Estupro
Plantão | Publicada em 22/08/2009 às 10h31m
SÃO PAULO - Chega a 61 o número de acusações de abuso sexual contra o médico Roger Abdelmassih, de 65 anos, especialista em reprodução assistida. Uma mulher, que veio da Europa para depor contra o médico contou à delegada Celi Paulino Carlota, responsável pelo inquérito, que sofreu abuso sexual durante uma consulta com Abdelmassih. As cidades de residência das testemunhas e os detalhes dos crimes não podem ser revelados, já que o processo está sob segredo de Justiça. A polícia não confirma nem a nacionalidade da vítima. Abdelmassih era um dos grandes nomes mundiais em reprodução humana.
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Desde que o processo contra o médico, acusado de 56 estupros, veio à tona, mais cinco mulheres procuraram a polícia e foram ouvidas na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher, no centro da capital. O médico está preso desde segunda-feira, na carceragem do 40º Distrito Policial, na Vila Santa Maria, na zona norte de São Paulo.
Pelos menos mais dez supostas vítimas telefonaram para a delegacia pedindo informações sobre os procedimentos que devem seguir para denunciar o médico. O depoimento dessas pessoas ainda não foi marcado. Como algumas delas vivem em outros estados, poderão ser interrogadas nas delegacias da mulher das cidades onde vivem. Essas oitivas serão enviadas, na sequência, para a 1ª DDM, que concentra as investigações.
- Muitas mulheres se encorajaram a prestar depoimento contra esse médico depois que o Ministério Público ofereceu a denúncia contra ele - avalia a delegada Celi.
- Acho que elas estão percebendo que a Justiça está levando o caso a sério e que há chance de ele ser punido. Sem contar que muitas vítimas, em qualquer caso de violência sexual, têm medo de procurar a polícia e depois sofrer alguma represália - continua.
Embora o relato mais antigo ouvido por Celi seja de quase 40 anos atrás, quando Roger era médico residente em um hospital de Campinas, a 96 quilômetros da capital, a maioria das queixas são dos últimos dez anos. A vítima mais recente afirma que foi abusada sexualmente no segundo semestre de 2008.
Nesta sexta-feira, o médico teve o pedido de liberdade negado pelo Superior Tribunal de Justiça. A defesa deve entrar com recurso no Supremo Tribunal de Justiça para que o médico aguarde o julgamento em liberdade. Na última semana, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) suspendeu, por tempo indeterminado, o registro profissional de Abdelmassih. Mesmo que seja solto, ele ficará impedido de exercer a profissão enquanto não Cremesp não julgar os 51 processos éticos contra o Abdelmassih.
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