Chumbo
grosso – Mais ácido e persistente partido da oposição, o PPS protocolou
na tarde desta terça-feira (31), na Procuradoria-Geral da República
(PGR) representação contra o ministro da Integração Nacional,
Fernando Bezerra Coelho
(PSB), por interceder a favor da manutenção do ex-diretor-geral do
Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), Elias Fernandes,
no cargo mesmo com relatório da CGU (Controladoria Geral da União)
apontando irregularidades no órgão.
Segundo reportagem do jornal “Folha de S. Paulo” publicada na edição
de 27 de janeiro, Bezerra tentou evitar a demissão de Fernandes ao
encaminhar correspondência a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann,
minimizando as irregularidades verificadas pela CGU com a argumentação
de não haver necessidade de se fazer uma “intervenção ministerial” no
Dnocs por considerar a medida “demasiadamente drástica”.
Para o líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR),
autor da representação, a atitude do ministro da Integração pode se
caracterizar, em tese, na “prática do crime de condescendência
criminosa” por ele alegar que os problemas no Dnocs se resolveriam com a
exoneração do diretor administrativo do órgão, Albert Brasil Gradevohl,
afastado do cargo no dia 23 de dezembro, e não do ex-diretor-geral,
Elias Fernandes, demitido na última sexta-feira. “O ministro Fernando
Bezerra buscou minimizar o problema ao afirmar, no documento enviado
para a Casa Civil, que a intervenção ministerial era ‘demasiadamente
drástica1’ e que não se sustentava ‘sob a ótica da razoabilidade
administrativa’”, afirmou o líder do PPS, que teve acesso ao Aviso nº
317/MI, de 28 de dezembro de 2011, enviado a ministra Gleisi Hoffmann.
Bueno diz que a suspeita contra Bezerra é “muito grave” porque ele
tinha conhecimento das irregularidades no Dnocs e mesmo assim tentou
proteger o ex-diretor-geral. “Seja qual for a real motivação do ministro
da Integração, o fato é que está materializada a sua deliberada
intervenção no sentido de proteger um funcionário público suspeito de
prática de vários atos ilegais”, disse o deputado na representação à
PRG.
O líder do PPS lembra ainda que o relatório da CGU apontando
irregularidades no Dnocs indica como única solução para o caso o
afastamento de toda diretoria do órgão. “Mesmo diante das evidências que
comprometiam toda a diretoria do Dnocs, o ministro optou por proteger o
ex-diretor-geral em evidente prejuízo do interesse público”, afirmou,
ao cobrar a apuração dos fatos pelo Procurador-Geral de República,
Roberto Gurgel. A cópia do documento encaminhado à ministra da Casa
Civil pelo ministro Fernando Bezerra foi anexada à representação.
31/01/2012 16h02
- Atualizado em
31/01/2012 16h06
Dilma não fala de ministro e diz que só na volta discute questões do Brasil
Em Havana, presidente foi indagada sobre eventual saída de Negromonte.
'Questões relativas ao Brasil discutimos no Brasil a partir de quinta', disse.
A presidente Dilma Rousseff durante entrevista em
Havana (Foto: Reuters)
A presidente
Dilma Rousseff
afirmou nesta terça (31) em Havana que somente pretende tratar de
questões de política interna a partir de quinta-feira, depois que tiver
retornado da visita oficial a Cuba e ao Haiti.
Indagada durante entrevista coletiva sobre a situação do ministro das
Cidades, Mário Negromonte, alvo de denúncias de irregularidades e que
estaria prestes a deixar o governo, a presidente respondeu:
"Olha, as questões relativas ao Brasil eu já disse anteriormente - mas
vocês são insistentes, inteligentes e rápidos - que as questões
relativas ao Brasil discutimos no Brasil a partir de quinta-feira",
declarou.
Segundo informou o
blog de Cristiana Lôbo, o ministro pretende tomar a iniciativa de pedir demissão na quinta ou na sexta-feira, depois do retorno da presidente.
Nesta terça, em meio à crise,
Mário Negromonte se reúne na tarde com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e outros ministros.
O assunto oficial da reunião é a atuação no governo federal na
prevenção de desastres naturais em áreas de risco. Devem participar
também outros ministros, como Miriam Belchior, do Planejamento