Mais um carro foi incendiado em ação de bandidos, na noite desta quarta-feira. Desta vez, o veículo queimado estava na Rua Félix da Cunha, entre as ruas Barão de Itapagipe e Conde de Bonfim, no Largo da Segunda-feira, na Tijuca, Zona Norte. Bombeiros estão no local e não há informação sobre feridos.
Policiais militares do 41º BPM (Acari) confirmaram ainda que mais um ônibus foi incendiado no início da noite na Via Light, altura da Estrada Rio do Pau, em Anchieta. Um passageiro ficou ferido, mas sem gravidade. As chamas foram apagadas com muita dificuldade por bombeiros do quartel de Ricardo de Albuquerque, que precisaram de auxílio de outras unidades.
Mais cedo, a PM havia informado que um coletivo foi incendiado na avenida Juscelino Kubitschek, no centro de Mesquita. Todos os passageiros conseguiram descer do veículos e ninguém se feriu.
Também nesta quarta, homens armados metralharam uma cabine da PM no Jardim América, zona norte do Rio e incendiaram um automóvel. Além disso, criminosos atearam fogo em um caminhão e um ônibus na avenida Leopoldo Bulhões, em Benfica, também na zona norte, nas proximidades da passarela de Manguinhos. Segundo a polícia, ninguém ficou ferido.
Anteriormente, um carro foi incendiado em Cabo Frio, na região dos Lagos. Na cidade, outros dois atentados contra veículos foram evitados pela polícia. Os bandidos, porém, conseguiram fugir.
A PM divulgou o segundo balanço parcial das operações realizadas em várias comunidades do Estado em busca de responsáveis pelos ataques. A polícia prendeu 25 pessoas e outras 13 morreram nos confrontos nesta quarta-feira. Dois policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) ficaram feridos nas ações. Desde a segunda-feira, 21 morreram, 153 foram presos ou detidos e 31 veículos foram incendiados.
Violência
A onda de ataques teve início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis abordaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha, na altura da rodovia Washington Luis. Eles assaltaram os donos dos veículos e incendiaram dois destes carros, abandonando o terceiro.
Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer) que andava em velocidade reduzida devido a uma pane mecânica. A quadrilha chegou a arremessar uma granada contra o utilitário Doblò. O ocupante do veículo, o sargento da Aeronáutica Renato Fernandes da Silva, conseguiu escapar ileso.
Ainda no domingo, em arrastão na Via Dutra, uma quadrilha armada bloqueou um trecho da pista sentido São Paulo, na altura de Pavuna, e roubaram um Kia Cerato e um Prisma. Na ação, uma das vítimas, identificada como Guilherme Feitosa da Silva, 26 anos, foi baleado na cabeça e levado em estado grave para o Hospital Getúlio Vargas.
Na manhã de segunda-feira, cinco bandidos armados atacaram motoristas no Trevo das Margaridas, próximo à avenida Brasil, em Irajá, também na zona norte. Os criminosos roubaram e incendiaram três veículos - uma van de passageiros que fazia o trajeto de Belford Roxo para o Centro, um Monza e um Uno. Também na segunda pela manhã, criminosos armados com fuzis atiraram em uma cabine da PM na rua Monsenhor Félix, em frente ao Cemitério de Irajá. A PM acredita que o incidente tenha sido provocado pelos mesmos bandidos que queimaram os carros no Trevo das Margaridas.
À noite, criminosos atearam fogo em outros dois veículos na rodovia Presidente Dutra, sentido Capital, na altura da Pavuna. Na zona norte, uma cabine da Polícia Militar (PM) foi metralhada próximo ao shopping Nova América, em Del Castilho.
Já na manhã desta terça-feira, dois homens foram mortos a tiros em um Honda Civic na rodovia Washington Luís, altura do km 122. A PM diz que não há relação entre este crime e os ataques anteriores.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, atribuiu a escalada de violência à atuação do Estado no combate à criminalidade nas favelas. "Sem dúvidas isso tem relação com a nossa política de segurança pública", afirmou, referindo-se à implantação de unidades de polícia pacificadora (UPPs).
Nesta terça-feira, a cúpula da Polícia Militar anunciou a operação "Fecha Quartel", que prevê colocar todos os homens nas ruas para reforçar o patrulhamento. A PM informou que reduzirá as folgas dos policiais gradativamente até o ano que vem, além de prometer a contratação de 7 mil policiais. Para o combate ao crime, a corporação ainda utilizará o Batalhão de Choque e 140 motocicletas.