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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Corrupção no futebol : Lula foi cogitado para assumir a Fifa

Pelo poder, Blatter faz concessões

Para ser reeleito nesta quarta, suíço promete reformas profundas. Mas crise é tão grande que há quem fale em Lula para o cargo

01 de junho de 2011 | 9h 25

JAMIL CHADE - Enviado especial

ZURIQUE - A Fifa enfrenta nesta quarta-feira seu momento mais crítico em 107 anos de existência. Joseph Blatter pode ser eleito para seu quarto mandato consecutivo. Mas, na maior crise de sua existência, a entidade enfrenta pressão de chefes de estado, patrocinadores e pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) por mudanças profundas.

Alessandro Della Bella/EFE
Alessandro Della Bella/EFE
Blatter pode ser eleito para seu 4.º mandato consecutivo

O Estado obteve informações de que Blatter foi obrigado a passar a madrugada reunido com cartolas, fazendo concessões políticas e prometendo anunciar nesta quarta reformas e medidas de controle sobre a corrupção na Fifa. Isso tudo para tentar evitar um desastre diante de câmeras de todo o mundo.

Na terça-feira, o que era para ser uma festa na abertura do Congresso Anual da Fifa, com direito à banquete de luxo, se transformou em um palco de acusações contra os cartolas e até apelos para o adiamento das eleições.

O desespero da organização é tão grande que até o nome de Luiz Inácio Lula da Silva foi cogitado como alguém que poderia ser chamado para resgatar a credibilidade da Fifa. Pessoas ligadas à entidade afirmaram ao Estado que o ex-presidente brasileiro chegou a ser citado dentro do governo britânico como eventual solução para a crise.

Abalo.
Blatter, que afastou seu único rival na corrida pela presidência, Mohamed Bin Hammam, abandonou o discurso de que não existe crise. Para ele, as bases do futebol estão "abaladas’’. Mas sua receita é de que a "família Fifa" deva se unir para superar as dificuldades. Unir-se em torno dele, claro.

"Pensei que vivíamos em um mundo de fair play.Infelizmente, vi que não é o caso. Porque a nossa pirâmide da Fifa tem incertezas em sua base e o futebol enfrenta ameaças", admitiu. Para esta quarta, Blatter prometeu anunciar medidas para voltar a unir o mundo do futebol, combater a corrupção e lidar com esses "perigos". "Temos de proteger o futebol", disse, em meio a aplausos hesitantes e cartolas sem graça.

Sua festa milionária, porém, se transformou em pesadelo. A Inglaterra e a Escócia pediram oficialmente o adiamento das eleições, enquanto pelo menos dez países asiáticos confirmaram que podem boicotar a votação, em represália à Blatter.

Exemplo do COI.
Jacques Rogge, presidente do COI, pediu "humildade" na Fifa diante da crise e a comparou a situação aos escândalos de corrupção em sua entidade nos anos 90. "A Fifa está enfrentando alegações e controvérsias. Há anos, o COI também passou por isso. Mas saímos mais fortes com reformas internas. A humildade e reformas são as respostas", disse.

Um alerta ainda mais forte foi lançado pela presidente da Suíça, Micheline Calmy Rey. Em declarações ao Estado, advertiu que o país não quer sediar uma organização corrupta. Chegou a comparar a Fifa ao catennacio, sistema de jogo retranqueiro no futebol italiano. Sua alusão é de que a Fifa precisa ser mais aberta. "Não deixem que o dinheiro estrague o jogo", apelou. "Qualquer comportamento ilegal terá de ser combatido. Há a percepção de que há uma tolerância à corrupção na Fifa", disse.

A disputa pelo poder ganhou contornos trágicos quando o único rival de Blatter, Mohamed Bin Hammam foi suspenso do futebol sob alegações de que teria pago propinas em troca de votos. Nesta terça-feira, apresentou um recurso, que foi negado quase que imediatamente pela Fifa. Já Blatter passou a ser acusado de distribuir "presentes" e de ter negociado votos de maneira ilegal. Mas não foi punido e irritou a muitos.

Mas impedir o presidente de conquistar seu quarto mandato pode ser uma tarefa quase impossível. 156 países dos 208 membros da Fifa teriam de apoiar o adiamento das eleições. Na última terça, diversos peso-pesados do futebol mundial rejeitaram essa tese. " Por que é que vamos adiar?", questionou Michel Platini, presidente da Uefa. "Isso é só blablablá de jornalista."

Negociação. Para evitar o desastre, Blatter lançou nesta terça uma ofensiva política. Numa reunião da Uefa já à noite, federações nacionais se queixaram do dirigente, disseram fontes ao Estado. Mas estabeleceram como condição para apoiá-lo que ele criasse um grupo independente para investigar as alegações de corrupção. Blatter teria aceito.

Durante a noite, Blatter também prometeu dar mais poderes às federações nacionais para conseguir a liberação de jogadores para as seleções. Para acalmar os clubes, prometeu que irá desenvolver um calendário internacional mais "racional".

Aos patrocinadores, indicou que daria solução rápida à crise. Depois das críticas da Coca-Cola e Adidas, duas das maiores fontes de renda da entidade, ontem foi a vez da Emirates se queixar. "Estamos desapontados com os problemas que atualmente estão atingindo a administração do esporte’’, disse a empresa.

Mesmo com Blatter reeleito, cartolas entrevistados pelo Estado foram unânimes em afirmar: a organização chegou a uma encruzilhada e levará anos para restabelecer a credibilidade. "Nunca estivemos em crise tão profunda. A imagem está seriamente afetada", disse Jim Boyce, candidato a vice-presidente da Fifa e cartola da Irlanda do Norte.







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26/10/2008 free counters

Senadora petista defende saída de Palocci do governo


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DE SÃO PAULO

Hoje na Folha Enfraquecido pela crise aberta desde a revelação de seu enriquecimento, o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) tornou-se alvo cada vez mais frequente do chamado fogo amigo, disparado tanto por partidos aliados quanto por petistas.

05.dez.2007/Reprodução
Gleisi Hoffmann sugeriu a saída de Palocci em almoço com Lula
Gleisi Hoffmann sugeriu a saída de Palocci em almoço com Lula

Segundo reportagem de Catia Seabra e Maria Clara Cabral, publicada na Folha desta quarta-feira (a íntegra da reportagem está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha), a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), defensora do governo Dilma no Congresso, sugeriu ao partido a saída de Palocci.

Além de ter aumentado em pelo menos 20 vezes o próprio patrimônio entre 2006 e 2010 --o ministro comprou um apartamento de luxo e um escritório em São Paulo--, sua empresa de consultoria, a Projeto, faturou R$ 20 milhões só no ano passado.

Palocci nega ter cometido irregularidades na condução de seus negócios privados.

A senadora expôs sua opinião sobre o ministro durante almoço que ofereceu, na semana passada, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com pessoas que estavam no almoço Gleisi perguntou ao ex-presidente se era "estratégico" mobilizar o governo e sua base em defesa de um projeto pessoal --em referência à evolução patrimonial de Palocci. A senadora chegou a comparar o momento atual ao escândalo do mensalão.

PATRIMÔNIO

A Folha revelou que Palocci multiplicou por 20 seu patrimônio em quatro anos. Entre 2006 e 2010, passou de R$ 375 mil para cerca de R$ 7,5 milhões.

Depois disso, a liderança do PSDB na Câmara levantou suspeitas de que pagamentos feitos pela Receita Federal à incorporadora WTorre, no valor de R$ 9,2 milhões, durante as eleições do ano passado, estejam relacionados ao trabalho de Palocci, e a doações para a campanha presidencial de Dilma Rousseff.

O deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) apresentou à imprensa registros públicos do Siafi (o sistema de acompanhamento de gastos da União) e da Receita Federal que indicariam uma relação entre pagamentos feitos pela Receita à WTorre Properties, um braço do grupo WTorre, e o trabalho do ministro na incorporadora.

No dia 24 de agosto, a WTorre protocolou na Receita um pedido de restituição de Imposto de Renda de pessoa jurídica relativo ao ano de 2008. Na mesma data, a incorporadora fez uma doação de R$ 1 milhão para a campanha presidencial de Dilma --outra parcela de R$ 1 milhão foi depositada à campanha no mês de setembro.

A restituição da Receita ocorreu apenas 44 dias depois do protocolo, no valor de R$ 6,25 milhões. Segundo Francischini, o prazo da devolução é recorde.

Segundo reportagem da Folha, a WTorre foi uma das clientes da empresa do ministro, a Projeto Consultoria Financeira, que teve um faturamento de R$ 20 milhões somente no ano passado.







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26/10/2008 free counters

INSS: projeto pode facilitar recolhimento de contribuições de ações trabalhistas


Djalma Oliveira

Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 3.451/2008, que prevê o reconhecimento automático, por parte do INSS, de decisões da Justiça do Trabalho. Dessa forma, as contribuições previdenciárias cobradas das indenizações recebidas por trabalhadores seriam diretamente incluídas em seus históricos de contribuição, evitando problemas na hora da aposentadoria.

Atualmente, quem ganha uma ação trabalhista na Justiça precisa ir a uma agência da Previdência para comunicar o ganho de causa e ter a contribuição somada às outras que fez ao longo da carreira.

Segundo o deputado Chico D’angelo (PT-RJ), relator da proposta na Comissão de Seguridade Social e Família, a aprovação do projeto acabaria com o impasse que existe entre Justiça do Trabalho e o Ministério da Previdência Social e prejudica o trabalhador quando ele vai se aposentar. O problema é que não há previsão para votar o projeto, apesar de o deputado já ter emitido seu parecer favorável à aprovação em abril do ano passado. A matéria está na comissão desde dezembro de 2009.

As cerca de 580 mil revisões de benefícios por incapacidade concedidos por decisões judiciais que o INSS pretende fazer vão abranger tanto processos ainda em andamento quanto aqueles que já tiveram uma decisão final. Todos serão convocados, por meio de carta, para passar por uma nova perícia, feita por um médico da Previdência.

Caso o processo ainda esteja em andamento, o novo laudo será encaminhado para que o juiz decida. Se já tiver sido julgado pelos tribunais, a decisão será administrativa, em situações como um auxílio-doença pago há mais tempo do que o determinado pela sentença judicial.

O ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, reafirmou, ontem, que o INSS estuda conceder o auxílio-doença sem a necessidade de perícia médica. O objetivo, de acordo com ele, é agilizar o atendimento nas agências da Previdência e melhorar o trabalho dos peritos.







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26/10/2008 free counters

Apartamento de R$ 6,6 mi de Palocci tem aquecimento de piso


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DE SÃO PAULO

Hoje na Folha O apartamento de R$ 6,6 milhões do ministro Antonio Palocci tem aquecimento de piso nos banheiros, informa a coluna de Mônica Bergamo, publicada na Folha desta quarta-feira (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

No último dia 15, a Folha revelou que Palocci multiplicou por 20 seu patrimônio em quatro anos. Entre 2006 e 2010, passou de R$ 375 mil para cerca de R$ 7,5 milhões.

Depois disso, a liderança do PSDB na Câmara levantou suspeitas de que pagamentos feitos pela Receita Federal à incorporadora WTorre, no valor de R$ 9,2 milhões, durante as eleições do ano passado, estejam relacionados ao trabalho de Palocci, e a doações para a campanha presidencial de Dilma Rousseff.

O deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) apresentou à imprensa registros públicos do Siafi (o sistema de acompanhamento de gastos da União) e da Receita Federal que indicariam uma relação entre pagamentos feitos pela Receita à WTorre Properties, um braço do grupo WTorre, e o trabalho do ministro na incorporadora.

No dia 24 de agosto, a WTorre protocolou na Receita um pedido de restituição de Imposto de Renda de pessoa jurídica relativo ao ano de 2008. Na mesma data, a incorporadora fez uma doação de R$ 1 milhão para a campanha presidencial de Dilma --outra parcela de R$ 1 milhão foi depositada à campanha no mês de setembro.

A restituição da Receita ocorreu apenas 44 dias depois do protocolo, no valor de R$ 6,25 milhões. Segundo Francischini, o prazo da devolução é recorde.

Segundo reportagem da Folha, a WTorre foi uma das clientes da empresa do ministro, a Projeto Consultoria Financeira, que teve um faturamento de R$ 20 milhões somente no ano passado.






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26/10/2008 free counters