[Valid Atom 1.0]

domingo, 12 de junho de 2011

Cesare Battisti, o último preso político no Brasil

_poder nenhum


À espera

Cesare Battisti, o último preso político no Brasil, aguarda a decisão do Supremo para saber se passará o resto da vida na cadeia

por Mario Sergio Conti


Um grupo de jovens armados tentou assaltar a pizzaria Transatlantico, em Milão, na noite de 22 de janeiro de 1979. Um dos clientes, o joalheiro Pierluigi Torregiani, se fazia acompanhar por guarda-costas. Eles reagiram e, na troca de tiros, morreram um bandido e um freguês. Menos de um mês depois, veio a vingança. De revólver em punho, meia dúzia de rapazes entrou na joalheria de Torregiani. O comerciante sacou a sua Smith & Wesson e fez fogo. Errou o alvo e atingiu o próprio filho adotivo, Alberto, de 13 anos. Torregiani levou um disparo no coração e morreu na hora. O filho sobreviveu. Mas, com uma bala na medula, ficou paraplégico. Alberto só anda de cadeira de rodas.

No mesmo dia, 16 de fevereiro, a 500 quilômetros de Milão, na cidadezinha de Santa Maria di Sala, um bando armado matou a tiros o açougueiro Lino Sabbadin, que pouco antes também havia reagido a um assalto e matado um ladrão. As duas mortes foram assumidas pela organização Proletários Armados para o Comunismo, os PAC. Além de julgá-los assassinos, o grupo acusou o açougueiro de integrar um partido fascista, o Movimento Social Italiano, e o joalheiro (por ter guarda-costas), de ser o xerife do bairro. Os PAC reivindicaram outras duas execuções naquela época: a do comandante de prisão Antonio Santoro, numa emboscada de rua, em Udine, e a do policial Andrea Campagna, na frente da casa da namorada, em Milão. Ambos foram condenados à morte porque teriam torturado militantes da organização.

Os Proletários Armados para o Comunismo eram uma organização pequena e regional, que foi fundada em 1976 e deixou de existir apenas três anos depois. Nunca tiveram a expressão das Brigadas Vermelhas, que seqüestraram e mataram Aldo Moro, o líder democrata-cristão. Enquanto as Brigadas tinham ideologia rígida e se estruturavam militarmente, os PAC eram um grupo fluido, sem hierarquia, que assaltava mais para garantir o sustento de seus militantes que para incentivar a expropriação de capitalistas. Em vinte anos, contados a partir de 1969, cerca de 600 grupos reivindicaram ações subversivas na Itália. Só em 1979, quando os PAC fizeram três vítimas fatais, mais de 200 grupos de extrema-esquerda praticaram atentados na Itália.

As execuções do açougueiro e do dono de joalheria foram sintomas do estertor e da degeneração do movimento contestatório dos anos 60 na Itália. Ao contrário da França, cuja revolta se concentrou num mês, o maio de 68, a italiana se estendeu por mais de quinze anos. A rebelião teve as características de um país que, depois da II Grande Guerra, levou mais tempo até que a Alemanha para modernizar a indústria. Quando as grandes empresas - Fiat, Olivetti, Pirelli - finalmente deslancharam, elas se concentraram no norte da península. Provocaram, com isso, uma intensa migração de trabalhadores do sul. Eram operários pobres, de origem rural e sem estudo, que foram discriminados nas novas cidades e empregos. E cujos filhos forçaram a entrada em universidades elitizadas, que não tinham meios, nem vontade, de assimilá-los. As grandes greves, com tomadas de fábricas e universidades, extravasaram os limites traçados (à direita) pela democracia-cristã e (à esquerda) pelo Partido Comunista Italiano, o PCI, a maior organização stalinista da Europa ocidental.

Assim surgiu - e se radicalizou - aquilo que era chamado, com alegria, de "o Movimento", e os livros de história vieram a denominar, sinistramente, "anos de chumbo". O Movimento combinava esquerdismo extraparlamentar, enfrentamentos com a polícia, feminismo, antipsiquiatria, cinema e teatro experimentais, ocupações de sem-teto, jornais alternativos. Já os anos de chumbo contabilizaram mais de 12 mil atentados, que mataram 380 pessoas, feriram perto de duas mil e levaram quinze mil à prisão, das quais quatro mil foram condenadas. De um lado, havia o Estado, os comunistas e a Igreja. Do outro, o Movimento. Entre eles, trafegavam a máfia, organizações terroristas européias e palestinas, células infiltradas pelos serviços secretos da União Soviética e seus satélites, falanges fascistas.

Cesare Battisti é criatura daqueles anos. Ele nasceu no vilarejo de Sermoneta, ao sul de Roma. Seu avô festejou a fundação do PCI. Aos domingos, seu pai, Antonio, passeava pela cidade com um eloqüente cravo vermelho na lapela, para deixar clara sua simpatia política. O irmão mais velho, Giorgio, militante comunista, vestia camisas soviéticas. Já a mãe, Maria, com a cabeça coberta por um véu preto, temia a Deus e aos curas. Resultado: na casa onde moravam o casal e os seis filhos (quatro homens e duas mulheres), havia um retrato de Stálin na sala de jantar, que o caçula Cesare, na infância, imaginava ser a efígie de um santo católico.

Battisti aparenta mais que os seus 53 anos. Tem cabelos curtos e lisos, barba por fazer, o rosto encovado e pálido, lábios finos. Ele veste uma camiseta que, de tão desbotada, é impossível discernir a cor original. O cinza domina a sala exígua: está presente na tinta gasta das paredes, nas luzes fosforescentes que piscam em espasmos, nas barras de ferro das janelas pequenas, nas esquadrias foscas, na tez, nas fundas olheiras e nos olhos baços de Battisti. "Eu não gostava de estudar, fui cedo para a rua", ele disse pelo interfone, a centímetros do vidro blindado que impede o contato com os presos, no locutório da carceragem da Polícia Federal, em Brasília. Os interfones, velhos e ruins, obrigam todos a falar alto. Escuta-se melhor o visitante ao lado do que, em frente, o interlocutor. Para piorar, o preso italiano padece de otite crônica e escuta mal.

Battisti contou que estava numa cela para dois presos, na qual se amontoavam ele e mais sete. "São garotos de vinte anos, que roubaram fios de cobre", disse. "Como eles brincam, gritam, brigam e fazem bagunça o tempo todo, não consigo pensar direito, e muito menos escrever." Na primeira juventude, Battisti parecia com seus atuais colegas de prisão. Em meados da década de 70, ficou dois anos na cadeia por assalto à mão armada e pequenos furtos. Ao ser solto, foi morar num prédio ocupado por três tipos de jovens do Movimento: deserdados do PCI, miseráveis realocados do campo para as cidades e burgueses em ruptura com a classe de origem.

Foi nesse período que conheceu Pietro Mutti, fundador e dirigente dos Proletários Armados para o Comunismo. No livro de memórias Minha fuga - que Battisti escreveu na clandestinidade, em Copacabana, e publicou na França no ano passado - ele diz que, por liderar o comitê sindical autônomo da Alfa-Romeo, Mutti era vigiado pela polícia e hostilizado pelos comunistas. Por isso, reduzia ao máximo o contato com os camaradas. Mas evitava mais Battisti que os outros. "Em cada um dos nossos encontros, havia qualquer coisa no ar", ele escreve. "Como a menina e o menino que sabem que acabarão juntos, mas retardam ao máximo esse momento."

Até que, numa determinada reunião, discutiu-se a necessidade de arrumar dinheiro para sustentar os militantes clandestinos. A idéia de se envolver de novo em roubos e assaltos fez com que Battisti sentisse um frio na espinha. Pela primeira vez, Mutti levantou os olhos em direção ao rapaz. "Ele farejou o meu medo, o escroto", diz Battisti. Os dois passaram a noite juntos, num restaurante, e num bar, a madrugada. Na manhã seguinte, ele acordou na cama de Mutti, que já tinha saído para trabalhar. Os lençóis tinham odor de mulher.

Ficaram amigos. Ambos vinham de famílias modestas, se meteram em arruaças de rua, na pequena delinqüência, na política. A militância dera forças a Mutti para se afastar das drogas. Ficaram mais que amigos: compartilharam a cama e a mulher do dirigente dos PAC, uma anarquista com horror à idéia de ter filhos. Para ela, parir seria pôr mais explorados no mundo. Bem ao contrário de Mutti, cuja certeza de que a revolução estava ao alcance da mão fazia com que desejasse, ardentemente, ter filhos: eles viveriam o socialismo.

O líder e o liderado brigaram depois da primeira execução promovida pelos Proletários Armados. Battisti conta que, horrorizado com a morte do carcereiro Santoro, defendeu a dissolução do grupo. Mutti reagiu com raiva. Jogou um copo no chão, cobriu o rosto com as mãos e acusou o companheiro de traição. Em junho de 1979, uma operação policial prendeu dezenas de pessoas ligadas aos PAC. Inclusive Battisti, que morava num apartamento onde estavam escondidas armas do grupo. Ele foi acusado de formação de quadrilha, subversão e posse de armas. Exames balísticos comprovaram que nenhuma das armas que estavam no apartamento foi usada nas quatro mortes reivindicadas pelos Proletários. Battisti foi condenado a doze anos e dez meses de prisão.

Não cumpriu a pena. Em outubro de 1981, um comando organizado por Pietro Mutti entrou à força na cadeia onde estava e o libertou. Ele ficou escondido uma semana, no subsolo de uma casa, em Roma. Enquanto isso, em Sermoneta, suas irmãs Rita e Assunta eram detidas durante quatro dias, e seus irmãos Vincenzo e Domenico, por um dia. A polícia queria saber o destino do caçula.

Quando Mutti e Battisti se reencontraram, o primeiro convocou o outro para uma ação armada. Battisti se recusou. Defendeu com afinco, pois passara meses pensando no assunto, a deposição das armas, o fim do atentados e do terrorismo. Mutti voltou horas depois, acompanhado de meia dúzia de jovens. Battisti repetiu os argumentos e foi xingado de traidor sujo. Uma das garotas, inflamada, lhe jogou um cinzeiro na cara. Mutti nada disse. Na hora de sair, cuspiu no chão. Nunca mais se viram.

Um toque prolongado de campainha encerrou os sessenta minutos de visita. Battisti se despediu com um sorriso tímido, espalmando a mão esquerda sobre o vidro - o sinal de despedida que, na etiqueta carcerária, o visitante deve responder abrindo também a palma de encontro à do preso, como se fosse possível se tocarem.

Acompanhei em seguida o deputado Fernando Gabeira, do Partido Verde, ao primeiro andar da Polícia Federal. Ele queria averiguar se Battisti podia tomar duchas quentes, pois as frias lhe agravavam a dor de ouvido, assegurar o acesso dele à medicação e, quem sabe, conseguir sua transferência para uma cela com menos gente. O delegado Angêlo Gioia ficou de averiguar se os remédios lhe eram ministrados nos horários determinados pelo médico. Nada falou sobre banho quente. Como a carceragem estivesse lotada, descartou a transferência de cela. Contou ao deputado que Battisti era mal visto pelos outros presos.

- Por quê?, quis saber Gabeira.

- Porque o advogado dele insistiu em ter uma reunião com contato físico, respondeu o delegado. É um direito dele, mas que implica revistar antes tanto o detido como o advogado. Os outros presos, que não sabem da obrigatoriedade da revista, acharam que o Cesare foi privilegiado.

Battisti tem direito a receber duas visitas por semana, na mesma hora, por sessenta minutos. Elas podem lhe levar quatro frutas, quatro litros de suco, um quilo de biscoitos, cigarros, produtos de higiene e um livro, desde que em português. Tudo deve ser acondicionado em sacos de plástico transparente. Presos e visitantes dão como certo que policiais monitoram os interfones. Há três câmeras de vídeo no locutório. "Como a PF vive cheia, devido a essas operações todas, Battisti está sendo prejudicado", diz Fernando Gabeira.

A situação dele já esteve pior. Ao ser preso, em março, em Copacabana, foi encaminhado ao presídio da Papuda, em Brasília. Sua chegada foi precedida pela notícia, velha de quase trinta anos, da morte de Antonio Santoro, o comandante de prisão em Udine. "Os carcereiros me gritavam: 'Aqui não é a Itália, seu assassino de policiais, aqui você vai se foder, seu filho da puta!'", disse Battisti. A hostilidade e as provocações aumentaram. Até que, um dia, o italiano recebeu uma joelhada nas costas, teve seu braço torcido, foi jogado no chão, chutado e cuspido. Ele fez uma denúncia à polícia civil e uma representação ao Supremo Tribunal Federal, pedindo a transferência de prisão. O ministro Celso de Mello, do STF, acatou a solicitação e ele foi levado à PF.

Abandonado pelos camaradas e com a polícia à sua procura, no final de 1981 Battisti atravessou os Alpes a pé. Estabeleceu-se em Paris. A decisão de fugir foi motivada pela sua crescente desconfiança na justiça, para ele encarnada em Armando Spataro, o procurador-adjunto do tribunal de Milão encarregado do seu caso. O procurador dificultava a visita de seus parentes, disse, e usou contra ele todos os recursos legais imagináveis.

Nos raros encontros com as irmãs, Battisti se esforçava para simular bom humor, para que elas saíssem do cárcere com o coração leve. Numa vez, recebeu Rita com piadas e ela desandou a chorar. Perguntou como ele podia rir diante do que acontecera com Giorgio. Só então soube que, três meses antes, o irmão mais velho, que trabalhava na colocação de placas em estradas, havia sido atropelado e morrera. A família lhe mandara cartas com a má notícia, mas o procurador-adjunto as confiscara. Um quarto de século depois, Battisti acredita que o mesmo Armando Spataro continua no seu encalço, encarniçadamente.

Battisti passou um ano em Paris. Com medo de ser descoberto, em 1982 mudou-se para o México com a mulher com quem veio a casar, Laurence. Para ganhar a vida, foi mergulhador submarino e cozinheiro. Foi lá também que descobriu sua vocação, a de escritor. Ele faz romances policiais, do gênero noir. São livros sombrios e violentos que, aqui e ali, recriam lances da biografia do autor: delinqüência juvenil, clandestinidade, solidão, terrorismo, perseguição, exílio, instabilidade e insegurança. Publicou uma dúzia deles na França e na Itália, em editoras de prestígio, como a Gallimard e a Einaudi.

Durante a estadia mexicana, reabriu-se o seu processo na Itália. Ele foi implicado nos quatro assassinatos dos Proletários Armados - diretamente, nos do policial e do carcereiro; e, por concepção e cumplicidade, nos dos comerciantes. Não surgiram novas provas ou testemunhas oculares. As acusações se basearam na palavra de Pietro Mutti.

Preso um ano depois da fuga de Battisti, Mutti se beneficiou da lei que deu origem aos pentiti, os arrependidos. A legislação, de 1982, foi concebida para ajudar no desmantelamento de organizações terroristas (e veio a ser usada contra a máfia, sobretudo na operação Mãos Limpas). Ela pertence à família da delação premiada: possibilitava que o dedo-duro diminuísse a pena, e até mesmo não a cumprisse, na proporção em que apontasse outros culpados. Acusado de matar Santoro, e ameaçado de prisão perpétua, Mutti passou a colaborar com a promotoria. Responsabilizou Battisti pelas quatro mortes dos PAC.

Battisti tem uma explicação racional para a delação de Mutti. Avaliou que, ao responsabilizá-lo pelos crimes de sangue, o ex-amigo e mentor agiu de maneira politicamente responsável. "Qualquer militante de esquerda sabe que, se necessário, você entrega primeiro os companheiros que estão longe, a salvo da polícia", ele disse, em Brasília. "E entrega os mais velhos, para preservar os jovens. Eu me enquadrava nos dois casos: estava fora da Itália e não era um dos garotos que Mutti acabara de recrutar."

Feitas todas as contas, o que sentia, preso num país distante, duas décadas depois, quando pensava em Mutti? Battisti disse uma palavra, acompanhada de um gesto de desprezo: "Melancolia". O arrependido cumpriu poucos anos de pena. Solto, nunca mais se soube nada de Pietro Mutti.

Battisti foi condenado à prisão perpétua, e teve a sentença confirmada e reconfirmada em instâncias superiores. Usou-se, sempre, o procedimento da contumácia - a suposição de que o acusado se ausentou por vontade própria do julgamento. Battisti, que estava no México, nega que tivesse conhecimento do processo.

"Cesare sempre foi um revoltado, na infância e na juventude", contou seu irmão Vincenzo, tomando um café expresso e fumando um cigarro, nervosamente, num bar em Brasília. Ele acabara de estar com o caçula, na Polícia Federal, depois de três anos sem vê-lo. Como Giorgio, Vincenzo trabalhava em sinalização rodoviária. Aposentou-se e ainda é um dos sete mil moradores de Sermoneta.

Vincenzo havia chegado na véspera à capital. Vestia uma calça de veludo e jaqueta marrons, excessivas para o calor e a secura da cidade. Ao ver o irmão, lágrimas rolaram pelo rosto, e ele as enxugou com a manga do casaco. Battisti abriu um raro sorriso, apontou o interfone e, sem derramamentos, pediu que anotasse recados - para Assunta e Rita, para Domenico, para Charlène e Valentina, para Laurence e Fred.

A mim, Battisti disse que não quisera alarmar o irmão, mas se sentia bem pior com relação a nosso encontro anterior: "Tenho dor de cabeça constante, insônia, crises de depressão, náuseas, falta de apetite. Recebo os remédios de vez em quando. Continuo sem permissão para tomar banhos quentes." Pedi que comparasse as prisões da Itália e da França com as do Brasil. "Lá, estive em cadeias de segurança máxima", disse. "Elas eram bem ruins, mas aqui é o inferno."

No café, Vincenzo contou o quanto a viagem ao México, para ver o irmão, mudara sua vida: "Conheci uma mexicana. Uma bela mulher. Tivemos um caso. Ela ficou grávida e quis ter a criança. Eu voltei para a Itália. Minha mulher italiana ficou muitíssimo brava. Mas continuou comigo, felizmente. De maneira que agora tenho outro filho lá, além do rapaz e da moça na Itália. É um baita mexicano, de bigodão, que está com dezoito anos. Ele vai a Semoneta no Natal. Cesare falou, agora há pouco, que eu deveria ter passado uns dias no Rio, que ele acha a cidade com as mulheres mais lindas do mundo. Não estou mais na idade." Ele ficou quinze dias no Brasil, não visitou o Rio, e, ao todo, conversou menos de duas horas com o irmão.

François Mitterrand escolheu uma ocasião solene para anunciar sua posição quanto a um problema que, desde a posse na presidência, o atazanava: o que fazer com os terroristas dos anos de chumbo que fugiram da justiça italiana e viviam na França. Falou do assunto no dia 20 de abril de 1985, na comemoração do 65o Congresso da Liga dos Direitos Humanos.

O presidente disse que moravam na França cerca de 100 dos italianos que participaram da luta armada nos anos de chumbo. Considerou que eles haviam rompido com a "máquina infernal" dos atentados. "Eles começaram uma segunda fase nas suas vidas", discursou, "se inseriram na sociedade francesa, muitos se casaram, fundaram uma família, acharam uma profissão." E anunciou que, pouco antes, avisara o governo italiano de que essa centena de militantes estaria "ao abrigo de toda sanção por meio de extradição". Nascia a Doutrina Mitterrand, uma anistia transalpina.

Battisti continuou no México, e lá teve a sua primeira filha, Valentina. Em 1990, sua mulher voltou para Paris com a menina. Battisti não agüentou de saudades. Desembarcou no Aeroporto Charles de Gaulle com um passaporte falso e foi recebido por Laurence e a filha. Alojou-se com elas no pequeno apartamento da sogra, no XIII arrondissement, um bairro barato. Passou os primeiros dias flanando pela cidade. Levava e pegava a filha na escola, reencontrava amigos da sua primeira temporada parisiense, matava na Butte-aux-Cailles as saudades de um autêntico camembert. Sua vida engrenou: terminou um romance e fez traduções para o italiano de autores franceses de policiais. "Eu estava feliz, mas sabia que a minha prisão era inevitável", disse.

Em janeiro de 1991, ele foi detido na prisão de Fresnes, enquanto a justiça francesa analisava o pedido de extradição formulado pelo governo italiano. Em maio, a demanda foi rejeitada. O fundamento para a negativa foi a Doutrina Mitterrand, que virara jurisprudência. Um segundo recurso confirmou a primeira instância: ele era "não-extraditável".

Cesare Battisti obteve um título de estadia temporária na França. Teve uma segunda filha, Charlène. Seus livros foram elogiados pelos críticos e venderam razoavelmente. "Nunca pensei em viver em outro lugar que não Paris", ele disse. "Para mim, a cidade é sinônimo da Revolução de 1789, da Comuna, do maio de 68. Michel Foucault foi o guru da minha militância juvenil, junto com Deleuze e Baudrillard. Gostei do México, fui feliz lá, mas não sou um latino-americano, sou um europeu."

No mês passado, ele recebeu cartas das filhas. Charlène, de doze anos, escreveu o seguinte:

Querido papai,
Terminei a escola em 21 de junho. Nesse dia, cada professor organizou uma pequena festa. Toda a classe se divertiu muito, e eu também. Depois, minhas amigas (Alexia, Marie-Ange, Mélina, Meiwen, Karine) e eu fomos ao parque de Choisy. E para terminar a noite, era a Festa da Música. Neste verão, mamãe e eu vamos te visitar em Brasília. Estou realmente com pressa de te ver. Depois nós vamos à Vendéia, na casa de Fred, e eu vou ver o bebê do galo e da galinha da Fred. Ele deve ser superbonitinho.
Eu te amo muito, muito
e
te encho de beijos
Charlène,
PS: envio uma foto de quando voltei a Paris.

Na foto, a menina de cabelos loiros, repartidos do lado direito e caídos quase até a cintura, está sentada num banco de ônibus parisiense. No verso do retrato, há um pequeno coração desenhado.

De Trieste, Valentina mandou uma carta, datada de 4 de julho. Ela conta que soube pelo "Corriere della Sera que você pode ler um livro por semana. Se ler algum que exista em italiano, me diga o título. Se eu contar para a tia Assunta que você pode ler, ela vai lhe mandar a Bíblia inteira, o Evangelho e as cartas de São Paulo!" Informa que "a maldição da família continua: as primas não encontram marido e os machos formam família. Willian se tornará marido em agosto e Martino será papai em janeiro". Dá mais notícias dos Battisti: "A tia Assunta continua a falar com demônios ausentes. Tio Domenico continua a viver para a mulher. Tio Vincenzo pinta os bigodes para disfarçar a idade (pinta muito, você vai ver por si mesmo) e tia Rita limpa a casa". Ao se despedir, escreve: "Estamos ao teu lado, um beijo forte, te queremos bem".

Às vezes, no idílio parisiense, o passado ameaçava voltar. Com a colaboração jurídica e policial cada vez mais estreita entre os estados-membros da União Européia, os nomes dos procurados por crimes na Itália reapareceram nos arquivos franceses. No início de 1998, um grupo de advogados enviou uma carta ao primeiro-ministro, pedindo que se esclarecesse o estatuto dos exilados italianos. Na resposta, o socialista Lionel Jospin assegurou: "Meu governo não tem a intenção de modificar a atitude que foi adotada pela França até o presente. É por isso que ele não dará seguimento a nenhum dos pedidos de extradição dos refugiados italianos".

De maneira quase imperceptível, no entanto, sua situação começou a mudar. Em 2001, Silvio Berlusconi se tornou primeiro-ministro na Itália. No ano seguinte, Lionel Jospin chegou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições presidenciais, atrás do fascista Jean-Marie Le Pen. No segundo turno, Jacques Chirac foi reeleito com mais de 80% dos votos. A direita reconquistou a maioria da Assembléia Nacional. O ministro da Justiça, Dominique Perben, declarou, a respeito dos exilados italianos: "Houve uma mudança na atitude da França". Depois de nove governos, de direita e esquerda, a Doutrina Mitterrand virava letra morta.

Em fevereiro de 2004, Battisti foi detido por policiais da Direção Nacional Antiterrorista. O pretexto foi a queixa de um vizinho de que o italiano o teria ameaçado. Battisti acredita que o reclamante tenha sido manipulado pela polícia, e acha bizarro que agentes encarregados de terrorismo tenham investigado uma briga de vizinhos. A justiça decidiu que a queixa era improcedente e Battisti foi solto. Pôde aguardar em liberdade o julgamento da extradição. O governo italiano encaminhou um dossiê incriminatório de 800 páginas à justiça francesa.

Houve agitação nos meios intelectuais e políticos. À esquerda, mas também em setores liberais, considerou-se que os direitos dos italianos, que reconstruíram suas vidas a partir da palavra empenhada pela mais alta autoridade da República, foram violados pelo governo. "Como justificar uma mudança súbita da atitude da França?", perguntou o abade Pierre, numa carta ao presidente da República. O frade capuchinho, que morreu no início do ano, era uma das personalidades mais respeitadas no país, por ter criado, no pós-guerra, uma organização de ajuda aos sem-teto e combate à pobreza, os Emaús. A pergunta do religioso não teve resposta, mas ecoou num abaixo-assinado de senadores, num manifesto da Liga dos Direitos do Homem, em petições de escritores e intelectuais.

Também se atacou a legalidade da extradição. Por dois motivos centrais e um acessório. Primeiro, por não existir no direito francês a contumácia, a condenação de uma acusado in absentia. Battisti não teria podido se defender. Nem poderia fazê-lo, já que na Itália, onde sua condenação transitara em julgado, a única alternativa era cumprir a pena. O segundo motivo refere-se à repetição do julgamento: como fora julgado "não-extraditável" doze anos antes, não deveria ter sido levado novamente, pelo mesmo motivo, a um tribunal. O motivo acessório era político. Havia quem argumentasse que, com leis como a dos arrependidos, a Itália dos anos de chumbo não deveria ser considerada um Estado de direito.

Na França, o affaire dizia respeito mais a um princípio - o do respeito à palavra do Estado - que à vida concreta de um homem. O próprio Battisti talvez tenha contribuído para isso. Em nenhum momento ele proclamou sua inocência. A questão de princípio era vista com simpatia pela grande imprensa e pelos intelectuais. O homem Battisti, nem tanto. Corria, surdo, o rumor de que ele era antipático, fechado, neurótico.

Na Itália, o affaire era outra coisa. À exceção de um jornal de extrema-esquerda, Il Manifesto, toda a imprensa e todos os partidos o consideravam um terrorista assassino e fujão. As entrevistas na televisão de Alberto Torregiani, em cadeira de rodas, tiveram impacto.

Com o passar dos meses, a imagem de Battisti na França ficou parecida com a que ele tinha na Itália. O jornal mais respeitado, Le Monde, publicou um editorial em defesa do direito de o escritor continuar no país. Pouco depois, porém, o ombudsman (que lá é chamado de "mediador") publicou um incisivo ataque a Battisti. O subprocurador Armando Spataro, o mesmo que teria impedido que ele soubesse da morte do irmão, 25 anos antes, deu uma longa entrevista. Nela, disse que Battisti foi preso "quase em flagrante delito", já que no seu apartamento havia armas. O deputado Luciano Violante, líder da bancada da Democracia de Esquerda - que reuniu remanescentes do extinto Partido Comunista Italiano - na Câmara, defendeu no Monde a extradição. O jornal voltou atrás no apoio a Battisti.

No final de junho de 2004, o Tribunal de Apelação de Paris autorizou a extradição de Battisti. Seus advogados entraram com um recurso. Em outubro, veio a sentença definitiva, da Corte de Cassação: ele deveria ser entregue à Justiça italiana. Entre uma decisão e outra, ele continuou em liberdade. Tinha a obrigação de se apresentar semanalmente na sede da Polícia. Assim fez, sempre acompanhado de vereadores socialistas e verdes - até o início do outono, o dia 24 de agosto, quando caiu de novo na clandestinidade. (Posteriormente, a sentença de extradição foi confirmada pelo Conselho de Estado francês e pela Corte Européia de Direitos Humanos, em Strasburgo.)

Tiveram peso no julgamento três cartas, assinadas por Battisti, encarregando um advogado italiano de defendê-lo das acusações de assassinato. Como eram datadas de 1982 e 1990, comprovariam que ele estava ciente do julgamento, que orientou a defesa e, portanto, não foi condenado em contumácia. Battisti afirmou que, antes de fugir da Itália, deixou papéis assinados, mas em branco, com um advogado. Um exame grafotécnico, que só foi liberado pelo ministério da Justiça três meses depois de ele sumir da França, mostrou que as assinaturas foram postas no papel anos antes de os textos serem escritos. "Essas cartas são fraudes", disse Fred Vargas, "mas foi com elas que o Estado francês forçou um inocente a se exilar."

Foi somente dezesseis dias antes de desaparecer que Battisti, finalmente, veio a público para se dizer inocente. "Jamais matei", afirmou ao Journal du Dimanche, "e posso dizer isso olhando nos olhos dos familiares, das vítimas e dos magistrados."

Perguntei a Battisti por que ele só fora taxativo quanto à sua inocência no último momento. "Tive de assumir uma responsabilidade política", respondeu. Ele explicou que não poderia fingir que os 100 refugiados italianos não existiam. Para essa comunidade, e para os seus advogados, o que deveria ser preservado era a Doutrina Mitterrand, o princípio que protegeria a todos. Não se devia, portanto, entrar no mérito da culpa ou da inocência individual. Quis saber se essa linha não terminou por prejudicá-lo. "Sem dúvida", respondeu. Especulei se ele não se alinhara com os refugiados italianos por remorso, porque era mal visto por eles. "Pode ser", ele disse. Ficou em silêncio. E falou: "Eu aceito ser julgado por ter pertencido a uma organização que participou da luta armada. O que não aceito é que me joguem na prisão, pelo resto da vida, por assassinatos que não cometi. Foi por isso que vim para o Brasil".

As irmãs Frédérique e Joëlle Audoin-Rouzeau são artistas conhecidas na França, se bem que não com esses nomes. Quando se tornou pintora, Joëlle criou um pseudônimo que unia o diminutivo do seu prenome ao sobrenome da personagem feita por Ava Gardner no filme A Condessa Descalça: Jo Vargas. Sua irmã gêmea adotou o mesmo método e virou Fred Vargas. Ela é arqueóloga, com especialização em animais domésticos da Idade Média. Mas é com romances como Fuja Logo e Demore para Voltar e O Homem dos Círculos Azuis que adquiriu o renome de a mais inventiva escritora francesa de livros policiais.

Na última quinta-feira de julho, três anos depois de terem visto Battisti na França, Jo e Fred Vargas estiveram com ele, em Brasília. "Foi um reencontro emocionadíssimo", contou Maria das Graças Silva, funcionária da Comissão de Direitos Humanos da Câmara que todas as semanas, sem falha, vai à PF para ver se é possível melhorar, de alguma forma, a situação de Battisti. Logo depois do encontro, a romancista telefonou a Gabriel García Márquez, para contar ao escritor colombiano como estava o preso.

Fred Vargas é a campeã da causa de Battisti. Ela anima os comitês de apoio ao italiano, discute estratégias de defesa com advogados, ficou amiga das filhas dele, organizou o livro La vérité sur Cesare Battisti e escreveu o posfácio de Minha fuga. A escritora contou que só trocara rápidas palavras com Battisti, em reuniões literárias, até que ele foi preso. "A injustiça era tão flagrante que resolvi me empenhar em defendê-lo."

Ela participou das discussões que levaram Battisti a deixar em segundo plano a defesa da sua inocência. "Ele acreditou na justiça francesa, achou que ela seria independente", disse a romancista, numa conversa telefônica. "Eu sempre tive sérias dúvidas quanto a isso. Battisti viveu um drama corneliano: abandonar a sua salvação individual ou ser acusado de traição coletiva. No fim, ficou claro que os governos da Itália e da França se uniram para extraditá-lo."

- Por quê?

- Porque havia interesse em transformá-lo num bode expiatório, ela respondeu. Foi um processo bastante parecido com os que ocorriam na Idade Média, que estudei como arqueóloga. Battisti virou primeiro um estrangeiro, depois um terrorista, depois um assassino, depois um monstro. O governo italiano montou uma célula, na sua embaixada em Paris, para denegrir Battisti e, por intermédio da imprensa, influenciar a justiça francesa. E os governos da Itália e da França devem estar agindo assim.

- Como?

- Esse nosso telefonema, por exemplo, pode estar sendo gravado, ela respondeu.

- Mas para quê?

- Para saber qual será a linha adotada pelos advogados na defesa de Battisti no julgamento no Brasil.

O escritor já havia falado da tal célula e do empenho do governo italiano em extraditá-lo. Coloquei-lhe uma dificuldade nesse raciocínio. Quem iniciara a pressão fora o governo de Silvio Berlusconi, que tinha o apoio de grupos de extrema-direita e fascistas, para os quais a prisão de Battisti era um ponto de honra. Mas quem levara adiante a extradição fora o governo de Romano Prodi, sustentado por algumas forças da esquerda, inclusive os ex-comunistas.

"Mas é por isso que a pressão aumentou", disse Battisti. Para ele, são justamente os ex-comunistas que têm interesse em condená-lo. "Foram eles que ajudaram a criar a legislação de exceção; foram eles que, nos anos 60, se uniram à democracia-cristã contra o Movimento; são eles que, sempre que podem, gostam de demonstrar o seu apreço à ordem autoritária."

Quando Battisti faltou ao controle judiciário e desapareceu da noite para o dia, a polícia francesa ficou numa posição vexatória. Várias reportagens questionaram a competência dela. Ainda mais porque a polícia admitiu que o escritor estava sendo vigiado 24 horas por dia, pois era mais que esperado que ele tentaria escapar, e se esconderia até a decisão de final.

Battisti a princípio não quis falar sobre a fuga da França. No segundo encontro, perguntei-lhe do quê sentia mais falta, na prisão. "De escrever e de me comunicar", respondeu, de bate-pronto. Disse então que gostaria de contar como escapara da França, um relato que omitira no seu livro de memórias. Lentamente, ditou o seguinte:

Em 2004, não fugi da França por conta própria. Os serviços de inteligência dos dois países [França e Itália] me providenciaram dois passaportes, um italiano e um francês. Eles me esperaram no desembarque no Brasil. O passaporte italiano, cujo código de barras estava desativado, com um tíquete em branco, foi ativado pela PF. Esse mesmo passaporte foi recuperado pela inteligência francesa, do meu quarto de hotel, no Rio, no mês de agosto de 2006. Assim, as autoridades policiais da França e do Brasil sempre me controlaram, sem se esconder. Eu não sei se Sarkozy estava planejando quem seria a sua vítima. Eu nunca disse nada sobre isso por medo. Existe uma testemunha para tudo isso. Agora eu desejo que toda essa parte se torne pública.

Como se recuperava de uma virose, e no dia seguinte viajaria para a Espanha, o ministro Tarso Genro, da Justiça, marcou a conversa sobre Battisti na sua casa, em Brasília. Semanas antes, ele havia discutido a situação do preso com o embaixador da Itália, Michele Valensise, e com o escritor francês Bernard-Henri Lévy. O diplomata lhe encaminhou o dossiê acusatório contra Battisti e o pedido de extradição. "Eu recebi o processo, como é de ofício", conta Tarso Genro, "e disse ao embaixador que o caso é da alçada do Supremo Tribunal Federal". Já o autor de American Vertigo aproveitou que tinha uma palestra no Brasil para visitar tanto Battisti como o ministro da Justiça. A Tarso, BHL (como é conhecido na França) repetiu o ponto de vista que expôs no prefácio das memórias de Battisti: o italiano deve ter o direito de se defender.

Ao saber que Battisti contara que as policiais da França, da Itália e do Brasil monitoravam seus passos, o ministro não se espantou. "Em tese, até existe a possibilidade de que algo semelhante possa ter ocorrido", ele disse. "Os mundos da espionagem, dos serviços de segurança e das polícias são interpenetráveis. Agentes de países diversos podem trocar informações entre si, à revelia das hierarquias. O que é impossível é uma autoridade dar uma ordem à PF para que cometa uma irregularidade, que não prenda, por exemplo, uma pessoa contra a qual há uma ordem de prisão internacional."

Battisti contou ainda que policiais franceses seguiram seus passos, praticamente o tempo todo, no Brasil. "Eles alugaram um apartamento em frente ao meu, me seguiam na rua e em viagens", disse. "Às vezes, eram acompanhados por policiais brasileiros." Ele diz que tem uma testemunha que pode confirmar a história. É uma moça, que encontrou em Copacabana, chamada Joyce Passos Santos, e se tornou sua amiga. Ela seria técnica em informática e moraria em Belford Roxo. Battisti diz que sabe chegar à casa dela, mas não lembra do seu endereço. Ele afirma que Joyce foi subornada pela polícia e passou a espioná-lo.

Para o italiano, o dia da sua prisão no Rio - 18 de maio passado - deve ter sido escolhido por Nicolas Sarkozy, que era então ministro do Interior (e, portanto, chefe das forças policiais e de segurança) e estava em campanha pela presidência francesa. "Sarkô deu um golpe publicitário, quis mostrar que é o supertira", disse-me. Essa versão circulou com tanta intensidade na França, nos dias que se seguiram à prisão, que o próprio Sarkozy teve de desmenti-la. Seus dois principais oponentes na campanha, a socialista Ségolène Royal e o centrista François Bayrou, se disseram contra a extradição de Battisti.

A embaixada da Itália não fala oficialmente sobre o affaire. Mas, numa conversa bastante objetiva, um diplomata que trabalha no edifício projetado em Brasília por Pierluigi Nervi disse que o caso contra Battisti é muito consistente. Ele lembrou que a condenação do seu conterrâneo se deu em três instâncias; que na França outras três instâncias aprovaram a extradição; e que uma corte superior européia considerou o processo plenamente legal. Fazendo todas as ressalvas de que a justiça brasileira é soberana, o diplomata não via por que o Supremo teria um entendimento diferente.

Nos últimos anos, porém, o governo italiano entrou no STF com quatro pedidos de extradição de ex-militantes dos anos de chumbo. E nenhum deles foi mandado de volta para a Itália. Foi exatamente por isso que Battisti veio para o Brasil. "Eu não quero passar o resto da minha vida na clandestinidade", explicou. Para conseguir a extradição, o Supremo terá de ser convencido de que os crimes de Battisti tiveram motivação comum, e não política.

"A Itália não tem jeito", lamentou Piero Mancini, abrindo um sorriso irônico, no terraço do Bar Lagoa, no Rio, num fim de tarde de julho. "Dezenas de milhares de pessoas participaram dos anos de chumbo. Foi uma militância de massa, que levou a uma repressão igualmente de massa. As pessoas queriam mudar a sociedade, roubaram, se bateram, mataram e morreram por isso. E a Itália continua a insistir que tudo aquilo não foi político."

Mancini está com 59 anos, é robusto e tem a fala mansa. Ele chegou à Universidade de Trento, em 1968, para estudar sociologia. Foi logo arrastado pelo Movimento. Entrou no movimento estudantil, logo mudou para Milão e se tornou quadro da Federação dos Metalúrgicos, militante da organização Autonomia Operária e editor do jornal Rosso. Em 1979, perseguido pela polícia, mudou-se para Nova York. Foi aberto um processo contra ele. À revelia, em 1996, Mancini foi condenado a vinte anos de prisão, por subversão, formação de quadrilha armada e participação, indireta, num assassinato - ele organizou uma passeata na qual morreu um policial. A essa altura, ele estava no Brasil, onde montou uma produtora de vídeo. Há dois anos, cumprindo um mandado da Interpol, a PF o prendeu no Rio. Ficou na cadeia por seis meses. Sua extradição foi negada por dez votos a um. Adaptou-se tão bem ao Rio que, a pretexto de que o inverno carioca estava inclemente, pediu uma caipirinha de lima.

"A Itália só toma jeito se tirarem o papa do território nacional", ele diz, de brincadeira, mas talvez nem tanto. "Onde já se viu uma lei chamada dos arrependidos? O sujeito tem que se arrepender do que fez, bater no peito, fazer penitência, apontar outros hereges... Só na Itália. No Brasil, e em toda a América Latina, houve anistia. Houve processos políticos. Só a Itália acha que foi tudo uma questão de pecado, arrependimento e punição. Por causa da mentalidade católica, do papa!"

Luciano Pessina é outro italiano que teve sua extradição negada pelo Supremo. Foi o seu caso que criou a jurisprudência: explicitamente, por onze a zero, os juízes do STF decidiram que ele era um preso político, e portanto não poderia se extraditado. Dono de um restaurante em Ipanema, o ex-militante da Autonomia Operária esteve há pouco em Milão, sua cidade de origem. "Milão mudou muito, está rica e cosmopolita, cheia de árabes, africanos, asiáticos", ele disse, pouco depois de desmontar da bicicleta e entrar no seu restaurante. "E eu, praticamente um migrante, não me adaptei. Fiquei então nessa posição estranha: vivo bem aqui, tenho uma filha brasileira, mas não sou bem brasileiro."

Cesare Battisti não chegou a formar uma opinião sobre o país onde se escondeu e no qual quer viver. "No começo, achava o Brasil parecido com os Estados Unidos", disse, "mas um Estados Unidos decadente, caindo aos pedaços. Há algo no país que me escapa, que não consigo entender." Ele refletiu, se preparou para perguntar algo. Mas a campainha soou e o pensamento lhe escapou. Ele abriu a mão de encontro ao vidro para se despedir.






LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Planos para a liberdade; Como o italiano Cesare Battisti, condenado por terrorismo na Itália, se prepara para deixar a cadeia e fixar-se no Brasil

Luiza Villaméa

img.jpg
FUTURO
Namorada brasileira aguarda Battisti em Brasília

O italiano Cesare Battisti, cuja extradição por ações terroristas é reivindicada pelo governo Silvio Berlusconi, recebeu na quarta-feira 24 uma visita especial no presídio da Papuda, em Brasília. Trata-se de Joice Lima, uma mulata exuberante de 25 anos que o italiano já namorava antes de ser preso no Rio de Janeiro, em março de 2007. Hospedada na casa de uma militante de esquerda em Brasília, Joice intensificou os contatos com o namorado nas últimas semanas, por causa da expectativa de que ele comemore fora das grades o aniversário de 56 anos, em 18 de dezembro. É quase certo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decida pela não extradição de Battisti nos próximos dias. Lula passou um ano em silêncio desde que o Supremo Tribunal Federal determinou que a última palavra sobre o caso é do titular do Palácio do Planalto. Mas, assim que terminou a campanha eleitoral, Lula deixou claro que o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, preparava o parecer que sustentará a decisão. “Estou confiante, mas em direito e em política não se ganha nada de véspera”, contemporiza o advogado de Battisti no Supremo, Luís Roberto Barroso.

No Brasil e no Exterior, integrantes de uma ampla rede de apoio ao italiano discutem agora as estratégias para a nova fase. Na ala da Papuda que divide com policiais condenados pela Justiça, o próprio Battisti tenta não criar expectativas demasiadas em relação à liberdade. “Como não estou certo do que acontecerá, fica difícil me projetar fora das grades depois de tanto tempo na prisão”, disse Battisti à ISTOÉ, por meio de mensagem transmitida por Joice. “Tento controlar o nervosismo e a ansiedade tomando calmantes.” No mesmo dia, Battisti despachou mais uma mensagem, para o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh. Reiterou que, recebendo o sinal verde de Lula, deseja deixar a Papuda em companhia do advogado, viajando em seguida para São Paulo. “Ele tem uma memória trágica do Rio”, lembra Greenhalgh, referindo-se ao cenário da prisão do italiano.

Battisti, que pretende ficar ao lado de Joice tão logo saia da cadeia, não deseja a proteção do advogado por acaso. Com longa tradição na defesa dos direitos humanos, Greenhalgh é também conhecido por ter providenciado guarida a perseguidos pelas ditaduras militares que imperaram na América Latina até a década de 1980. Como outros parceiros da rede de apoio a Battisti, o matemático argentino Carlos Lungarzo, integrante da Anistia Internacional, acredita que, mesmo no Brasil, o italiano possa ficar vulnerável a ataques de grupos de extrema direita de seu país de origem. “Ele já sofreu uma tentativa de sequestro na Córsega”, diz Lungarzo, referindo-se a episódio ocorrido na ilha, região administrativa da França, quando Battisti estava foragido.

O longo período de fuga, as ações na Itália como militante da organização Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) e os 42 meses de cárcere no Brasil são etapas da vida que Battisti pretende arquivar tão logo atravesse o portão da Papuda rumo à liberdade. Pelo planejado, será uma saída discreta. Grupos autônomos brasileiros acostumados a promover manifestações em solidariedade a Battisti – como o Crítica Radical e o Passa Palavra – desta vez ajudarão preservando o silêncio. Determinado a não ter mais nenhum tipo de atividade política, o italiano quer se dedicar apenas a atividades culturais.

Escritor profícuo, Battisti tem a maior parte de sua obra publicada na França (leia quadro). Sua faceta literária é pouco conhecida no Brasil. Um dos fundadores do site Cesare Livre!, o antropólogo Paíque Duques Lima está empenhado agora em preparar outro portal eletrônico, para divulgar o trabalho literário do italiano. “O momento mudou”, resume o antropólogo. Condenado à revelia na Itália por quatro assassinatos cuja autoria ele nega, Battisti passou quase três décadas tentando escapar da Justiça italiana, incluindo o período vivido na França sob a proteção do governo François Mitterrand. Criador da chamada Doutrina Mitterrand, o presidente se recusava a extraditar militantes que haviam atuado na Itália nos anos 1970.

img1.jpg

Depois de viver 15 anos na França, Battisti começou uma trajetória de fuga assim que o sucessor de Mitterrand, Jacques Chirac, passou a adotar uma política diferente em relação aos pedidos de extradição da Itália. Por uma rota inusitada, que incluiu uma escala em Cabo Verde, na África, e outra em Fortaleza, no Ceará, o italiano chegou ao Rio de Janeiro. Clandestino, escrevia um romance com toques autobiográficos quando foi preso em Copacabana durante operação envolvendo a Interpol. Desde então, os amigos que havia feito no círculo de intelectuais e artistas de Paris jamais o abandonaram. Em movimento batizado como Les Amis de Cesare e liderado pela escritora francesa Fred Vargas, eles agregaram centenas de outras personalidades em torno de uma campanha pela libertação do italiano. Na noite da sexta-feira 26, os integrantes mais ativos do grupo tinham uma reunião marcada no bairro parisiense de Montmartre para discutir como poderão ajudar daqui por diante. Por enquanto, Battisti tem definido apenas a atuação exclusiva como escritor e a pretensão de passar o resto da vida no Brasil. Não sabe exatamente em qual cidade. Seja em qual for, quer um espaço onde possa receber sem grades os irmãos – Vincenzo, Domenico, Assunta e Rita –, que vivem na Itália, e as filhas Valentina e Charlène, que moram em Paris.

img2.jpg


26.Nov.10 - 21:00



LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

"Super 8" beats "X-Men" to be number one at North America box office



2011-06-13 03:03:33

LOS ANGELES, June 12 (Xinhua) -- A bunch of school children living in the late 1970s overpowered a superhero team in box office derby fought across North America this weekend, with "Super 8" opened with 37 million U.S. dollars in movie ticket sales which relegated "X-Men: First Class" to number two place, statistics released by industry authorities showed on Sunday.

The sci-fi/horror film, which was shot as a homage to the early films of Steven Spielberg, who produced the film, opened for previews Thursday and took in 12.17 million dollars during the day, nudging its running total up to 38 million dollars, according to distributor Paramount Pictures. Written and directed by J. J. Abrams, who also directed "Mission: Impossible III" (2006) and " Star Trek" (2009), the film opened to widest release on roughly 5, 500 screens at 3,379 location in Canada and the United States.

The sci-fi film "defies the naysayers and performs way above projections," said Hollywood analyst Paul Degerabedian. "A 15 percent uptick on Saturday reflects great word-of-mouth."

The Abrams-Spielberg collaboration has received a positive feedback from movie critics. Movie review aggregator Rotten Tomatoes gave it a score of 82 percent, with a rating average of 7. 5 out of a possible 10. However, its frequent homages to, or imitation of earlier Spielberg films have produced negative reviews.

As a result, it received a B+ from CinemaScore which was collected from opening night moviegoers, making it a so-so performance. Exit polling conducted by Paramount Pictures showed that 71 percent of its audience was over 25 years old and 56 percent was male.

Last week's box office winner, "X-Men: First Class," from the 20th Century Fox, a prequel to the four other movies in the "X-Men " franchise, had a 25 million dollar weekend, and is on track to post an estimated 98.9 million dollars in gate in 10 days. Sitting in third place is "The Hangover Part II," a comedy sequel which grossed 18.5 million dollars this weekend for a total of 216.6 million dollars over three weeks.

"Kung Fu Panda 2," a 3-D animated film from Paramount/ DreamWorks, took in 16.6 million dollars in fourth place. It is on track to reap 127 million dollars over three weeks.

"Pirates of the Caribbean: On Stranger Tides," the fourth sequel to the hit "pirates" franchise from the Walt Disney Studios, is projected to sell 10.8 million dollars in ticket stubs. It has amassed a total of 208.8 million dollars during four weeks of showing.

Rounding out the 10 most-popular movies this weekend are: " Bridesmaids" (10.2 million dollars), "Judy Moody and the Not Bummer Summer" (opening with 6.3 million dollars), "Midnight in Paris" (6.1 million dollars), "Thor" (2.4 million dollars) and " Fast Five" (1.7 million dollars).







LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Brasileiro exige políticos honestos...

Sim, todos nós estamos aí para cobrar a maior honestidade deles. Afinal, os políticos não são mesmo lá essas Coca-Colas, não é Palocci? Mas, vamos enumerar abaixo uma listinha de transgressões usuais na vida do cidadão médio ´Made in Brazil` e pedir que atire a primeira pedra aquele que nunca cometeu alguns desses pecados. Ou melhor, quem não os comete todos, todo santo dia:

)----------------------------------(

Mas ele mesmo é assim...

Fala no celular enquanto dirige.

Usa o telefone da empresa onde trabalha para ligar para o celular dos amigos ("Me dá um toque que eu retorno...")

Trafega pela direita nos acostamentos, em congestionamento.

Pára em filas duplas, triplas, em frente às escolas.

Viola a lei do silêncio.

Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.

Coloca nome em trabalho que não fez.

Coloca nome de colega que faltou em lista de presença.

Paga para alguém fazer seus trabalhos.

Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.

Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.

Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.

Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, e até dentadura.

Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.

Lava os carros com a água do condomínio.

Espalha churrasqueira, mesas, nas calçadas.

Estaciona em vagas exclusivas para deficientes

Pega atestado médico sem estar doente, só para faltar ao trabalho.

Faz "gato " de luz, de água e de tv a cabo.

Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.

Leva, de onde trabalha, pequenos objetos, como clipes, envelopes, canetas, lápis... como se isso não fosse roubo.

Dirige após consumir bebida alcoólica.

Compra recibo para abater na declaração de renda para pagar menos imposto.

Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.

Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10, pede nota fiscal de 20.

Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.

Leva, das empresas onde trabalha, pequenos objetos, como clipes, envelopes, canetas, lápis... como se isso não fosse roubo.

Nos estacionamentos, sai pela Entrada e entra pela Saída.

Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.

Compra produtos pirata com a plena consciência de que são pirata.

Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.

Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.

Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.

Frequenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.

Viola embalagens em supermercados para uma pequena degustação não autorizada.

Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.

Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.

Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve. E vai por aí... É pouco, ou quer mais?!



4.06.2011






LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Manual da Pessoa Presa será lançado amanhã, 2a.feira, 13, pela Defensoria Pública


"A defensoria Pública lança amanhã, 2a.feira (13/06), uma publicação que tem por objetivo´promover a educação dos direitos dos cidadãos`.

No evento, a apresentação do Manual da Pessoa Presa - Direitos e Deveres dos Encarcerados, a se realizar às 09h:00 no ginásio da Casa de Privação Provisória de Liberdade Prof. Clodoaldo Pinto.

Dentre os que participarão: defensores públicos, estagiários da DP, do Projeto Fazer Direito; voluntários voltados para a assistência religiosa e membros da APL.

Fonte: Edilmar Norões - Diário do Nordeste



www.direitoce.com.br



LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Magnificent Modular #Cat Climbing Wall


Fri, Jun 3, 2011

Climbing & Perching

Hold on to your cats! This might be the coolest new concept I’ve seen in a while! I just received photos from the folks at Catswall Design Co, Ltd. of this brilliant new idea for a modular cat climbing wall. It’s a set of beautifully crafted wooden boxes that mount on a wall grid so you can move the boxes around to create a modular configuration of climbing, perching, and napping spots for kitty. Only the grid is attached to the wall and the boxes hang on the grid. Great idea!

The boxes have hinged lids for easy cleaning and they are made of natural wood for a clean contemporary look.

I absolutely love the cat and fish cutouts. The photos of the cats inside the boxes look like “face-in-the-hole” photo booth shots! Hilarious!

This design is just in the concept phase now. This is the prototype, but I’m told the company is working on bringing this to market if it’s something people would be interested in. Please leave a comment and let us know what you think!







LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Ator Reynaldo Gianecchini é operado de hérnia em SP



DE SÃO PAULO

O ator Reynaldo Gianecchini, 38, teve alta nesta quinta-feira (9) do hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Ele passou por uma cirurgia de hérnia inguinal, na região da virilha, realizada na terça-feira passada. A hérnia é uma saliência que aparece sob a pele devido à exteriorização de uma parte de um órgão em pontos considerados "fracos". A hérnia inguinal é a mais comum delas.

A assessoria de imprensa do ator disse que não tem informações sobre o procedimento, mas informou que Gianecchini já está em casa se recuperando.

O papel mais recente do ator na TV foi o vilão Fred, da novela "Passione".


Marcio Nunes/TV Globo
Reynaldo Gianecchini
Reynaldo Gianecchini foi submetido a uma cirurgia de hérnia





LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Homem abre fogo em barraca de churrasco no centro de SP


Crime ocorreu sábado (11) na esquina entre Rio Branco e Duque de Caxias.
Agressor portava dois revólveres calibre 38, que deixou no local.

Do G1 SP


Armado com duas revólveres calibre 38, um homem não identificado abriu fogo contra dois vendedores, de 19 e de 32 anos, em uma barraca de churrasquinho localizada na esquina da Avenida Rio Branco com a Avenida Duque de Caxias, no centro de São Paulo, por volta das 22h de sábado (11). As vítimas foram socorridas pela Polícia Militar ao Pronto Socorro da Santa Casa de Misericórdia. O rapaz de 19 anos morreu. O caso foi registrado como homicídio qualificado.

Segundo informações do boletim de ocorrência, três homens estavam na esquina quando um homem não identificado passou a observá-los à distância. O suspeito deu uma volta, ficou atrás do grupo, sacou duas armas e começou a atirar. Após acertar o vendedor de 31 anos, ele correu atrás de rapaz de 19 anos, que caiu no chão e recebeu ainda mais tiros na cabeça. Policiais militares encontraram dez cartuchos deflagrados.







LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

El Supremo de EEUU impone a Microsoft una multa histórica por violación de patentes


Un edificio de la compañía Microsoft. | Reuters

Un edificio de la compañía Microsoft. | Reuters

  • Microsoft ha perdido la batalla contra una pequeña compañía canadiense, i4i
  • Empresas como Apple y Google habían apoyado a Microsoft en su apelación

Microsoft ha perdido este jueves en el Tribunal Supremo de EEUU la batalla contra una pequeña compañía canadiense que le acusaba de haber violado una patente, en un caso que le costará 290 millones de dólares (unos 200 millones de euros) y podría salpicar a otros gigantes tecnológicos.

Los magistrados de la máxima corte estadounidense respaldaron en un voto unánime a la empresa i4i, que acusaba a Microsoft de haber utilizado en su software 'Word' una herramienta de edición de 'XML' cuya patente le pertenece.

La sentencia impone sobre la compañía creada por Bill Gates la mayor multa económica establecida jamás en un caso de violación de patentes, y cierra un largo proceso abierto en 2007 por i4i.

Microsoft, respaldada por otros pesos pesados de la informática como Apple y Google, recurrió en el Supremo los veredictos dictados en su contra en varios tribunales, con el argumento de que la patente era suya y de que, en cualquier caso, ha eliminado la herramienta que la contiene en las últimas versiones de 'Word'.

Pero el mayor objetivo del gigante tecnológico era el de facilitar a las compañías que se enfrenten a litigios similares la posibilidad de probar que la patente de su demandante es inválida.

Según su argumento, el estándar legal actual para demostrar la invalidez de una patente es demasiado exigente, y esto hace que la balanza se acabe inclinando a favor de los demandantes.

Microsoft basaba su postura en supuestas pruebas que, según asegura, la Oficina de Patentes estadounidense no tuvo en cuenta cuando decidió conceder la licencia a la compañía canadiense.

En la audiencia, la juez Sonia Sotomayor consideró que el estándar actual es "claro y convincente" y debía emplearse para el veredicto en lugar de una "preponderancia de las pruebas", como esperaba Microsoft.

Pese a que el lenguaje empleado en la sentencia es muy técnico, la interpretación de su orden puede desatar disputas por derechos de propiedad y patentes de miles de millones de dólares, según expertos legales citados por la web especializada 'Computerworld'.

Además de Google y Apple, apoyaban a Microsoft en su apelación otras compañías tecnológicas como Intel y Verizon, fabricantes de automóviles como General Motors y Toyota, farmacéuticas que elaboran productos genéricos y empresas de servicios financieros, además de la cadena de distribución Wal-Mart.






LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

'Los ataques a Sony comenzaron cuando protegimos nuestra propiedad intelectual'


Kazuo Hirai, vicepresidente de productos y servicios de Sony | Pablo Romero

Kazuo Hirai, vicepresidente de productos y servicios de Sony | Pablo Romero

  • El máximo responsable de PlayStation destaca el agresivo precio de la PS Vita
  • Confrma que a la PS3 le quedan otros cinco años de vida, pese a su 'hackeo'

Sony atraviesa por un delicado momento. Si el terremoto y el destructor tsunami de febrero asestó un duro golpe a los resultados globales del grupo este año -ha multiplicado sus pérdidas por seis-, los ataques repetidos que sufren sus redes han puesto en riesgo la confianza de millones de usuarios en sus servicios 'online', especialmente PlayStation Network.

El ataque a PSN expuso datos de más de 100 millones de cuentas, y obligó a deshabilitar la red, la tienda de juegos y el servicio de música 'online' durante más de seis semanas.

Kazuo Hirai no es sólo el artífice del éxito de la división de juegos de Sony, una de las que más fuerte tiraban del carro de la multinacional, sino que desde abril es vicepresidente a cargo de una de las dos grandes divisiones (Productos y Servicios) y al menos hasta hace mes y medio el candidato mejor situado para suceder en un año a Howard Stringer, presidente ejecutivo del gigante japonés, con permiso de Hiroshi Yoshioka.

En una entrevista durante la Feria E3 de Los Ángeles, Hirai insinuó la posible participación del grupo autodenominado Anonymous en los mencionados ataques, aunque evitó conformarlo. Y destacó la agresiva política de precios para la nueva y esperanzadora consola portátil PlayStation Vita. Por último, reafirmó que a la PS3 aun le quedan otros cinco años de vida, e incluso opinó -un poco por encima- sobre Wii U, de la competencia, Nintendo.

En su opinión, ¿cuáles fueron las razones del ataque a PlayStation Network?

Bien, ya habíamos sido objetivo de un ataque de denegación de servicio (intentos de saturar un sitio web mediante peticiones masivas de entrada) el pasado mes de abril, y creo que fue reivindicado por Anonymous como reacción contra nuestras acciones contra ciertos individuos que básicamente se dedicaron a publicar maneras de reproducir y hacer funcionar copias 'piratas' ilegales de juegos en cualquier consola PlayStation 3. De no detener este comportamiento significaría prácticamente el cierre del negocio de PlayStation 3 porque nadie crearía 'software' para él, y por consiguiente los consumidores no podrían acceder a más 'software', lo que no es bueno.

¿Entonces relaciona usted a Anonymous directamente con el ataque a la red PSN?

Hirai con la PS Vita | Pablo Romero

Hirai con la PS Vita | Pablo Romero

No sé si están relacionados o no, pero se trata de una curiosa sucesión en el tiempo: primero sufrimos un ataque DDoS, luego una intrusión ilegal en nuestro servicio PSN. Nuevamente, desconozco si Anonymous fue la causa de esto, y no me gustaría entrar a especular. No obstante, los ataques comenzaron cuando empezamos a actuar para proteger nuestra propiedad intelectual, y por tanto nuestro negocio de PlayStation 3 y los intereses de nuestros consumidores.

¿Qué coste cree que ha tenido para Sony estos ataques? No sé si me podrá dar una cifra del coste económico, pero en cualquier caso, ¿cuánto le ha costado a la empresa en cuanto a pérdida de confianza de los usuarios?

Bueno, en lo que concierne a la confianza, una de las reacciones que hemos podido comprobar es que hemos recuperado cerca de un 90% de la actividad que había antes del ataque, y esto ha sucedido más o menos así en todos los territorios y países en los que hemos restaurado los servicios. Eso es un indicativo. El otro es que mientras el servicio estuvo caído, prácticamente todas las llamadas que recibíamos eran precisamente sobre cuándo se iba a restaurar el servicio, o bien cómo restaurar las contraseñas. Estos dos hechos combinados me dicen que la inmensa mayoría de los usuarios de PSN querían volver a utilizar la red lo antes posible y que realmente lo han hecho a medida que la hemos ido restaurando. Verdaderamente estoy muy agradecido a los consumidores por su lealtad a este servicio.

¿Puede usted afirmar que PlayStation Network es un sitio 100% seguro?

El mismo Gobierno de Estados Unidos no puede asegurar una seguridad del 100%, y no sé si alguna organización puede afirmar que es 100% segura. Dicho esto, ya hemos dicho con anterioridad que los servidores y centros de datos han sido trasladados a una nueva localización para incrementar la seguridad y hemos tomado otras muchas decisiones que no se pueden comentar y detallar precisamente por una cuestión de seguridad. Hemos hecho todo lo que creemos que es razonable y posible para incrementar las medidas de seguridad de nuestros sistemas. Al mismo tiempo, todas estas medidas de seguridad responden a los estándares más exigentes de la industria, o incluso los hemos superado. Hemos visto recientemente cómo se multiplican los ataques en red contra organizaciones e instituciones, el FBI se toma muy en serio este problema. Se trata de un asunto global, no sólo para Sony, que afecta incluso a individuos como tú y como yo. Afecta a todo el mundo.

Respecto de la nueva consola portátil, y en términos generales, ¿qué espera Sony de PlayStation Vita?

Es un poco pronto para aventurarse a dar números, porque acabamos de anunciar los precios hace esta semana. También depende mucho de la oferta de juegos, tanto nuestros como de terceros. Tenemos que analizar aún todo eso para poder aventurar una proyección para este año fiscal.

Han puesto un precio bastante competitivo (249 con WiFi, 299 con 3G), comparado con otras consolas o incluso con la PSP...

Totalmente. Mira, la PlayStation Portable original fue lanzada en Japón por ejemplo a 39.000 yenes (335 euros), unos 10.000 yenes (85 euros) por encima de la PlayStation Vita. Lo que quiero conseguir con el lanzamiento son tres cosas. La primera, crear el más avanzado sistema de juego portátil, que creo que lo hemos hecho. La segunda, ser muy agresivos en el precio, y lo hemos conseguido. La tercera, asegurarnos de que estábamos desarrollando un dispositivo que es muy competitivo en costes que pueda soportar el precio tan agresivo de la consola, y creo que también lo hemos logrado.

Hablemos de PlayStation Suite. Los juegos y aplicaciones certificados por PlayStation saltan a teléfonos y tabletas. Trabajan actualmente con Android, pero ¿se plantean ampliar a otros sistemas, como Windows Phone?

Lo primero de todo, nos hemos centrado en Android sobre todo por el crecimiento del negocio de los teléfonos tabletas basadas en este sistema operativo. Aquí es donde estamos enfocados ahora. Sobre si vamos a ampliar a otras plataformas, no voy a decir nunca, pero en estos momentos no existen planes. Veremos primero cómo funcionan las cosas con PlayStation Suite y Android.

¿Han pensado en un rango de precios para estos juegos para teléfonos y tabletas? ¿Controlarán los precios de los juegos que produzcan otros en PlayStation Suite?

Kazuo Hirai | Pablo Romero

Kazuo Hirai | Pablo Romero

Antes que nada, quiero aclarar que no pretendo dictar los precios a nadie, sino que voy a hablar sobre las tendencias que hay. Para empezar, en el mercado de juegos casuales -la mayoría de los que se venden para teléfonos y tabletas- los precios tienden a ser más bajos que en el mercado de los videojuegos tradicionales. Así que es lógico que podamos esperar precios relativamente más bajos en estos juegos. Sobre el control de precios, no es un asunto de PlayStation. Son los terceros los que controlan los precios, nosotros no, ni dictamos términos ni precios, obviamente, porque además eso no sería bueno. Los precios que sí controlaremos, obviamente, serán los de nuestros productos que incorporemos a PlayStation Suite como distribuidores.

¿No tienen aún rango para sus juegos?

No te voy a dar un número en estos momentos. Pero insisto, trataremos de hacerlo lo más asequible posible porque, insisto, es un mercado completamente diferente al de los videojuegos tradicionales.

Teniendo en cuenta que Android es un sistema con múltiples versiones, y que existen un montón de teléfonos y tabletas con diferentes características (potencia gráfica, calidad de pantalla...) ¿Qué tipo de requisitos planteará Sony para poner en marcha PlayStation Suite?

Bien, es una combinación de varias cosas pero al final tienes que analizar cada uno de los dispositivos que hay. Buscamos en los dispositivos es que sea capaz de proporcionar la adecuada experiencia de juego, porque llevará la certificación de PlayStation. Eso puede ser una combinación de localización de los botones del dispositivo, facilidad de uso, que tenga una cierta potencia gráfica, que no se cuelgue sino que reproduzca las imágenes de forma fluida. Por tanto, es una combinación de factores.

¿Es el teléfono Xperia Play un estándar?

Bueno, es un tipo de estándar, tiene botones físicos específicamente diseñados para jugar, pero no significa que todos los dispositivos compatibles con PlayStation Suite deban llevar botones.

Me refería más bien a las capacidades internas, la potencia gráfica...

Oh, sí, claro. Insisto, no es sólo un aspecto sino la combinación de varios factores. En resumen, nos tenemos que preguntar ante cada dispositivo si es digno de llevar asociado nuestro nombre.

La PlayStation 3 fue 'hackeada' ya el pasado año, de manera que han quedado expuestas formas de saltarse las restricciones que impedían reproducir copias no autorizadas de 'software'. ¿Están ustedes ya trabajando en una nueva PlayStation 4? ¿Piensan en ello al menos?

Bueno, pensamos y discutimos mucho acerca del futuro, pero la mayoría de ello está en mi cabeza, hasta ahora. Sobre todo en lo que estamos enfocados ahora mismo y desde hace dos años es en asegurarnos que lanzamos un excelente producto con PlayStation Vita. En cuanto a PS3, lleva cinco años en el mercado y entiendo que mucha gente espere una nueva consola tras este ciclo, pero nosotros siempre hemos sostenido que el ciclo de vida de la PS3 es de 10 años. Hicimos una inversión inicial enorme para asegurarnos de ello.

Entonces, a pesar de todo, la vida de la PS3 sigue siendo 10 años�

Absolutamente cierto, 10 años, y ahora estamos justo en la mitad de su ciclo. No esperamos que el incremento de sus usuarios sea menor que el año pasado. Tenemos un modelo muy diferente de nuestros competidores, que generalmente lanzan una nueva consola cada cinco años y dejan de producir el modelo anterior. Nosotros no hacemos eso.

Por último, quisiera su opinión sobre su competidor Nintendo y su nueva consola, Wii U. ¿Qué opina de ella? ¿Cree que abre nuevas maneras interesantes de jugar con los videojuegos?

No he tenido oportunidad de verla personalmente, sólo he podido ver algunas fotos, por tanto no creo que pueda dar una opinión muy autorizada. Basado en lo que he escuchado de ella -tiene una pantalla de 6 pulgadas en el mando, o eso creo, ¿no?-, una pregunta que me viene a la cabeza es qué pasa si tienes una familia de cuatro miembros, tendrías que tener que comprar cuatro mandos de esos, quizá resulte un poco caro...

Bueno, se puede combinar el mando actual Wii Mote con este nuevo mando en la Wii U, son compatibles.

Vale, pero quizá los juegos no puedan usar mucho la pantalla del mando porque los otros jugadores están jugando con mandos sin pantallas, y si pones mucha información en el mando de la pantalla probablemente los demás no se diviertan mucho... No sé. No sé realmente cómo funciona, seguro que lo están trabajando, pero esta es mi reacción inicial basándome en lo poco que he podido saber. Quizá cuando haya leído o visto algo más tenga una opinión diferente.

Hirai con la PS Vita | Pablo Romero

Hirai con la PS Vita | Pablo Romero







LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Ataque informático de Anonymous contra la web de la Policía Nacional


[foto de la noticia]
  • Trabajo dice que el fallo en el INEM es por problemas de mantenimiento

Noche de venganza en la Red. Durante varias horas y de manera intermitente, la web de la Policía Nacional ha experimentado problemas de acceso tras un aparente ataque informático de Anonymous. La web ha estado caída durante al menos una hora desde las 23.30 horas. La red de piratas informáticos había advertido previamente en un comunicado que llevaría a cabo este sábado "un ataque de denegación de servicio (DDoS)" a la web del Cuerpo Nacional de Policía.

El ataque se produce el mismo día en el que la organización había sido acusada por la propia Policía de planear publicar datos sensibles e información reservada sobre agentes de los Cuerpos de Seguridad del Estado y políticos en diferentes páginas de Internet y foros de contenido proetarra.

Precisamente el viernes, fueron detenidos por la Policía tres miembros de la organización en una operación en la que se anunciaba que pretendían "tumbar" las webs de los partidos políticos el 21 de mayo. Anonymous ya había conseguido que web de organismos oficiales como del Ministerio de Cultura, de la SGAE o la Junta Electoral Central estuvieran caídas durante algunas horas.

Durante la madrugada, también han estado fuera de servicio de forma temporal los sitios web del INEM y del Servicio Público de Empleo Estatal (SEPE). Según el Ministerio de Trabajo, en el caso del INEM se ha debido a problemas de mantenimiento y no a un ataque de los ciberactivistas.

En la red social Twitter, bajo el hashtag #OpPolicia, cientos de usuarios comentan la noticia y no faltan comentarios irónicos que se preguntan si "¿la cúpula de Anonymous no había sido descabezada?" Una de las cuentas oficiales del grupo en la red social se hace eco del ataque informático.







LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Spain Arrests Suspected Leaders of Hacker Group Anonymous




Anonymous Withdraws Indian Hack Under Pressure

By John Ribeiro, IDG News

The fledgling Indian operation of hacker group Anonymous attacked the website of the Indian army on Friday, but reversed its decision after it ran into criticism from Indian supporters who were annoyed that the Indian army was targeted.
Similar Articles:

Anonymous Hacks Indian Site in Fight Against Corruption
Turkish Government Sites Targeted by Anonymous
Porn Site Users Beware: LulzSec Posts Your E-mail Address
Sony Shifts Blame Back to Anonymous for PSN Attack
Lessons Learned Thanks to HBGary and Anonymous
PBS Hackers Put Sony in Crosshairs

Later on Friday, the hacker group said in a Twitter message that the Indian army site was now working fine. The new consensus appears to be not to target government websites, but only those of corrupt politicians.

The Hacker News reported that the Indian army site was down for only about an hour, according to the hackers. Indian government officials were not immediately available for comment. It is also not clear whether the Indian army or Anonymous put the website in order.

Anonymous has made common cause in India with an anti-corruption movement in the country. It hacked earlier this week the website of the National Informatics Center (NIC), an IT planning and services organization of the Indian government.

On Anonymous' Operation India page on Facebook, it was criticized on Friday by a number of users after it announced that it had hacked the Indian army's site. "I won't support hacking the page of Indian Army. SAD," said one Facebook user. "Why indian army? what do they have to do with this? this is not Pakistan," said another user.

Later on Friday, the Indian operation of Anonymous said on Facebook and Twitter that from now on it would target only corrupt politicians. "Operation India Anonymous Feel that we should not Target any site without getting your opinions," it said on Facebook.

On Twitter, the group said that they were Indians, and "dont want to harm our own property."

Anonymous said earlier in the day that the attack on the Indian army site had not led to any loss of data for the army, but was just meant to send a message to the Indian government about corruption. It also posted videos of its demands on YouTube.

The hacker group also claimed to have attacked the NIC site again on Friday. The part of the website that was hacked earlier in the week is still "under maintenance." Anonymous claims to have collected data from the NIC site, according to The Hacker News. The NIC hosts a number of Indian government sites.

Late Thursday, Anonymous said it had launched a DDoS (distributed denial of service) attack on Turkish government websites in protest against a new Internet filter system that is to be introduced in August. The website of a Turkish telecommunications authority was not accessible.

John Ribeiro covers outsourcing and general technology breaking news from India for The IDG News Service. Follow John on Twitter at @Johnribeiro. John's e-mail address is john_ribeiro@idg.com




LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters