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domingo, 21 de fevereiro de 2010

Saúde e educação não rimam com lucro



Alguns leitores tocaram num ponto que eu não abordei no texto sobre a medicina: o preço dos tratamentos.

Quem não tem dinheiro para pagar um plano de saúde precisa recorrer aos hospitais públicos, onde os bons médicos (em nenhum momento do outro texto eu generalizei) se esforçam para salvar vidas em condições adversas.

Pois bem: tratamento de saúde não pode ser cobrado, tem que ser universalizado e gratuito. Não interessa o quanto isso custe ao país, porque esse país é muito, muito rico. E não há país tão pobre que não possa cuidar de sua gente.

"Se você tem dinheiro, salvo sua vida". O que é isso? Isso é a negação da humanidade.

A medicina virou uma indústria que tem que dar lucro, esse é o problema. O problema não são os médicos, há bons e maus como em todas as profissões, claro.

Não sou estatizante, mas acho que saúde e educação deveriam estar apenas nas mãos do estado. Não se pode cobrar para curar uma pessoa, nem para transmitir conhecimentos.

O estado deveria garantir saúde de primeira gratuitamente a toda a população, pagar plano de saúde é um absurdo. Para mim não é plano de saúde, é plano de doença. E ficar doente não faz parte dos meus planos, mesmo assim, eu pago um desses planos, porque sabemos bem as condições dos hospitais públicos.

Com médicos bem pagos e tendo seu estudo e seu aperfeiçoamento valorizados pelo estado, isso aqui poderá ser chamado de Nação.

Filosoficamente, cura não combina com cobrança. Não se pode exigir que uma pessoa pague para que sua vida seja salva.

Em vez de o estado fazer trem bala Rio-São Paulo e dar mordmia a senador, juiz e governador, deveria investir seus recursos em saúde e educação, alicerces de uma Nação, direitos dos cidadãos.

Assim, só haveria hospitais e escolas públicos, nada mais de iniciativa privada, porque saúde e educação não são para dar lucro.

Eis a perversão, a distorção: cobrar pelo ensino de qualidade. Aí só os privilegiados estudam em bons colégios e acabam passando para as universidades (pasmem) gratuitas. E ainda falam mal das cotas raciais e de probreza. E ainda xingam o governo que dá bolsas a 300 mil jovens carentes para que eles possam estudar como os filhos dos mais abastados.


Pagamos impostos para ter saúde e educação de qualidade.

Nos anos 80, um cara chamado Darcy Ribeiro quis fazer escolas de primeira linha para os pobres. Foi açoitado pela mídia mais elitista. Essa mesma turma que vive dizendo que o estado tem que diminuir, que tudo tem que estar na mão da iniciativa privada. Tudo, não, amigo, alto lá. Saúde e educação não são para o bico da iniciativa privada.

Saúde e educação são para todos, não para quem pode pagar.






LAST






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