[Valid Atom 1.0]

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Lula diz que País vive 'hipocrisia coletiva'



ANNE WARTH - Agencia Estado


SÃO PAULO - Depois de ouvir as críticas de pesquisadores aos processos burocráticos que envolvem as fundações e o governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o País vive uma "hipocrisia coletiva", pela qual "todo mundo tem medo de tudo e todo mundo é culpado antes de ser julgado".



O presidente afirmou que funcionários públicos e ministros evitam assinar qualquer autorização por temer o Ministério Público. "Ao dar assinatura e autorizar, e houver alguma queixa do Ministério Público, os seus bens são disponibilizados e ele tem que contratar um advogado e pagar do próprio bolso. A máquina está engendrada para isso. Se joga desconfiança sobre tudo e sobre todos, e todo mundo fica com medo de funcionar. Lamentavelmente é assim a máquina pública", disse.



Lula explicou que grande parte dos procedimentos burocráticos foram criados individualmente para proteger o Estado de pessoas que "trocam os pés pelas mãos". A somatória dessas medidas, entretanto, é "perniciosa", acredita o presidente. "Quando um mete os pés pelas mãos, os inocentes pagam o preço do erro de alguém que agiu irresponsavelmente." Lula ressaltou que até mesmo o presidente passa por esse tipo de dificuldade envolvendo a burocracia. "Companheiros, eu queria trocar os microfones dos púlpitos em que falo porque são muito compridos e eu não consigo ler o documento. Já faz dois anos. Vocês acham que é só com vocês?", exemplificou.



Ainda em seu discurso, o presidente disse que os pesquisadores devem aproveitar seu mandato para reunir suas reivindicações e apresentá-las ao governo. Ele prometeu trabalhar para desburocratizar o setor. "Tenho mais dois anos de mandato, vocês precisam aproveitar minha governança, já que não sou cientista, portanto não tenho preconceitos e divergências setoriais que vocês têm. Vocês precisam aproveitar essa metamorfose que governa o Brasil e fazer as queixas e reivindicações para que a gente possa atendê-las ou transformá-las em lei", disse. "Embora não seja cientista, eu estou convencido de quem sem investimento em ciência e tecnologia não daremos o passo seguinte."



Investimentos



Lula disse que direcionou R$ 41 milhões para a área no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e que o bom uso desses recursos auxiliará a proporcionar um volume maior no próximo PAC, a ser definido no fim de 2010. Caso o dinheiro não seja bem utilizado, ele ressaltou que não faltarão ministérios interessados nesse recurso. Ele comparou o governo a um coberto curto, "que não dá para cobrir pé e cabeça".



Lula citou ter inaugurado sedes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Fundação Fiocruz na África e na América do Sul e prometeu aumentar unidades e implantá-las também na América Central. Ele disse que os investimentos em biodiesel e álcool vão continuar, apesar das críticas de países desenvolvidos e organismos internacionais. "Esse é um debate que a gente não tem medo de enfrentar, que temos que fazer e encarar com a maior sobriedade possível porque não tenho dúvida de que nós sairemos vencedores", afirmou.



Ele disse ainda que o governo tem como prioridade a recuperação das indústrias naval, petrolífera e petroquímica, e utilizar os recursos que virão da exploração do petróleo pré-sal para recuperar a saúde e a educação. Ele defendeu uma mudança no marco regulatório para evitar que o País receba apenas os royalties dessa exploração. "Precisamos voltar a incutir na cabeça do brasileiro que o petróleo é nosso", declarou. Além disso, defendeu a exportações de produtos de valor agregado, e não apenas da matéria-prima. "Eu trato essa descoberta do pré-sal como o grande segundo momento da independência do Brasil."



''Barbaridades''



Ao falar sobre educação, Lula disse que foram cometidas duas "barbaridades" nos últimos anos. A primeira foi a decisão de universalizar o Ensino Fundamental sem dar atenção à qualidade do ensino. "Demos um passo para frente e dois para trás", opinou.



A segunda foi a progressão continuada, já que o aluno não pode ser reprovado e o professor não recebe qualificação. Ele disse que a meta do governo é treinar e motivar os professores para recuperar o ensino público fundamental.

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Paraguai diz seguir manobras militares do Brasil com atenção

País mobilizou 10 mil homens na fronteira para treinamento; Lugo afirma que protestará contra excessos

Reuters

ASSUNÇÃO - O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, disse nesta terça-feira, 21, que seu governo acompanha com atenção os exercícios militares realizados pelo Exército brasileiro na região de fronteira, e advertiu que protestará em caso de excessos. O Brasil começou no dia 13 a chamada Operação Fronteira Sul 2, para a qual mobilizou cerca de 10 mil homens nas fronteiras com Paraguai, Argentina e Uruguai, como treinamento contra atividades ilegais.





As manobras, que irão até o dia 24, geraram mal-estar entre moradores do lado paraguaio da fronteira, que viram no fato uma demonstração de força contra ameaças de camponeses de ocupar propriedades de agricultores brasileiros. Em entrevista coletiva, Lugo disse que as manobras são normais e que o Brasil tem direito de realizar exercícios militares no seu território sem com isso violar a soberania de ninguém.

"A postura do governo é clara: a soberania nacional não foi quebrantada, a independência e a autonomia do nosso governo não foram violentadas. Nesse sentido, oficialmente não fizemos nenhuma reclamação por esses exercícios . Mas nem um milímetro do território e da soberania do país pode ser molestado. Se isso ocorrer, a reação paraguaia não se deixará esperar", afirmou.

Lugo admitiu que a presença das tropas "desperta a sensibilidade do paraguaio", mas que outros países realizam exercícios perto de fronteiras "sem maiores repercussões". O embaixador brasileiro em Assunção, Valter Pecly, que está deixando o cargo, afirmou que as relações bilaterais são boas e que a operação é rotineira.

"Essa operação é feita duas vezes por ano na fronteira sul, é algo muito natural, e é feita também na Amazônia, na fronteira com Colômbia, Venezuela, Bolívia, e não acontece nada", disse o diplomata a jornalistas depois de reunião com Lugo.

Pecly disse que Brasília vê com preocupação as ameaças aos seus cidadãos, mas "confia em que as instituições correspondentes no Paraguai vão atuar dentro da lei."

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

FÁBIO ASSUNÇÃO EM PRIMO BASILIO 1, 2, 3, 4,5 6,7,8

FÁBIO ASSUNÇÃO EM PRIMO BASILIO 8



FÁBIO ASSUNÇÃO EM PRIMO BASILIO 7



FÁBIO ASSUNÇÃO EM PRIMO BASILIO 6



FÁBIO ASSUNÇÃO EM PRIMO BASILIO 5



FÁBIO ASSUNÇÃO EM PRIMO BASILIO 4



FÁBIO ASSUNÇÃO EM PRIMO BASILIO 3




FÁBIO ASSUNÇÃO EM PRIMO BASILIO 2



FÁBIO ASSUNÇÃO EM PRIMO BASILIO 1



FÁBIO ASSUNÇÃO EM PRIMO BASILIO trailer

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

U2 recebe US$19 milhões em ações da Live Nation


REUTERS


-

LOS ANGELES (Billboard) - O U2 vai receber cerca de 19 milhões de dólares em ações da Live Nation, como parte de um acordo de 12 anos assinado pela banda e pela promotora de shows no começo do ano.

A Liva Nation, que tem base em Los Angeles, registrou 1,56 milhão de ações em nome do U2.

O acordo entre as partes, anunciado em março, estabelece que, em troca das ações, a Live Nation promoverá turnês mundiais, merchandising e o site da banda. O acordo, no entanto, não é total, como o de Madonna, Jay-Z e Shakira, já que a banda continua gravando e lançando seus discos pela Universal Music.

O U2 é uma das bandas que mais lucram com turnês. Sua turnê Vertigo, que foi de 2005 a 2007, faturou 400 milhões de dólares, o segundo mais alto valor do setor.

Então, somente as turnês devem gerar mais de 1 bilhão de dólares em fluxo de caixa bruto, enquanto o contrato estiver em vigor.

O próximo disco de estúdio do U2 deve ser lançado no ano que vem. O cantor Bono e o guitarrista The Edge tocaram algumas das novas músicas em uma apresentação na terça-feira passada, na California, diante dos funcionários da Elevation Partners, empresa de investimentos da qual Bono é um dos fundadores.

As ações da Live Nation custavam 11,54 dólares na bolsa de Nova York na segunda-feira.

Reuters/Billboard

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Vírus da aids se ''esconde'' em célula


Apesar da eficácia dos remédios, estudo aponta que HIV pode ficar latente, à espera do abandono do tratamento

Alexandre Gonçalves


Os coquetéis de drogas contra a aids já são capazes de diminuir a quantidade de vírus no sangue a níveis praticamente imperceptíveis nos exames sorológicos, embora ainda seja impossível erradicar o HIV completamente. Cientistas suíços e americanos mostraram que basta o vírus permanecer "escondido" em uma única célula para que a infecção reapareça com agressividade tão logo o tratamento seja interrompido.



O trabalho, publicado hoje pela Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), apesar das aparências, é uma boa notícia. Havia a suspeita de que as terapias atuais apenas diminuíssem a taxa de multiplicação do HIV no organismo. Mas a pesquisa comprovou que vírus ativos - ou seja, em processo de replicação - são eliminados com muita eficácia pelos anti-retrovirais (remédios para pacientes com aids). Por meio de estudos genéticos, os cientistas apresentaram evidências de que só os vírus latentes escapam à ação dos remédios. Quando acordam, eles são os únicos responsáveis pela reinfecção.

Em entrevista ao Estado, o professor do Hospital Universitário de Zurique (Suíça) e co-autor do trabalho, Huldrych Günthard, explicou que, como o vírus não consegue se reproduzir durante o tratamento, é praticamente impossível surgirem cepas resistentes do HIV quando os pacientes tomam todos os remédios com regularidade.

"O próximo passo é descobrir como identificar células com vírus latentes", afirmou Günthard. "Se pretendemos erradicar o HIV, precisamos entender melhor essas células e onde elas se escondem no corpo humano", completou.

ADESÃO

Ricardo (nome fictício) utiliza o coquetel anti-retroviral desde a década de 90. Mas as náuseas e diarréias causadas pelos remédios fizeram com que interrompesse o tratamento várias vezes. A irregularidade custou caro: o vírus desenvolveu resistência a alguns medicamentos. "Fica cada vez mais difícil controlar a infecção", lamenta Ricardo. Um estudo realizado em Campinas, publicado no mês passado pela Revista da Escola de Enfermagem da USP, mostrou que 73,3% dos 60 soropositivos entrevistados seguiam rigorosamente o tratamento anti-retroviral.

A professora Maria Inês Battistella Nemes, da Faculdade de Medicina da USP, é responsável pelo único levantamento de alcance nacional, publicado em 2002. O porcentual obtido foi parecido: 75% de adesão ao tratamento. Participaram do estudo 2 mil pessoas. "É um porcentual parecido com o de países desenvolvidos", aponta Maria Inês. "A pesquisa foi muito importante para contradizer quem afirmava que era impossível conseguir taxas altas de adesão nas nações pobres."

A infectologista Joselita Caraciolo, do Centro de Referência e Treinamento DST/Aids-SP recorda que pesquisadores já consideraram a conveniência de realizar "férias periódicas" do tratamento para diminuir os efeitos colaterais e o custo, especialmente nas nações mais pobres da África. Mas logo abandonaram a idéia.

Além do aumento na infecção pelo vírus, as "férias" trazem outros efeitos ruins. Um trabalho publicado ontem pela Public Library of Science Medicine associou tais interrupções no tratamento a um aumento na incidência de coágulos sanguíneos, geralmente ligados a problemas cardíacos, diabete e câncer.

NÚMEROS

75% dos soropositivos afirmam seguir rigorosamente o tratamento com anti-retrovirais no Brasil

0,6% é a incidência estimada da doença na população brasileira

15% é a incidência em alguns países da África Subsaariana


A epidemia da Aids no mundo

Relatório do programa das Nações Unidas para Aids (Unaids) mostra que doença desacelerou, mas ainda há países com mais de 20% da população adulta contaminada. Veja o mapa e os números







Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Faz falta um ministro




O Brasil precisa com urgência de um ministro da Fazenda. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva dispensou esse auxílio nos últimos dois anos e meio, desde a substituição do ministro Antonio Palocci. Pôde fazê-lo porque as condições da economia global eram muito favoráveis, o dinamismo interno permitia ao Tesouro uma arrecadação crescente e o Banco Central (BC), agindo com autonomia de fato, embora não de direito, manteve a inflação controlada. Mas o cenário mudou. Hoje, os brasileiros precisam tanto de um executivo de fato na área fiscal quanto de um presidente disposto a levar a sério a crise global e suas conseqüências para o País. O presidente agora parece, embora com certa relutância, reconhecer algum risco para o Brasil. Se americanos e europeus importarem menos, os problemas, admitiu, poderão chegar até aqui.

Mas não basta esse reconhecimento, assim como não basta sua crença, quase mística, no imenso poder do mercado interno. Se a economia crescer menos do que os 4,5% previstos na proposta orçamentária, a arrecadação poderá ficar abaixo do valor previsto. Uma inflação maior poderá contrabalançar esse efeito, pelo menos em parte, contribuindo para abastecer o Tesouro. Mas essa hipótese não dispensa o governo de refazer suas contas e de repensar a programação financeira para 2009. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, admitiu numa entrevista ao Estado a hipótese de uma revisão. O relator-geral do projeto de orçamento, senador Delcídio Amaral (PT-MS), foi além: chamou a atenção para a conveniência de cortes no gasto programado, de preferência no custeio, e teve a iniciativa de completar suas informações e sua avaliação do quadro com uma visita ao presidente do BC.

Já o ministro da Fazenda insiste na exibição de otimismo, como se nada muito preocupante ocorresse no mundo. "Não estamos a salvo, mas ainda não vejo necessidade de revermos projeções", disse o ministro numa entrevista à Folha de S.Paulo. Segundo ele, a provável desaceleração do crescimento econômico - de cerca de 6% para 4% em 2009 - já era esperada antes da crise. Isto é, para ele, se essa diminuição já era esperada antes da crise, a atual mudança no cenário global não faz diferença. O que é um absurdo.

Nessa entrevista, como em várias outras, o ministro Mantega insistiu na repetição de algumas noções e de alguns dados bem conhecidos: o País tem reservas cambiais, está mais preparado para um choque externo, o grande problema imediato é a falta de liquidez e medidas estão sendo tomadas para eliminar esse inconveniente.

Toda essa conversa, nesta altura, apenas comprova a desproporção entre os novos desafios e as qualificações do ocupante do Ministério da Fazenda para enfrentá-los. Para começar, há um contraste clamoroso entre as preocupações demonstradas pelo ministro Paulo Bernardo e pelo senador Delcídio Amaral e a atitude quase debochada do ministro Mantega em face do cenário de riscos para o Brasil.

Em vez de advertir o presidente de que ele erra ao atribuir ao mercado interno poderes quase mágicos, ele endossa o erro. O Brasil já tem um buraco na conta corrente do balanço de pagamentos. Esse buraco poderá aumentar perigosamente se a demanda interna crescer com vigor, em 2009, e o descompasso entre exportações e importações aumentar.

Certo está o BC ao prover financiamento para os exportadores. Certo estaria o resto do governo, se estudasse como conciliar algum crescimento interno com a preservação da solidez do balanço de pagamentos. As pessoas sensatas não são gratuitamente pessimistas, como dá a entender o ministro. Também não torcem contra o governo nem contra o Brasil, como insiste em dizer, em seus destemperos demagógicos, o presidente da República.

"Sou corintiano e keynesiano desde criancinha", disse Mantega na entrevista citada. Keynesianismo não quer dizer irresponsabilidade, nem leniência inflacionária, nem negligência diante dos sinais de perigo. São essas, no entanto, as atitudes costumeiramente exibidas pelo atual ocupante da Fazenda. Pior que isso: são atitudes cada vez mais valorizadas, na administração federal, desde o afastamento do ministro Palocci. Na ausência dele, sobraram como defensores da sensatez, no primeiro escalão, o ministro do Planejamento e o presidente do BC. Isso não basta para um país ameaçado por uma crise externa de grandes proporções.

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters