Consumidor pode doar, vender ou devolver o produto para fabricantes.
G1 elaborou lista com empresas de tecnologia que recolhem itens para reciclagem.
JULIANA CARPANEZ Do G1, em São Paulo
Divulgação/Divulgação
'Wall.E' dá alerta para lixo produzido por sociedade extremamente consumista. (Foto: Divulgação )
O filme "Wall.E", que estréia nesta sexta-feira (27), dá um alerta para a quantidade de lixo produzida por uma sociedade extremamente consumista -- a função do simpático robô é compactar esses itens descartados e organizá-los em pilhas. Um dos fatores que pode contribuir para o aumento da quantidade de lixo é o consumo de equipamentos eletrônicos, que são substituídos de forma rápida por modelos mais atuais: agora o iPhone tem de ser 3G, o PC precisa de tela sensível ao toque, o aparelho de DVD deve rodar Blu-Ray, e por aí vai.
Para evitar que o agravamento do problema do lixo, os consumidores de eletrônicos devem dar um destino adequado a seus aparelhos obsoletos. Basicamente, quando ainda estão funcionando eles podem ser doados ou vendidos (saiba como fazer). E, no caso de não funcionarem mais, também é possível devolvê-los a alguns fabricantes para que eles façam a reciclagem adequada (saiba quais empresas de tecnologia fazem esse tipo de coleta).
Lixão em Buenos Aires (Argentina) mostra eletrônicos descartados. (Foto: Reuters)
Retorno
No Brasil, o produto mais fácil de ser devolvido é o telefone celular: além das fabricantes, muitas operadoras recolhem os aparelhos. De acordo com a Nokia, 80% dos itens de um aparelho celular podem ser reciclados. Em seu site, a empresa explica para onde vão esses produtos reaproveitados: baterias, aço inoxidável, auto-falantes (os produtos das baterias), jóias, eletrônicos, aplicações médicas (os componentes), cones de plástico, cercas plásticas e pára-choques (as capas dos aparelhos).
Ao contrário do que acontece com os telefones, não é tão fácil devolver tocadores digitais ou computadores. A Apple, responsável pelo popular iPod, não tem qualquer iniciativa nesse sentido no país. E, entre os três fabricantes de computadores que mais vendem por aqui, apenas a Dell apóia um programa de coleta.
Para Gleverton De Munno, gerente sênior de assuntos corporativos da Dell Brasil, a prática de reciclagem de celulares é mais comum por conta da grande quantidade de telefones vendidos no país. E, apesar de a prática ainda não ser popular entre as fabricantes de PC, o executivo diz que a preocupação ambiental pode ser decisiva no processo de venda. “O consumidor doméstico ainda prioriza o preço. Mas se houver empate entre valor e qualidade de uma máquina, a vitória fica com a empresa verde”, acredita.
A ONG Greenpeace criou em 2006 um ranking dos fabricantes de eletrônicos que considera, entre outros itens, a atuação das empresas quando os consumidores não querem mais seus produtos. Para ter uma boa nota nessa classificação, que teve sua última edição divulgada nesta quarta-feira (25), a companhia precisa recolher e reciclar seus próprios eletrônicos, quando eles se tornam obsoletos. Veja quais são as empresas de tecnologia mais verdes, segundo o Greenpeace.
Imagem mostra o posicionamento das empresas; Sony e Sony Ericsson são as mais 'verdes'. (Foto: Reprodução)
SAIBA O QUE FAZER PARA DESCARTAR O LIXO ELETRÔNICO
Mesmo que as funções de seu telefone celular sejam limitadas, é possível que ele atenda perfeitamente às necessidades de algum amigo, parente, colega de trabalho ou até mesmo desconhecido (no caso da venda). Segundo especialistas envolvidos com questões ambientais, uma saída para reduzir o problema do lixo eletrônico é prolongar ao máximo a vida útil dos aparelhos, passando-os para frente. Se eles estiverem funcionando, certamente alguém poderá usá-los.
No caso das doações, você pode ter de fazer uma pesquisa para descobrir quem gostaria de receber o produto que você não quer mais. Vale boca a boca (no caso de repassar um tocador digital, por exemplo) e também buscas na internet (se você quiser doar itens mais robustos, como um computador ou impressora).
Se a idéia for vender, uma boa opção é anunciar em sites de comércio eletrônico como o Mercado Livre. Ao negociar, tome os devidos cuidados, seguindo sempre as dicas de segurança anunciadas nessas páginas.
Muitos fabricantes de eletrônicos ou operadoras de telefonia móvel recolhem os eletrônicos já usados, quando os consumidores não os querem mais -- o fato de a empresa pensar nisso pode ser, inclusive, um diferencial na hora de escolher as marcas.
Claro
A empresa recolhe em 140 lojas telefones celulares, baterias e acessórios de qualquer fabricante. Até o segundo semestre, diz a companhia, todos os pontos de venda no país terão uma urna coletora, incluindo mais de 3,3 mil de seus agentes autorizados. Segundo a Claro, todo o fluxo de reciclagem realizado pela GM&C é monitorado, desde o recolhimento dos eletrônicos até a destinação final.
Dell
Entre os três principais fabricantes de computador no país, essa é a única que apóia uma política de coleta de computadores usados. “Temos a estratégia global de nos tornarmos a empresa de tecnologia mais verde do mundo, e o programa de reciclagem faz parte dessa meta”, explica Gleverton De Munno, gerente sênior de assuntos corporativos. Economia no consumo de eletricidade e diminuição na emissão de carbono também estão entre as iniciativas.
Por enquanto, os clientes da Dell que querem doar computadores (dessa ou de qualquer outra marca) são direcionados à Fundação Pensamento Digital, que tem a fabricante como parceira. A partir do segundo semestre, afirmou De Munno ao G1, a empresa disponibilizará um sistema de coleta que vai até a casa do consumidor para retirar a máquina usada.
HP
Disponibiliza campanhas sazonais chamadas Trade-in (veja disponibilidade aqui), realizadas em grandes lojas de varejo. Com ela, equipamentos usados de qualquer marca ou modelo podem ser revertidos em descontos na compra de impressoras, multifuncionais e scanners da HP. O abatimento no preço chega a R$ 300.
A empresa também tem uma política de recolhimento de cartuchos para clientes corporativos. Quando reciclados, diz a HP, eles podem ser utilizados na produção de peças automotivas, bandejas para microprocessadores e telhas de cobertura.
Motorola
Os clientes dessa empresa podem devolver seus aparelhos e baterias em assistências técnicas autorizadas. Entre os motivos para a reciclagem divulgados pela empresa estão: evita a extração de metais e elementos químicos, somente nos Estados Unidos cerca de 100 milhões de celulares entram em desuso anualmente e a cada segundo cerca de 23 celulares são fabricados ao redor do mundo.
Nokia
Os usuários de telefones dessa fabricante podem entregar seus telefones, baterias e acessórios para as assistências técnicas listadas aqui. Na seção de reciclagem de seu site, a empresa afirma que 80% de um telefone celular pode ser reciclado.
Sony Ericsson Empresa de tecnologia mais verde, segundo o ranking do Greenpeace, a Sony Ericsson recolhe telefones celulares em grandes magazines ou assistências técnicas autorizadas. Para saber quais os endereços, o consumidor pode
solicitar essa informação on-line ou ligar para (011) 4001-0444.
TIM Em todo o país, as lojas e revendas exclusivas da operadora recolhem aparelhos celulares, baterias e acessórios, que recebem destinação “de acordo com as normas ambientais”. Alguns Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná) têm também o programa Papa-Pilhas, que deve ser expandido para o resto do Brasil até o final do ano. Desenvolvido em parceria com o Banco Real, ele é mais abrangente: aceita também pilhas, telefones sem fio e laptops, além dos outros itens já citados.
Vivo A operadora tem 3,4 mil pontos de venda e revenda que aceitam celulares, acessórios e baterias. Os itens recolhidos são encaminhados para um descarte apropriado e, segundo a empresa, o recurso obtido com esses eletrônicos vai para o Instituto Vivo. A Belmont Trading, empresa responsável pela coleta, triagem e descarte, afirma que 80% dos aparelhos são reciclados e 20% são revendidos em outros países.
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