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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

#pt #lula 'Pena repara uma parte da nossa dor', diz irmão de Celso Daniel


Em entrevista ao 'Estado', Bruno Daniel afirma que sentença 'significa mais um grande passo que permite que continuemos a acreditar que lutar vale a pena'

19 de novembro de 2010 | 22h 01
Fausto Macedo, de O Estado de S.Paulo

SÃO PAULO - Bruno Daniel, cidadão brasileiro a quem a França outorgou o título de refugiado porque reconheceu que sua vida aqui corre riscos, disse que a condenação de um dos assassinos de seu irmão Celso Daniel - prefeito do PT de Santo André executado à bala em janeiro de 2002 - repara uma parte da dor que persegue a família. "Significa mais um grande passo que permite que continuemos a acreditar que lutar vale a pena", ele diz.

Arquivo Pessoal/AE
Arquivo Pessoal/AE
Bruno Daniel, em seu exílio na França

Marcos Roberto Bispo dos Santos foi condenado a 18 anos de prisão por um júri popular na quinta-feira, 18. A promotoria o acusa de ter participado da ação de arrebatamento de Celso e sua remoção para dois cativeiros. Bispo está foragido. O Ministério Público o classifica de "bandido perigoso".

Incomoda Bruno Daniel e os seus o fato de que outros seis acusados - entre eles o empresário Sérgio Gomes, o Sombra, apontado como mandante do crime - ainda estão longe de prestar contas à Justiça. Se é que um dia isso vai acontecer, porque todos eles recorreram da sentença que os mandou para o banco dos réus.

Também indignam o exilado as muitas ações judiciais que envolvem antigos colaboradores e aliados da administração do irmão em atos de desonra, corrupção e improbidade. O Ministério Público se desdobra, insiste, questiona, cobra medidas cautelares, mas as ações se arrastam na Justiça congestionada.

Por e-mail, de algum lugar do País que o acolheu, Bruno Daniel, 56 anos, professor, relata suas expectativas, esperanças, medos e aflições. Ele escreve também sobre um partido, o PT, que a eles virou as costas no momento mais dramático.

Assusta-o o fato de Marcos Roberto Bispo dos Santos estar foragido?

O que mais nos assusta é que os esquemas que levaram à morte de meu irmão e a nosso exílio continuam como sempre. O que quer dizer que não temos nenhuma segurança de poder viver tranquilos no Brasil.

Esperava que o PT tomasse alguma medida com relação à morte de seu irmão?

Sem nenhuma dúvida. Mantivemos conversações com pessoas do PT durante todo o ano de 2002, após a morte do Celso, porque acreditávamos nessa possibilidade. Mas fomos ingênuos. Só contamos com ações isoladas de alguns petistas, dentre eles dr. Hélio Bicudo, então vice-prefeito de São Paulo, do então vereador pelo PT de Santo André, Ricardo Alvarez, e do senador Eduardo Suplicy.

O PT abandonou a família?

Não se trata de abandono. Trata-se da explicitação de uma maneira de fazer política da qual discordamos radicalmente.

A pena imposta a Bispo dos Santos de alguma forma repara a dor por vocês sofrida nesses anos todos?

Repara uma parte de nossa dor. Ela significa mais um grande passo que permite que continuemos a acreditar que lutar vale a pena para que se encontre a verdade sobre o assassinato de meu irmão e se faça justiça condenando aqueles que o sequestraram, torturaram, assassinaram e encomendaram o crime. Tal pena refere-se a apenas um dos acusados e que se encontra foragido.

O que o preocupa agora?

Temos que continuar vigilantes em relação à demanda do dr. Podval (Roberto Podval, advogado de defesa de Sérgio Gomes), ao Supremo Tribunal Federal, arguindo a inconstitucionalidade do poder de investigação do Ministério Publico. Se tal demanda for aceita, estaremos diante de um grande retrocesso institucional. Não só as provas colhidas pelo Ministério Público no caso de Celso poderão ser invalidadas, como as de todos aqueles que dependem de suas investigações.

Por que os processos sobre corrupção não chegam ao fim?

Temos que acompanhar a eventual demora do julgamento dos demais indiciados e recursos de seus advogados a outras instâncias, que podem levar esse tipo de decisão a demandarem muito mais tempo para se tornarem efetivas. Resta verificar o andamento dos processos em que Sérgio Gomes e muitos outros estão indiciados por corrupção nos negócios públicos de Santo André, elemento que pode estar articulado à morte de Celso. Seu desvelamento e punição aos culpados pode abrir caminho para aperfeiçoamentos institucionais também nesse campo.

Como vê o fato de até hoje nenhuma ação sobre corrupção e desvios na administração municipal de Santo André ter chegado a uma solução?

É mais uma mostra de que reformas profundas nas instituições brasileiras precisam ser feitas. Creio que ainda temos que fazer as duas coisas: vigiar e cobrar para que esses processos caminhem, mas também apontar o que deve ser mudado, para que coisas como essa deixem de acontecer.

Considera que a Justiça demorou demais para a primeira sentença criminal?

Não há a menor duvida, fato inclusive reconhecido pelo juiz (Antônio Galvão França)de Itapecerica da Serra, segundo notícias da imprensa. Sua posição tem sido de uma firmeza ímpar. Isso não nos impede de perceber que o sistema judiciário brasileiro precisa de reformas profundas. Tal demora significa impunidade a criminosos.

Por que é assim?

Podemos nos perguntar por que o STF concedeu habeas corpus bastante tempo depois do prazo legal dentro do qual Bispo dos Santos deveria ser julgado, soltando-o da prisão, ele que é réu confesso, e apenas a uma semana da decisão do juiz de Itapecerica de levar o caso a júri popular, o que o manteria onde estava? Como aceitar que testemunhas de defesa não eram encontradas para depor, quando tinham domicilio fixo, trabalho regular, cotidiano definido? Como aceitar que o julgamento do então deputado pelo PT, Donisete Braga, cujo celular foi rastreado na região onde meu irmão provavelmente se encontrava sequestrado, ainda em vida, possa ter ocorrido em foro especial? Como aceitar que meu afilhado de casamento, Marcio Chaves Pires (eleito prefeito pelo PT na cidade de Mauá), tenha fornecido álibi ao referido deputado, tendo inicialmente dado depoimento em contrário no Ministério Público e à minha família e depois o altere sem ser condenado por perjúrio?

Acredita que a condenação de Bispo dos Santos poderá abrir caminho para outras condenações, inclusive de Sérgio Sombra?

Esta é nossa esperança. Como analisamos tanto o vergonhoso inquérito do Departamento de Homicídios como as excelentes investigações do Ministério Público, que provam que o crime foi encomendado, sabemos que um júri popular, com as mesmas informações de que dispomos, muito provavelmente formará as mesmas convicções que temos, levando às necessárias punições. Acreditamos que em júri popular novos fatos possam surgir, implicando mais pessoas no assassinato de meu irmão. Não podemos acusar ninguém, mas supomos que Sérgio Gomes não agia sozinho.

Há quanto tempo a família exilou-se na França?

Estamos na França desde março de 2006. No final desse mesmo ano o Estado Francês nos outorgou o titulo de refúgio, reconhecendo o perigo que nossas vidas corriam no Brasil, aliás também reconhecido pela policia estadual paulista, que nos forneceu equipes de segurança a partir do segundo semestre de 2005, quando depusemos na CPI dos Bingos.

Que atividade exercem?

A maior parte das atividades que minha esposa e eu temos tido é no campo do ensino, da pesquisa e consultorias relacionadas com nosso passado profissional no Brasil. No entanto, nunca conseguimos nada regular. Tudo o que conseguimos foi obra de amigos brasileiros e daqui da França, sempre solidários e atentos à situação de precariedade em que nos encontramos. Meus filhos estão na universidade, mas já trabalharam em restaurante universitário, em hotel aos finais de semana, ou cuidando de crianças.

Como é a rotina da família na França?

Não temos rotina definida, dado que não temos nem trabalho e nem moradia regulares. Já estamos no quinto endereço diferente e um de nós já teve nesses últimos 4 anos mais de 15 pequenos contratos por prazo determinado.

É possível que a família retorne ao Brasil diante do primeiro revés imposto à quadrilha que matou Celso?

Consideramos que os mecanismos que levaram à morte de meu irmão e a nosso exílio continuam no mesmo lugar. Isto significa que, se retornarmos, teremos muito medo de voltar a sofrer perseguições, intimidações, ameaças, como as que vivemos antes de nossa partida e, desta vez, sua concretização, como ocorreu com tantos que amavam o Brasil, como Chico Mendes, Zuzu Angel ou a irmã Dorothy Stang. Portanto, essa não é uma decisão tranquila a ser tomada.

Quando e como surgiram as ameaças à família? Quando foi tomada a decisão do exílio?

As intimidações e perseguições começaram antes das ameaças. Estas começaram após nossos depoimentos, de meu irmão mais velho, João Francisco Daniel, e o meu à CPI dos Bingos, em 2005, e se intensificaram após a morte do médico legista Carlos Del Monte Printes, que declarou à mesma CPI que Celso foi torturado e que isto era elemento que permitia descartar a hipótese de crime comum. Quando as ameaças se dirigiram a nossos filhos, no fim de 2005, decidimos sair do pais.

As autoridades brasileiras não são confiáveis?

Temos uma institucionalidade que leva a que muitas autoridades ajam fora de preceitos legais. Nossa legislação precisaria melhorar muito. Para ficar em apenas um exemplo, apesar de nossa Constituição afirmar o principio da independência entre os poderes, isto só ocorre muito parcialmente. Portanto, abre-se espaço para que quem está no poder, principalmente no Executivo, mas não só, atue fora da lei. O assassinato de meu irmão é emblemático no sentido de mostrar as fragilidades de nossa democracia. Mas, por outro lado, o mesmo caso mostra um juiz firme e um Ministério Público muito sério, o que quer dizer que temos que pressionar para que as autoridades cumpram com seus deveres e também atuem no sentido de alterar o marco em que os poderes atuam.





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26/10/2008 free counters

#Dilma evita comentar abstenção brasileira na ONU sobre apedrejamento


Resolução condena adoção da pena no Irã; presidente eleita já havia criticado a prática

19 de novembro de 2010 | 18h 00
Tânia Monteiro e Leonencio Nossa - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - A presidente eleita, Dilma Rousseff, evitou nesta sexta-feira, 19, comentar a abstenção brasileira em uma resolução das Nações Unidas que pede o fim das sentenças de apedrejamento no Irã.

Veja também:
especialAs punições da Sharia, a Lei Islâmica
documento As origens do sistema jurídico do Islã
especialEntenda o caso Sakineh Ashtiani

Ela foi informada da posição da diplomacia brasileira à tarde. Pessoas próximas a Dilma disseram que a presidente mantém sua postura de condenar o apedrejamento, mas para evitar demonstração de confronto, antes mesmo de assumir o poder, não fará reparos a ações do atual governo.

Logo após as eleições, Dilma afirmou que era "radicalmente" contra o apedrejamento de Sakineh Mohammadi Ashtiani, acusada de adultério e de participar do assassinato do marido. "Acho uma coisa muito bárbara o apedrejamento da Sakineh", disse. "Mesmo considerando os usos e costumes de outros países, (o apedrejamento) continua sendo bárbaro."

Política de abstenção

Nos últimos anos, a estratégia do Itamaraty tem sido a de não usar os órgãos da ONU para condenar outros países. A ideia é de que a cooperação e o diálogo são as melhores formas de garantir que um país caminhe em direção ao respeito dos direitos humanos. A posição brasileira é criticada por ONGs, que insistem que o País, na condição de democracia, deveria pressionar demais governos para que sigam no caminho da abertura política.

Para o governo iraniano, o que está sendo feito é a "politização" do assunto como forma de pressionar Teerã. "Essa resolução não é justa e não contribui com os direitos humanos. Essa resolução é fruto da hostilidade americana em direção ao Irã. É a politização dos direitos humanos", acusou Mohammad-Javad Larijani, representante de Teerã para a reunião.

Entenda o caso

Sakineh foi condenada em 2006 por manter relações com dois homens após ficar viúva, o que, segundo a lei islâmica, também é considerado adultério. Ela foi condenada a 99 chibatadas. Depois, esta pena foi convertida em morte por apedrejamento.

Em julho deste ano, seu advogado Mohammad Mostafaei tornou público o caso em um blog na internet, o que chamou a atenção da comunidade internacional. Perseguido pelas autoridades iranianas, ele fugiu para a Turquia, de onde buscou asilo político na Noruega.

A sentença de apedrejamento foi suspensa, mas ainda pode ser retomada pela Justiça. Um tribunal de apelações acrescentou ao caso a acusação de conspiração para o assassinato do marido, da qual ela continua condenada a morte por enforcamento.

Com Jamil Chade, correspondente em Genebra




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26/10/2008 free counters

Willard Wigan Sculpts Tiny Things for a Bigger Cause


Years after a teacher told dyslexic Willard Wigan that he was academically inept and would never amount to anything, the world renowned microsculptor has dedicated much of his life to helping schoolchildren overcome adversity.

At age five in his native Birmingham, England, Willard Wigan’s life was a nightmare because his school days were so miserable.

"My teacher told me I was a consequence of failure and the reason the word was put in the dictionary," says Wigan, now 53. The world famous artist creates tiny, intricate sculptures of famous people like Cameron Diaz, Diddy, President Obama, Princess Diana and Oprah Winfrey that rest on the eye of a needle and can be seen only through a high-powered microscope. "I was discouraged with school and lost interest in everything. I would go home and hide in a shed."

obama_crop.jpgThanks to encouragement from his mother, Wigan found his own bliss. He began to make little houses for the ants that crawled around their family garden. Soon after, he built the ants their own tables, chairs and carousels, then added cups and saucers for little ant parties. He even talked to the ants. And while they didn’t respond, he knew they loved what he did.

"My mom made me return to school but my mind was never there again," he says. "My microsculpting just evolved over the years. Whenever I come to the US to show my work, I make a point of visiting the area schools of the city I am in and encourage the kids to be aware of their own potential."

Last week, the award-winning sculptor opened his first US gallery space for Miami’s upcoming Art Basel (Dec. 2-5). Already, he has visited five Miami area schools: Beth Am Day School, Overtown Youth Center, Coral Gables High School, Ransom High School and Gulliver Pinecrest.

princess-and-frog_crop.jpg"I want to inspire kids to overcome adversity and feel they can do anything they want even if they have insensitive teachers like I did," says Wigan. "My work is a message that success is within, even if it doesn’t come overnight. Kids need to know if they have problems they can overcome them. And sometimes one problem compensates for something else. I believe good can come from bad situations."

The school presentations include a Q&A session where the kids interact with the artist. They also get to view his pieces of basketball star Shaquille O’Neal and "Princess and the Frog" through a special microscope-enhanced case.

Wigan’s microsculptures measure smaller than a human blood cell. Many of his creations can only be calculated by microns, a common unit of measurement for wavelengths and infrared radiation.

Working under a microscope where he is careful to sculpt in the second and a half between heartbeats, Wigan constructs highly detailed and colorful works that rest on pinheads, diamonds and inside the eye of a needle. He has trained himself to hold his breath for up to three minutes at a time, and controls his pulse before using it as a jackhammer.

wiggin_classroom_crop.jpgHe works at home with his own tools — a diamond chip acts as a scalpel and a hair from a dead housefly becomes a paintbrush. He also uses bee honey as adhesive, dust fibers, clothing threads, diamond dust, granules of sugar and grains of sand.

His newest piece is called "Cupid" and is his smallest. It is undetectable by the naked eye. Only through the microscope does the angelic figure come to life with a 24-karat-gold bow and wings created from the housefly.

"Willard’s talents defy description," wrote HRH Prince Charles, a Wigan collector, for the artist’s brochure.

"I want young children to know that the smallest things can make the biggest impact," believes Wigan, who was awarded the M.B.E. (Member of the British Empire) Award from the Queen of England in 2007. "My teacher made me feel small, but I rose above her. I will spend the rest of my life teaching this lesson to others."

For more Willard Wigan visit www.Wiganart.com or Willard Wigan Gallery 3252 NE First Avenue Suite #105 Miami, Florida 33137 (786) 398-4295.




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26/10/2008 free counters

#dilma Agora é pra valer: PT declara guerra à imprensa livre


Já havia um monte de gente tentando embarcar na Dilma Tchutchca da Democracia? É mesmo? Pois a “resolução política” do Diretório Nacional do PT deixou claras as prioridades. Alguns tolinhos dirão que uma coisa é o partido, e outra, o governo. O auto-engano é um direito. Releiam o texto. Para o PT, são quatro os objetivos estratégicos do novo governo:

- erradicar a pobreza absoluta;
- reagir à crise internacional que hoje assume a feição do conflito cambial;
- fazer a reforma política;
- democratizar os meios de comunicação.

“Democratizar”, em petês, significa “controlar” em português. Voltem ao documento e reparem que a questão da “mídia”, como eles chamam, foi a que ocupou mais tempo do redator. E o partido deixa claro que não se trata, sei lá, de uma questão jurídica ou outra que estariam por ser resolvidas. Não! Os petistas querem um “debate qualificado acerca do conservadorismo que se incrustou em setores da sociedade e dos meios de comunicação”

“Incrustar”, nesse sentido, quer dizer “alojar-se”, “esconder-se”, “acoitar-se”, como se esses supostos conservadores fossem, sei lá eu, bandidos, uma gente má, que precisa, para recorrer a um verbo da predileção de Lula, ser “extirpada”. Não se enganem: a natureza do lobo continua a ser a mesma. Não vai mudar. Mas atenção! O PT quer preservar a liberdade de expressão, tá? Seguindo os passos daquele “companheiro” iraniano dos petistas (ver post sobre Irã), todos devem ser livres. Isso só depende “do que querem dizer”… Ainda voltarei a este assunto na madrugada. Uma coisa é certa: eles vão tentar botar pra quebrar.

O documento também tem um lado cômico, quando identifica o PT como “partido de esquerda e socialista”. Essas palavras, obviamente, não valem pelo seu valor histórico. Modernamente, querem dizer apenas que o PT se considera monopolista das tais “lutas populares” e que, de fato, conserva o mesmo horror à democracia que marca a história das esquerdas — de qualquer esquerda. Nesse particular, ele é a expressão de uma tradição. E só nisso. Ou como explicar que uma das figuras de proa do partido seja o “socialista” José Dirceu, cuja profissão hoje em dia é “consultor de empresa privada”?

É preciso saber ler: a resolução política do PT é uma declaração de guerra à imprensa livre. E vai se dar em várias frentes: 1) na legal, tentando aterrorizar as empresas de radiodifusão por intermédio das concessões púbicas; 2) na política, tentando patrulhar o pensamento divergente; 3) na econômica, tentando asfixiar as fontes de financiamento do jornalismo independente e financiando regiamente os áulicos.

Quem topa fazer uma aposta?

PS - Só os tolos imaginam que, num momento como esse, tal resolução tenha sido tornada pública sem o aval de Dilma a cada linha.

Por Reinaldo Azevedo


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26/10/2008 free counters

Justiça afasta da Anatel dirigente indicado por #Lula


Da Redação

economia@eband.com.br

A Justiça Federal determinou à Anatel o afastamento de José Zunga Alves de Lima do conselho consultivo da agência. A saída do sindicalista foi divulgada na edição desta sexta-feira do jornal “Folha de S. Paulo”.

Segundo o jornal, Zunga fora indicado para ocupar o cargo em março de 2008 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Ministério Público Federal afirma que houve irregularidade na nomeação, já que o sindicalista era funcionário da Oi.

Como houve recurso da Anatel e do sindicalista, Zunga continua no cargo até a decisão final da Justiça. Em entrevista ao jornal, ele disse nunca ter defendido interesses de empresas na agência. A Anatel e o Planalto não se pronunciaram.


Redator: Fábio Mendes




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26/10/2008 free counters

#Obama aplaudido no Palácio de Belém


13h56m

Portugueses e estrangeiros, alguns de férias e outros residentes em Portugal, aplaudiram Barack Obama, que pelas 13.00 horas foi recebido pelo Presidente da República, Cavaco Silva, no Palácio de Belém.

foto TIM SLOAN/AFP
Obama aplaudido no Palácio de Belém
Obama recebido por Cavaco

A comitiva de Barack Obama entrou no Palácio de Belém pelo portão da Praça Afonso de Albuquerque, parando depois no Pátio dos Bichos.

À espera do chefe de Estado norte-americano estava já o presidente da República português, abrigado debaixo de um guarda-chuva para se proteger da chuva que começou a cair alguns minutos antes da chegada de Barack Obama.

O Air Force One aterrou em Figo Maduro cerca das 10.45 horas.

Barack Obama foi recebido na pista pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, pelo embaixador dos Estados Unidos em Lisboa, Alan Katz, e pelo corpo diplomático português.

Dezenas de viaturas, incluindo limusinas negras blindadas usadas pelo chefe de Estado estavam também na pista do aeroporto, à espera da delegação norte-americana.

Além dos encontros com Cavaco Silva e José Sócrates, a Casa Branca confirmou que Barack Obama se vai encontrar com os seus homólogos da Geórgia e do Afeganistão no sábado, em Lisboa, à margem da cimeira da NATO.

A imprensa russa refere ainda um encontro entre Obama e o líder russo Dmitri Medevede.

Barack Obama realiza uma visita de trabalho a Lisboa, antes de participar na cimeira onde estarão 40 chefes de Estado e de Governo, responsáveis da NATO, da UE e das Nações Unidas.





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26/10/2008 free counters

NATO offer to Russia: 'American double-speak'





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26/10/2008 free counters

Aeroporto no Brasil é "desastre", diz associação mundial de aéreas



LUCIANA COELHO
EM BOSTON

A principal associação mundial de companhias aéreas censurou ontem o Brasil por deficiências de infraestrutura que ameaçam o fluxo de passageiros na Copa de 2014 e na Olimpíada de 2016.


Impostos e taxas no país e na região também foram questionados como um obstáculo à operação, assim como riscos à segurança.

"O Brasil é a maior economia da América Latina e a que cresce mais rápido, mas sua infraestrutura é um desastre crescente", afirmou o presidente da Iata, Giovanni Bisignani, em discurso distribuído à imprensa.

Bisignani, que falou no fórum da Associação de Transporte Aéreo da América Latina e do Caribe, no Panamá, alertou para a demanda que virá com os megaeventos esportivos e exortou autoridades e empresas nacionais a prepararem um plano "se quiserem evitar vexame".

"O relógio está correndo e eu não vejo muito progresso", afirmou. "Dos 20 maiores aeroportos domésticos do Brasil, 13 não conseguem acomodar as demandas em seus terminais. E a situação em São Paulo é crítica."

A maior preocupação da Iata é o Aeroporto Internacional de Guarulhos. A associação criticou a decisão da Infraero, depois revertida, de fechar uma das pistas no próximo ano. A capacidade atual do aeroporto é insuficiente para o crescimento da demanda.

Outro ponto levantado foi o aumento tributário. A Iata relata este como um problema da região, mas destaca o Brasil, o Chile e o Peru ao falar de países cuja competitividade no setor é fortemente afetada pelos impostos.

"É por causa dos altos impostos que esses países são listados, respectivamente, como 45º, 57º e 74º no índice de viagem e turismo do Fórum Econômico Mundial." A lista é liderada pela Suíça.

GRANDES EXPECTATIVAS

Apesar das críticas, a Iata festejou a fusão da TAM com a LAN Chile, um negócio estimado em US$ 14 bilhões em capitalização de mercado, quase o triplo do que é estimado para outra megafusão, a da British Airways com a espanhola Iberia.

A associação está aumentando seu investimento no Brasil e nomeou Carlos Ebner, ex-presidente da OceanAir (hoje Avianca) e ex-diretor financeiro da Varig, como diretor para o Brasil a partir de dezembro.

O movimento aéreo na América Latina (número de voos) deve crescer acima da média global: 15,2% no ano e 6,1% no ano que vem, após fechar 2009 no zero a zero. Em receita, a alta estimada é de 5% e 3,2%, também acima da média do resto do mundo.




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26/10/2008 free counters

#sus Senado gasta R$ 40,6 milhões com tratamentos médicos e dentários

19/11/2010

Milton Júnior
Do Contas Abertas

Os gastos dos senadores com serviços médico-hospitalares, odontológicos e laboratoriais quase duplicaram neste ano, em relação à despesa de todo o ano passado. Em 2009, a Casa Legislativa reembolsou cerca de R$ 26,5 milhões aos parlamentares e servidores que precisaram de algum tipo de tratamento. Neste ano, até o último dia 11, a despesa já atingiu cerca de R$ 40,6 milhões. Atualmente, não há limite para despesas médicas que beneficiam o parlamentar em atividade, cônjuge e dependentes com até 21 anos ou até 24, se universitários. O benefício também é extensivo aos ex-senadores que exerceram mandato como titular e aos familiares.

O pagamento das despesas médicas de senadores, ex-senadores e dependentes é regulamentado por uma norma de 1995, permite até o pagamento de cirurgias e tratamento médico no exterior. Tudo tem de ser autorizado pela Mesa Diretora, que raramente nega pedido de gastos médicos. Embora não haja limites de reembolso para senadores ativos, o teto anual para despesas odontológicas e psicoterápicas é de R$ 26 mil. Já as despesas médicas, psicológicas, hospitalares e dentárias de ex-senadores podem ultrapassar pouco mais de R$ 32,9 mil. Aos cônjuges de ex-senadores, na área odontológica, são oferecidos apenas os serviços prestados pela Secretaria de Assistência Médica e Social.

As despesas com esses tratamentos já foram alvo de críticas por parte da imprensa e até dos próprios parlamentares. No início deste ano, por exemplo, cerca de R$ 26 mil saíram dos cofres do Senado para tratamento odontológico da apresentadora de televisão Paula Lobão, mulher do suplente de senador e empresário de comunicação Lobão Filho, herdeiro do ex-ministro das Minas e Energia, Edison Lobão.

Meses depois, foi a vez do ex-senador Paulo Octávio – que em 2006 declarou ao Tribunal Superior Eleitoral ter patrimônio de quase R$ 323,5 milhões – pedir R$ 11,6 mil ao Parlamento para fazer um tratamento dentário. O milionário acabou desistindo de aproveitar do benefício e pagou o tratamento do próprio bolso.

Na semana passada, uma nota de empenho (documento que reserva o recurso em orçamento) pede a liberação de toda a cota – R$ 32,9 mil – para o ex-senador Hydekel Freitas Lima. No ano passado, o Senado já havia concedido ao parlamentar cerca de R$ 31 mil, que também teria sido destinado a um “tratamento odontológico”. Por meio da assessoria de imprensa, o Senado informou que as despesas de Freitas Lima foram devidamente comprovadas mediante a apresentação de notas fiscais e recibos que foram periciados pela Secretaria de Assistência Médica e Social.

A assessoria informa, ainda, que em 2009 houve um contingenciamento dos gastos da ordem de R$ 25 milhões. “Em 2010 houve reajustes dos procedimentos médico-hospitalares e laboratoriais e novas contratações de servidores por meio de concurso público, que se agregaram ao Sistema Integrado de Saúde (SIS) com seus dependentes legais”, explica.

Ao todo, os Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) já desembolsaram cerca de R$ 1,9 bilhão na saúde de seus servidores. Estima-se que até o fim deste ano o valor fique próximo a R$ 2,3 bilhões – mesmo montante gasto nos 12 meses do ano passado. Para se ter uma ideia do volume empreendido, basta lembrar que, em 2009, o Ministério da Saúde aplicou cerca de R$ 2,4 bilhões no programa federal de “vigilância, prevenção e controle de doenças e agravos”, de incentivo financeiro a estados e municípios na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e controle de surtos e epidemias como a dengue e a malária.

Para o especialista em contas públicas José Matias Pereira, é muito difícil avaliar a adequação dos gastos com a saúde individual dos servidores sem que se saiba efetivamente o tipo específico do tratamento. “Acho que todas essas informações devem ficar disponíveis para a sociedade. É preciso aumentar o nível de transparência, sem a qual não é possível avaliar se os gastos, apesar de legais, estão corretos ou não do ponto de vista moral e ético”, afirma.


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26/10/2008 free counters

Com oito troféus, 'Ti-ti-ti' é grande vencedora de prêmio




Murilo Benício será Victor Valentim no remake de 'Ti-ti-ti'. Foto: TVGlobo/Divulgação

Murilo Benício foi eleito melhor ator por sua atuação como Victor Valentim
Foto: TVGlobo/Divulgação


A novela das sete da Globo, Ti-ti-ti, que acaba de chegar ao centésimo capítulo, foi a grande vencedora do Prêmio Arte Qualidade, que, a partir de voto popular pela internet, elegeu os melhores artistas e produções culturais do país, nas categorias Teatro e Televisão. O resultado saiu no último dia 15, e a entrega dos troféus ocorrerá no dia 30 de novembro, no Citibank Hall, Rio de Janeiro.

Ti-ti-ti ganhou em oito categorias das onze que disputou: melhores telenovela, ator, ator revelação, atriz revelação, atriz infantil, ator infantil, autor e direção.

Na categoria de melhor apresentador de programa de auditório, venceu o irreverente Rodrigo Faro, com O Melhor do Brasil, da Record. Profissão Repórter levou o prêmio de melhor programa jornalístico.

Dalva e Herivelto - Uma Canção de Amor foi escolhida pelo público a melhor minissérie do ano. Os internautas também votaram em Fábio Assunção como melhor ator e Adriana Esteves como melhor atriz.

No teatro, os internautas escolheram as interpretações de Marco Nanini (Pterodátilos), Lilia Cabral (Maria do Caritó), Marcos Caruso (As Pontes de Madison), Beth Goulart (Simplemente eu, Clarice Lispector), Pierre Baitelli (Hedwig e o Centímetro Enfurecido) e Totia Meireles (Gypsy).

Confira todos os vencedores

No Teatro

Melhor Espetáculo Teatral Comédia: Maria do Caritó
Melhor Ator Teatral Comédia: Marco Nanini
Melhor Atriz Teatral Comédia: Lilia Cabral
Melhor Diretor Teatral Comédia: João Fonseca - Maria do Caritó
Melhor Espetáculo Teatral Drama: Simplesmente eu, Clarice Lispector
Melhor Ator Teatral Drama: Marcos Caruso - As Pontes de Madison
Melhor Atriz Teatral Drama: Beth Goulart - Simplemente eu, Clarice Lispector
Melhor Direção Teatral Drama: Robert Castle - O Diário de Anne Frank
Melhor Espetáculo Teatral Musical: Gypsy
Melhor Ator Teatral Musical: Pierre Baitelli - Hedwig e o Centímetro Enfurecido
Melhor Atriz Teatral Musical: Totia Meireles - Gypsy
Melhor Diretor Teatral Musical: Charles Möeller e Claudio Botelho - Gypsy

Na TV

Melhor Telenovela: Ti-ti-ti - Rede Globo
Melhor Ator de Telenovela: Murilo Benício (Victor Valentin) - Ti-ti-ti
Melhor Atriz de Telenovela: Alinne Moraes (Luciana) - Viver a Vida
Melhor Ator Coadjuvante Telenovela: Alexandre Nero (Gilmar) - Escrito nas Estrelas
Melhor Atriz Coadjuvante Telenovela: Gabriela Duarte (Jéssica) - Passione
Melhor Ator Revelação Telenovela: Caio Castro (Edgar Sampaio) - Ti-ti-ti
Melhor Atriz Revelação Telenovela: Mayana Neiva (Desirée) - Ti-ti-ti
Melhor Atriz Infantil/Juvenil de Telenovela: Clara Tiezzi (Mabi) - Ti-ti-ti
Melhor Ator Infantil/Juvenil de Telenovela: David Lucas (Lipe) - Ti-ti-ti
Melhor Autor de Telenovela: Maria Adelaide Amaral - Ti-ti-ti
Melhor Direção Telenovela: Jorge Fernando - Ti-ti-ti
Melhor Série ou Minissérie de Televisão: Dalva e Herivelto - Uma Canção de Amor - Rede Globo
Melhor Ator Série ou Minissérie de Televisão: Fábio Assunção (Herivelto Martins) - Dalva e Herivelto
Melhor Atriz Série ou Minissérie de Televisão: Adriana Esteves (Dalva de Oliveira) - Dalva e Herivelto
Melhor Ator Coadjuvante Série ou Minissérie de Televisão: Luis Melo (Senador Viegas) - Na Forma da Lei
Melhor Atriz Coadjuvante Série ou Minissérie de Televisão: Nívea Maria (Margarida Bevilláqua) - A Cura
Melhor Autor Série ou Minissérie de Televisão: João Emanuel Carneiro e Marcos Bernstein - A Cura
Melhor Diretor Série ou Minissérie de Televisão: Dennis Carvalho e Cristiano Marques - Dalva e Herivelto
Melhor Seriado ou Projeto Especial de Teledramaturgia: Separação - Rede Globo
Melhor Ator Seriado ou Projeto Especial de Teledramaturgia: Vladimir Britchta (Agnaldo) - Separação
Melhor Atriz Seriado ou Projeto Especial de Teledramaturgia: Débora Bloch (Karin) - Separação
Melhor Autor Seriado ou Projeto Especial de Teledramaturgia: Alexandre Machado e Fernanda Young - Separação
Melhor Diretor Seriado ou Projeto Especial de Teledramaturgia: José Alvarenga Jr - Separação
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Melhor Ator Programa Humorístico: Bruno Mazzeo - Junto e Misturado
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Melhor Telejornal: Jornal Nacional - Rede Globo
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Melhor Telejornal Regional/Rio: RJTV - Rede Globo
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Melhor Programa com Temática Feminina: Mais Você - Rede Globo
Melhor Apresentador de Programa com Temática Feminina: Ana Maria Braga e Tom Veiga/Louro José - Mais Você
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Melhor Reality Show: Big Brother Brasil 10 - Rede Globo
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♫ listening to CLAIR DE LUNE by CLAUDE DEBUSSY

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Roda VIva - José Dirceu - Bloco 4



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#lula Documentos da ditadura dizem que #Dilma 'assessorou' assaltos a bancos


Publicada em 19/11/2010 às 00h33m

Evandro Éboli e Jailton de Carvalho

reprodução da ficha de Dilma Rousseff na época da ditadura

BRASÍLIA - Liberados para consulta nesta quinta-feira pelo Superior Tribunal Militar (STM), os dezesseis volumes de documentos com páginas já amareladas e gastas que contam a história do processo movido pela ditadura militar contra a presidente eleita Dilma Rousseff descrevem a ex-militante como uma figura de expressão nos grupos em que atuou, que chefiou greves e "assessorou assaltos a bancos", e nunca se arrependeu.

Na denúncia oferecida pelo Ministério Público Militar contra os integrantes do grupo de esquerda VAR-Palmares, Dilma é chamada de "Joana D'Arc da subversão". "É figura feminina de expressão tristemente notável", escreveu o procurador responsável pela denúncia.

O GLOBO teve acesso aos autos a partir de autorização do presidente do STM, ministro Carlos Alberto Marques. A decisão foi assinada no mesmo dia em que o plenário da Corte liberou o acesso dos autos ao jornal "Folha de S.Paulo", que antes da eleição tentara consultar o processo. Dilma apresentou nesta quinta-feira um pedido para também ter acesso aos autos. O presidente do STM determinou que seja dada prioridade à requisição da presidente eleita. Ela já havia pedido acesso aos autos durante a eleição, mas ele fora negado.

Em depoimento à Justiça Militar, em 21 de outubro de 1970, Dilma contou ao juiz da 1ª Auditoria da 2ª Circunscrição Judiciária Militar que foi seviciada quando esteve presa no Dops, em São Paulo. O auditor não perguntou quais tinham sido as sevícias. No interrogatório, Dilma explicou ao juiz por que aderiu à luta armada. O trecho do depoimento é este: "Que se declara marxista-leninista e, por isto mesmo, em função de uma análise da realidade brasileira, na qual constatou a existência de desequilíbrios regionais de renda, o que provoca a crescente miséria da maioria da população, ao lado da magnitude riqueza de uns poucos que detêm o poder e impedem, através da repressão policial, da qual hoje a interroganda é vítima, todas as lutas de libertação e emancipação do povo brasileiro. Dessa ditadura institucionalizada optou pelo caminho socialista".

Sem participação ativa nas ações

Os arquivos trazem ainda cópia do depoimento que Dilma prestou em 1970 ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops), delegacia em que ela ficou presa e foi torturada. No interrogatório realizado no dia 26 de fevereiro daquele ano, Dilma, sob intensa tortura, segundo o depoimento, listou nomes de companheiros, indicou locais de reuniões, e admitiu que uma das organizações da qual fazia parte, o Colina, fez pelo menos três assaltos a banco e um atentado a bomba. Mas ressalvou que nem ela nem o então marido, Cláudio Galeno de Magalhães Linhares, tiveram "participação ativa" nas ações.

No interrogatório no Dops, Dilma contou que o atentado a bomba foi praticado na casa do interventor do Sindicato dos Metalúrgicos em Minas Gerais, e que atingiu também a casa do delegado regional do Trabalho. As residências eram contíguas.

Em um trecho do depoimento, Dilma disse que uma de suas funções em organizações de combate à ditadura era organizar células de militantes. Teria sido encarregada de distribuir dinheiro aos grupos. O dinheiro teria sido arrecadado em ações dos movimentos.

Os documentos relatam que Dilma começou a ser "doutrinada para o credo ideológico marximalista" (sic) por Cláudio Galeno, em Belo Horizonte, quanto atuavam na Polop, em 1967. Anos depois, na VAR-Palmares, Dilma foi a São Paulo e assumiu atividade de colegas que estavam para cair (serem presos). Dilma foi professora de marxismo e em sua casa foram apreendidos materiais para falsificação, panfletos e livros considerados subversivos.

Antes de seguir para São Paulo, Dilma e o marido passaram pelo Rio, em 1969. Sem conseguir, de início, um aparelho para morar, viveram num hotel em Laranjeiras. A Polop, movimento em que atuavam, passou a se chamar Colina. Dilma traduziu livros para os companheiros e foi cobrir pontos e contatos. Foi usada certa vez como "araque", para atrair e despistar a atenção dos militares enquanto companheiros faziam reuniões.

Dilma era deslocada para outros pontos do país para fortalecer a atuação do Colina e arregimentar companheiros. Foi ao Rio Grande do Sul, onde a atuação de seu grupo era fraca e não havia militantes suficientes. Depois, foi cumprir o mesmo papel em Brasília e Goiânia.

Em junho de 1969, teria participado da reunião que tratou da fusão do Colina com a VPR, no Rio. Dilma contou que, em outro encontro, um companheiro falou da realização de uma "grande ação" que iria render bastante dinheiro para os cofres da organização. Essa ação, soube Dilma depois, tratava-se do assalto à residência de Ana Capriglione, ex-secretária do ex-governador Ademar de Barros.

Elogio à "dotação intelectual"

Num relatório sobre guerrilheiros da VAR-Palmares, o delegado Newton Fernandes, da Polícia Civil de São Paulo, traça um perfil de 12 linhas sobre Dilma. Segundo ele, ela era "uma das molas mestras e um dos cérebros dos esquemas revolucionários postos em prática pelas esquerdas radicais". O delegado diz que a petista pertencia ao "Comando Geral da Colina" e era "coordenadora dos Setores Operário e Estudantil da VAR-Palmares de São Paulo, como também do Setor de Operações".

"É antiga militante de esquemas subversivo-terroristas", diz o delegado. No texto, elogia a capacidade intelectual da guerrilheira: "Trata-se de uma pessoa de dotação intelectual bastante apreciável". No documento, o delegado pede a prisão preventiva de Dilma e mais 69 acusados de atividades subversivas contra o governo.

" Não é possível supor que se dialogue com pau de arara ou choque elétrico "

Em maio de 2008, Dilma falou no Senado sobre o período em que foi torturada. Questionada pelo senador Agripino Maia, que relembrou uma entrevista em que ela dizia ter mentido na prisão, Dilma afirmou que foi "barbaramente torturada" e respondeu:

- Não é possível supor que se dialogue com pau de arara ou choque elétrico. Qualquer comparação entre a ditadura militar e a democracia brasileira só pode partir de quem não dá valor à democracia brasileira - disse Dilma, que emocionou a plateia que a ouvia na ocasião. - Eu tinha 19 anos. Fiquei três anos na cadeia. E fui barbaramente torturada, senador. Qualquer pessoa que ousar dizer a verdade para interrogador compromete a vida dos seus iguais. Entrega pessoas para serem mortas. Eu me orgulho muito de ter mentido, senador. Porque mentir na tortura não é fácil. Na democracia se fala a verdade. Na tortura, quem tem coragem e dignidade fala mentira. E isso, senador, faz parte e integra a minha biografia, de que tenho imenso orgulho. E completou: - Aguentar tortura é dificílimo. Todos nós somos muito frágeis, somos humanos, temos dor. A sedução, a tentação de falar o que ocorreu. A dor é insuportável, o senhor não imagina o quanto.




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26/10/2008 free counters

#news Iran tests radars, air defense system in military drill





TEHRAN, Nov. 18 (Xinhua) -- Iran has successfully test-fired indigenous advanced air defense system dubbed "Mersad" and various radar systems on Thursday, the third day of its air defense drill, local media reported.

"Mersad medium-range air defense system was successfully test- fired in one of the rifle ranges of the country's air defense," spokesman of the drill Brigadier General Hamid Arjangi was quoted by the semi-official ISNA news agency as saying.

"It is a completely indigenous digital system and is able to deal with electronic wars. It can intercept and annihilate modern aircraft in low and high altitudes and connect to radar network," Arjangi said.

Also, Iran's radar network managed to locate small-scale stealth radar drones of the hypothetical enemy on the third day of drill, the commander said, according to ISNA.

Meanwhile, various kinds of fixed and mobile radars indigenously manufactured or refurbished were also tested Thursday.

During the day, the country's radar systems, relaying intelligence to the unified command and control networks, were utilized and examined.

According Arjangi, reconnaissance missions to detect enemies using radars were also on the agenda of the third day of the drill, local satellite Press TV said.

During the second day of the drill on Wednesday, advanced communication equipment and modern electro-optical systems were successfully tested, Press TV said.

At the beginning of the first stage of the exercise on Tuesday, "aircraft of the (hypothetical) enemy dubbed 'Orange Forces' were identified and intercepted by our radar systems and then commands to confront the enemy were issued," Arjangi said.

Anti-aircraft missile systems with low, mid and high altitudes are used in the drill, he added.

Commander of Iran's Khatamolanbia Air Defense Base for Operations Colonel Abolfazl Farmahini on Tuesday warned the enemies of Iran's powerful air defense system, stressing that the country's air defense units enjoy the capability to target any aggressive aircraft that intends to violate the country's airspace, according to the semi-official Fars news agency.

"Missiles and powerful air defense systems of Khatamolanbia base are ready to destroy all enemy aircraft," Farmahini told Fars.

Meanwhile, Farmahini downplayed recent war threats against the country, saying "enemies" are incapable of waging a war on the country since any potential attack on Iran and its facilities will be reciprocated by Tehran's strong retaliatory measures, according to Fars.

Iran launched one of its largest nationwide air defense drills on Tuesday, assuming possible attacks on its public or nuclear establishments.

Aerial defense units from the army and the Islamic Revolution Guards Corps (IRGC) are taking part in the three-stage, five-day defense maneuvers dubbed "Modafean Aseman Velayat 3" (the Guardians of Islamic Skies).




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26/10/2008 free counters

#news Mexico army kills 11 suspected gangsters, arrests two





MEXICO CITY, Nov. 18 (Xinhua) -- Mexico's army killed 11 suspected gangsters and arrested two others in an armed clash in the northern state of Tamaulipas, the army said Thursday.

The clash took place on Wednesday afternoon near Nueva Ciudad Guerrero, a city that faces the U.S. state of Texas across the Rio Grande.

After the gunfight, soldiers arrested two man, who confessed that they were members of the Los Zetas drug cartel. The gang's main business is smuggling drugs into the United States. It also smuggles people across the border and engages in extortion and kidnapping.

Following the Wednesday incident, soldiers seized 11 kg of marijuana, nine rifles, four handguns, one rocket launcher and 22 cartridges for a variety of weapons.

Mexican President Felipe Calderon launched a campaign to crack down on drug trafficking and other crimes shortly after he was sworn in in December 2006. So far nearly 30,000 people have died in violence linked to the drug trade.




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26/10/2008 free counters

morte de Toninho do PT continua sem culpados 11/07/09


Rosanne D'Agostino
Do UOL Notícias
Em São Paulo

Morte completa oito anos

  • Ricardo Lima/Folha Imagem - 1.out.2000

    O então candidato à Prefeitura de Campinas pelo PT, Antonio da Costa Santos, o Toninho, em 2000; ele foi assassinado após oito meses de mandato


Ao longo de oito anos de dúvidas em torno do assassinato do ex-prefeito de Campinas (95 km de SP) Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, suspeitos foram apontados, inquéritos e processos foram remexidos, mas ninguém foi condenado pelo crime.

Na noite de 10 de setembro de 2001, Toninho, que completava oito meses no cargo, dirigia seu carro, sozinho, por volta das 22h na saída de um shopping da cidade, quando levou três tiros. Testemunhas avistaram um automóvel em alta velocidade na avenida Mackenzie (região leste da cidade), ouviram os estampidos, mas não souberam descrever os passageiros.

As possíveis motivações do crime ainda são contraditórias. Enquanto a família acredita em vingança política, alegando que o então prefeito ganhou inimigos em sua gestão, inquérito encerrado em 2002 apontou para a quadrilha comandada por Wanderson Nilton da Paula Lima, o Andinho, como responsável pelo assassinato, na tese de que o carro do prefeito teria atrapalhado uma suposta fuga.

Viúva: motivo foi político

  • Alan Marques/Folha Imagem - 8.nov.2005

    Em 2005, a psicóloga Roseana Garcia, viúva de Toninho, disse à CPI dos Bingos acreditar que o assassinato de seu marido foi político, provavelmente por ele ter contrariado interesses na prefeitura, e não crime comum, como concluiu a polícia



A decisão mais recente sobre o caso saiu no final de julho deste ano, da 3ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de SP. Os desembargadores negaram, por unanimidade, um recurso em sentido estrito do Ministério Público, que pretendia levar Andinho a júri popular pelo assassinato.

Dificilmente será revertida. Seguiu voto do relator, desembargador Amado de Faria, para quem não há indícios concretos de que Andinho tenha encomendado o crime ou mesmo participou dele. O acórdão manteve sentença de setembro de 2007, do juiz José Henrique Torres, de Campinas, que rejeitou a denúncia do MP no caso.

"Por essa razão, ao Tribunal do Júri, cujas decisões são, por vezes, influenciadas pelas paixões e pela eloquência dos contendores, somente podem ser apresentados os casos em que, ao juiz da pronúncia, transpareça, de maneira convincente, o envolvimento do réu nos fatos delituosos", escreveu Faria.

Polícia apresentou suspeito

  • Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem - 26.fev.2002

    Wanderson de Paula Lima, o Andinho, foi preso em 2002; outros três acusados morreram em ações policiais



Segundo o Ministério Público, o carro do prefeito, em baixa velocidade, atrapalhou a fuga de Andinho e mais três comparsas - Valdecir de Souza Moura, Fiínho, Anderson José Bastos, o Anso, e Valmir Conti, o Valmirzinho - que tinham acabado de cometer um latrocínio (roubo seguido de morte).

Apenas Andinho continua vivo. Fiínho morreu em confronto com policiais, em fevereiro de 2002, quando foi preso o primeiro acusado, em uma chácara de Itu (a 103 km de SP). Os dois últimos, durante suposto tiroteio com policiais, em Caraguatatuba (litoral paulista). Houve quem dissesse que as mortes tenham sido queima de arquivo, mas nada ficou comprovado.

Em 2003, o caso teve uma reviravolta, na época da comissão parlamentar de inquérito apelidada de "CPI do Fim do Mundo".

Atos pedem investigação

  • Jorge Araújo/Folha Imagem - 28.jan.2002

    Em 2002, ato pela paz reuniu cerca de 700 pessoas no centro de SP; além de Toninho, também foi assassinado Celso Daniel, em Santo André, jogado em uma estrada de terra, em Juquitiba (SP), com marcas de tortura e alvejado por oito tiros

  • Rodrigo Paiva/Folha Imagem - 26.ago.2006

    Em 2006, protesto cobrava uma resposta do governo Lula



O sushiman Anderson Gonçalves, ainda identificado apenas pela alcunha de "Jack", afirmou à CPI dos Bingos que testemunhou três reuniões em um bingo nas quais teria sido tramado o assassinato. Em 2006, foi preso acusado de falso testemunho e, segundo a Promotoria, admitiu a mentira.

Mas as versões sobre o assassinato ganharam fôlego. Em setembro daquele ano, a Justiça determinou a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito na Câmara dos Vereadores de Campinas, para investigar supostas irregularidades no contrato do lixo da cidade.

Isso porque, após tomar posse em 2001, Toninho decidira renegociar um contrato de lixo do Consórcio Ecocamp. Os valores, reduzidos de R$ 133,6 milhões para R$ 93,5 milhões, segundo uma testemunha, teriam sido o motivo do crime. O consórcio classificou a acusação como "inaceitável". Nenhuma investigação policial concluiu que houve motivo político no assassinato.

Agora, somente uma nova denúncia, com novas provas que convençam o Judiciário, pode fazer com que um júri ocorra. Para isso, a polícia de Campinas deve abrir um novo inquérito.

Andinho, considerado um dos criminosos mais perigosos do Estado, cumpre mais de 400 anos de prisão pelos crimes de roubo, homicídio e extorsão mediante sequestro na penitenciária Presidente Venceslau 2 (611 km de SP).






Lula acumula: -Aposentadoria por invalidez,aposentadoria de Aposentadoria por invalidez,Pensão Vitalícia de "perseguido político" isenta de IR,salário de presidente de honra do PT,salário de Presidente da República.Você sabia???



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26/10/2008 free counters

Caso Celso Daniel em pauta




Acusado de envolvimento na morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, em janeiro de 2002, Marcos Roberto Bispo dos Santos vai a júri popular. Quase nove anos após o crime, não há prazo para julgar os outros seis acusados – inclusive o empresário Sérgio Gomes da Silva, o “Sombra”, acusado de ser o mandante. O crime ainda é cercado de mistério.


Santo André
Denunciado como mandante

O Ministério Público informa que vai
denunciar o amigo do prefeito Celso Daniel
como responsável por sua morte


Maurício Lima



Patricia Santos/Folha Imagem
Gomes da Silva: depoimento na semana passada já na condição de investigado

No dia 18 de janeiro de 2002, ano em que o PT ganharia a eleição presidencial, Celso Daniel, então prefeito de Santo André, foi seqüestrado e morto por marginais, em São Paulo. Ele saía de uma churrascaria em companhia de um amigo, Sérgio Gomes da Silva, quando o carro em que os dois estavam foi abordado por um grupo armado. Levado para um cativeiro, o prefeito foi encontrado dois dias depois, com o corpo crivado de balas. No inquérito que tratou do caso, a polícia chegou à conclusão de que Celso Daniel fora mais uma vítima da criminalidade das grandes cidades. A investigação concluiu que os marginais que o atacaram, todos identificados e presos na ocasião, queriam apenas levantar algum dinheiro com o seqüestro. Diante da repercussão que o caso tomou, os criminosos mataram o prefeito por medo de ser pegos. Os disparos teriam sido efetuados por um menor de idade cujo apelido é "Lalo". Depois de quase dois anos revendo provas e documentos, o Ministério Público estadual informa que a conclusão da polícia pode ter sido precipitada. Os promotores garantem ter evidências seguras de que Celso Daniel não foi vítima de um crime comum, mas de um homicídio premeditado organizado justamente pelo amigo que o acompanhava naquela noite, o empresário Sérgio Gomes da Silva.


Patricia Santos/Folha Imagem
O prefeito Celso Daniel: promotores de Santo André prometem reviravolta no caso

O prefeito Celso Daniel era um administrador popular em Santo André, vitrine da administração petista. Um dos homens de confiança do presidente Lula, ele já havia sido designado como coordenador da campanha presidencial. Sua morte obrigou o partido a achar um substituto para a função. A escolha recaiu sobre Antonio Palocci. Alguns aliados de Daniel trabalham no Palácio do Planalto, entre eles Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, e Miriam Belchior, assessora especial da Presidência da República, ex-mulher do prefeito. As circunstâncias ligadas à morte ganharam contornos políticos quando se descobriu no curso das investigações que funcionava em Santo André uma quadrilha que tomava dinheiro de empresas de ônibus e mantinha um caixa dois que, segundo denúncia do irmão do prefeito Celso Daniel, financiava campanhas do PT. Sérgio Gomes da Silva foi apontado como um dos cabeças da máfia. Durante o trabalho de apuração do caso, a Polícia Federal grampeou de forma irregular assessores e amigos do prefeito morto. O conteúdo das fitas, num total de 42, tornou-se objeto de intensa curiosidade desde a campanha eleitoral. Agora, os promotores afirmam ter condições de levar Gomes da Silva a julgamento pelo assassinato. Na semana passada, ele foi ouvido novamente pela polícia, já na condição de investigado, não mais como testemunha.

O primeiro depoimento do empresário aos policiais, dado logo após o assassinato, chamou a atenção dos investigadores. Na hora do assalto, as vítimas estavam num Mitsubishi Pajero blindado que pertencia a Gomes da Silva. Na reconstituição do crime, o amigo do prefeito informou que o sistema de travas elétricas do veículo não havia funcionado. E só por isso, devido à falha, os criminosos conseguiram tirar o prefeito do carro. Um laudo sobre o veículo encomendado à perícia descartou qualquer defeito nas portas. A contradição entre sua versão e o laudo da perícia foi encarada como fruto do nervosismo próprio do momento. A história começou a mudar quando os promotores colheram um longo depoimento de um preso chamado Aílton Alves Feitosa. Um dia antes do assassinato, Feitosa foi resgatado de helicóptero de uma penitenciária em Guarulhos junto com outro detento, Dionísio Aquino Severo. De acordo com Feitosa, a fuga da prisão teria um único objetivo: a operação da morte de Celso Daniel. O prisioneiro disse aos promotores que o crime foi encomendado por Gomes da Silva. Resgatado pelos policiais três meses após a fuga, o outro preso foragido, o tal de Severo, já havia declarado ter informações sobre a morte do prefeito, mas só daria detalhes em juízo. Foi assassinado uma semana depois das declarações. Sabe-se que Severo conhecia Gomes da Silva havia mais de dez anos e que já trabalharam juntos. Cumpria pena por tráfico de drogas e seqüestro. Segundo Feitosa, Severo planejou o crime e coordenou a operação no local. Feitosa conta ainda ter presenciado uma reunião para discutir a ação. Os promotores estabeleceram também uma ligação lateral de Severo com um dos membros do bando de marginais presos originalmente como únicos responsáveis pelo assassinato: um cartão de uma óptica em que o nome e o telefone de um deles aparecem no verso.


Epitacio Pessoa/AE
Local onde o corpo foi encontrado: perícia desmente a versão de crime comum

Embora as palavras de um preso devam ser recebidas com restrições, os promotores dizem ter encontrado indicações de que ele fala a verdade. A versão anterior de crime comum foi descartada após algumas conversas-chave, uma delas com aquele que era tido como o autor dos disparos que mataram o prefeito. No primeiro inquérito, o assassino seria um menor de idade, identificado como L.S.N. e conhecido como Lalo. Nas conversas com os representantes do Ministério Público, o menor alterou seu depoimento treze vezes. Numa dessas contradições, Lalo disse que alvejou o corpo de Celso Daniel pelas costas. Na autópsia realizada pelo Instituto Médico-Legal, quatro dos cinco tiros que acertaram o prefeito foram dados de frente.

Sérgio Gomes da Silva começou a trabalhar com Celso Daniel ainda no primeiro mandato do prefeito em Santo André, em 1989. Atuou como seu motorista, chefe de segurança e assessor direto. Cinco anos depois, quando o prefeito se elegeu deputado federal, Gomes da Silva tornou-se seu assessor parlamentar. Na campanha para a prefeitura em 1996, trabalhou como tesoureiro informal da candidatura de Daniel. Nos últimos anos, mesmo sem vínculo trabalhista, convivia com o prefeito. Embora se dedicasse ao serviço público, Gomes da Silva jamais se descuidou dos negócios. Num exemplo raro de empreendedorismo, o ex-segurança tornou-se sócio de algumas empresas. Celso Daniel foi alertado para as acusações de corrupção contra Gomes da Silva. O próprio irmão do prefeito, Francisco, conta que Celso Daniel sabia do esquema de caixa dois. O Ministério Público informa que deve entregar a denúncia num prazo de três semanas.

Com reportagem de Sandra Brasil

Caso Celso Daniel completa sete anos sem punições

LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Folha de S.Paulo

Há exatos sete anos, a localização do corpo do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), jogado em uma estrada de terra, em Juquitiba (SP), com marcas de tortura e alvejado por oito tiros, foi o desfecho de dois dias de sequestro. Na Justiça, a punição de seus supostos algozes ainda está longe do fim.

Apesar de a denúncia, que é a acusação formal feita pelo Ministério Público ao Judiciário, ter sido apresentada em junho de 2002, até agora a Justiça de Itapecerica da Serra (Grande São Paulo), que ficou encarregada de julgar o homicídio, está parada na fase de oitiva de testemunhas de defesa.

Oito pessoas foram denunciadas pelo Gaeco de Santo André, grupo especial de investigação do Ministério Público do Estado de São Paulo, pelo assassinato do prefeito. Uma delas era um amigo e ex-segurança de Celso Daniel, o empresário Sérgio Gomes da Silva, que estava com o petista no dia em que ele foi sequestrado.

Celso Daniel e Gomes da Silva haviam jantado em um restaurante em São Paulo e voltavam para Santo André em uma Pajero blindada, conduzida pelo ex-segurança. No caminho, o carro foi interceptado e o prefeito foi levado por sete homens armados.

Para o Ministério Público, o sequestro foi simulado pelo empresário, que encomendou a morte do amigo. Gomes da Silva, que responde em liberdade, nega com veemência e afirma também ter sido vítima.

Ao final das oitivas de todas as testemunhas de defesa dos oito denunciados pelo homicídio, a Justiça deverá fazer a pronúncia do caso, ou seja, se reconhecer como provada a existência do crime e de indícios suficientes de serem os réus os autores, irá submeter o processo ao julgamento final no tribunal do júri. Caso contrário, o Judiciário poderá arquivar o processo.

Em 2006, familiares de Celso Daniel saíram do Brasil e buscaram asilo na Europa. Disseram que vinham sendo vítimas de constantes ameaças de morte por insistirem na resolução do crime.

Leia mais sobre o caso Celso Daniel


Juiz preso diz que o secretário particular de Lula é a chave para elucidar a morte de Celso Daniel
Edição 1925 . 5 de outubro de 2005
REVISTA VEJA

Acusação que vem do cárcere

Juiz preso diz que o secretário
particular de Lula é a chave para
elucidar a morte de Celso Daniel


Policarpo Junior

Fotos Epitácio Pessoa/AE
O ACUSADOR
O juiz Rocha Mattos, que ouviu as fitas do caso Santo André: Carvalho pediu até que a viúva mostrasse emoção ao dar entrevistas sobre o assassinato


O juiz João Carlos da Rocha Mattos, 57 anos, está preso há um ano e onze meses, sob a acusação de vender sentenças judiciais. Depois de passar por quatro cárceres diferentes, ele agora divide um dormitório com um preso no quartel da Polícia Militar, no centro de São Paulo. Na semana passada, na sala de reunião do prédio, Rocha Mattos recebeu VEJA para falar sobre o assassinato de Celso Daniel, o prefeito petista de Santo André morto com sete tiros em janeiro de 2002. Em quase duas horas de entrevista, pela primeira vez Rocha Mattos contou o que ouviu nas 42 fitas cassete que, gravadas entre janeiro e março de 2002, continham registros de diálogos telefônicos trocados entre os personagens do caso. E fez uma revelação pesada. Diz que, na massa de diálogos registrados, os trechos mais comprometedores eram protagonizados por uma única pessoa: Gilberto Carvalho, atual secretário particular do presidente Lula. "Ele comandava todas as conversas, dava orientações de como as pessoas deviam proceder. E mostrava preocupação com as buscas da polícia no apartamento de Celso Daniel", conta o juiz. É a mais frontal acusação já feita contra Gilberto Carvalho no crime de Santo André.

O CORPO
Polícia encontra o corpo de Celso Daniel, em janeiro de 2002: crime político?

No início do ano passado, o jornal Folha de S.Paulo divulgou transcrições das conversas registradas nas fitas e, mais tarde, teve acesso a trechos de áudio de vários diálogos, mas descobriu divergências entre transcrições e áudios. Tanto nas transcrições quanto nos áudios, a presença de Gilberto Carvalho era freqüente mas não comprometedora. Agora, Rocha Mattos diz que as 42 fitas continham passagens bem mais graves do que aquilo que veio a público até agora e que Carvalho chegava ao ponto de dar dicas de comportamento a personagens do caso. Há telefonemas em que ele pede à então namorada de Celso Daniel, a socióloga Ivone de Santana, que concedesse entrevistas à imprensa e não esquecesse de se mostrar emocionada com a morte do prefeito – o que de fato aconteceu. As conversas gravadas, diz o juiz, traziam até recados enigmáticos de moradores de uma favela de Santo André, hoje suspeitos de terem sido contratados para matar o ex-prefeito. "Os recados eram deixados na caixa postal do telefone de Gilberto Carvalho", afirma o juiz. "Ele comandava praticamente tudo."

Veja – O que quer dizer comandar "tudo"?
Rocha Mattos – Comandava as conversas, as orientações de como proceder, de como deveriam se comportar o "Sombra" (apelido do empresário Sérgio Gomes da Silva, acusado de ser o mandante do assassinato), a namorada de Celso Daniel, a preocupação com as buscas, o cuidado para que não resvalasse nada no PT. Nas gravações, existem até encontros marcados em apart-hotéis para entrega de numerário (dinheiro).

Veja – Conversas entre quem?
Rocha Mattos – Entre Klinger (refere-se a Klinger Luiz Oliveira, ex-secretário de Serviços Municipais de Santo André e apontado como braço-direito no esquema de corrupção na prefeitura de Santo André) e Gilberto Carvalho com pessoas não identificadas.

Celso Junior/AE

O ACUSADO
Carvalho, secretário de Lula: ele diz que ouviu falar que houve falsificação de fitas com sua voz

Não é a primeira vez que Gilberto Carvalho aparece envolvido no caso de Santo André. Francisco Daniel, irmão do prefeito assassinado, já disse em mais de uma ocasião que ouviu o próprio Gilberto Carvalho admitir que havia um esquema de corrupção na prefeitura de Santo André – esquema que teria sido a causa da morte do prefeito. Gilberto Carvalho sempre negou que tenha feito tal confissão. Agora, com as declarações de Rocha Mattos, a situação de Gilberto Carvalho se complica. O juiz garante que, ao escutar as fitas, constatou que o secretário particular de Lula conhecia o esquema de corrupção em funcionamento na prefeitura de Santo André e articulou a estratégia para difundir a tese de que o assassinato fora um crime comum – e não crime político, motivado por divergências a respeito do uso do dinheiro da corrupção. Rocha Mattos diz que não denunciou antes o que sabe porque só agora o país descobriu que a cúpula do PT era o ninho de uma quadrilha. "Imagina eu dizendo tudo isso há um ano... Quem ia acreditar?", declara ele.

Luiz Carlos Marauskas/Folha Imagem

NA MESMA TECLA
Francisco Daniel, irmão da vítima: ele insiste em dizer que Carvalho sabia da corrupção

Como quase tudo na investigação da morte de Celso Daniel, há versões e contraversões, palavras contra palavras. Rocha Mattos não oferece provas do que diz, mas é certo que teve acesso efetivo às 42 fitas. Na condição de juiz, ele recebeu a incumbência de esclarecer se elas tinham sido clandestinamente gravadas por agentes da Polícia Federal, conforme denunciara o Ministério Público Federal. Rocha Mattos concluiu que as fitas eram ilegais, pois a PF inventou uma investigação fajuta para conseguir fazer as gravações, e mandou que fossem destruídas – a incineração ocorreu em março de 2003, quando Lula já era presidente e Carvalho, seu secretário particular. Mais tarde, depois da destruição das fitas originais, apareceu um conjunto de cópias nas mãos de uma juíza, que o enviou a Rocha Mattos. O juiz então guardou as cópias, mas diz que, depois de ser preso pela Polícia Federal, elas desapareceram. Estavam na casa de sua ex-mulher, Norma, que também foi presa.

Beto Barata/AE

O ESQUECIMENTO
Baltazar, que fez a segurança de Lula na campanha e depois dirigiu a PF: sem memória

Rocha Mattos conta que era indisfarçável o interesse das hostes petistas na destruição das fitas. Ele diz que, antes de tomar a decisão de mandar incinerar o material, chegou a ser procurado em seu gabinete pelo delegado Francisco Baltazar, então chefe de segurança da campanha presidencial de Lula e, mais tarde, dirigente da Polícia Federal em São Paulo. Foram três encontros. "Ele sempre dizia que seria bom que as fitas fossem destruídas porque elas poderiam prejudicar o partido." Baltazar afirma que não se lembra de ter falado sobre esse assunto com Rocha Mattos. As acusações que lança contra Gilberto Carvalho são a terceira contribuição de Rocha Mattos ao caso de Santo André. Ele já indicou à Justiça duas testemunhas-chave do crime: uma mulher, cujo nome se mantém em sigilo, que diz ter testemunhado o seqüestro e presenciado o comportamento cúmplice de "Sombra", e um homem, hoje preso e também mantido no anonimato, que denunciou com antecedência que Celso Daniel (e também Toninho do PT, morto em 2001) seria assassinado. Procurado por VEJA, Gilberto Carvalho disse que "repudia com veemência" as acusações, promete que vai processar Rocha Mattos e informa que tem notícia de que há gravações montadas com sua voz, com o objetivo de incriminá-lo. Diz ele: "Nós, os amigos de Celso Daniel, não somos acusados, somos vítimas".





Morte de Celso Daniel foi planejada em Campinas
28 de maio de 2005 15h08 atualizado às 15h08


O Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) concluiu que o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, ocorrido em janeiro de 2002, foi planejado em Campinas.

Segundo o promotor Roberto Wider Filho, a reunião da quadrilha que executou o prefeito foi realizada num bairro da zona norte da cidade do interior paulista. O prefeito de Campinas, Toninho do PT, também foi assassinado. O crime ocorreu no dia 10 de setembro de 2001.

Em entrevista à rádio CBN, o promotor afirma que teriam participado da reunião pelo menos dois dos envolvidos no crime, Ivan Rodrigues da Silva, conhecido como "Monstro", e Dionísio de Aquino Severo.

De acordo com Wider, uma testemunha protegida confirmou a tese. "Temos também várias circunstâncias que indicam isso. O Ivan, o 'Monstro', logo depois do seqüestro do prefeito estava em Campinas e permaneceu lá o dia todo", afirmou. O seqüestro ocorreu por volta das 23h de uma sexta-feira, e, com a quebra do sigilo telefônico, o promotor constatou que "Monstro" estava no interior às 8h30m.

"Juntando ao depoimento de que o 'Monstro' já tinha ordem de eliminar o prefeito quando deixou Campinas, a gente chega à conclusão que houve uma reunião em Campinas e nela se tramou a morte do prefeito" afirmou o promotor.

"Monstro" continua preso. Dionísio de Aquino Severo foi morto no Centro de Detenção Provisória do Belém dois dias depois de ser preso e antes de ser ouvido sobre o assassinato de Celso Daniel.

No primeiro depoimento à polícia, Dionísio confessou sua ligação com o principal suspeito do crime, Sérgio Gomes da Silva, o "Sombra", que aguarda o fim do processo em liberdade.

O prefeito teria sido morto, segundo uma testemunha, por ter ido contra o grupo, que estava envolvido em casos de corrupção na Prefeitura de Santo André. As empresas de ônibus que atuavam na cidade eram obrigadas a pagar propina para o grupo, de acordo com depoimentos.

Redação Terra






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