[Valid Atom 1.0]

domingo, 21 de fevereiro de 2010

A medicina virou uma indústria, por isso fujo dos médicos




Estudo publicado pelo European Heart Journal esta semana concluiu que pessoas felizes têm menos riscos de apresentar problemas cardíacos. Parece óbvio, mas sempre é necessário um estudo científico para que se dê credibilidade às verdades mais irrefutáveis.

De minha parte, acrescentaria o seguinte: fujo de médicos.

Sei que existem médicos fantásticos, super competentes e, melhor do que isso, verdadeiramente preocupados em ajudar seus semelhantes, e não apenas em ganhar dinheiro. A maioria dos que me atenderam, porém, fez consultas tão rápidas e superficiais que não consegui acreditar em seus vereditos sobre minha saúde.

A medicina (como o futebol, o carnaval, o sexo e tudo mais) virou um grande negócio. Existe uma fenomenal indústria de medicamentos, equipamentos e exames que tem que dar resultado, gerar receita, aquele papo que conhecemos bem.

Laboratórios levam nossos doutores a viagens nababescas à Eurpoa, com tudo pago, hotel cinco estrelas. Na volta, dão a eles caixas e caixas de remédios, as chamadas amostras grátis.

Aí, você vai a um médico porque está com uma dorzinha de cotovelo e pronto: o cara já te manda automaticamente fazer uns três exames e lhe dá uma caixinha de remédio (bem que a minha avó dizia que a primeira dose de droga é sempre de graça). E você, por causa de uma dorzinha de cotovelo, já entrou na engrenagem dos laboratórios de análises, hospitais e farmácias.

Depois do primeiro exame, descobrem um pontinho, que pode não ser nada, mas por precaução dizem que você deve fazer mais uns três exames, todos chatérrimos, alguns doloridos, talvez até invasivos. E você lá, naquela roda-viva, sem poder mais sair, porque se não fizer vai ficar com aquela dúvida eterna: será que tem um caranguejo crescendo dentro do meu peito?

E a dor no cotovelo não era nada, apenas decepção por aquela vizinha boazuda ter preferido o dono da padaria aos seus encantos de dom Juan.

Fujo de médicos. Não faço exames, check ups. Quando Deus achar que é a minha hora, eu vou, sem passar por via crucis de pontes de safena, CTI e quimioterapias.

Lembro do filme De caniço e samburá, do Jerry Lewis, em que ele é diagnosticado com uma doença incurável:

O médico, desolado logo depois de dar ao paciente a notícia fatídica, diz assim:

_ Odeio ser médico nessas horas...

E o Jerry:

_ E eu odeio ser paciente nessas horas.

Depois, o desenganado sai viajando pelo mundo, gastando os tubos no cartão de crédito e curtindo seus últimos três meses adoidado.

Nem precisa dizer que, quando volta de viagem, é informado de que o diagnóstico estava errado e que ele terá muitos anos de vida pela frente para pagar as dívidas que acumulou.

Sei que alguns leitores vão me rogar milhares de pragas por desdenhar do sacerdócio da medicina.

Mas, como cantou Almir Guineto, se o santo deles é forte, meu anjo da guarda é Superman.

Falando sério, nenhum médico conhece melhor o meu corpo e a minha cabeça do que eu. Três meses antes de morrer de infarto, o humorista Bussunda tinha feito um check up completo, numa clínica caríssima, e o médico disse que ele estava... ótimo.

Erros médicos nunca são punidos porque a sociedade reconhece nesses profissionais o direito sobre suas vidas.

Como o leão que não conhece sua força e se curva ao adestrador. Como o índio que acha que a tempestade de raios é a fúria dos deuses.

Não me leve a mal, sei que vou morrer um dia, nenhum de nós pode evitar isso.

Mas a parte do hospital, eu vou pular.





LAST






Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Saúde e educação não rimam com lucro



Alguns leitores tocaram num ponto que eu não abordei no texto sobre a medicina: o preço dos tratamentos.

Quem não tem dinheiro para pagar um plano de saúde precisa recorrer aos hospitais públicos, onde os bons médicos (em nenhum momento do outro texto eu generalizei) se esforçam para salvar vidas em condições adversas.

Pois bem: tratamento de saúde não pode ser cobrado, tem que ser universalizado e gratuito. Não interessa o quanto isso custe ao país, porque esse país é muito, muito rico. E não há país tão pobre que não possa cuidar de sua gente.

"Se você tem dinheiro, salvo sua vida". O que é isso? Isso é a negação da humanidade.

A medicina virou uma indústria que tem que dar lucro, esse é o problema. O problema não são os médicos, há bons e maus como em todas as profissões, claro.

Não sou estatizante, mas acho que saúde e educação deveriam estar apenas nas mãos do estado. Não se pode cobrar para curar uma pessoa, nem para transmitir conhecimentos.

O estado deveria garantir saúde de primeira gratuitamente a toda a população, pagar plano de saúde é um absurdo. Para mim não é plano de saúde, é plano de doença. E ficar doente não faz parte dos meus planos, mesmo assim, eu pago um desses planos, porque sabemos bem as condições dos hospitais públicos.

Com médicos bem pagos e tendo seu estudo e seu aperfeiçoamento valorizados pelo estado, isso aqui poderá ser chamado de Nação.

Filosoficamente, cura não combina com cobrança. Não se pode exigir que uma pessoa pague para que sua vida seja salva.

Em vez de o estado fazer trem bala Rio-São Paulo e dar mordmia a senador, juiz e governador, deveria investir seus recursos em saúde e educação, alicerces de uma Nação, direitos dos cidadãos.

Assim, só haveria hospitais e escolas públicos, nada mais de iniciativa privada, porque saúde e educação não são para dar lucro.

Eis a perversão, a distorção: cobrar pelo ensino de qualidade. Aí só os privilegiados estudam em bons colégios e acabam passando para as universidades (pasmem) gratuitas. E ainda falam mal das cotas raciais e de probreza. E ainda xingam o governo que dá bolsas a 300 mil jovens carentes para que eles possam estudar como os filhos dos mais abastados.


Pagamos impostos para ter saúde e educação de qualidade.

Nos anos 80, um cara chamado Darcy Ribeiro quis fazer escolas de primeira linha para os pobres. Foi açoitado pela mídia mais elitista. Essa mesma turma que vive dizendo que o estado tem que diminuir, que tudo tem que estar na mão da iniciativa privada. Tudo, não, amigo, alto lá. Saúde e educação não são para o bico da iniciativa privada.

Saúde e educação são para todos, não para quem pode pagar.






LAST






Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Denúncia de pedofilia deixa policial ferido em bloco no Leblon



Rio - Gás de pimenta, policial ferido, bate-boca e muita confusão depois de uma denúncia de pedofilia no final do bloco Mulheres de Chico, na Praça Antero de Quental, neste sábado no Leblon.

Depois de ver a cena de um beijo entre uma estudante universitária de 18 anos e uma adolescente de 17, um homem chamou a polícia, alegando suspeita de pedofilia. Quando os policiais 23º BPM (Leblon) chegaram no local, houve tumulto. O soldado Abílio Cezar Lima Cabral, 30 anos, foi empurrado e acabou sendo atropelado por um táxi, e teve o tornozelo fraturado. O militar foi levado para o Hospital Miguel Couto e liberado com a perna enfaixada. O caso foi registrado na 14º DP.

Policial ferido sendo carregado pelo colegas. Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia

(FIQUEI NA DUVIA, ISSO É PEDOFILIA OU LESBIANISMO ENTRE JOVENS ?)







LAST






Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Campanha da Fraternidade mira escândalos e corrupção no Brasil




Deus e o Dinheiro na Terra de Mamon

Vitor Hugo Soares
De Salvador (BA)

À medida que se distancia o barulho dos tambores e das guitarras elétricas nas ruas e avenidas dos muitos circuitos do carnaval baiano, fica mais fácil observar e escutar o que se passa em volta nestes dias de retirada da fantasia e dos santos cobertos de pano roxo, na Bahia e no País. Desde já, é possível dizer: muitos fatos e ruídos merecem atenção e reflexão, além do drama político que abala o Distrito Federal de Arruda, Paulo Octávio e a turma do chamado "Mensalão do DEM".

A mudez dos sinos nos campanários da mística Salvador, imposto pelos ritos da Quaresma, facilitam também verificar: partem dos templos religiosos (católicos ou não) os sinais mais contundentes. O principal deles é bem nítido já nos preparativos do lançamento neste domingo, 21, da Campanha da Fraternidade, cujo tema este ano é "Dinheiro e Vida".

Isso ficou visível nos cuidados e nas oscilações na entrevista coletiva do mineiro arcebispo de Salvador, Primaz do Brasil, Dom Geraldo Magela, para falar da parte prática da CF, de caráter ecumênico. O simples comunicado foi suficiente para levantar sinais de fumaça e de polêmica em muitos setores. Na política, nos governos, nas empresas. Dúvidas e suspeitas se levantam, aqui e ali, a começar pelo real significado de algumas palavras e indicações do Primaz do Brasil, ex-presidente da CNBB, em sua conversa com a imprensa na Quarta-feira de Cinzas.

Até a construção da controvertida ponte Salvador-Itaparica, empreendimento bilionário de projeto incerto e não debatido, veio à baila., e mereceu o apoio explícito do cardeal. Pelo tema em si, não é difícil prever o fuá que está a caminho, a partir deste domingo. No material da campanha, que será distribuído e debatido pelos fiéis nas paróquias de todas as dioceses do País, há motivos de sobra tanto para concordâncias, quanto para desavenças. Mais, provavelmente, para desavenças.

"Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro". Eis um desses motivos, escrito como lema em destaque no cartaz de promoção da CF-2010. O próprio cartaz não poderia ser mais emblemático e provocativo, em se tratando de campanha de cunho religioso e social. Nele, velas acesas sobre uma mesa aparecem cercadas de moedas.

Mais direto, impossível, principalmente porque a CF-2010 passou pelo crivo da Santa Sé desde setembro do ano passado. É sabido que o Vaticano não costuma ser tão direto em suas mensagens e palavras de ordem na maioria das vezes. A não ser em questões como o aborto ou a obrigatoriedade do celibato. Neste último caso, como se sabe, com inegáveis motivações do dinheiro desde as origens do impedimento do casamento dos padres católicos.

No lançamento da CF deste ano, na Bahia, quem lucrou de saída foi Wagner e seu governo. Como assinalou o jornal A Tarde, o governo baiano ganhou um aliado de peso na sua empreitada pela construção da ponte entre Salvador e Itaparica.

"Eu acho que vai ser bom. Temos muitas pessoas que usam a passagem pela ilha para ir mais para o sul do nosso Estado. Se tivermos uma ponte, o tempo e os custos da viagem vão ser abreviados", argumentou o arcebispo primaz do Brasil em favor da ponte.

A obra, como destaca o jornal baiano, tem gerado um debate acirrado entre políticos, empresários e sociedade civil. A polêmica se aprofundou após o escritor João Ubaldo Ribeiro, natural de Itaparica, produzir um manifesto desferindo críticas ao projeto. O protesto ganhou projeção nacional e recebeu o apoio de artistas e intelectuais que também se posicionaram contra a ponte.

No mesmo dia da entrevista de Dom Geraldo, a discussão chegou (à noite), ao plenário da Assembleia Legislativa da Bahia, a bordo da mensagem do governo, levada pessoalmente por Jaques Wagner, que abriu generoso espaço em seu discurso na abertura do ano legislativo no Estado, para fazer veemente defesa da ponte de 13 km sobre a Baía de Todos-os-Santos.

Ah, é preciso ressaltar, a bem da verdade, que o Primaz do Brasil colocou o tema do dinheiro e da corrupção no País, no centro da sua entrevista de lançamento da CF. Deu destaque especial ao escândalo mais recente e ainda em andamento, que culminou na prisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, e no processo para o afastamento do vice, Paulo Octávio. "É o bendito dinheiro de quem o põe no bolso, põe na barriga, em não sei mais onde. São interesses partidários e de grupos que estão em jogo", disse o arcebispo.

Dom Geraldo destacou a prisão do governador, mas ainda assim o o arcebispo mostrou-se descrente frente à impunidade em crimes de corrupção: "Vemos este mensalão e nos parece que não aconteceu nada. Eles sempre têm dinheiro para ter um habeas corpus, para sair da cadeia".

Mesmo em relação à construção da ponte multibilionária, que ele abençoa, o cardeal pede vigilância. Admitiu que o empreendimento pode ser alvo de desvios e superfaturamento. "Essa obra vai ser muito valorizada, até acima mesmo do seu valor objetivo. Há o perigo de que certas empresas possam ser beneficiadas. Um benefício que vem em troca de corrupção", alertou.

A Campanha da Fraternidade deste ano promete muito mais, no Brasil das metrópoles, mas sem tirar as vistas também da dinheirama que corre no País dos grotões.
















LAST






Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Grupo nega venda do Carrefour ao Walmart



"Carrefour não está à venda"
Presidente mundial do grupo nega venda da operação brasileira para o Walmart. O plano da rede francesa é outro: faturar R$ 60 bilhões no Brasil e somar mil lojas em 2015

Adriana Mattos

PUEYO, CEO NO BRASIL: "Vamos testar um novo formato de loja da rede ainda em 2010. Queremos continuar a crescer dois dígitos ao ano"

Nas últimas semanas, o grupo Carrefour tem sido bombardeado por uma série de especulações sobre a possível venda de suas operações no Brasil. Segundo notícias publicadas pela imprensa europeia, o Walmart teria feito no final do ano passado uma proposta de aquisição dos ativos do Carrefour nos países emergentes. Como é comum nessas ocasiões, a rede francesa negou as afirmações por meio de comunicados. Apesar disso, a boatoria só aumentou. Na semana passada, a reportagem da DINHEIRO conversou com um analista francês que ouviu, do próprio Lars Olofsson, CEO mundial do Carrefour, o que ele pensa sobre o assunto. Olofsson, que já teria se irritado com a insistência no tema, disse o seguinte: "Não vamos deixar o Brasil e a China. Até entendemos que algumas empresas tenham interesse nesses ativos. Mas não vendemos." Em entrevista à DINHEIRO, Jean Marc Pueyo, presidente do Carrefour no Brasil, enfatizou a posição do grupo. "Não estamos à venda." Para reforçar o interesse da rede em manter sua marca no Brasil, Pueyo apresentou os planos da corporação para o País. E eles são bastante ambiciosos.

Segundo o presidente da operação brasileira, o Carrefour pretende atingir um faturamento bruto de R$ 60 bilhões em 2015. "Esse é o valor mínimo a que queremos chegar", diz Pueyo, que apresentou pela primeira vez os detalhes do programa. Para se ter uma ideia do tamanho do desafio que o grupo se impôs, em 2009 suas receitas no Brasil totalizaram R$ 24 bilhões (9,3 bilhões de euros), alta de 4,6% sobre o ano anterior. Trata-se de um crescimento superior ao do Pão de Açúcar, que viu suas receitas subir 4,1% em 2009. O desempenho do Carrefour no Brasil é melhor que nos principais mercados do grupo na Europa. Tomando como base de comparação outro emergente, o Carrefour brasileiro também ganha de lavada. Na China, as vendas caíram 1,8%.

"Até entendemos que algumas empresas tenham interesse na operação brasileira. Mas não venderemos"

LARS OLOFSSON, CEO MUNDIAL DO GRUPO CARREFOUR

POPULAR E RENTável: sucesso de vendas em São Paulo, rede de supermercados Dia% terá o modelo de loja "exportado" para estados nordestinos

A meta de R$ 60 bilhões em faturamento não inclui possíveis aquisições. É apenas crescimento orgânico, por meio de abertura de lojas. De acordo com Pueyo, a varejsta terá 750 pontos de venda no Brasil até o final de 2011 e outros 250 estabelecimentos devem ser inaugurados até 2015, perfazendo um total de mil supermercados. Nessa conta, entram as unidades de todas as quatro bandeiras: Atacadão, Dia%, Carrefour e Carrefour Bairro. Em dois anos, a rede francesa quer estar presente em todos os 26 Estados brasileiros. Hoje, a varejista possui pontos em 20 Estados. Para alcançar a meta, a empresa estuda a criação de um formato inédito de loja, que passará a ser testado no País já em 2010, conforme adiantou Pueyo. "Só posso dizer que será uma evolução de nossos modelos atuais", diz o executivo. Embora ele não confirme, o projeto é comandado por uma área interna batizada de Carrefour Malls e existe uma sala com funcionários na sede do grupo, na zona sul de São Paulo, destinada apenas a tratar de negócios na área imobiliária e formatos de pontos de venda.

Segundo fontes do mercado, a ideia é ampliar a área de serviços dos pontos para aumentar o tráfego em loja e ainda ganhar com o aluguel desses espaços. "Entre as três maiores cadeias do País, o Carrefour é aquela com menos formatos de lojas. Isso é uma fragilidade", diz Eugenio Foganholo, sócio da Mixxer Consultoria. Não se pode esquecer que nem sempre a experiência da cadeia foi vitoriosa em seus formatos. A rede precisou fechar as lojas Champion pelos fracos resultados.

Pueyo afirma ainda que, no primeiro semestre, devem ser abertas no Brasil as primeiras salas de cinema dentro de hipermercados Carrefour que atendem as classes C e D. Para analistas, o Carrefour demorou a definir projetos específicos para essas classes e para regiões como o Nordeste. Cerca de 17% das vendas da cadeia são geradas pelas operações nessa região. No Walmart, estima-se que essa participação chegue a mais de um terço das receitas. O plano do Carrefour é entrar com força no Nordeste por meio do Atacadão e do Dia%, que devem consumir boa parte dos investimentos de R$ 2,5 bilhões no País até 2011.

As mudanças na rede também passam pela inauguração de sua página de compras na internet. O site vai ao ar na primeira quinzena de março."Não posso antecipar a data, mas está tudo pronto", afirma Pueyo. É mais uma iniciativa no sentido de reforçar a mensagem de que a companhia está com os pés fincados no Brasil. E o francês Pueyo tem alguma vontade de ir embora? "De jeito nenhum."







LAST






Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Antonio Banderas, emocionado y orgulloso en su regreso a España




Casi sin dormir pero exultante compareció Antonio Banderas en Granada. Sin poder disimular su emoción y orgullo alzó el Goya que recientemente consiguió la empresa de animación Kandor Graphics -asociada con él en el proyecto Kandor Moon- por el corto de animación La dama y la muerte. Además el filme aspira a un Oscar para lo que Antonio está recavando todos los apoyos posibles en Hollywood. A pesar de estar ensayando su nueva obra de teatro en Nueva York, Banderas ha viajado a Andalucía para celebrar el galardón y ha asegurado que Melanie y su hija "están muy bien" y que volverán a Málaga en Semana Santa como hacen cada año.




LAST






Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Vea un adelanto del vídeoclip de Shakira con Rafa Nadal



La colombiana ha contado con el tenista para grabar 'Gypsy', un nuevo corte de su último disco

Habrá que esperar aún unos días (hasta el 26 de febrero) para ver la secuencia completa aunque ya les podemos ofrecer un adelanto del que será, sin duda, uno de los videoclips de la temporada. Shakira ha colgado en su página oficial las primeras imágenes del vídeo de su nuevo tema Gypsy (Gitano), un corte más de su disco She Wolf, en el que muestra su lado más provocativo.

null

Como compañero en esta ocasión tiene a Rafa Nadal que por unas horas cambió la raqueta por la interpretación y se dejó seducir por la colombiana, en sentido figurado, claro. Las primeras imágenes de la grabación muestran a la pareja en un entorno natural que fue escenario de este esperadísimo clip en el que, al parecer, ambos demuestran mucha complicidad. ¿Le gusta la nueva pareja artística?







LAST






Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Shakira mostra prévia de novo clipe



A cantora Shakira já está finalizando a produção do seu novo vídeo clipe, da música Gypsy, do álbum She Wolf. Com o lançamento oficial previsto para 26 de fevereiro, ela resolveu liberar um trecho do vídeo, que fez com a participação especial do jogador de tênis Rafael Nadal, no seu site oficial. A sequência, em que ela aparece em cenas sensuais com o atleta, tem trinta segundos e está disponível em duas línguas, inglês e português. Confira abaixo as duas versões:





Shakira e Rafa Nadal no clipe da música 'Gypsy' Shakira e Rafa Nadal no clipe da música 'Gypsy'

Reprodução / Hola






LAST






Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Colin Firth leva o Bafta de melhor ator

Bafta: Colin Firth leva prêmio de melhor ator


O ator Colin Firth levou o Bafta, prêmio da Academia Britânica de Artes Cinematográficas e Televisivas, na noite deste domingo (21), no The Royal Opera House, em Londres, pelo seu trabalho em Direito de Amar, filme que marca a estreia na direção do estilista Tom Ford. Ford adaptou o roteiro do livro de Christopher Isherwood, que foi muito bem recebido pela crítica.


No Bafta, Direito de Amar concorria também a melhor figurino, mas perdeu a disputa para The Young Victoria, longa-metragem com Emily Blunt.

Firth também foi indicado ao Oscar, que será realizado no dia 7 de março, na mesma categoria.

Confira todos os premiados:

Diretor, Produtor ou Roteirista Revelação
Duncan Jones, por Moon

Melhor Curta-metragem
I Do Air

Melhor Curta de Animação
Mother of Many

Melhor Música
Michael Giacchino, por Up - Altas Aventuras

Melhor Som
Guerra ao Terror

Melhor Contribuição Britânica para o Cinema
Joe Funton

Melhor edição
Bob Murawski e Chris Innis, por Guerra ao Terror

Melhor Fotografia
Barry Ackroyd, por Guerra ao Terror

Melhores Efeitos Visuais
Avatar

Melhor Ator Coadjuvante
Christoph Waltz, por Bastardos Inglórios

Melhor Figurino
Sandy Powell, por The Young Victoria

Melhor Maquiagem e Cabelo
The Young Victoria

Melhor Atriz Coadjuvante
Mo'Nique, por Preciosa

Melhor Filme Britânico
Fish Tank

Melhor Roteiro Original
Mark Boal, por Guerra ao Terror

Melhor Design de Produção
Avatar

Melhor Atriz Revelação
Kristen Stewart, por, entre outros filmes, Lua Nova

Melhor Roteiro Adaptado
Jason Reitman e Sheldon Turner, por Amor sem Escalas

Melhor Animação
Up - Altas Aventuras

Melhor Filme Estrangeiro
O Profeta

Melhor Diretor
Kathryn Bigelow, por Guerra ao Terror

Melhor Ator
Colin Firth, por Direito de Amar

Melhor Atriz
Carey Mulligan, por Educação

Melhor Filme
Guerra ao Terror, de Kathryn Bigelow

LAST






Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

JORNAIS DE PORTUGAL


DIARIO DE NOTICIAS Lisboa www.dn.pt
PUBLICO Lisboa www.publico.pt
CORREIO DA MANHA Lisboa www.correiomanha.pt
24 HORAS Lisboa -----
A CAPITAL Lisboa www.acapital.pt
O DIA Lisboa -----
RECORD Lisboa www.record.pt
A BOLA Lisboa www.abola.pt
DIARIO ECONOMICO Lisboa www.de.iol.pt
CORREIO DE SETUBAL Setubal -----
Douro Litoral
JORNAL DE NOTICIAS Porto www.jn.pt
O COMERCIO DO OPORTO Porto www.ocomerciodoporto.pt
O PRIMEIRO DE JANEIRO Porto www.oprimeirodejaneiro.pt
O JOGO Porto www.ojogo.pt
Beira Litoral
DIARIO DE COIMBRA Coimbra www.diariocoimbra.pt
AS BEIRAS Coimbra www.asbeiras.pt
DIARIO DE AVEIRO Aveiro www.diarioaveiro.pt
DIARIO DE LEIRIA Leiria www.diarioleiria.pt
Beira Baixa
DIARIO DE FUNDAO Fundao www.jornaldofundao.pt
Beira Alta
DIARIO REGIONAL VISEU Viseu www.diarioregional.pt
Minho
DIARIO DO MINHO Braga www.diariodominho.pt
CORREIO DO MINHO Braga www.correiodominho.com
Alto Alentejo
DIARIO DO SUL Evora -----
Açores
DIARIO INSULAR Angra do Heroismo www.diarioinsular.com
A UNIAO Angra do Heroismo www.auniao.com
AÇORIANO ORIENTAL Ponta Delgada www.acorianooriental.pt
DIARIO DOS AÇORES Ponta Delgada www.virtualazores.net/diario
CORREIO DOS AÇORES Ponta Delgada -----
O TELEGRAFO Horta www.ciberacores.pt
CORREIO DA HORTA Horta www.ciberacores.net
Madeira
JORNAL DA MADEIRA Funchal www.jornaldamadeira.pt
DIARIO DE NOTICIAS DA MADEIRA Funchal www.dnoticias.pt






LAST






Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Autoridades admitem que o número de vítimas ainda pode aumentar



Edição do dia: DIÁRIO de Notícias
Destaque: Número de mortos sobe para 42
Autoridades admitem que o número de vítimas ainda pode aumentar










LAST






Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Tempestade surpreendeu muitos dos que se deslocaram para o trabalho

Dia de pesadelo

Foi uma manhã de pesadelo para quem cedo madrugou para dar início a mais um dia de trabalho na baixa do Funchal. As ribeiras de João Gomes e Santa Luzia, face ao enorme caudal de água que recebiam ao longo de todo o percurso, acumulado com os deslizamentos de terra, começaram a transbordar junto à zona do mercado e também do Bazar do Povo, respectivamente, tendo a água invadido e inundado algumas artérias do Funchal, como foi o caso da Rua do Seminário, Fernão Ornelas, Largo do Pelourinho, Largo dos Varadouros, Avenida do Mar, assim como a zona velha, lançando o pânico entre os populares, alguns dos quais acabaram por ficar retidos nos edifícios, à espera de remoção.
Perante tamanha devastação, é mesmo difícil não pessoalizar aquilo que fomos vendo e assistindo ao longo do dia. Foi mesmo impressionante ver a forma como a água saltava do leito da Ribeira de João Gomes, quer em frente ao mercado, quer em frente ao restaurante Almirante. Uma mulher tenta a sorte, mas ao passar a ponte localizada em frente à Casa da Luz, é apanhada e derrubada por uma “onda” vinda da ribeira, que por esta altura tinha já o caudal ao nível da estrada. Levanta-se e coberta de lama foge, atordoada, em direcção ao Almirante Reis, onde no interior do parque, alguns condutores procuravam levar as viaturas para os andares cimeiros.
Desde logo, a nossa equipa de reportagem foi impedida de atravessar para a Rua do Anadia e a opção foi sair pela zona velha, numa altura em que a água já enchia a Avenida do Mar. O carro avançou devagar e a água dava já pela janela. A solução foi subir uma das transversais em direcção ao Liceu.
Daqui, seguimos em direcção ao comando da PSP onde, mesmo em frente, a ribeira também já galgava a estrada. Continuamos rua acima e já no Campo da Barca, nova demonstração do poder de destruição da ribeira. A ponte em frente ao posto da Repsol estava partida e o caudal derrubou os postes de iluminação, invadindo toda a zona e lançando água ao longo do toda a Rua João de Deus, que depois descia as transversais para a Rua do Carmo.
Perante tanto estrago, um grupo de polícias corre a pedir para que toda a gente “se salve” e escolha um local mais alto.
A nossa equipa continuou e fomos avançando até chegar à Rua Fernão de Ornelas, sempre com a água a meia perna. Mas, pouco depois, surge ordem de evacuação desta rua.
Na Ponte do Bettencourt, junto ao Bazar do Povo, muitos curiosos olhavam para baixo, onde observavam a ribeira a galgar a estrada com grande facilidade. O Largo do Pelourinho, por esta altura, estava já coberto de água, sendo que a Casa Santo António ficou submersa.
Junto ao Centro de Inspecções da Madeira, duas mulheres também foram apanhadas de surpresa por uma grande derrocada. Ainda tentaram retirar a viatura, mas foi já tarde de mais. Conseguiram, no entanto, escapar
Na zona do Vasco Gil houve pessoas que tentavam escapar dos locais da tragédia, mas as sucessivas derrocavas impediam de sairem do local. Muitos refugiaram-se em casas de vizinhos, sendo que alguns viram mesmo as suas casas destruídas.
Ao longo da Comandante Camacho de Freitas, vários corgos e ribeiros transbordaram e junto ao campo do Marítimo, a ribeira de Santo António destruiu quase totalmente um stand de venda de carros e arrastou vários veículos desde a o sítio da Ribeira Grande para Baixo.
No Galeão, o Ribeiro de Água de Mel também transbordou obrigando à evacuação de várias pessoas. Uma viatura foi arrastada pela força das águas com um casal e um bebé no seu interior. A bebé foi salva “in extremis” por populares.
A Avenida das Madalenas mais parecia um rio e o Sá foi inundado. Nos estacionamentos junto à universidade, os carros ficaram, submersos.
O drama foi maior na zona do Monte. Nas Babosas, a capela onde habitualmente se realizam os serviços fúnebres, acabou mesmo por desaparecer perante a enxurrada, situação que acabou por também atingir algumas residências. Várias pessoas acorreram ao local, e ainda conseguiram salvar algumas das estátuas religiosas do local.



Pior temporal de que há memória
Madeira assolada pela tragédia

A Madeira foi ontem atingida pelo pior temporal de que há memória. A tempestade fez lembrar o fatídico mês de Outubro de 1993, em que numa enchente semelhante morreram cinco pessoas, mas desta vez os números foram tragicamente superiores. No final da tarde de ontem já estavam confirmadas mais de 30 mortes e o número de feridos ultrapassa a centena.
O Funchal e a Ribeira Brava foram os concelhos mais fustigados pela fúria da água que, na capital, galgou as margens das três principais ribeiras que cortam a cidade e fez elevados estragos – o Governo Regional admitiu ontem recorrer a apoios especiais da União Europeia para catástrofes -, destruindo pontes, carros, árvores, estabelecimentos comerciais, sinalética nas estradas e tudo o que encontrou pela frente.
Ontem, o cenário era verdadeiramente desolador. O JORNAL da MADEIRA esteve desde o primeiro momento no terreno, indo aos pontos mais castigados pelo mau tempo.
O movimento e os barulhos típicos de um dia normal da baixa da cidade haviam sido substituídos por um silêncio de uma cidade vazia, alagada, lamacenta, parcialmente destruída e coberta por um manto de entulho e materiais que as águas foram recolhendo ao longo dos leitos das ribeiras para depois cuspirem como lava de um vulcão junto às fozes.
Na Estrada Lusobrasileira, que liga a via rápida à Rua Dr. Pedro João de Ornelas, na Pena, foram registados um dos grandes dramas do temporal de ontem. No final da tarde, havia três mortes confirmadas e duas pessoas permaneciam desaparecidas. Dois veículos galgaram os muros de protecção na primeira curva, no sentido descendente, caindo sobre as casas. A água e o material inerte trazido foi em tanta quantidade que os veículos, pouco tempo depois, já estavam quase totalmente soterrados pela lama, madeiras e pedras. O taxista não conseguiu sair a tempo.
O carro onde seguia uma criança de cinco anos com os pais, não saiu fora da estrada, mas por pouco. O rapaz de cinco anos faleceu, a mãe continuava a ser procurada e o pai estava em estado de choque.
Noélia Figueira mora onde cairam os carros e escapou por pouco.
A senhora, que aparenta ter 60 anos, subiu os degraus com dificuldade, ajudada pelos Bombeiros Voluntários Madeirenses. Vinha a cambalear, as lágrimas misturadas com a água da chuva.
«Eu não vi nada. Eu simplesmente estava dentro de casa e senti um estalo, um estalo, um estalo, uma loucura, parecia o fim do Mundo. Não sei mais nada», relatou.
«Eu fiquei sempre dentro de casa mas depois saí para o quintal, lá para trás, não vi mais nada, não sei mais nada», declarou com agonia. Noélia Figueira só sabia que tinha perdido a casa. «Só sei que a casa está toda destruída. Toda», disse, a chorar.
A senhora estava preocupada com os seus animais – oito cães e um papagaio – mas subitamente as preocupações tornaram-se outras quando se apercebeu que não sabia onde estava o marido. Começou a chorar. Não conseguimos confirmar se o homem tinha sido encontrado.
Um pouco mais abaixo, ao longo da Rua Dr. Pedro João de Ornelas, mais conhecida por zona da Pena, quase três dezenas de carros destruídos davam uma ideia clara da força das águas, horas antes.
«Era 10h30 faltou a luz em casa. Eu ia ao supermercado mas o meu marido disse que seria melhor esperar que esteasse. Ele disse-me que estava muito vento, mas olhei para as árvores e não vi mexerem-se. Mas quando eu abro a janela do quarto do meu filho e olho para a rua, vejo o que parecia ser um mundo de água, com os carros a serem arrastados, impotentes face à força da massa de água».
Para esta moradora, uma mulher de aparentemente 40 anos, a estrada tinha-se transformado numa «autêntica ribeira».
A comparação que a senhora fez não terá sido tão exagerada assim. De facto, o nível de destruição dos veículos – até um carro dos bombeiros ficou arrasado – era bem demonstrativo da força da massa de água. Havia marcas de lama acima de um metro, o que não quer dizer que o caudal chegasse a esse nível. Mas estava bem visível o impacto da corrente.
No Caminho da Levada dos Tornos, uma derrocada terá destruído uma habitação, que nas intempéries anteriores já tinha sido parcialmente danificada. Nesta zona morreram um bombeiro e uma mulher, arrastados pela força da água.
Nenhuma das três ribeiras conseguiu conter a anormal quantidade de precipitação que caiu na madrugada de ontem.
Uma das imagens mais impressionantes da força da água terá sido registada na Ribeira de João Gomes. A água ultrapassou as margens da ribeira e transformou-se uma forte e revoltosa massa de energia que destruiu o que lhe apareceu à frente, inclusive a ponte junto ao Mercado dos Lavradores.
O Jornal falou com um grupo de pessoas que moram na Rua da Ribeira de João Gomes.
«Moramos próximos da Mercedes», disseram, aliviados por as suas casas não terem sido atingidas pelo mau tempo ou estarem em perigo.
Apesar de em 1993 terem morrido pessoas na zona e de nesta vez não, este grupo de pessoas garantiu que «nunca viram a força da água» ter tanta expressão.
«Em 1993 foi a ribeira que fez um desvio e a água veio para fora da ribeira. Mas agora o que estamos a ver é que a água galgou a ribeira. É impressionante», disse um dos moradores.
Entre este grupo estava uma mulher que em 1993 perdeu a sobrinha.
Aos poucos, os funchalenses começaram a reagir. Os moradores arregaçaram as mangas e começaram a limpar as suas casas, sobretudo as entradas, os jardins e os pisos do subsolo, como garagens ou caves.
Os estragos começam agora a ser contabilizados e o Governo Regional já anunciou um conjunto de medidas para responder à intempérie mais devastadora que a Madeira já assistiu nos últimos anos.

Palavras mais ouvidas junto do mercado dos Lavradores
SALVE-SE QUEM PUDER

Salve-se quem puder. Eram as palavras mais ouvidas junto do mercado dos Lavradores. Muitos se refugiaram neste e tiveram de ser resgatados ao final da tarde quando as coisas começavam a melhorar. Nas acções de salvamento, até o SANAS foi chamado para prestar socorro em terra. Botes foram utilizados para resgatar dezenas de pessoas que ficaram bloqueados em prédios na Rua do Seminário e Rua Fernão de Ornelas. A Polícia não tinha mãos a medir. Do mesmo modo os meios de socorro, entre eles a Cruz Vermelha Portuguesa. As tropas também apareciam por todos os cantos. Os bombeiros tudo faziam. Mas eram impotentes para tantos pedidos de auxílio. Também não conseguiam ultrapassar os obstáculos que surgiam nas estradas. Até o Comando Regional foi invadido pelas águas. A estrada era uma autêntica ribeira em frente a esta instituição. Valeu o esforço e foi preponderante a entreajuda entre os agentes da PSP. Quando um destes estava perdendo esperanças numa operação de resgate, desse mesmo jardim para o lado norte, os colegas ao verem que estavam a perdê-lo, dois deles atiraram-se à água, pois só arriscando a vida é que foi possível retirá-lo daquela posição difícil.
Dezenas de pessoas ficaram encurraladas no jardim central do Campo da Barca, entre a bomba de gasolina e o outro lado da estrada. As águas da ribeira não davam muitas hipóteses. Foram evacuadas através de cordas, com o apoio de bombeiros. correndo o risco de serem arrastadas pela força das águas. Felizmente não há vítimas a registar neste local. O Funchal estava a ser evacuado para zonas mais altas e que ofereciam segurança. Com efeito, ninguém se sentia seguro.
Mas, a tragédia não se passava só nesta zona. Do outro lado da cidade o caso não era melhor. Junto ao Dolce Vita e ao edifício 2000, a ribeira galgava também a estrada. A superfície comercial foi invadida e os prédios mais antigos ameaçavam ruir. Era o caos. Mas o perigo real impedia qualquer aproximação daquela ribeira. Os prejuízos são incalculáveis. Os próximos meses são para limpezas e balanço de um prejuízo que está fora do imaginável. O alerta vermelho revela uma calamidade pública. Um dia para nunca mais esquecer.
Ribeiras principais do Funchal ameaçavam rebentar

CIDADE IRRECONHECÍVEL

Uma cidade irreconhecível. As ribeiras principais do Funchal ameaçavam rebentar. O cenário atroz começou entre o Mercado dos Lavradores e o Anadia, entre as 10.30 e as 11 horas, quando a pequena ponte que faz a ligação entre a Rua Visconde Anadia e o Oudinot cedeu. A partir daqui foi um caos. A água da ribeira em grande força galgava para a estrada invadindo as ruas mais próximas. Mais parecia o rebentamento de uma forte ondulação junto à costa. As águas chegavam àquele ponto e elevavam-se à altura do edifício Oudinot, do outro lado da estrada. O tanque de gás que se encontrava junto da ponte voou simplesmente contra a entrada do Anadia. Tudo podia acontecer. Foi o salve-se quem puder. Pessoas a serem arrastadas, salvas por outros. Uma delas foi agarrada por dois ou três transeuntes que arriscaram-se para salvar a vida da senhora que já estava no meio da lama e arrastada dezenas de metros. Valeu o esforço. Um outro salvamento de uma criança aconteceu junto do ribeiro de Água de Mel que transbordou. São estes momentos que valorizam as pessoas. Uma entreajuda quando o perigo ameaça. Crianças e mulheres a gritarem e a correrem por todos os lados na baixa do Funchal. As águas da ribeira de João Gomes a aumentarem de nível e com mais força indiciavam o pior. Mais parecia um filme de terror. O som do arrastamento de pedras e entulho pela ribeira abaixo assustava. Já se falava em mortos. Um deles, uma senhora, por arrastamento na Rua Pedro José de Ornelas. O cadáver ficou junto ao jardim na parte mais baixa. Outros na zona mais alta, na Barreira, em Santo António, em consequência da queda de uma grua que atingiu uma casa e destruiu uma garagem onde se encontravam abrigadas cinco pessoas. Todas morreram. Na casa verificaram-se mais mortos. Contudo, duas pessoas, entre elas uma criança, foram salvas do meio dos escombros. Nesta rua, com inclinação acentuada, dezenas de carros eram arrastados.
Mas, o pior veio a seguir. As duas pontes do Campo da Barca entupiram e a estrada passou a ribeira com arrastamento de lamas, pedras e todo o tipo de entulho. A bomba de gasolina ficou literalmente destruída. A água da ribeira, em grande quantidade, dividia-se em várias ruas na baixa da cidade, gerando o pânico entre aqueles que pensavam ainda defender os seus bens. Permaneciam nos estabelecimentos a tentar desviar as águas. Mas eram tantas que deixaram tudo para trás. Os prejuízos sao incalculáveis. Grande parte das lojas têm os seus armazéns ao nível inferior da estrada e ficaram cobertos com água. O edifício do Anadia fechou com a água a subir ao nível da estrada. A Rua do Seminário, Rua do Ribeirinho de Baixo, Rua Fernão de Ornelas, Rua do Carmo, Rua João de Deus, Rua do Bom Jesus, Rua das Hortas. Isto, de entre outras. Junto ao Mercado dos Lavradores, Latino Coelho, Rua de Santa Maria. A verdade é que todos os que chegaram à baixa da cidade ali ficaram. Já não puderam sair. Os avisos faziam-se ouvir em todas as rádios: deixem-se ficar em casa.


LAST






Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Decretados três dias de luto nacional e anunciado Conselho de Ministros extraordinárioDecretados três dias de luto nacional e anunciado Conselho de Mi

Cristiano Ronaldo

DIARIO DE NOTICIAS

por LusaHoje

Decretados três dias de luto nacional e anunciado Conselho de  Ministros extraordinário

[FOTOS E VÍDEOS no interior] Os dados oficiais mais recentes dão conta de 42 mortos e 120 feridos na sequência do temporal que ontem assolou a ilha da Madeira. Pessoas desesperadas à espera de notícias dos seus familiares desaparecidos ou outras lamentando os seus mortos é o cenário encontrado nas zonas altas do Funchal.

O Governo vai reunir na segunda feira num Conselho de Ministros extraordinário, no qual irá decretar três dias de luto nacional pelas vítimas da tempestade na Madeira.

O executivo irá ainda analisar novas medidas de apoio às populações afectadas e à recuperação do que ficou destruído.

No Laranjal, onde já foram encontrados três cadáveres que ficaram soterrados nas suas casas pelas terras que desabaram da encosta, uma senhora não escondia o seu desespero gritando: "Têm de encontrar a minha filha".

Noutro local, a cerca de dois quilómetros, uma grua que operava na obra de construção de uma ponte da futura via rodoviária Cota 500 tombou em cima de várias casas.

No local, José Pereira contou que, esta manhã, ele próprio recolheu junto com socorristas duas vítimas mortais de uma casa, onde pereceram outras três pessoas da mesma família.

Com muitos curiosos à volta, eram muitos os que afirmavam que as duas gruas instaladas no local não garantiam condições de segurança.

Para completar o sentimento de frustração e aflição, de repente as pessoas ficaram alarmadas e desataram a fugir quando se aperceberam que a outra grua efectivamente estava a balançar.

Após a passagem da ventania, a calma possível voltou aqueles moradores e, também, aos outros muitos curiosos que congestionaram as estradas durante toda a manhã, para verem "in loco" as consequências da catástrofe.

Os danos materiais (dezenas de automóveis destruídos, casas e estabelecimentos comerciais inundados e casas bastante danificadas) foram muitos, mas como.

"O que interessa é que estamos vivos", filosofou José Manuel, dono do café da zona, enquanto se ocupava com a família a limpar o seu bar.

42 mortos, 120 feridos, 240 desalojados e muita destruição

O último balanço do Governo regional, feito esta tarde pelo secretário regional dos Assuntos Sociais, dava conta de 42 mortes, 120 feridos, um número ainda indeterminado de desaparecidos e cerca de 240 desalojados.

Em declarações à agência Lusa, Francisco Jardim Ramos adiantou que o "depósito de cadáveres" foi centrado no Aeroporto da Madeira por "uma questão operacional" e que as vitimas mortais "ainda não estão todas identificadas".

No local, está uma equipa de apoio às famílias constituída por psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais. Referiu que dos 248 desalojados, 85 da já regressaram às suas casas, sendo pessoas que eram dadas como desaparecidas devido à grande dificuldade de comunicações.

Várias localidades continuam isoladas sem água nem luz no Funchal e na Ribeira Brava. O presidente da Investimentos e Gestão da Água (IGA) da Madeira, Pimenta de França, revelou hoje à Lusa que 30% da população do Funchal está neste momento sem água devido ao "desaparecimento" de uma conduta.

Muitas casas e carros destruídos, estradas interditas ao trânsito e um rasto de lama são alguns dos sinais materiais visíveis do temporal que assolou sábado a Madeira.

De acordo com o governo regional as zonas mais problemáticas são os sítios da Furna, Pomar da Serra, Espigão, São João, Curral das Freiras, Madalena, Paul do Mar e Jardim da Serra

No Funchal, os bombeiros municipais recolheram até ao momento 17 cadáveres, mas este número pode subir pois muitas casas e carros estão soterrados e a circulação automóvel no centro da cidade continua a ser impossível, adiantou o presidente da câmara funchalense, Miguel Albuquerque.

No aeroporto do Funchal, o movimento decorre com normalidade, já aterraram alguns aviões e o quadro de informações confirma os vários voos sem qualquer indicação de atraso e ou cancelamento.

Centro comercial pode esconder mais vítimas

O Centro Comercial Anadia, naquela localidade da ilha Madeira, ficou "completamente destruído" e as autoridades que existam várias vítimas mortais no estacionamento alagado.

"O Anadia está completamente destruído, danificado, cheio de lama, os bombeiros estão a retirar a água do parque [que estão completamente alagados] e só depois disso é que vamos começar a ver o que é que se vai fazer aqui", disse à agência Lusa o proprietário daquele espaço, João Andrade.

O parque de estacionamento daquele espaço comercial é muito utilizado e as autoridades estimam encontrar vítimas mortais quando conseguirem retirar a água.

Ajuda mobiliza-se

Uma equipa de mergulhadores da Força Especial de Bombeiros "Canarinhos", uma equipa cinotécnica da GNR e uma equipa do Instituto Nacional de Medicina Legal já chegaram a Madeira a bordo de um avião C-130 da Força Aérea Portuguesa para apoiar as operações de socorro no arquipélago.

A fragata Côrte-Real rumou no sábado à noite para a Madeira, levando a bordo as equipas e diversos meios das Forças Armadas, para dar resposta aos efeitos do temporal.

O secretário de Estado da Protecção Civil, Vasco Franco, anunciou hoje que deverão ser começar a ser enviados para a Madeira na próxima semana os meios de engenharia militar necessários para repor as pontes afectadas.

"A expectativa que temos é que durante a próxima semana comecem a ser enviados meios, nomeadamente uma equipe de 15 especialistas com capacidade para montar as pontes e já algumas dessas pontes", avançou à agência Lusa em Mangualde, onde hoje de manhã entregou equipamentos de georeferenciação às corporações de bombeiros do distrito de Viseu, poucas horas após ter regressado da Madeira.

Segundo Vasco Franco, "ontem (sábado) mesmo, no avião com o primeiro-ministro, foram dois especialistas em engenharia militar, que ficaram lá para fazer o levantamento das necessidades".

Entretanto, cerca de 120 desalojados, entre os quais 40 crianças, foram acolhidos no Regimento de Guarnição n.º 3, do Exército, onde recebem apoio psicológico, alimentar e alguns bens de primeira necessidade.

Vítor Camacho, de 38 anos, desempregado, explicou que eram cerca das 09.00 de sábado quando "entrou tudo" pela casa dentro, situada em Santo António, na zona alta do Funchal.

A habitação ficou com "lameiro até ao tecto", descreveu, consequência de um ribeiro que trouxe tudo de cima e que as três portas da casa não conseguiram travar.

"Só tive tempo de salvar os dois miúdos que eu tenho. Mais nada. Não consegui salvar mais nada", declarou à Agência Lusa, adiantando que foi o vizinho que o ajudou a salvar a si e aos seus dois filhos, de três e treze anos.

Contactou, depois, a Protecção Civil e agora, temporariamente, está ao abrigo do Exército.

"A vida aqui é boa. As pessoas são muito amigas, não tem faltado nada à gente", declarou.

Escolas encerradas pelo menos amanhã

O secretário regional da Educação da Madeira, Francisco Fernandes, revelou hoje à Lusa que segunda-feira todas as escolas dos concelhos do Funchal, Câmara de Lobos e Ribeira Brava estarão encerradas, afectando assim, aproximadamente, cerca de 30 mil alunos.

Segundo Francisco Fernandes, a razão principal do encerramento de todas as escolas do Funchal, Câmara de Lobos e Ribeira Brava "não tem propriamente a ver com a infraestrutura escolar" mas sim por "questões de acessibilidade e de segurança, evitando a circulação de viaturas num momento em que a prioridade é para desobstruir estradas".

"Durante a segunda feira daremos indicações relativamente à terça feira, nomeadamente para as escolas que dependem exclusivamente dos transportes públicos", acrescentou.

O secretário regional da Educação afirmou ainda que as escolas dos concelhos de Câmara de Lobos e Ribeira Brava estarão encerradas segunda e terça feira.

Aguardando contactos da Ponta do Sol e da Calheta para poder tomar decisões, Francisco Fernandes informou ainda que Santana, Machico, Santa Cruz, Porto Santo e S. Vicente são concelhos onde "em principio tudo funcionará normalmente".

VÍDEOS


Enxurradas no Parque do Clube Naval do Funchal

Carros amontoados em Caniço/Cancela



Enxurrada chega à via rápida junto à Ribeira de São João


Enxurrada provoca queda da estrada 31 de Janeiro


Cheias junto ao Centro Comercial Dolce Vita










LAST






Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters