18/10/10 - 11h27
Publicado Por: Gabriel Mandel

Fernando José
Comentário Político
O jornalista Fernando José faz a análise e mostra os bastidores da política paulista e nacional.
Fernando José
Download - Podcast
Sphere: Related Content
|
|
|
En los últimos años, Fox News se ha situado como uno de los canales más vistos.
Fundado por la BBC inglesa, emite en más de 200 países alrededor del mundo.
El canal de información económica en español que no descuida los aspectos de la información global
Es el vehículo de información inmediata más importante para millones de hispanohablantes en Europa y América.
El primer canal internacional de noticias en inglés sobre Oriente Medio.
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
18/10/10 - 11h27
Publicado Por: Gabriel Mandel
Fernando José
Comentário Político
O jornalista Fernando José faz a análise e mostra os bastidores da política paulista e nacional.
18/10/10 - 11h26
Publicado Por: Gabriel Mandel
José Nêumanne
Direto ao assunto
Fique por dentro do que realmente acontece nos bastidores da política e economia, acompanhando "Direto ao Assunto", com o comentarista Jovem Pan, José Nêumanne Pinto.
Enquanto surgem novos mistérios na trama de "Passione", outros se resolvem. Nos próximos capítulos da novela, Fátima (Bianca Bin) descobrirá é filha de Gerson (Marcello Antony). Ele, entretanto, não sabe da existência dela.
Tudo começará quando ela descobrir, na gaveta de Felícia (Larissa Maciel), uma foto dela, mais moça, ao lado de um homem que tem o rosto rabiscado. Na casa de Sinval (Kayky Brito), ela e o namorado, descobrem uma foto da mesma época de Mauro (Rodrigo Lombardi) usando aquela mesma roupa.
Sinval, certo de que o pai de Fátima é Mauro, vai procurá-lo com a foto. Então, Mauro revela a Gerson que ele é pai de uma moça que ele pensava ter sido abortada por Felícia.
DE SÃO PAULO
A dentista Ingrid Oliveira, que se diz noiva do goleiro Bruno, voltou a afirmar neste domingo ao "Fantástico", da TV Globo, que sofre ameaças do advogado do goleiro, Ércio Quaresma. Ela e o ex-procurador do atleta, Vitor de Almeida Carvalho, registraram na polícia as supostas ameaças gravadas e querem o afastamento do profissional.
Segundo Ingrid e Almeida, o advogado está desviando dinheiro do ex-goleiro do Flamengo, acusado pelo suposto sequestro e assassinato de Eliza Samudio --ex-amante do goleiro Bruno Fernandes de Souza.
Em uma gravação feita por Ingrid, o advogado fala sobre Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, outro acusado pelo desaparecimento de Eliza Samudio.
"Ele é meu amigo só há 20 anos, só há 20 anos. Sabe, eu brinco que quem ensinou ele a fazer as coisas fui eu. Eu sou mais velho que ele na polícia", diz o advogado sobre Bola na gravação. Segundo Quaresma, nesta conversa, ele se referia ao fato de ter ensinado Bola a "a atirar, a investigar, a perguntar".
.
Quaresma também fala sobre o sumiço do corpo de Eliza. "'Nego' está querendo pegar o Bruno e a Dayanne [ex-mulher de Bruno e também presa acusada de participação no crime] e esquecer o resto. A senhora sabe por que não tem, se é que existe um cadáver, um cadáver insepulto até agora? Por minha causa."
Ao "Fantástico", Quaresma disse que sua declaração na gravação se referia ao fato de ainda não terem encontrado um corpo. 'Nunca vi um cadáver, não vi atestado de óbito e não vi relatório de necropsia...o dia que me apresentarem qualquer uma dessas três coisas nós vamos discutir mérito de acusação.'
Em outro trecho, o advogado diz ser o "demônio" e, segundo a noiva de Bruno, ele a teria ameaçado neste momento.
"Na hora de fazer a cagada, eu 'tô' com Deus e 'tô' com o diabo para trabalhar. Então você entendeu nas mãos de quem 'tu tá'? Demônio, depois você vai pra igreja, por enquanto você vai deixar comigo e vai cooperar. Eu 'tô' olhando no teu olho, eu 'tô' vendo a tua alma. Eu não sou o advogado do diabo, eu sou o diabo, tá?"
Segundo Quaresma, a declaração "eu sou o demônio", diz respeito a sua aparência. "Eu sou muito feio. Basta me olhar no espelho. Eu brinco com isso toda hora", disse.
Semana passada, também ao "Fantástico", a dentistas afirmou pela primeira vez estar recebendo ameaças. "Você é a pedra no meu sapato. Então, se você tem amor a sua vida, você saia do meu caminho", teria dito o advogado a Ingrid, segundo ela afirmou ao "Fantástico".
OUTRAS AMEAÇAS
O advogado Marco Antônio Siqueira, que defende Sérgio Rosa Sales, um dos réus no caso Bruno, disse na última quarta-feira (13) que vai deixar a defesa do seu cliente porque teria sido ameaçado de morte.
Ele só não deixou ainda o caso porque a juíza Marixa Fabiane, do 1º Tribunal do Júri de Contagem, alegou que como ele não apresentou um substituto, vai ter que permanecer no caso até a substituição seja providenciada, o que deve ocorrer em até dez dias.
Siqueira não apontou suspeitos diretos sobre as ameaças. Ocorre que ele vem reclamando de pressões que estariam vindo do advogado de Bruno, Ércio Quaresma, porque seu cliente e a ex-mulher do goleiro, Daiane Souza, não fazem parte do que está sendo chamado de 'bloco de defesa' do advogado.
Sérgio Sales, que é primo do goleiro Bruno, é o único dos nove réus que colaborou com as investigações da Polícia Civil, que levou ao indiciamento dos réus. Durante toda a investigação, Quaresma tentou controlar os advogados. Se tornou uma espécie de coordenador da defesa dos réus.
Siqueira, que alegou ainda haver também 'mercantilizarão' do caso, disse que as ameaças que recebeu foram passadas por colegas da advocacia, que alegam ter recebido telefonemas com as ameaças.
Na semana passada a família de Bruno alegou que vinha sendo pressionada pelo advogado, que estaria cobrando os honorários pelo seu trabalho, e alegou ainda que parentes chegaram a ser ofendidos por ele. Quaresma negou.
Semana passada, Quaresma se defendeu dizendo que não faz ameaças. 'Eu não ameaço, eu faço', disse ele, referindo-se à entrevista da dentista.
( mas onde chegamos????? caso de psquiatria urgente ! )Nessa conversa, Ingrid Oliveira teria sofrido ameaças do advogado Ércio Quaresma.
O Fantástico teve acesso com exclusividade a uma gravação reveladora sobre o caso Bruno , o goleiro acusado de mandar matar Eliza Samudio. São trechos de uma conversa entre o advogado de Bruno, Ércio Quaresma, e a noiva do jogador, Ingrid Oliveira. Nessa conversa, Ingrid teria sofrido ameaças do advogado.
. Veja outras reportagens do caso
Domingo passado, você viu no Fantástico: Ingrid, parentes e amigos querem que Ércio Quaresma se afaste do caso Bruno. Esse seria o motivo das ameaças que você vai ouvir nessa reportagem.
Esta semana, a noiva de Bruno, Ingrid Oliveira, e o ex-procurador do atleta Vitor de Almeida Carvalho registraram na policia supostas as ameaças que dizem ter recebido do advogado Ércio Quaresma. Os dois querem o afastamento do advogado que, segundo eles, estaria desviando o dinheiro do ex-jogador do Flamengo.
Ingrid relata o que o advogado disse a ela: “’Você é a pedra no meu sapato. Então, se você tem amor a sua vida, eu quero que você saia do meu caminho’. Foram exatamente essas palavras que ele usou”.
Na última quarta-feira, Bruno passou mal durante uma audiência. Na saída do hospital, ele negou qualquer problema com o advogado. “Não há ameaça nenhuma. O Quaresma é um pai para mim, um pai que eu ainda não tive. O cara está me defendendo”, disse o jogador.
O Fantástico teve acesso a trechos de uma gravação feita por Ingrid no encontro em que ela diz ter sido ameaçada pelo advogado, no começo de setembro.
Em um dos trechos, Quaresma fala da sua relação com Bola, um ex-policial, amigo de Bruno e que, segundo a denúncia do Ministério Público, teria sido o executor de Elisa Samudio.
Quaresma: Eu estou segurando o pretenso matador, que é meu amigo há 20 anos, cujo título você conhece de verdade: Marcos Aparecido dos Santos.
Ingrid: Ah, eu conheci hoje lá. Quem é?
Quaresma: Isso, o paulista, isso. Ele é meu amigo só há 20 anos, só há 20 anos. Sabe, eu brinco que quem ensinou ele a fazer as coisas fui eu. Eu sou mais velho que ele na polícia.
Ércio quaresma diz o que ele teria ensinado Bola a fazer: “A atirar, a investigar, a perguntar. Dizem por aí que eu pergunto muito bem”.
Ainda durante a conversa com Ingrid, o advogado fala do sumiço do corpo de Elisa.
Quaresma: Estão querendo pegar o Bruno e a Dayanne e esquecer o resto. A senhora sabe por que não tem um cadáver insepulto até agora, se é que existe um cadáver? Por minha causa.
Daiane é ex-mulher de Bruno e também está presa, acusada de participação no crime.
“Nunca vi um cadáver, não vi atestado de óbito e não relatório da necropsia. O dia em que me apresentarem qualquer uma dessas três coisas, nós vamos discutir o mérito de acusação”, declara o advogado do goleiro.
Em outro trecho, Ércio Quaresma tenta amedrontar a dentista.
Quaresma: Eu sou o cão, eu sou o demônio, eu sou satã, eu sou lúcifer.
Ingrid: Não, credo, sai para lá, em nome de Deus.
Quaresma: Não, isso aí você vai deixar com sua igreja. Na hora de fazer a cagada, eu estou com Deus e estou com o diabo para trabalhar. Então, você entendeu nas mãos de quem você está? Demônio. Depois, você vai para igreja. Por enquanto, você vai deixar comigo e vai cooperar. Eu estou olhando no seu olho, eu estou vendo a sua alma. Eu não sou o advogado do diabo. Eu sou o diabo.
“Eu sou o diabo, eu sou lúcifer, eu sou satã. Por quê? Porque eu sou muito feio. Basta olhar para o espelho. O meu espelho reflete feiúra. Eu brinco com isso o tempo todo. Eu estou sendo acusado de quê? Qual imputação é feita à minha pessoa? O Bruno matou alguém: isso é imputação certa. Pelo menos, o promotor falou que é certo. É uma denúncia. O promotor trouxe uma imputação de homicídio. Isso é certo”, declara o advogado.
Um perito analisou a gravação e confirmou que as vozes são mesmo de Ingrid Oliveira e Ércio Quaresma. “Tenho 100% de segurança de que a voz é realmente da Ingrid e do Dr. Quaresma”, diz o perito Wanderson Castilho.
Ingrid Oliveira passou o fim de semana com Bruno na penitenciária. Foi a primeira visita íntima do goleiro. Neste domingo, ela não quis gravar entrevista.
O advogado de Ingrid Oliveira disse que nesta segunda-feira (18) pretende enviar uma cópia da gravação ao Ministério Público. Em Minas, o tribunal de ética e disciplina da OBA deve abrir uma sindicância para investigar a atuação de Ércio Quaresma.
#PASSIONE listening to Vida Loca by Francisco Céspedes on @Grooveshark: http://tinysong.com/pvky #musicmonday
O jornalista Breno Costa assina um texto surrealista hoje na Folha de S. Paulo — quando se considera que ele faz jornalismo, não assessoria de imprensa para o PT. Ao menos é o que deveria ser.
A coisa já começa no título, feito para ir parar no horário eleitoral do PT: “Promessas de Serra incluem obras já previstas no PAC”. É estupendo! Dilma e Lula incluíram no PAC até aquele puxadinho que a Dona Maria fez na casa dela. Se pegou alguma forma de financiamento público, então, é batata!
Há obras que são consensuais. E calma lá! Estarem incluídas no PAC não quer dizer, como Breno Costa sabe muito bem, que estejam em construção. Escreve o jornalista:
“Na área de ferrovias, entre as promessas do tucano estão, por exemplo, a conclusão da ferrovia Norte-Sul, a expansão da Ferronorte e a aceleração da ferrovia Transnordestina. Todas essas já estão previstas no PAC.”
O que ele queria? Que Serra prometesse parar essas obras caso se elegesse? A Folha deveria ter publicado a seguinte reportagem em São Paulo: “Mercadante promete continuar metrô previsto por Serra”. Por que não publicou?
Se sou o tucano, pego essa reportagem da Folha e ponho no horário eleitoral. “O PT anda dizendo que vou parar com as obras. Vou nada! O Breno Costa está aqui dizendo que eu é que vou fazê-las, já que muitas estão no papel”. De resto, o PAC Dois, se existisse, iria até 2015. Se os petistas previrem obras até 2100, há uma grande chance de que elas acabem na pauta de políticos não-petistas ao longo deste século. Tenham paciência!
Nunca vi nada assim! Serra paga caro por ter contrariado os prognósticos.
listening to Jump by Glee Cast on @Grooveshark: http://tinysong.com/eVHH #musicmonday #nowplaying
Debate Folha/RedeTV! – Íntegra do primeiro bloco - 17/10/2010 21h41
TV! – Íntegra do segundo bloco - 17/10/2010 21h54
EFE
Banco alemão acusa assessor de Dilma de fraude milionária, diz revista
São Paulo, 17 out (EFE).- O banco público alemão de fomento Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW) acusou o presidente de uma subsidiária da estatal Eletrobrás e assessor da candidata à Presidência da República Dilma Rousseff, Valter Luiz Cardeal de Souza, de apadrinhar uma fraude milionária, informou hoje a imprensa.
Um artigo publicado na mais recente edição da revista "Época", que começou a circular hoje, indicou que a instituição alemã instaurou perante a Justiça brasileira um processo contra Cardeal, acusado de conhecer sobre o esquema de fraude em créditos internacionais, que alcançaria os 157 milhões de euros.
De acordo com a revista, o KfW pede à Justiça uma indenização por parte da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), presidida por Cardeal e subsidiária da Eletrobrás.
O presidente da CGTEE é amigo pessoal de Dilma desde os anos 90 e chegou à estatal por recomendação da própria candidata quando ela era ministra de Minas e Energia no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Por sua vez, a revista "Veja" publicou hoje que o atual assessor da Casa Civil e homem de confiança de da candidata petista, Vladimir Muskatirovic, teria pedido R$ 100 mil para autorizar uma mudança societária na "TV Cidade", do Maranhão.
A acusação partiu do deputado Roberto Rocha (PSDB-MA), cuja família é sócia da emissora.
São Paulo, 17 out (EFE).- O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse neste domingo que, se for eleita no dia 31 de outubro, Dilma Rousseff (PT) pode empreender um moderado ajuste fiscal.
"Dilma não terá que fazer o ajuste que houve nos primeiros anos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando havia risco inflacionário. É evidente que, se tiver que fazer um ajuste fiscal, (Dilma) o fará. Acho que é preciso fazê-lo, mas não seria algo grande, não há risco inflacionário", assinalou Bernardo.
O ministro indicou à edição digital do diário "O Estado de S. Paulo" que esse moderado ajuste contribuiria para a queda da taxa de juros.
Bernardo, que pode ocupar a Casa Civil no caso de a candidata governista chegar ao poder, criticou também a política fiscal proposta pelo opositor, José Serra (PSDB).
Para Bernardo, as promessas do tucano de promover a queda das taxas de juros e aumentar o salário mínimo "não fecham as contas", criticando também a política cambial proposta pelo candidato da oposição.
"Temos uma taxa de câmbio flutuante, mas Serra tem a ideia de fixar o preço do dólar em relação ao real. Isso tem um custo, sem contar que abrirá a porta aos rumores do mercado, à especulação", explicou Bernardo.
Parte tem câncer e corre risco de morrer antes de se submeter ao procedimento, pois há apenas oito médicos para toda a demanda
Saulo Araújo
Publicação: 17/10/2010 08:47
PRIORIDADES
Lula gasta mais em avião que com saneamento
Valor pago para Airbus presidencial é mais que o dobro do que foi investido em saneamento urbano.
O governo federal mais gastou com o “AeroLula” –o novo avião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva– do que investiu em saneamento ambiental urbano durante 2004. O valor já pago para a compra do Airbus presidencial é mais que o dobro do que foi investido em saneamento urbano.
O investimento total do governo federal na frota de aviões e jatos –incluindo o Airbus presidencial a ser entregue nos próximos dias– é mais da metade do que foi gasto na manutenção das rodovias federais e quase cinco vezes mais do que o total investido em saneamento urbano em 2004, classificado de “ano da arrancada” pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O artigo inteiro falando sobre a DESGRACEIRA tá no link aí em cima, ou aqui embaixo:
Folha On-line
06/01/2005 - 09h20
Lula gastou mais com seu avião que com saneamento
MARTA SALOMON
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O governo federal mais gastou com o “AeroLula” –o novo avião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva– do que investiu em saneamento ambiental urbano durante 2004. O valor já pago para a compra do Airbus presidencial é mais que o dobro do que foi investido em saneamento urbano.
Segundo dados do Siafi (sistema informatizado de acompanhamento de gastos federais), foram gastos R$ 53,6 milhões com o programa de saneamento ambiental urbano em 2004. Já para o “AeroLula” foram desembolsados US$ 46,7 milhões. À última cotação do dólar no ano passado (a mais baixa desde junho de 2002), o valor corresponde a R$ 123,9 milhões –2,3 vezes o total investido em saneamento urbano.
O investimento total do governo federal na frota de aviões e jatos –incluindo o Airbus presidencial a ser entregue nos próximos dias– é mais da metade do que foi gasto na manutenção das rodovias federais e quase cinco vezes mais do que o total investido em saneamento urbano em 2004, classificado de “ano da arrancada” pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
É o que mostra o primeiro retrato do ano fechado do Orçamento da União obtido no Siafi. Segundo o levantamento, somente uma terça parte (R$ 5,1 bilhões) dos investimentos autorizados por lei em 2004 foi paga até o dia 31 de dezembro.
Uma outra parcela um pouco maior é objeto de promessa de gastos, os chamados “empenhos”. São R$ 5,7 bilhões de pagamentos pendentes, investimentos que podem ou não sair do papel nos próximos meses.
Do total de R$ 15,2 bilhões de investimentos autorizados por lei em 2004, R$ 4,4 bilhões foram simplesmente ignorados, ainda segundo dados do Siafi. Fazem parte da economia de gastos para garantir o superávit primário de 4,5% do PIB (Produto Interno Bruto), fixado pelo governo.
O levantamento do Siafi não leva em conta pagamentos pendentes de anos anteriores e quitados ao longo de 2004.
Buracos
Uma das grandes vítimas do corte de gastos foram os investimentos em manutenção das rodovias federais. Do R$ 1,5 bilhão autorizado por lei, R$ 515,3 milhões foram pagos até 31 de dezembro e mais de R$ 540 milhões continuaram congelados depois do prazo final para os compromissos de gastos.
Despesas não empenhadas até as 21h da sexta-feira passada foram automaticamente descartadas, confirmou ontem a Secretaria do Tesouro Nacional.
O resultado pode ser conferido nas rodovias do país. Em pesquisa realizada recentemente, a CNT (Confederação Nacional dos Transportes) constatou que 40% de quase 75 mil quilômetros de rodovias avaliadas em todo o Brasil (não apenas federais) estão em estado considerado ruim ou péssimo, sobretudo no Nordeste. Mais de 70% das estradas apresentam imperfeições.
Saneamento
Dos grandes investimentos previstos para 2004, também deixou uma grande fatia no papel o programa de saneamento ambiental urbano. Dos R$ 818,8 milhões autorizados por lei, apenas R$ 53,6 milhões (6,6%) haviam sido pagos até o fim do ano e outros R$ 454,7 milhões são objeto de promessas de gastos.
Em abril passado, o presidente Lula acusou a administração Fernando Henrique Cardoso pela morte de 300 mil crianças por falta de saneamento básico no governo anterior. No discurso, feito no Acre, disse que não faltaria dinheiro para a área em 2004.
Avião presidencial
Ainda de acordo com o retrato dos gastos federais obtido no Siafi, não faltou dinheiro para que fosse comprado o novo avião presidencial, um Airbus Corporate Jetliner, que deve estrear ainda neste mês.
De acordo com o comando da Aeronáutica, já há US$ 10 milhões reservados para quitar a última parcela do contrato. O pagamento será feito na data da entrega do avião pela fábrica, prevista para o próximo dia 15.
O Airbus personalizado consome a maior fatia de dinheiro do programa de reaparelhamento e adequação da Força Aérea, que pagou R$ 315,4 milhões em investimentos no ano passado e tem mais R$ 339,4 milhões de pagamentos já autorizados.
O avião presidencial foi comprado sem licitação por US$ 56,7 milhões. Até os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos foram usados para justificar a compra, segundo documento reservado do Ministério da Defesa.
Os R$ 5,1 bilhões pagos em investimentos em 2004 representam um avanço em relação ao desempenho do primeiro ano do governo Lula, encerrado com R$ 1,8 bilhão de investimentos pagos. No mesmo período, entre janeiro e dezembro de 2004, o governo federal pagou R$ 74,2 bilhões em juros e encargos da dívida pública.
25/11/09 - 20:14 por AE
24/11/09 - 20:34 por Agência Estado
08/07/2009 - 00:00 por Marcos Sá Corrêa*
09/06/09 - 11:50 por TÂNIA MONTEIRO
09/06/09 - 09:13 por AE
09/06/2009 - 00:00 por Tânia Monteiro
2009-03-07 - 00:00 por Roberto Godoy
Como é cuidar de um doente mental? Para responder a essa difícil pergunta, acompanhamos o dia a dia de centros de assistência no Distrito Federal e ouvimos famílias que alternam momentos de esperança, resignação e desespero
Flávia Duarte
Publicação: 12/10/2010 18:15 Atualização: 15/10/2010 21:49
A loucura sempre despertou curiosidade e investigação. Ao longo da história da humanidade, filósofos, médicos, analistas e cientistas tentaram defini-la. É a mente buscando entender a própria mente. Afinal, não saber exatamente o que a loucura significa é atestar que não há controle sobre ela e as reações que a desencadeiam. No percurso para desvendar suas causas e encontrar o caminho de volta à lucidez, o louco já visto como o resultado de manifestações divinas, feitiços e possessões de espíritos – malignos, obviamente. Apenas por volta do século 16, na Idade Moderna, os transtornos mentais começaram a ser associados a descompensações cerebrais. Quase 200 anos depois, a psiquiatria viria tratá-los como doença, passíveis de tratamento e, por que não, de cura.
Mas em pleno século 21, a saúde mental, mais precisamente a falta dela, continua carregada de preconceitos e estigmas. O desconhecimento sobre as reais causas, possibilidades de melhoras e a dificuldade de prever a resposta do paciente aos tratamentos leva muitas famílias ao desespero e decreta uma sentença de exclusão e sofrimento, tanto para vítimas quanto para os parentes.
A Revista conheceu esse drama de perto. Como as famílias convivem com seus doentes mentais? A primeira reação é a recusa de falar, de se identificar. Ninguém quer ser rotulado como “louco” ou parente dele. Tem a culpa, a vergonha, a sensação de impotência e o cansaço. Conversamos com médicos, acompanhamos reuniões de familiares cujos parentes estão em tratamento, visitamos os hospitais e centros terapêuticos para mostrar a rotina de quem está aprisionado nas próprias alucinações. O martírio dessas pessoas é compartilhado com aqueles que cuidam. Não é fácil lidar com mudanças de personalidade, agressividade ou até a indiferença de um filho, pai, mãe, mulher ou marido. E mais: enfrentar a frustração de saber que a cura, muitas vezes, não existe. Ainda que exista amor, a sanidade de toda família pode ficar comprometida. Só com apoio médico e psicológico constante, é possível encontrar forças para lidar com uma mente sem controle.
![]() |
No dia a dia do hospital
No Hospital São Vicente de Paula, em Taguatinga, a loucura recepciona os visitantes. Os internos são separados em duas alas: homens de um lado, mulheres de outro. Lá dentro, há dormitórios e um gramado onde passam a maior parte do dia, protegido por cerca fina que separa aquelas pessoas do mundo considerado normal. De fora, é possível espiar a rotina desses pacientes. Uns caminham de um lado para o outro. Há quem tenha um olhar perdido, fixo no nada. Mulheres gritam quando veem alguém passando lá fora com algo que lhes chame atenção. De repente, alguém tira a roupa ou se deita no chão. Um tenta agredir um colega de internação. Outra dá comida para uma boneca. Cenas de uma rotina vista do lado de fora do alambrado.
Lá dentro, os vigilantes — chamados internamente de “anjos da guarda” — cuidam de tudo 24 horas por dia para evitar que algum paciente se machuque ou fira alguém. A agressividade pode ser um sintoma da doença mental. Um recém-chegado, por exemplo, teve que ser contido por três homens. Negro, forte, alto, apresentava comportamento arredio. Tentou pular a cerca. Antes, tinha empurrado um senhor, também doente, no chão. A vítima da agressão caiu, nem se moveu, pareceu anestesiado pela demência. Enquanto isso, o agressor lutava para não ser levado à força e medicado. Em outra ala, uma mulher, com menos de 30 anos e sem identidade, também teve que ser contida. Gritava ao ser amarrada na cama. Não foi ferida, apenas não queria estar ali. Naquele dia, havia se recusado a tomar os medicamentos e, desequilibrada, empurrou a médica e uma visitante contra a parede.
A contenção é um dos métodos usados para acalmar pacientes fora de si. Eles são amarrados pelos pés e pelas mãos em uma cama. É aplicado o medicamento calmante. A equipe médica e de enfermeiros fica em vigília para se certificar de que o remédio está fazendo efeito. Só depois, o paciente, antes agitado, é liberado das amarras. O procedimento deixa alguns familiares preocupados. “Por que meu irmão está todo machucado?”, pergunta a irmã de um rapaz de 28 anos ao médico de plantão. Durante a contenção, eles se debatem, reagem e podem apresentar marcas no corpo. Mas é um mal necessário nos casos extremos. “Essas cenas são resquícios de um sistema manicomial de funcionamento que é combatido pela proposta da reforma psiquiátrica em curso no país, com a criação de serviços substitutivos como o CAPs e as Residências terapêuticas, que já somam 1.500 no Brasil”, avalia o diretor do São Vicente de Paula, o psiquiatra Ricardo Lins, também gerente de Saúde Mental da Secretaria de Saúde no Distrito Federal.
Na ala de internação, só estão os casos graves e crônicos. São 127 leitos disponíveis e todos estão sempre ocupados. Para ser internado, o paciente deve estar em crise, colocando a própria vida ou a de outra pessoa em risco. “Ele é trazido pela ambulância, pelos bombeiros ou por ordem judicial, no caso de um paciente que responde a algum processo”, explica o médico Ricardo Lins. O SAMU e os bombeiros são chamados por familiares ou qualquer testemunha, quando algum doente está em surto psicótico, agredindo pessoas na rua ou em casa. Há os que vão por conta própria, alegando ouvir vozes e entrando em paranoia.
Ao chegar para a consulta, o paciente é cuidadosamente avaliado pelos médicos que definem se há ou não a necessidade de permanecer no hospital. Em casos de internação compulsória — sem o consentimento do paciente — , o Ministério Público deve ser comunicado em até 72 horas. Caso contrário, pode ser considerado cárcere privado. O rigor na avaliação é também para evitar um severo efeito colateral: as famílias que desejam se livrar do doente mental. Em vésperas de carnaval, de festas de fim de ano ou de uma viagem, algumas chegam a suspender a medicação ou a simular um surto para justificar a internação e deixá-los sob a custódia do Estado.
![]() |
No plantão
Para a família de um paciente com transtorno mental, a internação pode ser a solução para controlar uma crise mais severa. Porém, voltar para a casa sem ele não é certeza de tranquilidade. Em um plantão de rotina no São Vicente de Paula, a psiquiatra Jussane Cabral Mendonça faz uma ronda pelas alas dos internos, recebe os novos pacientes e encaminha os outros que não têm indicação para estar ali. Depois, atende os familiares no consultório, mobiliado apenas com uma mesa e uma cadeira. O primeiro que entra ali pergunta por que o irmão não está em uma ala separada dos outros pacientes. “Tem gente ali que parece psicopata. Parece que já matou, roubou ou é drogado”, diz a moça ao visitar um parente.
Mas a única separação possível é entre homens e mulheres. O hospital não tem espaço para deixar os mais graves longe dos mais controlados. Por isso, o objetivo é que eles saiam logo e sejam acompanhados pelas unidades de saúde mental perto de onde moram, sob os cuidados da família. Enquanto estão ali, só resta o olhar vigilante dos anjos da guarda e o cuidado dos parentes que aproveitam a visita para conferir se tudo está bem.
Entra outro familiar na sala de Jussane. Um homem jovem traz os documentos do irmão doente. Carrega também uma angústia comum às famílias: saber onde encontraram o parente. “A gente procurou por ele em todos os hospitais, ele estava sumido. Como foi trazido para cá?”. A médica lê o prontuário e não pode acalmá-lo. O documento diz apenas que ele foi transferido do hospital de Santa Maria. O rapaz insiste que o irmão tem consulta no Hospital de Base e precisa sair de lá. “Ele precisa ser tratado. Você quer tirá-lo daqui e correr o risco?”, pergunta a médica. Sem saber o que fazer, ele desiste e deixa o parente internado. Muitos doentes mentais saem de casa, fogem e não sabem como voltar. Na rua, alguém identifica um comportamento incomum e chama a polícia ou os bombeiros, que os levam para o hospital. Enquanto isso, a família segue com a busca incessante pela vizinhança, polícia e hospitais.
Enquanto Jussane dá continuidade ao atendimento, os internos passeiam pelos corredores do São Vicente. Quase todos levam junto ao corpo uma sacola com os poucos pertences. Não desgrudam de bem tão precioso. “É para ninguém levar”, explica Cleonice (**), 32 anos, internada por causa do transtorno bipolar, uma doença que divide o comportamento do paciente em dois extremos: a euforia e a depressão. Ambos momentos podem ser perigosos. A depressão porque muda a perspectiva sobre a vida e a vontade de viver. A euforia porque provoca sentimentos de tamanha confiança em si mesmo, que pode colocar a pessoa em risco, além de provocar comportamentos agressivos.
A mãe foi quem a levou. Cleonice diz que andava muito nervosa, irritada. “Tinha a força de um touro”, define. Ainda assim, queria entender o que estava fazendo do hospital. Enquanto conversa, pisca lentamente os olhos. Sente muito sono, efeito do remédio. Aparentemente lúcida, tem uma voz grave e discurso bem articulado. Diz que vende pirulito, chocolate e salada de frutas onde mora. Vive sozinha, sabe que é bipolar e conta com a vigilância e carinho da mãe. Quando o ex-marido descobriu a doença, foi embora. Há dois anos, Cleonice foi internada no mesmo local por causa de um crise. Passou um mês no hospital. “Entrei em um túnel muito escuro”, lembra. Teme que dessa vez aconteça a mesma coisa. “Quero um tratamento que tenha começo, meio e fim.” Tenta sair da crise com a ajuda dos remédios. A visita diária da mãe lhe dá forças para não desistir.
(*) Nome trocado para preservar o paciente
Da internação para a casa
Ali no São Vicente o horário de visitas é das 15h30 às 16h30, nos fins de semana e feriados, inclusive. Uma hora diária para acompanhar os progressos do familiar doente. Às vezes, o parente chega mais cedo ou vai embora mais tarde. Nesse caso, fica do lado de fora da grade, só espiando. Os vigias pedem para não ficarem perto, conversando fora do horário, para não atrapalhar os horários e a rotina do tratamento.
Quando a família chega para visitar, o doente não sai. O visitante é quem entra. Logo é recepcionado por outros pacientes, especialmente pelos mais carentes, que não têm quem olhe por eles. Pedem objetos pessoais, atenção. Puxam assunto, alguns desconexos, outros não. Alguns apenas tristes, com histórias de abandono e esquecimento.
Em uma tarde de segunda-feira, Clarice Baião, 60 anos, se escondia atrás de uma árvore na entrada do hospital. Vez ou outra, lançava uma olhadela no pátio. Seu neto, Renato (*), tem 18 anos e estava internado desde o sábado anterior. O adolescente ouve vozes, de repente tem crises de risos. “Ri tanto que não consegue parar. A barriga até dói”, descreve Clarice. Seu quadro mescla as alucinações provocadas pela esquizofrenia com comportamentos infantis, quase de uma criança, resultado do retardo mental. Ela quer levá-lo para casa. “Não quero deixar meu neto tão novinho, tão inocente no meio desses homens grandalhões”, comentou, angustiada. O menino estava lá há três dias, já tinha mudado a medicação e apresentava o comportamento controlado. Clarice disse que tinha condições de cuidar dele em casa. Assinou um termo de compromisso e o levou para casa.
Renato sabia que a avó foi buscá-lo. Só não imaginava que ela o vigiava de longe. Ele olhava para frente. Com um olhar parado, quase sem piscar. Parecia em outro mundo. Mas só na aparência. Era ansiedade de voltar para o colo da família. Dias depois, a Revista foi ver como estava Renato em casa. Avisado da visita, ele aguardava na janela. Seu olhar continuava o mesmo. Suave, mas fixo, sempre direto nos olhos da outra pessoa. Ele conta que o remédio tem lhe dado tremores. Depois, fica calado e o olhar insistente. Não fala mais nada, mas entende qualquer coisa que lhe solicite.
Clarice faz carinho no neto. Risonha não se queixa da vida. É uma mulher de fibra. Cuida do menino desde que tinha 13 anos e começou a apresentar os sintomas. Não estranhou. O pai dele, filho dela, também tem a doença. Não só ele. O marido de Clarice também já foi internado várias vezes em hospitais psiquiátricos. “Já vi vários na minha família com fraqueza na mente”, simplifica.
Ela cuida de todos. Sem perder a saúde. Um calmante vez ou outra a ajuda recuperar as energias. A fé em Deus também. “Tenho o dom da alegria. Sou conformada. Dou amor, comida, remédio e carinho a eles”, diz. “Entendo que se podemos adoecer dos olhos, do coração, podemos adoecer da mente também”, acrescenta.
O filho dela, hoje com 40 anos, também tem problemas mentais. “Nunca soubemos o diagnóstico”, conforma-se. O moço está em casa na hora da entrevista, mas não sai do quarto. Ela evita falar do problema dele, com medo que ele escute e se aborreça. Só comenta que era saudável, trabalhava, se casou. Aos “vinte e poucos anos”, começou a ficar depressivo, apático. Nunca mais foi o mesmo.
O patriarca da família, seu Emílio Baião, aos 65 anos, ouve as histórias e pede para contar a sua. Simpático, o pedreiro nem de longe parece ser o homem que na década de 1960 tomava choques elétricos e quebrava os hospitais. Naquela época, ouvia vozes. Esteve em centros de macumba, igrejas, hospitais. Diziam que “estava com espírito”. Depois, o diagnóstico piorou: era louco mesmo e ponto final. Seu Emílio se lembra de ouvir vozes, ver anjos e “assombrar” a mulher, Clarice. No dia do casamento, alguém imaginário dizia que deveria ferir os padrinhos. Não o fez, mas tinha que lutar contra a própria mente. Por anos, conviveu com as assombrações. Tomou remédios, melhorou, teve recaídas. A mulher estava sempre junto. “E ela ia desistir do nosso amor?”, pergunta-se. Clarice não desistiu e há mais de duas décadas não vê o marido ter crises.
Ele trabalha e leva uma vida normal. Por isso, Clarice acredita na recuperação do filho e do neto. Quando vê Renato repetir o mesmo comportamento do avô, gritando de madrugada, fugindo de vozes, ela sabe o que fazer. “Pego o rosto dele e assopro no ouvido: ‘Jesus, ponha palavras bonitas nessa mente”. Ela diz que Renato se acalma e as vozes cessam.
![]() |
O conflito familiar
Muitos pacientes que chegam aos hospitais psiquiátricos para serem internados são acompanhados por familiares, desesperados por não saberem como lidar com a doença. Em alguns casos, os doentes representam de fato um risco para o cuidador ou têm comportamentos inaceitáveis. “Muitas famílias são agredidas pelos doentes. Eles também podem ter atitudes perversas, como molestar crianças, abordar sexualmente a mãe, a irmã ou ter comportamentos bizarros, como defecar em potes de cafés”, relata a psicóloga Elyn Navia.
Em alguns momentos, a família está completamente fragilizada, desgastada emocionalmente. Algumas, inclusive, querem abandonar seu parente. Deixam-no no hospital e não vão visitá-lo. Se pudessem, nem levavam de volta para casa. Alguns até tentam, mas os hospitais logo reagem e mobilizam assistentes sociais e o Ministério Público para que intervenham e faça com que os responsáveis assumam o papel de cuidadores.
“Na verdade, para que esse paciente melhore, ele precisa de uma estrutura afetiva, de alguém que cuide, dê atenção, olhe nos olhos dele”, afirma Elyn. Exatamente para evitar que a família coloque sob os médicos a responsabilidade de oferecer esse apoio emocional a quem está em tratamento, a clínica não fornece roupas ou material de higiene pessoal aos internos. É uma forma de obrigar as famílias a visitá-los e se preocuparem com o bem-estar deles.
Cuidando de quem cuida
Uma das dificuldades enfrentadas pelas famílias é justamente receber um apoio profissional para aprender a enfrentar a doença dentro de casa. Nos hospitais particulares, há reuniões e encontros com as famílias, que aprendem sobre o transtorno mental e dividem suas angústias e apreensões com pessoas que vivem o mesmo drama.
No sistema público de saúde, eles contam com os chamados Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que oferecem um serviço de saúde mental para doentes severos e persistentes. O objetivo é evitar as internações e oferecer atendimento àqueles que saíram dos hospitais. No Distrito Federal, há seis unidades de CAPS, entre eles os especializados em álcool e drogas, os que atendem adultos e o especializado em adolescentes.
“Nosso objetivo é ampliar em todas as cidades o número de ambulatórios e unidades de serviço mental para que essas pessoas recebam atendimento perto de casa”, explica o médico Ricardo Lins, gerente de Saúde Mental da Secretaria de Saúde no DF. “Mas a família precisa acompanhar e se responsabilizar por esse tratamento para termos sucesso”, acrescenta. Ao todo, cerca de 90 mil atendimentos ambulatoriais são feitos por ano no DF e Entorno.
Muitos pacientes que recebem alta das internações logo estão de volta aos hospitais. Os motivos são variados: ou não receberam os devidos cuidados em casa e entraram novamente em crise, ou o ambiente familiar é o gerador da descompensação emocional ou é melhor ficar no hospital do que ao lado da família. Nesse último caso, alguns simulam surtos só para que os bombeiros ou a polícia os levem de volta ao hospital, onde têm atenção, comida e medicamentos garantidos.
Por notar essa trajetória viciante, a assistente social Anunciação Castro Alves decidiu visitar as famílias e descobrir a razão de tanto desnorteamento. “Há muita resistência dos parentes em ficar com o paciente porque não sabem como lidar com ele. Não é só dar medicação”, afirma a especialista. “Mas eles também precisam de apoio, afinal a família também está muito adoecida”, acrescenta.
Foi por causa de tal constatação que surgiu, há sete anos, o Programa Vida em Casa, hoje vinculado à Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Uma equipe formada por terapeuta ocupacional, enfermeiro, psicólogo, psiquiatra, técnico de enfermagem e assistente social visita as famílias inscritas no programa. Assim, é feito um diagnóstico e identificado o que aquela família precisa para que o tratamento do paciente tenha resultados.
Anunciação explica que muitos desconhecem a dosagem correta dos remédios. Já é um avanço se tomam a medicação correta. O mais comum ainda é terem várias medicações em uso, de receitas mais antigas, defasadas. O resultado é que o paciente não melhora, só aumentando o estigma e as dificuldades de convivência com a família. “Se ele está medicado, não vai viver em crise. Pode ter uma vida controlada”, explica.
Ajustada a medicação, o próximo passo é ajudar pacientes e familiares a buscarem seus direitos e benefícios garantidos por lei (no caso de limitações provocadas pela doença). Depois, é hora de ensinar aquela família a enfrentar os medos trazidos pelos transtornos mentais. “Já fui a casa de pacientes que viviam trancados em espécie de jaulas, dentro de casa, porque a família tinha medo deles”, comenta a assistente social.
Maria Júlia Lledó
Publicação: 17/10/2010 08:15 Atualização: 17/10/2010 09:02
Segundo a coluna "Holofote", da Veja, o cacique caiapó Raoni arranjou um novo Sting. Trata-se do presidenciável do PSDB, José Serra. Os registros do TRE-MT mostram que apenas um dos seus 50 liderados na Aldeia Metuktire, no Norte de Mato Grosso, não votou em Serra. Segundo a revista, Raoni resolveu baixar a borduna na candidata petista Dilma Roussef, porque ela defende a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
O líder indígena também orientou seus primos e compatriotas que vivem no vizinho Estado a boicotar a preferida do presidente Lula. A revista ainda ironiza, dizendo que o cocar de Raoni pode ser de penas de arara, mas o voto do cacique é tucano
Publicada em 17/10/2010 às 23h45m
O GloboBRASÍLIA - Valter Luiz Cardeal de Souza é um homem poderoso no setor elétrico. Braço direito da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, em sua trajetória como gestora na área energética, ele está à frente de um dos maiores projetos de infraestrutura do país: a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Em julho, Cardeal foi eleito presidente do Conselho de Administração da Norte Energia S.A., empresa que vai construir e operar a usina orçada em R$ 19 bilhões, valor tido como conservador pelo setor privado e que poderá chegar a R$ 25 bilhões.
Cardeal é atualmente diretor de Planejamento e Engenharia da Eletrobras, empresa que, inclusive, já presidiu interinamente. Ele é também presidente do Conselho de Administração de duas empresas vinculadas ao sistema Eletrobras: a Eletrosul Centrais Elétricas S.A., responsável pela geração e transmissão de energia na Região Sul e em Mato Grosso do Sul, e a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), subsidiária que opera termelétricas no Rio Grande do Sul.
O currículo de Cardeal no setor elétrico inclui ainda passagens pela presidência do Conselho de Administração de outras duas gigantes do setor: Furnas e Eletronorte. Não à toa que um empresário da área resumiu ao GLOBO, em julho, logo após a escolha de Cardeal para presidir o Conselho de Administração da Norte Energia, qual será o papel dele à frente do terceiro maior empreendimento hidrelétrico do planeta:
- A diretoria executiva faz o que o conselho determina. Cardeal será o olho do dono na empresa, por quem passarão todas as diretrizes de Belo Monte -- disse o empresário.
Em sua página na internet, a Eletrobras dá detalhes da bagagem profissional de Cardeal. Ele é formado em Engenharia Elétrica e Eletrônica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), em Porto Alegre. Já atua no setor elétrico há 32 anos. Cardeal é funcionário da Companhia Estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul (CEEE) desde 1971, onde ocupou, entre outros cargos, o de diretor das áreas de geração, transmissão e distribuição de energia.
Quando Dilma Rousseff foi secretária de Minas e Energia do Rio Grande do Sul, durante o governo de Olívio Dutra (PT), de 1999 a 2002, Cardeal era diretor da CEEE. Após assumir o Ministério de Minas e Energia em 2003, Dilma trouxe o técnico para o governo federal. Dilma deixou o Ministério de Minas e Energia em junho de 2005, no auge do escândalo do mensalão, para assumir a Casa Civil - de onde havia sido demitido o então ministro José Dirceu.
O consórcio Norte Energia tem a seguinte composição: Eletronorte com 19,98%; Eletrobras e Chesf com 15% cada; Fundação Petrobras de Seguridade Social e Participações Bolzano com 10% cada; Gaia Energia e Participações com 9%; Caixa Fundo de Investimento em Participações Cevix com 5%; Construtora Queiroz Galvão e OAS, com 2,51% cada; Fundação dos Economiários Federais com 2,5%; Contern, Cetenco Engenharia, Galvão Engenharia, Mendes Júnior Trading e Engenharia e Serveng-Civilsan S.A. Empresas Associadas de Engenharia com 1,25% cada; Siderúrgica Norte Brasil e J. Malucelli Construtora de Obras com 1% cada, e J. Malucelli Energia com 0,25%.
Brasília - Diante da diminuição da vantagem de Dilma Rousseff (PT) sobre seu adversário, José Serra (PSDB), nas recentes pesquisas de intenção de voto na corrida presidencial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez questão de reforçar a importância de sua ex-ministra-chefe no governo do PT. Em comício em Ananindeua, o segundo maior colégio eleitoral do Pará, Lula reafirmou que Dilma “coordenou todos os programas, coordenou nosso governo”.
“Um governo só é digno desse nome quando governa por 190 milhões de brasileiros. É esse o nosso projeto”, sustentou a candidata. “Somos um tipo de gente que acha que continuar é avançar”.
Lula também criticou os opositores que atacam Dilma, classificando-os como “parte da elite que fazia acusações a Ulysses Guimarães” — um dos principais políticos que lutaram contra a ditadura.
Antes do comício, Lula esteve no lançamento, em Belém, do Plano de Desenvolvimento Sustentável do Xingu, que prevê investimentos em obras como a Usina de Belo Monte.
Em Brasília, Dilma também assegurou a importância do desenvolvimento sustentável para o PT. Ela defendeu o Plano Amazônia Sustentável (PAS) — elaborado por Marina Silva (PV) quando era ministra do meio ambiente de Lula. “É uma questão de justiça com Marina. Os fundamentos do PAS são absolutamente vitoriosos no processo de redução do desmatamento e desenvolvimento da Amazônia”.
Apoio do PP
Foi neste evento em Brasília que Dilma Rousseff recebeu o apoio informal do Partido Progressista (PP) para o segundo turno. No entanto, ao lado do presidente da legenda, Francisco Dornelles, a petista cometeu a gafe de chamá-lo de “Partido Popular”.
Religiosos: aliança pela neutralidade
Lideranças do PT se mobilizam para convencer líderes religiosos de todo o País a ficarem neutros no segundo turno. O objetivo é minar o movimento anti-Dilma, iniciado em igrejas de São Paulo, que orienta fiéis a não votarem na candidata, por sua posição diante de temas polêmicos, como o aborto.
“Estamos conversando com católicos e evangélicos para não se posicionarem a favor deste ou daquele candidato. É absurdo confundir culto religioso com atividade partidária”, criticou Jorge Bittar, deputado federal reeleito pelo PT-RJ.
Michel Temer (PMDB), vice na chapa de Dilma, tratou do mesmo assunto em reunião ontem com o secretário-geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dimas Lara Barbosa. “Pedimos que a Igreja Católica continue disseminando a ideia de que a pessoa decida por suas próprias convicções”.
Ligado à Igreja Católica, o deputado federal reeleito Paulo Teixeira (PT-SP) contou que 40 padres e 40 pastores confirmaram presença no comício do presidente Lula em São Miguel Paulista.
Presidente se compara a Jesus e a Tiradentes
Antes do comício no Pará com Dilma Rousseff (PT), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de um evento oficial como presidente da República, no qual não podia citar Dilma. Mas mesmo assim, ele defendeu sua candidata, usando como exemplo a própria história. Lula lembrou que foi vítima de mentiras em todas as eleições que disputou (1989, 1994, 1998, 2002 e 2006) e comparou-se a Jesus Cristo e Tiradentes.
“Eu tinha barba e, por isso, diziam que eu era comunista. E os mentirosos não tinham coragem de dizer que Jesus Cristo também tinha barba comprida, nem Tiradentes, que também tinha”, disse o presidente, em Teresina (PI).
Em outras duas ocasiões Lula citou Jesus e afirmou que governar é “ser como uma mãe, cuidar de todos”. O presidente destacou que em suas eleições presidenciais teve que falar sobre aborto. “Quantas vezes tive que responder sobre coisas que não são de responsabilidade da Presidência. As pessoas do contra jogavam a casca de banana para a gente pisar e cair”, disse.