o cargo de ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff concedeu entrevista coletiva no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para anunciar que estava em tratamento contra um linfoma

Dilma em abril de 2009, na entrevista coletiva em que anunciou que estava em tratamento contra um linfoma

Mas não era só com esse tipo de cuidado que Dilma precisava se preocupar. A candidata teve que conviver com o tratamento de um linfoma, ou câncer no sistema linfático. A doença, descoberta em 20 de março de 2009, custou sessões de quimioterapia que, naturalmente, a abalaram do ponto de vista físico e psicológico. Em abril do ano passado, os enjoos e cansaço eram parte integrante do calendário de alguém que se preparava a todo o vapor para ser a sucessora do presidente Lula. A depressão que costuma acompanhar a erupção da doença a candidata não deixou entrever.
O câncer de Dilma, de acordo com reportagem de VEJA publicada em 6 de maio de 2009, foi descoberto após uma tomografia realizada durante um check-up conduzido por seu médico pessoal, o cardiologista Roberto Kalil, diretor do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O exame identificou um gânglio de tamanho anormal (2,5 centímetros) na axila esquerda.
Para determinar a causa do inchaço, a equipe médica fez uma cirurgia para a retirada total do gânglio e, após ratificação do MD Anderson Cancer Center, da universidade americana do Texas, em Houston, o diagnóstico da ex-ministra foi fechado: o tumor era o que se denomina em termos médicos um linfoma não-Hodgkin, uma forma agressiva de câncer no sistema linfático.
Sem mencionar que já começara a se submeter a um tratamento, Dilma anunciou publicamente que estava doente em 25 de abril de 2009. A ex-ministra passaria por seis sessões de quimioterapia, mas como reagiu bem e o nódulo foi descoberto em fase inicial, apenas quatro delas foram consideradas suficientes – em 25 de junho, o tratamento mais agressivo havia chegado ao fim. Dilma entrou em 2010 como candidata à Presidência pelo PT e tecnicamente curada do câncer, embora a prática médica recomende um período de pelo menos cinco anos sem sintomas para considerar definitiva a vitória contra a doença. Um alívio. Tanto para Dilma, naturalmente, como para os petistas que teriam dificuldades em substituir uma candidata já ungida há quase dois anos pelo presidente Lula.
O tratamento de suporte, para a doença não voltar a atormentá-la, deixaram marcas físicas em Dilma – o cansaço e o aumento de peso durante a campanha. Diante de pergunta sobre este segundo aspecto, a ex-ministra afirmou que não sabia quantos quilos tinha engordado nos últimos meses, e brincou:
- Não me peso para não ficar triste.
Os cuidados, porém, não se voltavam apenas para a saúde. A preocupação com a aparência começou antes mesmo de abril de 2009. Dilma se submeteu a um tratamento de correção dos dentes que incluía o alinhamento da arcada, clareamento e o preenchimento do espaço entre os incisivos. Em clínicas badaladas, esses procedimentos, juntos, podem custar de 2.500 a 4.500 reais. O sorriso mais bonito ajudou a suavizar o ar um tanto sisudo, para alguns até mesmo antipático, que projetava nos tempos de ministra da Casa Civil, cargo que ocupou de meados de 2005 até março passado.
Além disso, a candidata já havia trocado os óculos de aro de metal ovalados, estilo professora universitária, por lentes de contato e se submetido a uma cirurgia plástica. Por mais que fizesse consultas regulares à dermatologista Denise Steiner, de São Paulo, a mesma que cuida da pele da senadora eleita pelo PT Marta Suplicy e cobra 480 reais por consulta, Dilma resolveu recorrer também ao bisturi.
A dupla de cirurgiões plásticos, formada por Renato Vieira e Sérgio Panizzon, operou-a em 20 de dezembro de 2008, na clínica Moinhos Plastic Center, em Porto Alegre. Nos olhos, fez uma blefaroplastia, operação que, com incisões finas, remove, na parte inferior, as bolsas de pele e gordura responsáveis pelo ar abatido e, em cima, o excesso de pele nas pálpebras. No resto do rosto, fez lifting, intervenção que puxa a pele da face e do pescoço para os lados e para cima, prendendo-a cirurgicamente ao couro cabeludo, e esticando rugas e dobras. Pelo procedimento, a clínica cobra cerca de 7.000 reais.
O protetor solar fator 60 e a hidratação da pele eram cuidados básicos que Dilma tentou seguir à risca, mesmo com a correria de campanha. Em seus compromissos públicos, invariavelmente portava um corretivo ou base para esconder as olheiras – frenquentes devido às noites pouco ou mal dormidas – acompanhados do pó facial. A maquiagem incluía ainda lápis delineando as pálpebras superior e inferior dos olhos e um rímel preto para marcar o olhar.

Celso Junior/AE

Dilma Rousseff em 2007, quando ocupava o cargo de ministra-chefe da Casa Civil

Dilma Rousseff em 2007: plástica, realinhamento e branqueamento dos dentes, mudança no cabelo e no guarda-roupa para virar candidata

O realinhamento do visual para melhor se apresentar ao eleitorado, é claro, precisava abranger o guarda-roupa e os cabelos. Em 24 de agosto, o estilista Alexandre Herchcovitch confirmou, via Twitter, que havia aceitado ser o consultor de moda da candidata. Além dele, outro nome de peso do mundo da moda foi chamado a incorporar-se ao time da boa aparência: o cabeleireiro Celso Kamura. Dilma, então, começou a desfilar casaquetos, paletós e jaquetas das cores vermelho, laranja, cinza e tonalidades mais claras, como rosa, azul e verde-água. A calça social ou de brim escuro eram acompanhadas pelo sapatênis preto. Quase um uniforme, acompanhado de acessórios clássicos: brincos de pérola e colares do mesmo estilo e um relógio discreto, com pulseira de couro preta, usado no braço esquerdo.
Os comentários de que não era possível ter saído das tesouras de Hercovich aquela jaqueta laranja com a qual Dilma apareceu ao lado de Lula em um comício em Joinville (SC), em 13 de setembro, faziam sentido. O combinado entre os dois desandou e no dia 1º de outubro, via assessoria de imprensa, o estilista anunciou que em razão das “agendas desencontradas” a consultoria não se concretizara, para alívio dos profissionais do ramo. Dilma e Hercovich não teriam se encontrado mais de quatro vezes. De personalidade conhecidamente forte, a hoje presidente não aceitava novidades estilísticas e nem abria mão dos modelitos de seu próprio guarda-roupa.
Mas era uma candidata devidamente repaginada aquela que deveria enfrentar, no dia 16 de julho, no Rio de Janeiro, um grande desafio: seu primeiro comício diante de uma multidão. O PT é o único partido que ainda faz grandes comícios no Brasil, e Dilma precisou respirar fundo para penetrar nesse universo desconhecido. Antes de chegar sua vez de falar, debaixo de uma forte chuva e diante de um atraso de mais de duas horas, a candidata discursou depois de Lula, para fechar o evento, e assistiu à debandada dos militantes que já pareciam satisfeitos por terem visto e ouvido o presidente. Enquanto falava, ela andava de um lado para o outro do palanque, assim como Lula costuma fazer, mas estava visivelmente nervosa, ao contrário do presidente. Com frases sem grande impacto e, muitas vezes, voz tremida, Dilma não empolgou.
Depois de três ou quatro eventos nesse formato, ficou decidido que o correto seria Lula encerrar, e não abrir os comícios – de forma a segurar os militantes até o discurso da candidata. Para não perder o hábito, o presidente em geral se estendia por muito mais tempo do que sua apadrinhada.
Muito concentrado no que fala e quando fala, o presidente, contudo, apresentou ao longo da campanha uma característica curiosa. Durantes as intervenções dos aliados, ou até mesmo quando a própria Dilma discursava, Lula parecia não prestar atenção. Preferia jogar beijos para a plateia, rir, conversar com companheiros no palanque e olhar para trás. Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência, foi, ao longo da campanha, um de seus favoritos para os bate-papos.
O comportamento irrequieto do presidente nos palanques chegou a um ponto que, em 15 de outubro, durante um comício em São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, o candidato ao Senado Netinho de Paula (PCdoB), que não conseguiria se eleger, precisou pedir:
- Presidente, ouve aqui o que eu estou falando!
Lula se colocou a postos, mas, em menos de um minuto, já estava novamente acenando para o público e mandando beijos.
Mais uma pausa no discurso de Netinho. Desta vez mais conformado, o pagodeiro comentou:
- É porque o senhor é querido...
Após a tradicional cantoria de “olê olê olê olá, Lu-lá, Lu-lá”, Netinho desistiu de capturar a atenção do presidente e seguiu com seu discurso.
Lula reincidiria no mesmo comportamento durante comício em Salvador, em 26 de agosto. Não parou de conversar com o governador Jaques Wagner, nem mesmo durante o discurso de Dilma Rousseff. O presidente andava pelo palco e brincava com a mulher de do governador, Fátima, e com alguns deputados baianos. Wagner e Fátima são amigos há muitos anos do presidente a da primeira-dama, Marisa Letícia.
O fato de zanzar no palanque e conversar durante os discursos alheios não significa, no entanto, que o presidente não se ligasse no que ocorria à sua volta. Em 31 de julho, por exemplo, durante comício em Curitiba, Lula notou aplausos calorosos vindo do público quando a então candidata petista ao Senado, Gleisi Hoffmann (eleita a 3 de outubro), saudou os professores. O presidente puxou Dilma pelo braço e cochichou alguma dica em seu ouvido. Quando chegou sua vez de dirigir-se à multidão, Dilma começou:
- Companheiros e companheiras, primeiro eu gostaria de cumprimentar os professores e professoras aqui presentes.
Lula não podia esconder seu ar de contentamento.
Dilma também conversava no palanque, mas, em geral, com o presidente Lula. Com seu candidato a vice, Michel Temer (PMDB), a relação, ao longo de toda a campanha, manteve-se completamente formal. O presidente da Câmara não acompanhou a candidata em todos os compromissos de sua carregada agenda e, quando o fazia, quase nunca chegava junto com ela. No comício em São Paulo, em 27 de setembro, o último do primeiro turno – mais uma vez sob uma tempestade de tirar o fôlego e o ânimo dos militantes – Temer esboçou cumprimentar Dilma com um aperto de mão. Logo, os colegas de chapa lembraram-se que a formalidade em público podia não pegar bem. O jeito foi um abraço e um beijo no rosto desajeitados. Logo estavam um de cada lado do palco.
Seria uma metáfora de eventuais dificuldades que a nova presidente da República poderá vir a ter com seu problemático aliado, o PMDB de Temer? Pode ser. Para Dilma, porém, esta não é certamente a hora de pensar nisso. Afinal, a filha do dr. Pedro Rousseff, imigrante búlgaro que se estabeleceu em Belo Horizonte depois de casar-se com a carioca Dilma Jane Silva, acaba de entrar para a história – e tem 1461 dias para enfrentar esse e outros problemas.



LAST

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26/10/2008 free counters

#Serra vence na cidade com maior PIB; Dilma ganha na de menor

Candidato à presidência da República derrotado no segundo turno, José Serra (PSDB) venceu sua adversária, Dilma Rousseff (PT) - presidente eleita -, em São Paulo, cidade com o maior PIB do País. A petista, por sua vez, teve mais votos válidos percentualmente que o tucano na cidade com o menor PIB do Brasil, Santo Antônio dos Milagres, no Piauí.

Na capital paulista, Serra teve 54% dos votos válidos, enquanto Dilma somou 46%. Já no município do interior piauiense, a petista conquistou os consideráveis 88% dos votos válidos, contra apenas 12% do tucano.

Rio de Janeiro e Brasília, segundo e terceiro maiores PIBs do Brasil, Dilma venceu Serra com 61% e 53% dos votos válidos respectivamente. Em Belo Horizonte, quarto maior PIB, a petista e o tucano ficaram empatados com 50% dos votos válidos. Serra venceu em Curitiba, quinta maior economia do País, com 64% dos votos.

Dilma superou Serra nas dez cidades com os menores PIBs da Federação. A maior vantagem da petista, entre os municípios de menor economia, foi em Francisco Macedo (PI), ela somou 89% dos votos válidos contra 11% de Serra.


TERRA

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26/10/2008 free counters

Oposição comandará 52% do eleitorado; PSDB lidera

Atualizado às 22h27.

A oposição, composta por PSDB e DEM, vai administrar 52,3% do eleitorado brasileiro.

Derrotado na corrida à Presidência, o PSDB saiu das eleições como o campeão na disputa pelos Estados (oito vitórias) e terá, a partir de janeiro, quase metade do eleitorado brasileiro sob sua administração _64,2 milhões, que representam 47,5% do total.



A conquista tucana nos Estados torna-se um contrapeso à vitória de Dilma Rousseff (PT), que contará com apoio certo de 16 governadores _o PMN, vencedor no Amazonas, estava na chapa de José Serra (PSDB).

Os tucanos já haviam faturado a eleição no primeiro turno em quatro Estados: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Tocantins, sendo os dois primeiros os maiores colégios eleitorais do país.

A esse cinturão no Centro-Sul do mapa somaram-se vitórias em mais quatro praças ontem: Alagoas, Pará, Goiás e Roraima.

O resultado está acima dos prognósticos mais otimistas feitos pelo comando do partido no início da campanha, cuja expectativa era faturar no máximo seis Estados.

Em números, é o melhor desempenho da sigla desde 1994 (52% dos eleitores), quando houve uma onda nos Estados alavancada pela eleição de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Em 2006, conseguiu 43%.

A oposição faturou no primeiro turno em Santa Catarina e no Rio Grande do Norte, com o DEM.

O PT teve crescimento discreto, de 13,5% para 15,7%, ganhando em quatro Estados (AC, BA, RS e SE) e no Distrito Federal. Além da reeleição na Bahia, a grande vitória petista foi no Rio Grande do Sul.

Maior partido do Brasil, o PMDB encolheu e comandará 15,3% do eleitorado, ante 22,8% há quatro anos. A legenda administrará cinco Estados (MA, MS, MT, RJ e RO).

Outro destaque destas eleições é o PSB, que termina com seis vitórias (PB, CE, PE, ES, PI e AP), totalizando 14,8% do eleitorado. A força dos "socialistas" está concentrada no Nordeste.

CONGRESSO
O triunfo da oposição na geopolítica do país é, entretanto, relativizado pela ampla maioria que Dilma terá no Congresso.

De largada, a petista conta com 311 dos 503 deputados. Mas, se tomado o arco de partidos que hoje apoiam o governo Lula, ela teria uma base de 402 parlamentares _a maior desde a redemocratização do Brasil.

Os principais alvos de negociação do futuro governo Dilma serão PP, PTB e PV, que optaram por não se coligarem formalmente à chapa dela ao Planalto.

No Senado, a petista também terá maioria confortável, que variaria hoje entre 52 e 60 das 81 cadeiras.


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26/10/2008 free counters

PSDB triunfa em 8 Estados, e oposição comandará 52,3% do eleitorado brasileiro

Atualizado às 22h27.

A oposição, composta por PSDB e DEM, vai administrar 52,3% do eleitorado brasileiro.

Derrotado na corrida à Presidência, o PSDB saiu das eleições como o campeão na disputa pelos Estados (oito vitórias) e terá, a partir de janeiro, quase metade do eleitorado brasileiro sob sua administração _64,2 milhões, que representam 47,5% do total.

Matematicamente eleita, Dilma é a primeira mulher presidente do Brasil
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A conquista tucana nos Estados torna-se um contrapeso à vitória de Dilma Rousseff (PT), que contará com apoio certo de 16 governadores _o PMN, vencedor no Amazonas, estava na chapa de José Serra (PSDB).

Os tucanos já haviam faturado a eleição no primeiro turno em quatro Estados: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Tocantins, sendo os dois primeiros os maiores colégios eleitorais do país.

A esse cinturão no Centro-Sul do mapa somaram-se vitórias em mais quatro praças ontem: Alagoas, Pará, Goiás e Roraima.

O resultado está acima dos prognósticos mais otimistas feitos pelo comando do partido no início da campanha, cuja expectativa era faturar no máximo seis Estados.

Em números, é o melhor desempenho da sigla desde 1994 (52% dos eleitores), quando houve uma onda nos Estados alavancada pela eleição de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Em 2006, conseguiu 43%.

A oposição faturou no primeiro turno em Santa Catarina e no Rio Grande do Norte, com o DEM.

O PT teve crescimento discreto, de 13,5% para 15,7%, ganhando em quatro Estados (AC, BA, RS e SE) e no Distrito Federal. Além da reeleição na Bahia, a grande vitória petista foi no Rio Grande do Sul.

Maior partido do Brasil, o PMDB encolheu e comandará 15,3% do eleitorado, ante 22,8% há quatro anos. A legenda administrará cinco Estados (MA, MS, MT, RJ e RO).

Outro destaque destas eleições é o PSB, que termina com seis vitórias (PB, CE, PE, ES, PI e AP), totalizando 14,8% do eleitorado. A força dos "socialistas" está concentrada no Nordeste.

CONGRESSO
O triunfo da oposição na geopolítica do país é, entretanto, relativizado pela ampla maioria que Dilma terá no Congresso.

De largada, a petista conta com 311 dos 503 deputados. Mas, se tomado o arco de partidos que hoje apoiam o governo Lula, ela teria uma base de 402 parlamentares _a maior desde a redemocratização do Brasil.

Os principais alvos de negociação do futuro governo Dilma serão PP, PTB e PV, que optaram por não se coligarem formalmente à chapa dela ao Planalto.

No Senado, a petista também terá maioria confortável, que variaria hoje entre 52 e 60 das 81 cadeiras.


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26/10/2008 free counters

#Dilma deve 100% de sua vitória a Lula, diz especialista




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26/10/2008 free counters

#DILMA #Plínio diz que eleição de Dilma é "uma lástima"





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26/10/2008 free counters

#Serra fala; assista ao vivo


TSE anunciou resultado às 20h13. Com 99% apurados, petista tem 56% dos votos.




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26/10/2008 free counters

Dilma: 'Minha eleição é um sinal da evolução da democracia no Brasil';

No Twitter, Marina parabeniza Dilma ‘duas vezes’

por Gabriel Pinheiro

Seção: Dilma

Eleições

Marina Silva

31.outubro.2010 21:47:22

Marília Lopes

A senadora Marina Silva (PV-AC), candidata derrotada no primeiro turno à Presidência da República, fez as primeiras declarações após a eleição de Dilma Rousseff (PT) por meio de sua página no Twitter.

Ela parabenizou Dilma pela vitória e por ser a primeira mulher a ocupar o cargo no Brasil. “Quero parabenizar a ministra Dilma duas vezes. Por sua eleição como presidente e por ser a primeira mulher eleita para o cargo na República”, escreveu.

Marina ressaltou que “a ministra Dilma era a candidata de uma parte dos brasileiros. A partir de agora, é a presidente eleita de todos nós nos próximos 4 anos.”

A senadora não revelou qual foi seu voto neste segundo turno das eleições. “Reafirmo meu direito constitucional ao voto secreto e meu compromisso com o que considero melhor para o Brasil”, afirmou.

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Teotônio Vilela (PSDB) vence em Alagoas

por Gabriel Vituri

Seção: Sem categoria

31.outubro.2010 21:23:53

O candidato do PSDB Teotônio Vilela tem 52,80% dos votos, enquanto o rival Ronaldo Lessa (PDT) tem 47,20%.

Com mais de 96% de votos apurados, o candidato tucano já é o novo governador de Alagoas.

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Luciana Nunes Leal

dilmaweb.JPG

Embora indiretamente, a presidente eleita Dilma Rousseff fez a primeira manifestação, depois de confirmada a vitória, no site oficial da campanha. “Obrigada Brasil”, diz a petista no comunicado virtual, com uma assinatura digital e a inscrição “1ª mulher presidente do Brasil”.

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André Mascarenhas

O candidato derrotado do PSDB à Presidência, José Serra, fará, logo mais, um discurso no comitê da campanha tucana, no centro de São Paulo. Algumas dezenas de jornalistas e militantes do partido aguardam a chegada do tucano desde o fim da tarde de hoje.

Essa é a seunda vez que Serra disputa – e perde – a Presidência para um candidato petista. Com cerca de 45% dos votos válidos, o tucano encerra sua participação nas eleições deste ano após contrariar todos os institutos de pesquisas e levar a disputa para o segundo turno.

Correligionários de Serra que acompanharam a apuração dos votos no QG tucano lamentaram a derrota. Apesar de as últimas pesquisas apontarem um cenário desfavorável para o prersidenciável, havia entre membros do partido a expectativa de que o resultado das urnas poderia ser surpreendente.

Após votar no início da tarde de hoje, Serra procurou transparecer confiança na tese de que as pesquisas errariam de novo, como no primeiro turno. Defendeu também que a alternância de poder “faria bem ao País”.

Após votar, Serra almoçou no Palácio dos Bandeirantes com o governador de São Paulo, Alberto Goldman, e o prefeito da capital, Gilberto Kassab. Durante a tarde, deixou a sede do governo e se dirigiu para um local não revelado. Nas últimas horas, havia dúvidas sobre o local em que Serra se pronunciaria, mas com a chegada da maioria dos membros da assessoria da campanha e dos seguranças do tucano, não resta dúvidas de que será no comitê.

Veja abaixo os principais momentos do discurso, em tempo real, aqui no Radar Político.

22h12 - Já se encontram no QG tucano o candidato a vice de Serra, Índio da Costa, o senador eleito por São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira, o governador eleito de SP, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab.

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Dilma faz discurso da vitória em Brasília; acompanhe

por Rodrigo Alvares

Seção: Eleições

31.outubro.2010 20:54:37

Carol Pires e Rodrigo Alvares

22h25 - Termina o primeiro discurso de Dilma Rousseff como presidente eleita do Brasil.

22h24 - “Baterei muito à sua porta e tenho certeza e confiança que a encontrarei sempre aberta”, afirma Dilma, ao falar de Lula. Dilma está emocionada, ensaiou um choro.

22h23 - Lula levanta a platéia de aliados ao agradecer o apoio do presidente Lula. “Olê, olê, olé, olá, Lula, Lula”, cantam.

22h22 - Dilma vai chegando ao fim do discurso agradecendo aos aliados, adversários, eleitores e à imprensa. Ela afirma que por vezes, ao longo da campanha, “vezes muitas das coisas difundidas” a deixaram “triste”. Mas ressalta que ela, que lutou contra a ditadura, é amante da liberdade.

22h20 - “Valorizarei a transparência na administração pública, não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito”, afirma Dilma, que foi duramente atacada ao longo da campanha por causa das denúncias contra a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, considerada sua “braço-direito”.

22h18 - A petista manda recado para a oposição: “Dirijo-me também aos partidos de oposição e aos setores da sociedade que não estiveram conosco nessa caminhada. Estendo minha mão a eles. Da minha parte não haverá discriminação, privilégios ou compadrios”.

22h17 - Dilma está reafirmando compromissos de campanha. Ela citou há pouco, o combate contra as drogas, como crack, um dos assuntos mais tratados por ela no início da campanha. “Todos os compromissos que assumi vou perseguir de forma dedicada e carinhosa”.

22h16 - Dilma está reafirmando compromissos de campanha. Ela citou há pouco, o combate contra as drogas, como crack, um dos assuntos mais tratados por ela no início da campanha. “Todos os compromissos que assumi vou perseguir de forma dedicada e carinhosa”.

22h15 - A petista afirma que trabalhará pela aprovação, no Congresso Nacional, do projetos de lei que muda o marco regulatório da exploração de petróleo na camada pré-sal de concessão para partilha e do projeto que cria um Fundo Social com parte do lucro da exploração do óleo.

22h10 - Dilma fala sobre propostas para área econômica. “Cuidaremos da nossa economia com toda a responsabilidade. O povo brasileiro não aceita mais a inflação como solução irresponsável para eventuais desequilíbrios”.

22h08 - Dilma afirma que o Brasil precisa fomentar o mercado interno, não depender tanto da “pujança dos países desenvolvidos. “Eu estou longe de dizer com isso que pretendemos fechar o país ao mundo, muito pelo contrário”, ela pondera.

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Foto: Jonne Roriz

22h05 - Dilma é muito aplaudida ao reafirmar compromisso de campanha de erradicar a miséria do País. “Não podemos descansar enquanto houver brasileiros com fome”, diz. Dilma está lendo em papéis seu primeiro discurso como presidente eleita.

22h03 - O primeiro compromisso de campanha dela: “honrar as mulheres brasileiras para que esse fato até hoje inédito se transforme num fenômeno natural”. A presidente eleita promete zelar pela “total liberdade religiosa”, pela “democracia”, e pela “ampla liberdade de imprensa”.

22h01 - Dilma: “Queria agradecer os que estão aqui presente nesta noite que para mim é uma noite, vocês imaginam, completamente especial”. Dilma diz que a eleição dele demonstra o avanço democrático do País, porque “pela primeira vez uma mulher governará o País”.

22h - Foi pedido que os aliados descessem do palco. Ficaram ao lado de Dilma apenas: José Sarney, Tarso Genro, Agnelo Queiroz, Michel Temer, Dutra, Palocci, Cid Gomes, Marta Suplicy, Marcelo Déda Eduardo Campos e Renato Casagrande.

21h58 - Os peemedebistas subiram juntos ao palco. O vice-presidente eleito Michel Temer e o senador eleito Eunício Oliveira (PMDB-CE) abraçam a candidata. O coordenador jurídico da campanha, José Eduardo Cardozo (PT-SP), e o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra foram os últimos a entrar na sala.

21h52 - A presidente eleita chegou. É recebida ao som do jingle “Meu Brasil está querendo Dilma, meu Brasil está querendo continuar (…) Agora é Dilma, é a vez da mulher”. Os aliados batem palma sincronizadamente. A plateia canta, agora, o Hino Nacional. Dilma chegou acompanhada do coordenador da campanha, o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci. Os dois estão abraçando os aliados. Alguns senadores filmam a cena pelos respectivos celulares.

21h50 - Ministros, governadores e parlamentares da base já estão de pé, apontado o celular para a porta por onde Dilma Rousseff deve passar para chegar ao local da coletiva. O governador de Sergipe Marcelo Déda afirma que Dilma já chegou, mas ainda não é possível ver.

21h38 - José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, acaba de aparecer na sala. Mais cedo ele falou com a imprensa. Negou participar do governo Lula antes de ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do Mensalão. “Não posso, não quero e não devo”.

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Foto: André Dusek/AE

21h34 - A presidente eleita acabou de sair de sua casa em Brasília. “Dilma falou que estava muito feliz pelos votos que o povo brasileiro me honrou” e que “será o governo de todos os brasileiros”.

21h28 - “A indelicadeza final de José Serra: São 21:30h e ele ainda não ligou para parabenizar a vencedora”, publicou já pouco Marta Suplicy no Twitter. “É constrangedor dar a entrevista da vitória, sem o parabéns do derrotado”, completou a senadora eleita por São Paulo.

21h20 - Aliados não sabem dizer se José Serra já ligou para parabenizar Dilma pela vitória. “Tem tempo que estou aqui, não falei com ela”, esclarece Marco Aurélio Garcia, um dos coordenadores da campanha petista.

21h13 - Mercadante continua: “Sabe por que Serra não ligou ainda? Porque ele está tentando ligar a cobrar”. A senadora Ideli Salvatti (PT-SC), também derrotada na disputa pelo governo, emenda: “Ele não ligou porque está procurando um orelhão e não encontra”.

21h10 - O senador Aloizio Mercadante, derrotado na disputa pelo governo de São Paulo, é um dos mais animados na platéia. Questionado qual ministério ele poderia ocupar no governo de Dilma, respondeu: “Economia brasileira: é a pasta que eu vou carregar debaixo do braço lá na aula eu vou dar na Unicamp”. “Terminado o meu mandato de senador, volto a comer giz”

21h07 - Equipe econômica do presidente Lula em peso à espera da coletiva: ministros Guido Mantega (Fazenda), Paulo Bernardo, (Planejamento) e Henrique Meirelles (Banco Central) estão a postos. Nem todos conseguiram cadeira para sentar. Os ministros da Saúde, José Gomes Temporão, e dos Esportes, Orlando Silva, estão em pé.

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Festa da militância do PT na Esplanada dos Ministérios pela vitória de Agnelo Queiroz para governador do DF e de Dilma Rousseff para presidente da República. Foto: Dida Sampaio/AE

Dezenas de aliados da presidente eleita Dilma Rousseff (PT), entre ministros de Estado, governadores eleitos, e parlamentares da base aliada aguardam a chegada dela num auditório montado pela campanha petista no hotel Naoum, em Brasília estão no local para recepcioná-la. Centenas de repórteres da imprensa nacional e internacional estão no local.

O vice-presidente eleito Michel Temer (PMDB) foi um dos primeiros a chegar ao local, acompanhado do presidente do Senado, senador José Sarney (PMDB). O clima no local é muita animação, assessores da campanha deixaram a emoção tomar conta, e muitos choram abraçados enquanto entoam jingles da campanha petista. Do lado de fora do hotel, militantes petistas também fazem festa.

Dilma Rousseff deve chegar em breve ao hotel, onde fará seu primeiro pronunciamento como presidente. Ainda esta noite, ela deve participar de uma festa na Esplanada dos Ministérios, organizada pela campanha do governador eleito Agnelo Queiroz, do PT.

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Confúcio Moura (PMDB) vence em Rondônia

por Gabriel Vituri

Seção: Sem categoria

31.outubro.2010 20:38:33

Com mais de 91% dos votos apurados, Confúcio Moura (PMDB) conquista 59,01% e vence a eleição para governador no Estado de Rondônia.

Seu adversário, João Cahulla (PPS), tem 40,99%.

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Wilson Martins (PSB) vence no Piauí

por Gabriel Vituri

Seção: Sem categoria

31.outubro.2010 20:35:04

Com mais de 88% dos votos apurados, Wilson Martins (PSB) venceu a eleição no Piauí, com 58,19% dos votos.

Silvio Mendes, do PSDB, tem 41,81%.

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Após derrota, Xico Graziano manda indireta para Aécio Neves

por Jose Orenstein

Seção: Eleições

31.outubro.2010 20:28:38

José Orenstein

Era perto das 20h. Ainda não estava confirmada a vitória de Dilma Rousseff, mas os números já projetavam a eleição da petista. E no Twitter, enquanto aliados de Dilma comemoravam disparando mensagens exultantes, o tucano Xico Graziano começava já a lavar a roupa suja da campanha tucana.

Coordenador do programa de governo de Serra e ex-secretário de Meio Ambiente no governo de São Paulo, Graziano mandou indireta para Aécio Neves. “Perdemos feio em Minas Gerais. Por que será!?”, ironizou em sua conta no microblog.

A mensagem de Graziano remete ao ano passado, quando o PSDB vivia briga interna para decidir quem iria ser o candidato do partido à Presidência. Após a escolha de Serra, tucanos ainda tentaram articular Aécio como candidato a vice, mas sem sucesso.

Já durante a campanha, o atual senador eleito por Minas Gerais era criticado por não dar destaque à candidatura de Serra em seu Estado. Apenas no segundo turno, quando Aécio havia cumprido sua meta de se eleger ao Senado com Itamar Franco e fazer, ainda no 1º turno, seu sucessor no governo, Antônio Anastasia, o político mineiro teve atuação mais destacada na campanha. Mas não surtiu efeito: com quase 100% das urnas apuradas, Dilma teve 58,4% dos votos contra 41,6% de Serra em Minas Gerais

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Jatene, do PSDB, vence no Pará com 56,20% dos votos

por Gabriel Vituri

Seção: Sem categoria

31.outubro.2010 20:28:27

Com mais de 90% dos votos apurados, Simão Jatene (PSDB) venceu a eleição para governador no Pará, com 56,20% dos votos.

Ana Júlia (PT) tem 43,80%.

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Serra obteve dois terços dos votos em Nova York

por Rodrigo Alvares

Seção: Eleições

31.outubro.2010 20:26:02

Gustavo Chacra, de Nova York

José Serra obteve dois terços dos votos em Nova York, maior colégio eleitoral fora do Brasil. Ao todo, o tucano conseguiu 67,1% dos votos dos 8.513 eleitores que compareceram às urnas (há 21 mil brasileiros registrados para votar).

Dilma Rousseff, eleita presidente do Brasil, obteve 27,5%. Foram 2,4% de votos em branco e 3% de nulos. No primeiro turno, Serra também havia vencido em Nova York. Na votação de hoje, ocorrida no dia do Halloween, muitos eleitores compareceram fantasiados para votar.



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26/10/2008 free counters

#HUMOR : Dilma Rousseff: a mulher a quem Lula deu o Brasil

01.11.2010 - 00:04 Por Alexandra Lucas Coelho, no Rio de Janeiro

É forte: enfrentou tortura e um cancro. Tem fama de intelectual: Zola, Proust, Sófocles. Como guerrilheira, foi política: nunca disparou um tiro a sério. Como política, foi técnica. Isto chega para governar o Brasil? O PÚBLICO falou com quem conheceu Dilma Rousseff ao longo dos anos.





Dilma Rousseff é a primeira mulher Presidente do Brasil Dilma Rousseff é a primeira mulher Presidente do Brasil (Ricardo Moraes/Reuters)






Dilma ganha ao perto.

No comício de encerramento da primeira volta em São Paulo, perante umas 30 mil pessoas, o discurso dela foi “engolido” por todos os que falaram antes e sobretudo pelo que falou depois, esse Pai-Natal-do-povo que é Lula.

Após o comício, quando a imprensa foi convocada para uma salinha onde ia ser apresentado um apoiante de peso, Dilma mostrou-se firme e bem-humorada. Ao perto, viam-se as olheiras de semanas de campanha. Mas sobretudo uma mulher sem a artificialidade por vezes gaguejante que ela tende a mostrar ao longe.

O seu carisma de massa é tão ténue que o analista José Roberto de Toledo, do “Estado de São Paulo”, acha que quando ela não vai mal isso já é bom. “Bom, para Dilma, é não comprometer.” Ou, como diz Alberto Almeida, do Instituto de Análise, autor de um livro chamado “A Cabeça do Eleitor”: “Ela não fez nada de errado na campanha. E como a expectativa era negativa, se saiu bem.”

Não é um prenúncio entusiástico, se pensarmos que Dilma Rousseff vai entrar para a história como primeira mulher presidente de um país que quer ser uma das cinco grandes economias do mundo, e pensando que ela sucede a um dos presidentes mais populares de que há memória.

“Qualquer um seria eleito com o apoio do Lula”, diz Alberto Almeida. “Ele podia ter dado esse presente para qualquer um e deu para ela.”

Podemos ver esse presente num sentido mais amplo: o que Lula deu a Dilma foi o Brasil. Então porquê a ela? Simplesmente não havia mais ninguém? Se Lula é um político tão intuitivo ia apostar todo o seu prestígio num cavalo qualquer?

Todas estas perguntas levam a uma só: quem é Dilma Rousseff?

O Brasil vai saber, a partir de agora. Mas a história dela há-de contar alguma coisa.

A herança do pai

Além do Brasil, um outro país “votou” em Dilma no domingo: a Bulgária. Porque foi de lá que veio Pétar Russév, advogado viúvo que nos anos 40 se instalou em Minas Gerais, e fez dinheiro em negócios. Casou com a jovem mineira Dilma Jane Silva, mudou o nome para Pedro Rousseff, e — sem nunca desistir de fumar cinco maços, comer bem e jogar, conta a revista “Piauí” — educou a sua prole com piano, francês e literatura.

Nascida a 14 de Dezembro de 1947, entre um irmão mais velho e uma irmã que morreu, Dilma Vana Rousseff acordou para os humilhados e ofendidos com Zola e Dostoiévski, como depois acordará entre os salões de Proust.

A infância dela não tem nada a ver com a de Lula ou a da orfã Marina Silva, lá nos confins da Amazónia.

Dilma foi uma burguesinha de Belo Horizonte, cidade de famílias tradicionais. Fazia férias de praia, hotel-casino, e ia de avião. Andou nas melhores escolas da cidade. Em casa havia três empregadas.

Bem mais velho que a mãe, o pai morreu quando ela tinha 14 anos, deixando uma herança de imóveis.

E é numa prestigiada escola pública, a Estadual Central, que Dilma vai conhecer todo um frenesim político: são os anos 60, o Brasil tem uma ditadura, o mundo está em convulsão.

“Ela era meio tímida, uma menina pacata, recatada, boazinha”, lembra ao PÚBLICO a ex-colega Ângela Alvarenga, hoje directora de uma empresa de informática em Belo Horizonte. Mas a escola, a experiência de ver favelas como o Morro do Papagaio, e o clima geral levam Dilma a entrar aos 19 anos para a Polop (Política Operária), e depois a optar pela ala defensora da luta armada. Forma-se então o Colina (Comando de Libertação Nacional), onde Dilma conhecerá o seu primeiro marido, Cláudio Galeno, com quem casa no civil. Galeno disse à “Piauí” que aprendeu a fazer bombas na farmácia do pai.

É por essa época que Dilma se torna próxima de Fernando Pimentel, depois prefeito de Belo Horizonte e hoje senador do PT. “Estávamos juntos no Colina e frequentei muito a casa dela”, diz ao PÚBLICO. “Era uma pessoa muito séria, intelectualizada, com uma capacidade de análise muito acima da média. Ela tinha lido mais que nós. Isso vinha do pai, culto, a falar várias línguas, com uma grande biblioteca.” Quanto a temperamento, “exteriormente, a Dilma era severa, e quando ficava amiga, era bem humorada, e é assim até hoje, uma pessoa com quem é fácil conviver”. Nunca foi “uma tribuna liderando uma multidão”, “destacava-se pela inteligência, pelos argumentos”. E isso, diz Pimentel, também é assim até hoje: “Fala bem a públicos seleccionados, de temas específicos. É uma pessoa muito profunda, e um líder de massas exige menos profundidade e mais brilho.” Esse brilho falta a Dilma, reconhece este seu velho aliado.

Luta armada

O Colina fazia assaltos a bancos e roubava carros, não planeava mortes. “A ditadura era muito pesada e não havia outra forma que não a luta clandestina e mesmo armada”, diz Pimentel. “Todos nós nos engajámos. Mas a Dilma nunca participou de uma acção directa, e talvez fosse a mais crítica [dessas acções]. Eu participei, e fui preso. Ela, muito antes de mim, percebeu que aquele não seria o caminho.”

Ainda assim, Dilma aprendeu a disparar, teve aulas de explosivos e escondeu um arsenal debaixo da cama quando foi necessário, para além de colaborar na logística do grupo. E foram estas histórias que saltaram durante a campanha, com os opositores a tentarem colá-la a um passado violento. “Não acho que tenha ficado desse passado qualquer problema, pelo contrário firmou-a na luta democrática”, remata Pimentel.

Certamente teria sido menos arriscado seguir a vida burguesa.

Quando o Colina se transforma em Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares, Dilma já está separada do marido e namora o gaúcho Carlos Araújo, também militante. Segundo a “Piauí”, a maior acção que fazem é “o roubo de 2,5 milhões de dólares” da casa da amante de um ex-governador, no Rio de Janeiro. “Nem Dilma nem Araújo participaram da acção, mas ambos estiveram envolvidos na sua preparação.”

E pouco depois Dilma é presa. Passa três anos na prisão, com torturas várias. Espancam-na e dão-lhe choques eléctricos. A pedagoga Maria Luiza Belloque, que esteve na mesma cela, contou à “Piauí”: “A Dilma levou choque até com fios de carro. Fora ‘cadeira do dragão’ [uma cadeira de metal que a cada choque faz com que as pernas do preso batam numa placa], ‘pau-de-arara’ [uma barra onde o preso fica pendurado pelos punhos e pelos joelhos] e choque para todo o lado. Ela levantava o meu astral quando eu chegava arrebentada da tortura.” Leslie Belloque, sua cunhada, reforçou: “Ela não era nada chorona. Falávamos como se não tivesse tortura. A Dilma é um tenente, é muito forte.”

Quando sai da cadeia, muda-se para Porto Alegre, a capital do Rio Grande do Sul. Carlos, o namorado está preso numa ilha ao largo, Dilma visita-o e leva livros para os camaradas de cela.

Depois da libertação de Carlos, ficam a viver juntos mais de duas décadas e têm uma filha, Paula (que recentemente teve um filho, fazendo da futura presidente avó). Até hoje, os dois ex-maridos de Dilma mantêm-se seus amigos próximos.

A caminho de Lula

Nos primeiros anos em Porto Alegre, além de estudar economia, Dilma faz um curso de teatro e fixa-se no “Filoctetes” de Sófocles, a tragédia do homem ferido por uma cobra e abandonado pelos companheiros numa ilha deserta. No comentário de Dilma à “Piauí” não há nada de ingénuo: “A peça é uma obra-prima. Filoctetes era um chato de galocha. Reclamava o tempo inteiro que a perna estava ferida. Largar ele na ilha é uma solução dentro de uma ética que não é a judaico-cristã. A ética grega não é boazinha, não tem culpados.”

Dilma envolve-se na criação do partido trabalhista de Leonel Brizola em terras gaúchas. Trabalha como assessora de bancada, depois responsável estadual pelas Finanças, depois líder sindical. É então que conhece o também sindicalista Olívio Dutra, futuro governador do Rio Grande do Sul e ministro de Lula. “Ela mostrou-se muito capaz nas reuniões, sem falar economês nem ter uma pretensão impositiva”, lembra ao PÚBLICO. “Isso ficou sempre na base da nossa relação. E quando ganhei o governo do estado convidei-a como responsável por Minas e Energia para enfrentar a herança anterior, que era o ‘tsunami’ da ‘privataria’, na era Fernando Henrique Cardoso. A Dilma trouxe a sua paciência e capacidade gestora, travou o esquartejamento da privataria e conseguiu livrar o estado de um apagão.”As empresas privadas estavam a ser responsabilizadas pelo “apagão” gigante que abalou o governo de Fernando Henrique. O Rio Grande ficou fora disso, e da política de racionamento que se seguiu, embora Dilma tenha reduzido o consumo estadual. Também foi ela, diz Dutra, que trabalhou “o potencial eólico e a energia de cascas de arroz e restos de madeira”. E o programa Luz para Todos, um dos sucessos do governo Lula, teve origem num programa semelhante a nível estadual.

Foi assim que Dilma chegou aos ouvidos de Lula.

“Eu conversava muito com Lula”, diz Dutra. “E isso significava falar das pessoas. Dilma chegou a contribuir com pontos para o programa em que ele foi eleito. Quando o Lula ganhou, continuámos conversando, e ele colocou para mim que Dilma tinha de fazer parte da comissão de transição.”

No site de campanha de Dilma, Lula resume uma história que já contou várias vezes: “Em apenas uma reunião ela conseguiu me convencer que eu já tinha encontrado a ministra de Minas e Energia do Brasil.”

Assim foi.

A “Piauí” tanto cita gente que então viu nela grande capacidade de aprender como uma autoritária temperamental. Certo é que em 2005, quando rebentou o escândalo do “Mensalão” (as mesadas dadas a deputados pelo PT), o chefe da Casa Civil, José Dirceu, caiu, e foi Dilma que Lula convidou para o lugar.

A escolhida

“Na Casa Civil de Lula, ela foi a coordenadora dos ministérios”, diz o senador Fernando Pimentel. “O presidente aprendeu a admirar Dilma como um grande quadro. Ela veio para o centro do governo num momento muito difícil. E soube fazer tudo muito bem, ajudar o governo a sair da crise de forma muito discreta. Conquistou a confiança do presidente. De todos os quadros, ela é a que reúne mais confiança política e pessoal de Lula.” Por isso, quando decidiu escolhê-la como sucessora “não se preocupou muito por ela não ter passado por eleições antes”.

A campanha expôs essa falta de traquejo. “Sim, mas ela foi adquirindo jogo de cintura.” Pimentel acha que não “vai haver nenhuma quebra de continuidade”.

E Olívio Dutra, que foi ministro ao lado de Dilma, está de acordo: “Ela tem dedicação, visão a longo prazo e capacidade de gerir uma máquina pública funcionando para a maioria e não para poucos. Esse sempre foi o objectivo dela. E tem o sentimento de povo brasileiro desde a luta contra a ditadura.”

Este é o núcleo pêtista de que Dilma faz parte.

“Um grupo de políticos que só tem um líder, Lula”, resume o analista Alberto Almeida. “A Dilma vai comportar-se de acordo com os interesses desse grupo.” Que inclui o ex-ministro Antonio Palocci, demitido na sequência de escândalos. “O Dirceu não podia ser sucessor, porque tinha sido vítima de um escândalo, e o Palocci também não. O presidente escolheu a Dilma, em quem tinha confiança.” E ela foi “uma candidata disciplinada”, acha este analista. “Foi humilde, admitiu que não tinha experiência e não fez nada de errado.”

Na cabeça do eleitor, “o primeiro factor de voto é a avaliação do governo” e daí o voto em Dilma. “O ponto de vista do eleitor é muito simples. Qualquer um podia ser eleito com esse apoio.” Almeida prevê que Dilma “tenderá a fazer um bom governo, com Lula e esse grupo inteiro por trás”. A Reuters chamou-lhe “o piloto automático” do Brasil.

E pode até ter uma vantagem sobre Lula, sublinha o senador Pimentel: “Ela foi eleita com uma base de apoio parlamentar muito maior. E como é uma técnica capacitada, vai ser um governo mais tranquilo.”

Um exame recente mostrou Dilma livre de um retrocesso no cancro linfático que lhe foi detectado em 2009. Passou por cirurgia, quimio e rádio. Comentou assim a queda de cabelo à “Piauí”: “Teve um efeito gratificante: é bom sentir a água escorrendo directo na cabeça.” Há que “procurar as coisas boas” a cada vez. “E o cabelo vai crescer, vai voltar.”

Voltou forte.



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26/10/2008 free counters

Factbox: Possible members of Rousseff cabinet in #Brazil

SAO PAULO | Sun Oct 31, 2010 7:40pm EDT

SAO PAULO (Reuters) - Brazil's president-elect, Dilma Rousseff, is expected to choose some familiar names for her cabinet in the coming weeks after her victory in Sunday's election.

Following are some key names in her inner circle who could get cabinet posts, based on information from sources close to Rousseff and analysts.

ANTONIO PALOCCI, LEGISLATOR AND ROUSSEFF CAMPAIGN MANAGER

Tipped as chief of staff, political liaison with Congress, or health minister.

Palocci, a radical Trotskyite in his youth, is widely credited for winning investor confidence and stabilizing markets as finance minister during the first year of President Luiz Inacio Lula da Silva's presidency.

A physician-turned-politician, Palocci helped found the left-wing Workers' Party (PT) in 1980. As a two-time mayor of a mid-sized city in Sao Paulo state, Palocci was among the first generation of PT politicians to gain executive experience. He boosted his managerial credentials as Lula's campaign manager in 2002.

Palocci, 50, is seen as one of the most market-friendly figures in the PT and has pushed for strict fiscal discipline. There is some opposition within the party to him getting a powerful post such as chief of staff.

He was once tipped as a possible successor to Lula but was forced to resign as finance minister in 2006 over an ethics scandal. He has been one of Rousseff's closest advisors during the campaign and has often been seen coaching her behind the scenes at televised debates.

LUCIANO COUTINHO, PRESIDENT OF THE BNDES DEVELOPMENT BANK

Tipped as finance minister or central bank president.

Born in the same poor, northeastern state of Pernambuco as Lula, Coutinho specialized as an academic in industrial and international economics and was Rousseff's professor in the 1990s when she was pursuing a graduate degree.

Between 1985 and 1988, he was executive secretary for the science and technology ministry, taking part in the structuring of the ministry and conception of policies in areas such as biotechnology and information technology.

Coutinho, 63, is seen as fiscally conservative and believes spending has been rising too quickly, although he has presided over a surge in state-subsidized loans by the BNDES in the wake of the global financial crisis. He has also expressed concern about the effect of the strong real on Brazilian industry and could advocate more restrictions on capital inflows if the currency keeps rising.

He holds a PhD in Economics from Cornell University.

PAULO BERNARDO, PLANNING AND BUDGET MINISTER

Tipped as presidential chief of staff or planning minister.


Although he has a political background as a student leader, a unionist and later a PT legislator, Bernardo is widely viewed as a technocrat and a pragmatist. As an official at the state-owned Banco do Brasil he became a union activist and was later elected to three terms in Congress.

Bernardo, 58, is not considered a heavyweight in Lula's cabinet and usually toes the line of Finance Minister Guido Mantega.

GUIDO MANTEGA, FINANCE MINISTER

Tipped by some to stay on as finance minister, though others think Rousseff will want a new face to lead her economic team.

A longtime advocate of increased development spending in Brazil, Mantega presided over Brazil's rapid economic rebound from the global financial crisis.

On his watch, the finance ministry took a series of measures to quickly lift Latin America's largest economy from recession, reducing taxes for key industries as the national Treasury lent billions of dollars to the BNDES.

Mantega, 61, has in the past publicly disagreed with the central bank over the level of Brazil's interest rates, which are among the world's highest. More recently, he has been at the forefront of Brazil's efforts to contain its rallying currency and has urged other countries to take coordinated action against the weak dollar. He grabbed headlines globally by saying the world was in an "international currency war."

A longtime member of the Workers' Party, he went to great lengths in 2006 to persuade investors that he was committed to the austere fiscal and economic policies championed by his predecessor Palocci.

HENRIQUE MEIRELLES, CENTRAL BANK PRESIDENT

Tipped for a ministry, possibly mines and energy, or a potential new role as Brazil's infrastructure czar. Some say he may struggle to win backing for a high-profile post because he only recently joined the coalition PMDB party.

Brazil's longest-serving central bank governor, Meirelles has managed to keep price pressures contained by aggressively pursuing an inflation target.

He has resisted pressure at times from the finance ministry and others to bring down borrowing costs, consistently taking a more conservative approach to monetary policy.

His political aspirations raised worries over the direction of monetary policy earlier this year, but he is widely credited for having successfully helped steer Brazil's economy through the worst global financial crisis in decades.

Meirelles, 65, came from the private sector, where he was president of BankBoston from 1996 to 1999. He could stay at the central bank during a transition period, but is not keen to stay in the job much longer.

ALEXANDRE TOMBINI, HEAD OF REGULATION AT THE CENTRAL BANK

Another name that has been floated as a potential central bank president.

Tombini, head of the financial regulation at the central bank, is a seasoned inflation fighter who is seen as unlikely to bend to political pressures and would be widely expected to continue with conservative monetary policy.

He helped set up the inflation-targeting regime that Brazil adopted in 1999.

Tombini, 46, has also been the director of the central bank's foreign affairs department and the special studies department. He previously worked at the International Monetary Fund and at Brazil's finance ministry.

He holds a PhD in Economics from the University of Illinois.

NELSON BARBOSA, SECRETARY OF ECONOMIC POLICY

Tipped for a key role on the economic team, or possibly as central bank head.

A rising star and a top advisor to the finance minister on economic policy, Barbosa is close to Rousseff and also helped Lula during his 2006 presidential campaign.

He has strongly backed Lula's plan to revamp oil laws regulating massive offshore crude reserves and a popular government program to build affordable housing.

Barbosa, 40, was also involved in Brazil's massive infrastructure program known as the PAC, which was managed by Rousseff during her time as Lula's chief of staff.

He called for looser fiscal policy during the global financial crisis, and has criticized the central bank for not lowering interest rates more aggressively.

Barbosa has argued that real interest rates in Brazil could safely fall to 2 percent in the next four years without putting the economy at risk. Real interest rates, or the central bank's base rate minus inflation, currently hover at around 6.25 percent in Brazil.

He holds a PhD in Economics from the New School for Social Research in New York.

(Compiled by Ana Nicolaci da Costa and Raymond Colitt in Brasilia and Stuart Grudgings in Rio de Janeiro; Editing by Todd Benson and Kieran Murray)




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Em Mato Grosso, maioria dos eleitores votou em #Serra




  • Candidato do PSDB voltou a superar a petista Dilma Rousseff, em votação no Estado



  • José Serra, que teve novamente a preferência da maioria dos eleitores de MT

    DA REDAÇÃO

    Candidato derrotado à Presidência da República, José Serra (PSDB) manteve a preferência da maioria dos eleitores de Mato Grosso e voltou a ser o mais votado no Estado, na disputa em segundo turno com Dilma Rousseff.

    De acordo com a totalização de votos, feita pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), encerrada na noite deste domingo (31), o tucano obteve 746.382 votos (51,11%), do total de 2.046.909 apurados até 20h (97,75%), enquanto a petista recebeu 714.005 votos (48,89%).

    No primeiro turno, o tucano foi o mais votado no Estado, com 678,6 mil votos (44,16%). A petista recebeu 659,7 mil votos (42,94%).

    A disputa em alguns dos principais pólos de desenvolvimento de Mato Grosso foi, de certa forma, equilibrada. Em Rondonópolis (Sul), terceiro maior colégio eleitora, Dilma superou Serra em mais de 8 mil votos: a petista teve 45,5 mil votos (46,1%) contra os 36,7 mil (37,26%) do tucano.

    Em Sinop (Norte), Serra superou Dilma em mais de 20% dos votos apurados: 30,5 mil (55,86%) contra 19,6 mil (35,84%).

    Na região metropolitana, que tem os dois maiores colégios eleitorais - Cuiabá e Várzea Grande -, a disputa também foi equilibrada. Serra venceu na Capital, com 119 mil votos (38,87%), enquanto Dilma teve 116 mil (38,01%) de Dilma.

    Na Cidade Industrial, a situação se inverteu: a petista obteve 61 mil votos (46,81%) contra os 44,3 mil do tucano.




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Eleições 2010 - 30/10/2010








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Exclusive: #Brazil opposition leader will seek economic reforms

economic reforms

Presidential candidate Jose Serra (R) of the PSDB party and Senator Aecio Neves attend a campaign rally in Belo Horizonte October 30, 2010. REUTERS/Emmanuel Pinheiro

RIO DE JANEIRO | Sun Oct 31, 2010 7:54pm EDT

RIO DE JANEIRO (Reuters) - The new de facto leader of Brazil's opposition, Aecio Neves, says he will challenge the government by putting together his party's own list of legislative proposals that will include economic reforms sought by many investors.

Neves, a senator-elect from Minas Gerais state, vowed to work "responsibly" with President-elect Dilma Rousseff, who comfortably won the presidential election on Sunday against the candidate of Neves' centrist PSDB party, Jose Serra.

Yet Neves told Reuters he does not intend to give Rousseff an easy ride.

He plans to convene opposition lawmakers soon after Rousseff takes office on January 1 and put together a competing agenda by February, signaling a new, more aggressive strategy by an opposition that mostly avoided direct confrontation with her popular predecessor, President Luiz Inacio Lula da Silva.

"Brazil is mature enough for a new approach," Neves said. "We have to be firm. We're willing to negotiate, of course ... but we cannot let the executive impose everything, as if this were a monarchy."

Neves, a senator from Minas Gerais state and the popular grandson of a beloved Brazilian ex-president, made the comments in an interview last week at his Rio de Janeiro home. He said they were only to be made public if Serra lost the election.

The PSDB and its allies will be vastly outnumbered in Congress once Rousseff takes office, making it difficult for them to push any kind of agenda. Neves' comments appeared to be an effort to stake out a more market-friendly, activist stance that will help his party stay relevant in coming months.

Neves declined to specify which reforms he will seek, saying he would first need to consult with other leaders.

Yet he indicated he could favor some combination of changes to Brazil's onerous tax load; modifications to labor laws that make it extremely difficult for companies to hire and fire workers; or budget cuts that could help reduce some of the world's highest interest rates.

"These structural reforms need to be done to keep Brazil's economy growing," Neves said. "Lula should have done them. He didn't. But the time to do them is now."

PSDB "HASN'T BEEN GOOD IN OPPOSITION"

Rousseff has said she will make tax reform a priority, but her advisers say other major structural changes are probably unnecessary because Brazil's economy is booming.

Neves, 50, is now the PSDB leader with the biggest national profile following the defeat of Serra, whose political career may be over. Serra has now lost two presidential elections, and Neves is the early favorite to be his party's candidate at the next presidential election in 2014.

The PSDB will hold powerful governorships in at least four states, including the two most populous: Sao Paulo and Minas Gerais. Yet the party will likely have to remake itself in coming years to overcome its elitist image at a time when Brazil's burgeoning lower-middle class is dominating politics and the economy.

Neves spent much of the interview railing against the concentration of tax revenues in the hands of the federal government during Lula's eight years in office -- a line of argument that could help win him allies in local and state governments outside the PSDB's traditional sphere.

"The PSDB hasn't been good in opposition. We have been reluctant to criticize," Neves said. "That will change."

(Editing by Todd Benson and Kieran Murray)





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