[Valid Atom 1.0]

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

guga Gustavo Kuerten será pai pela primeira vez



Tenista brasileiro de 35 anos anunciou a novidade no twitter; ele está casado há quase um ano

Gustavo Kuerten será pai pela primeira vez

Divulgação

A esperança do tênis brasileiro de ter novamente um jogador no topo do ranking mundial ganha um novo combustível nesta segunda-feira. Via twitter, o maior atleta brasileiro de todos os tempos no esporte, Gustavo Kuerten, anunciou que será pai.

A quebra do suspense veio em paralelo com a comemoração do Dia dos Pais, neste domingo. “Feliz dia dos Pais!! Parabéns a todos vcs, e este ano to estreando no Time tbm, rs!! #Felicidades”, twittou. Imediatamente, o catarinense recebeu as congratulações do parceiro tenístico Fernando Meligeni e do levantador de vôlei Bruninho.

O jogador de 35 anos está casado há quase um ano com a bela fonoaudióloga Mariana Soncini. Tudo indica que a gravidez esteja em seu segundo mês, mas Guga não confirmou mais detalhes sobre o assunto.





LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Itaquerão tem oferta de R$ 300 mi


Banco privado oferece quantia para dar nome ao futuro estádio do Corinthians

15 de agosto de 2011 | 23h 25

Wagner Vilaron - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - A proximidade da Copa do Mundo de 2014 e o consequente 'boom' de reformas e construção de estádios pelo País fez com que algumas expressões começassem a figurar nas conversas entre torcedores. Uma dessas é o tal 'naming rights', algo como 'direito de nomear'. A receita com esta ferramenta de marketing é tão relevante que o Corinthians pretende utilizá-la para pagar a linha de crédito de R$ 400 milhões do BNDES que será usada na obra do Itaquerão.

Veja também:
link Dilma diz que pode reduzir cidades-sedes do Mundial

A informação que circula no Parque São Jorge é a de que o presidente do clube, Andrés Sanchez, já tem sobre a mesa uma proposta de R$ 300 milhões. A negociação é feita com um banco privado. A princípio, os números agradaram à diretoria. Porém, dois detalhes impedem que o contrato seja assinado no curto prazo: o primeiro é o tempo do acordo. Enquanto o clube tenta fechar por 15 anos, a empresa interessada acena com, no mínimo, 20.

De acordo com um diretor corintiano que pediu para não ser identificado, a linha de raciocínio dos representantes do clube na negociação é simples. Para eles, é um tipo especial de contrato, que só se fecha uma vez. "A empresa que acertar com o Corinthians agora terá sua marca como nome do estádio pelos próximos 15, 20 anos. Quem consegue mudar esse nome depois de tanto tempo?", ponderou. "Por isso a negociação tem de ser feita com muito cuidado. O nome que ficar acertado agora fatalmente acompanhará o estádio por um período muito maior do que aquele que estiver no acordo. Aparentemente é algo que se negocia uma vez só."

O segundo aspecto apontado pelos corintianos para protelar a batida do martelo é o estágio da obra em Itaquera. Segundo o diretor de marketing, Luis Paulo Rosenberg, a tendência é de que o mercado passe a valorizar mais a nova arena a partir do próximo ano. "Por enquanto as pessoas constatam que a obra está em ritmo acelerado, mas ainda não identificam o estádio propriamente dito", afirmou. "Quando tudo estiver subindo, com cara mesmo de estádio, as pessoas entenderão que aquilo é uma realidade e que não tem mais volta. Creio que nesse momento a tendência e de valorização."

Não é bem assim. Esta linha de raciocínio de Rosenberg não é compartilhada pelo consultor da BDO/RCS, Amir Somoggi, especializado em análise de mercado e marcas. O profissional destaca que quanto mais tempo a nova arena permanecer sem um nome oficial, maior a possibilidade de o público nomeá-la por conta própria. "O local já é chamado de Fielzão, Itaquerão. Quanto mais demorar para o acerto do contrato, mais difícil será fazer o novo nome pegar", explicou.

O consultor destaca que o mercado brasileiro ainda tenta entender como funciona o 'naming rights'. A maior dificuldade é perceber que se trata de uma estratégia que vai muito além de dar o nome de uma empresa ou produto à arena. "Não adianta pensar em publicidade, exposição da marca apenas. Tem de pensar em relacionamento com o mercado", afirmou. "Ou seja, mais importante do que ter o nome no estádio é usar a estrutura, como camarotes, para atrair clientes."





LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Entidades agrícolas bancam campanhas de parlamentares ligados à Agricultura


Cooperativas que receberam verba da Conab fizeram em 2010 doações eleitorais para ex-ministro e para filho do atual titular da pasta

15 de agosto de 2011 | 23h 00

Daniel Bramatti e Julia Duailibi, de O Estado de S.Paulo

Cooperativas agrícolas que em 2010 receberam recursos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) financiaram campanhas de parlamentares com bom trânsito no Ministério da Agricultura, como o ex-ministro e deputado Reinhold Stephanes (PMDB) e o deputado estadual Baleia Rossi (PMDB), filho do atual titular da pasta, Wagner Rossi.

Desde 2009, a Lei Eleitoral proíbe que cooperativas "beneficiadas por recursos públicos" façam doações a campanhas eleitorais. Com base nesse dispositivo, especialistas ouvidos pelo Estado apontaram como irregulares as contribuições das entidades que fizeram negócios com a Conab. As cooperativas, no entanto, têm outra interpretação: alegam que a lei não é específica e que não são "beneficiadas" com recursos públicos, pois recebem a verba por causa de uma relação comercial - a venda de alimentos para a Conab.

Levantamento feito pelo Estado nas unidades da Conab que mais movimentaram recursos em 2010 - São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais - detectou pagamentos a 17 cooperativas agrícolas que financiaram candidatos. A pesquisa se restringiu às entidades que receberam pelo menos R$ 300 mil do governo federal no ano passado.

Valores. "Se uma empresa pode financiar uma campanha eleitoral, isso significa que terá representatividade no Congresso. É assim que funciona. Se as cooperativas não puderem participar (das doações), ficarão sem representação", afirmou o deputado Paulo Piau (PMDB-MG), vice-presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop).

"Não há dúvida de que essas doações não poderiam ter sido feitas", disse Alberto Luís Rollo, especialista em direito eleitoral. "Mas o prazo já passou para eventuais impugnações de candidatos." O advogado Tito Costa, que também atua na área, interpreta a lei da mesma forma: "Cooperativas que recebem recursos públicos não podem doar para candidatos".

Na eleição de 2010, as cooperativas contabilizadas pelo Estado contribuíram aos candidatos com R$ 1 para cada R$ 95 recebidos do governo. Ao todo, as entidades doaram mais de R$ 1,8 milhão para parlamentares e receberam R$ 179 milhões do Ministério da Agricultura como forma de pagamento pela compra de alimentos via Conab.


Até 2009, a lei proibia qualquer tipo de doação por parte das cooperativas. Uma mobilização dos ruralistas no Congresso levou à mudança na regra - ficaram impedidas de doar apenas as entidades "concessionárias ou permissionárias de serviços públicos" ou "beneficiadas com recursos públicos".

Para o presidente da Frencoop, senador Waldemir Moka (PMDB-MS), a discussão sobre as vedações na lei são de ordem "jurídica, não política". "Não havendo impedimento, não há nenhum problema nas cooperativas influenciarem a eleição por meio dos seus representantes."

A Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas (Cocapec) recebeu da Conab R$ 24 milhões no ano passado. A entidade participou da campanha eleitoral de 2010 doando cerca de R$ 250 mil para sete candidatos a deputado, entre os quais Baleia Rossi, filho de Wagner Rossi - que assumiu o Ministério da Agricultura em abril daquele ano. Ele recebeu R$ 33 mil.

Reinhold Stephanes, que comandou o Ministério da Agricultura entre 2007 e 2010, quando se desincompatibilizou para disputar a eleição, recebeu R$ 90 mil de três entidades: Cooperativa Agropecuária Castrolândia, Cooperativa Agrícola Mista São Cristovam e Capal - Cooperativa Agroindustrial. Ao todo, elas receberam R$ 16 milhões do ministério no ano passado.

Além de peemedebistas, cooperativas também beneficiaram candidatos de outras legendas. A Cooperativa Agroindustrial (Cocamar), que recebeu R$ 849 mil da Conab em 2010, fez doações de R$ 40 mil à campanha para o Senado da atual ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), e de R$ 50 mil a Beto Richa (PSDB), candidato ao governo do Paraná.

Durante a campanha de 2010, as cooperativas se organizaram para aumentar a bancada de apoio no Congresso, hoje formada por 224 deputados e 26 senadores. Foram realizados seminários para apresentar os candidatos que contavam com o apoio do segmento.






LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Fora do cargo, Pagot ‘assina’ contrato do Dnit


Superintendência de Mato Grosso copia cabeçalho de despacho antigo firmado pelo ex-diretor para formalizar no ‘Diário Oficial’ termo aditivo de obra

15 de agosto de 2011 | 23h 00

João Domingos, de O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - A faxina feita pela presidente Dilma Rousseff nos transportes não livrou o governo do fantasma de Luiz Antonio Pagot, ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Embora sua carta de demissão tenha sido entregue no dia 25 de julho, Pagot ainda assina termos aditivos para obras contratadas pela autarquia.

O Diário Oficial da União (DOU) de segunda-feira, 15, publicou termo aditivo para a duplicação e restauração de um trecho de 8,6 quilômetros, na Serra de São Vicente, em Alto Araguaia, na divisa entre Mato Grosso e Goiás. O documento foi assinado justamente por Pagot.

De acordo com o DOU, a assinatura ocorreu no dia 9, exatamente 15 dias depois de Pagot ter pedido as contas e anunciado que iria para a iniciativa privada. Na ocasião, chegou a afirmar que não respeitaria a quarentena exigida para todos os servidores públicos que deixam suas funções.

A obra, que mereceu o termo aditivo - cuja licitação foi vencida pela Construtora Delta -, teve o custo previsto de R$ 26,819 milhões. Foi contratada em 2009.

O termo aditivo assinado entre o ex-chefão do Dnit e a empreiteira não foi, desta vez, para alterar valores, mas para prorrogar o prazo de entrega.

Suspensão. As suspeitas de corrupção no setor de transportes, que levaram ao afastamento de 27 pessoas - entre elas Pagot e Alfredo Nascimento do Ministério dos Transportes -, fizeram com que o governo suspendesse as licitações e os termos aditivos logo depois do dia 4 de julho.


Sem o termo aditivo, de acordo com informações da assessoria do Dnit, a autarquia teria de fazer outra licitação, o que envolveria um novo e demorado processo burocrático. Como prevê a Lei das Licitações (Lei 8.666. de 1993).

O fato de Pagot ter assinado o termo aditivo sem estar mais à frente do Dnit aponta para a falta de cuidado com a coisa pública. De acordo com a assessoria do Dnit, a superintendência de Mato Grosso simplesmente copiou o cabeçalho do último termo aditivo, feito em 20 de abril. Lá constava o nome de Pagot, ainda como ocupante da diretoria-geral. Por essa causa, o Diário Oficial de terça-feira, 16, publicará uma correção, desta vez sem o nome de Luiz Antonio Pagot.







LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Procurador pede bloqueio de R$ 4 mi em bens de cúpula do Turismo e fará denúncia



Pressionada pela base aliada por causa da prisão de políticos, presidente Dilma Rousseff prometeu coibir ‘abusos e afrontas à dignidade de qualquer cidadão que venha a ser investigado’

15 de agosto de 2011 | 23h 00


Leandro Colon, enviado especial de O Estado de S.Paulo

MACAPÁ - No mesmo dia em que a presidente Dilma Rousseff, pressionada por aliados, entrou em rota de colisão com setores do Ministério Público e da Polícia Federal ao criticar excessos da "faxina" que atingiu a cúpula do Ministério do Turismo, o procurador da República no Amapá, Celso Leal, afirmou ao Estado que não houve nenhum abuso na Operação Voucher e que pelo menos 18 pessoas devem ser denunciadas nos próximos dias por envolvimento no esquema de desvios de verba na pasta, incluindo os seus dirigentes.

Veja também:
link Dilma promete coibir ‘abusos, excessos e afrontas’ da PF
link MP pede bloqueio de bens de envolvidos no escândalo
link Vazam fotografias de seis presos na operação no Turismo
link Em nota, PT manifestou solidariedade a militante preso
link ÁUDIOS: Ouça as gravações da PF sobre o escândalo

Beto Barata/AE
Beto Barata/AE
Dilma com o procurador, no Planalto: sem citar nomes, presidente revelou insatisfação com MP

A denúncia, segundo o procurador, será feita nos próximos dias. Os crimes mencionados pelo procurador são peculato e formação de quadrilha. "Acredito que todos os 18 investigados serão denunciados. Estamos só na deliminatação da conduta de cada um", afirmou Leal. Na segunda-feira, 15, ele pediu à Justiça o bloqueio de bens de todos os envolvidos. De acordo com a solicitação, há pelo menos 20 imóveis que podem ser bloqueados, além de contas bancárias das empresas de fachadas investigadas.

Os valores envolvidos no pedido de bloqueio chegam a pelo menos R$ 4 milhões, que é o mínimo que teria sido desviado do Ministério do Turismo. Entre esses 18 estão, além do secretário executivo, Frederico Silva Costa, o secretário nacional de Programas e Desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins, e o ex-secretário executivo Mario Moysés. "Temos a convicção de que houve desvio de dinheiro público", disse o procurador.

Na segunda-feira, em discurso breve, porém duro, Dilma afirmou que "o País é composto de cidadãos de bem, que abominam o crime e prezam a legalidade". Acrescentou que o governo vai se dedicar a coibir os crimes onde eles ocorrerem. Ao mesmo tempo, avisou que fará tudo para coibir "abusos, excessos e afrontas à dignidade de qualquer cidadão que venha a ser investigado".

Embora não tenha se queixado diretamente de ninguém, a presidente tem demonstrado insatisfação com o comportamento da PF e do Ministério Público no caso que envolveu a prisão de servidores do Turismo ligados a políticos do PT e PMDB. As prisões provocaram a ira de parlamentares da base aliada no Congresso, sobretudo porque os presos foram algemados e fotografados, na identificação, sem camisa. As fotos vazaram.

Segundo Dilma, o seu governo quer "uma Justiça eficaz e célere, mas sóbria e democrática, senhora da razão e incontestável em suas atitudes e providências". Apesar dos recados, a presidente enfatizou que o País possui "um Ministério Público com independência e autonomia e uma Polícia Federal mais bem equipada". "Onde ocorrerem malfeitos, onde o crime organizado atuar, nós iremos combater com firmeza, utilizando todos os instrumentos de investigação e punição, sempre contando com a isenção do Ministério Público, com a eficiência da Polícia e com o poder de decisão do Judiciário", disse Dilma.

Fraude. O procurador Celso Leal afirma que não houve excessos na Operação Voucher. "Não acho que houve excesso. Todos os que foram presos, de uma maneira ou de outra, tinham envolvimento com a fraude."

O procurador foi o autor do parecer do Ministério Público Federal que sustentou os pedidos de prisão preventiva dos investigados. A operação começou após auditoria do Tribunal de Contas da União identificar fraudes num convênio de R$ 4,4 milhões do Turismo com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi). A entidade teria repassado os recursos para empresas de fachada e os serviços jamais foram executados.




LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Novo livro sobre Lula desmitifica o homem por trás do herói revolucionário



Rio de Janeiro, 16 ago (Lusa) -- Uma nova interpretação da vida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, "O Que Sei de Lula", do jornalista José Nêumanne Pinto, chega hoje às livrarias no Brasil, com a tese de que Lula nunca foi de esquerda.

"Lula não é um revolucionário de esquerda, é um conservador e estabeleceu relações com a Igreja para criar o PT [Partido dos Trabalhadores]", afirmou à Lusa o autor e cronista do jornal "O Estado de São Paulo", Nêumanne Pinto.

Para apresentar os seus argumentos, o escritor recorreu à sua própria experiência como repórter, além de biografias anteriores e vasto material publicado na imprensa, nomeadamente muitas entrevistas já esquecidas. Numa delas, em 1979, Lula cita Hitler como um homem a ser admirado "não pelas suas ideias, mas pela obstinação que tinha em segui-las", lembra o autor.


Livro sobre Lula aborda ''homem atrás do mito''

Para Nêumanne Pinto, autor de O que Sei de Lula, ex-presidente é o maior político brasileiro e nunca foi de esquerda; obra será lançada amanhã no Rio

15 de agosto de 2011 | 0h 00

José Maria Mayrink - O Estado de S.Paulo

Resistiu a participar do sindicato, foi contra a aliança de trabalhadores com estudantes, menosprezou o apoio da Igreja Católica, resistiu à campanha Diretas-Já, vetou a colaboração do PT com o governo Itamar Franco, boicotou a Constituinte de 1988, criticou o Plano Real e considerou "herança maldita" os avanços sociais de Fernando Henrique Cardoso, seu predecessor. Quem construiu esse perfil, antes de chegar à Presidência da República e deixar o poder, ao fim de oito anos de mandato, com mais de 80% de aprovação popular, só pode ser considerado um conservador e é essa a avaliação do jornalista José Nêumanne Pinto no livro O que sei de Lula ( Topbooks, 522 pgs. R$ 69), no qual chega a uma conclusão, no mínimo, surpreendente: "Lula nunca foi de esquerda".

Repórter, editor de política , escritor e, atualmente, articulista de O Estado de S. Paulo, com mais de 40 anos de profissão, Nêumanne conta, com conhecimento de causa e informações privilegiadas, a história de Luiz Inácio Lula da Silva - a ascensão admirável do menino retirante que fugiu do sertão pernambucano, do operário metalúrgico do ABC paulista, do militante sindical que ajudou a derrubar a ditadura militar e do três vezes candidato a presidente e depois titular do Palácio do Planalto. Paraibano de Uiraúna, cidade natal também da deputada Luíza Erundina, ele sabe o que custou a trajetória daquele que é, em sua opinião, o maior político brasileiro de todos os tempos.

"Meu objetivo, ao escrever esse livro, foi descobrir o homem atrás do mito", revela Nêumanne, um pesquisador incansável que consultou biografias, conferiu entrevistas, ouviu testemunhas e revirou lembranças de seus tempos de repórter, para contar os bastidores da carreira de Lula, um personagem fascinante que ele pretende ter analisado com isenção e justiça, apesar da opinião contrária daqueles que não deverão perdoá-lo por estar contando o que sabe. "Os áulicos de Lula certamente encontrarão na revelação desses incidentes motivos para execrar esse livro, da mesma forma que já condenam o autor, mas não mudarão o fato inexorável de que, como ele mesmo narrou, delatou camaradas menos aptos para levar vantagem pessoal pecuniária no princípio de sua vida profissional", prevê Nêumanne.

Há revelações inéditas, fatos inconfessáveis, conclusões incômodas. "Descobri que Lula, filho de um canalha e uma santa, um sujeito de sorte cavalar, consegue construir em cima dos equívocos, não dos acertos", afirma Nêumanne, ao explicar que, apesar de falhas e defeitos, seu protagonista se tornou um "fenômeno fantástico de popularidade porque as pessoas se identificam com ele". O jornalista lembra que Lula recebeu Leonel Brizola com hostilidade quando o político gaúcho voltou do exílio e que nunca negou sua admiração pelo governo do general Ernesto Geisel. Quem organizou a greve dos metalúrgicos do ABC, acrescenta Nêumanne, foi Frei Betto e não Lula - uma afirmação que o frade dominicano considera exagerada.

Amigos e companheiros de luta do operário-presidente poderão discordar, mas será difícil rebater o autor. "Poucas pessoas armazenaram tanta informação sobre a política brasileira", observa na Apresentação do livro o professor Leôncio Martins Rodrigues, lembrando que "mais do que simples repórter, descobridor e narrador de fatos, Nêumanne é um analista capaz de aprofundar e conectar os eventos particulares a situações mais gerais, às teorias e interpretações sobre o Brasil". Os fatos narrados, acrescenta o cientista político, são fatos que Nêumanne viveu. O autor conhece os personagens e, em alguns casos, esteve presente na cena dos acontecimentos que narra.

Paralelamente à biografia de Lula, em parte baseada em obras de outros biógrafos, como Denise Paraná e Audálio Dantas, além de entrevistas do próprio biografado, Nêumanne rememora o cenário da política e a atuação de políticos brasileiros no contexto das últimas décadas, da ditadura de Getúlio Vargas aos primeiros meses de governo de Dilma Rousseff. A construção de Brasília, o golpe de 1964, o quadro econômico e as denúncias de corrupção ocupam páginas de análise lúcida e competente. Os assassinatos de petistas ligados a Lula, como Celso Daniel no ABC e Toninho (Antônio da Costa Santos) em Campinas, são tratados com apurada técnica de reportagem. Outro destaque é o perfil que o autor traça de personagens como José Alencar, Duda Mendonça e José Dirceu.

Nêumanne dá a Lula o título de "perdoador-geral" dos escândalos que estouraram em sua administração e chama o assessor especial Marco Aurélio Garcia de "bajulador-geral" da República. "Quem conhece Lula - como eu conheço - sabe muito bem que ele não mudou tanto assim desde que emergiu no país como líder dos sindicalistas do ABC paulista até seus dias de apogeu no poder republicano", afirma o jornalista, ao criticar a política externa adotada pelo ex-presidente com relação a Cuba e ao Irã, com assessoria de Garcia e do ex-chanceler Celso Amorim. Embora considere seu texto imparcial, Nêumanne não resiste à ironia, ao lembrar a formação de poucos estudos de Lula. "Noço guia universal", escreve o jornalista, referindo-se ao ex-presidente.

Dilma Rousseff, na qual Lula apostou seu futuro, abrindo mão de uma eventual e provável reeleição, é a personagem central no Epílogo. Um atraso na publicação do livro, que deveria ter sido lançado em dezembro - após a eleição de Dilma, mas antes de Lula descer a rampa do Planalto - acabou dando melhor fecho à história. O que parecia mais especulação ganhou consistência, ao se completarem seis meses de governo. Ao registrar mudanças de rumos, ou pelo menos de estilo, na administração federal, Nêumanne transcreve os elogios que Dilma fez a Fernando Henrique na comemoração dos 80 anos do ex-presidente, a quem definiu como "acadêmico inovador" e "político habilidoso", sem mais referência à "herança maldita" da qual Lula falava na campanha eleitoral.

O livro será lançado amanhã no Rio de Janeiro. Em São Paulo, o lançamento será no dia 23.


08/03/11 - 10h49
Publicado Por: Gabriel Mandel

Saiba sobre o livro “O que sei de Lula?”

A obra tem como objetivo mostrar que o grande sucesso do presidente foi a economia, assegura José Nêumanne Pinto. Um especialista falou, anônimo, sobre a situação econômica durante o governo do ex-presidente, e tudo foi confirmado, durante o Carnaval, por Reinaldo Gonçalves, professor titular de Economia Internacional da UFRJ.


LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Em baixa, Ricardo Teixeira vê antigos aliados se afastarem


Publicado em 16/08/2011 -







O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, parece estar cada dia mais enfraquecido. O cartola tem visto antigos aliados se afastarem, ao mesmo tempo em que a oposição ao seu nome cresce em todos os setores, principalmente entre os torcedores.

A relação com a TV Globo não é mais a mesma. A emissora exibiu matéria no Jornal Nacional de sábado sobre investigação de supostas irregularidades em amistoso da Seleção contra Portugal, no Gama (DF), em 2008.

À revista Piauí, Teixeira já tinha dito que só se preocuparia com as críticas quando elas saíssem no Jornal Nacional. A relação estaria estremecida por causa de alterações de horários das partidas no Brasileiro. A matéria, porém, não causou estragos. O Blog do Perrone, no UOL, disse que a CBF considerou a reportagem "boba e uma prova de independência inofensiva" do jornalismo da Globo.

A força do cartola no governo federal também diminuiu. No governo Lula, Teixeira era visto frequentemente em reuniões em Brasília. Agora, com Dilma Rousseff, o presidente da CBF não tem mais o mesmo trânsito.

CBF teria considerado matéria da Globo 'boba e inofensiva'
reprodução






LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Vítima de explosão de bueiro no Rio será indenizada em R$ 30 mil




DE SÃO PAULO

A Justiça do Rio condenou a CEG (concessionária de gás do Rio) a indenizar em R$ 30 mil uma vítima de explosão de bueiro, em 2007, no centro do Rio. Rafael Gomes Penelas, de 19 anos, andava pela rua Araújo Porto Alegre e foi atingido pela labareda da explosão. Ele sofreu queimaduras de 2º grau no rosto e no braço direito, e teve de ser internado no Centro de Tratamento de Queimados do hospital municipal Souza Aguiar.


Segundo o Tribunal de Justiça do Rio, a CEG, em sua defesa, tentou culpar a concessionária de energia Light, já que, segundo a empresa, a explosão decorreu de uma centelha produzida pela rede elétrica. A alegação, no entanto, foi rejeitada.

Na semana passada, o juiz da 4.ª Vara Empresarial, Mauro Pereira Martins, homologou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado entre Ministério Público do Estado e CEG, que prevê multa de R$ 100 mil para cada explosão de bueiro na cidade.

O relator do processo, desembargador Jorge Luiz Habib, da 18ª Câmara Cível do Tribunal, citou a homologação em sua decisão. Ele afirmou que, por este motivo, ambas responderão pelos danos causados. "E por haver solidariedade entre elas, pode o autor da ação litigar contra um responsável ou contra todos", disse o desembargador na decisão.







LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

SUS : Viúva terá indenização por falha do SUS em diagnóstico

segunda-feira, 15 de agosto de 2011 14:42

Agência Estado


A Prefeitura de Taubaté e o Estado de São Paulo terão de indenizar a viúva de um paciente que morreu de gripe suína após ter tido sua internação rejeitada em hospitais públicos da região. Em setembro de 2009, o paciente procurou o posto de saúde municipal queixando-se de dores de cabeça, no peito e nas articulações, dificuldades respiratórias e sangramento. Ele foi examinado e encaminhado de volta para casa, apenas com uma receita médica. Segundo a ação da defensoria, foi-lhe negada vaga em hospital junto ao Sistema Único de Saúde (SUS).



Os sintomas se intensificaram e um médico particular diagnosticou gripe suína em estado avançado, recomendando sua imediata internação em UTI. Por falta de vagas nos hospitais públicos da região, os familiares procuraram um hospital particular para que fosse feito o tratamento. Porém, pelo erro inicial de diagnóstico e a falta de tratamento na rede pública, o paciente não resistiu.



Decisão em segunda instância do Tribunal de Justiça de São Paulo reconheceu que houve negligência na prestação do serviço médico, tanto na rede pública municipal como na rede pública estadual de saúde. O Estado e o Município foram condenados ao pagamento de 100 salários mínimos à viúva por danos morais e o reembolso de R$ 40 mil referentes à dívida contraída na internação em hospital particular.



De acordo com o Defensor Público Wagner Giron de la Torre, responsável pela ação, essa é uma das primeiras decisões do País a reconhecer uma indenização ao usuário do SUS por morte devido à falta de leito e pela má condução de tratamento de gripe suína.


Ricardo Murad esclarece caso de criança morta por dengue


O secretário de Estado da Saúde, Ricardo Murad, encaminhou ontem nota à Redação do Jornal Pequeno, para esclarecer a notícia relacionada ao menino Gabriel Oliveira, que morreu vítima de dengue hemorrágica. Eis abaixo a íntegra da nota:

Governo do Estado
Secretaria de Estado da Saúde


Em respeito ao público e aos pais do menino Gabriel Oliveira, falecido ontem de Dengue Hemorrágica (sic) no Hospital Municipal da Criança, e em resposta ao informe publicado na coluna Dr. Peta do Jornal Pequeno deste domingo (14), vimos esclarecer o que se segue:

1 - O município de São Luís, por meio de sua Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS), é o único responsável pelo atendimento do menino Gabriel Oliveira, já que ele estava internado no Hospital Municipal da Criança;

2. Se houve negligência, falha, omissão, ou qualquer falta no atendimento ao menor, o Município de São Luís deve ser responsabilizado;

3. É inaceitável - e o Sistema Único de Saúde (SUS) não permite - transferir à família do paciente uma obrigação que é do gestor municipal: a de viabilizar a internação em um leito de UTI quando o quadro do paciente requerer esse tipo de tratamento;

4. Diante da denúncia publicada no JP, o secretário de Estado da Saúde determinou abertura de sindicância, a ser feita pelo Conselho Estadual de Saúde, para apurar se o gestor municipal agiu de acordo com os protocolos estabelecidos para esse tipo de atendimento.

São Luis, 14 de agosto de 2011

Ricardo Murad
Secretário de Estado da Saúde





RJ: MPF pede condenação de prefeito por uso irregular de verbas
15 de agosto de 2011 16h09




O Ministério Público Federal (MPF) entrou com ação civil pública pedindo a condenação por improbidade administrativa do prefeito de Mesquita (RJ), Artur Messias da Silveira (PT), e da ex-secretária de Saúde do município Roseli Monteiro da Silva. Segundo o MPF, uma auditoria realizada pelo Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus) apontou irregularidades na aplicação de recursos repassados pelo Ministério da Saúde ao município.

Entre maio e outubro de 2008, a Secretaria Municipal de Saúde de Mesquita contratou, sem licitação ou qualquer contrato escrito, as cooperativas Multiprof e Coopsaúde para prestação de serviços. As duas receberam juntas cerca de R$ 3 milhões e 950 mil em recursos do SUS (R$ 1,5 milhão destinados à Multiprof e R$ 2,4 milhões à Coopsaúde).

A ex-secretária de Saúde justificava os pagamentos sem licitação alegando que eles eram necessários para os atendimentos assistenciais à população, evitando assim o colapso dos serviços de saúde. Porém, segundo a denúncia, a ex-secretária e o prefeito não apresentaram documentos que justificassem a contratação das cooperativas sem processo licitatório e contrato, nem que comprovassem se os serviços foram efetivamente prestados.

A ação pede a condenação do prefeito e da ex-secretaria de saúde as penas fixadas na lei de improbidade administrativa, como perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, pagamento de multa, proibição de contratar temporariamente com o poder público e ressarcimento do erário.




LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Os mitos e verdades sobre a classe C




Para André Torretta, da consultoria A Ponte Estratégia, as empresas ainda não sabem como vender para a nova classe média brasileira

Por Silvia Balieiro
   Divulgação
Torretta: "as interfaces das empresas não estão preparadas para o novo consumidor"

Ele chama São Paulo de Manhattan, o escritor Mário de Andrade de energúmeno, tem certeza que a geração Y não existe no Brasil e que as grandes empresas ainda não sabem falar com a classe C. Este é André Torretta, fundador da consultoria A Ponte Estratégia, especializada a estudar e desenvolver projetos para a nova classe média brasileira, da qual fazem parte 170 milhões de cidadãos.

+ Época NEGÓCIOS fez uma matéria de capa sobre a Classe C. Relembre

Baiano que sonhava ser ator, Torretta foi parar no mundo da publicidade ainda nos anos 80. Mas foi a partir de 1994, quando assumiu a Propeg, uma das estruturas de marketing político montadas pelo Governo Fernando Henrique Cardoso, que ele começou a ter contato com o que conhecemos hoje por a classe C. “Se naquele momento a classe C estava começando a existir para a iniciativa privada, para a iniciativa pública ela era fundamental, porque era o grosso da população brasileira. E aí a gente teve que mergulhar e entender quem era esse brasileiro de verdade”.

Hoje, Torretta é considerado um dos maiores conhecedores desse Brasil que para as empresas ainda é desconhecido. E por isso tem sido tão requisitado por empresas de todos os portes. O consultor recebeu Época NEGÓCIOS em seu escritório para falar sobre os mitos e verdades da classe C.

Na sua opinião, além da renda, o que diferencia as classes C e D das A e B?
O Brasil das classes C, D e E ainda não está formatado. Já o Brasil da classe A, da nossa ilha de Manhatan, é todo formatadinho.

O que é a nossa Manhattan?
É o centro expandido de São Paulo, que a gente acha que é Brasil. São Paulo não é Brasil. São Paulo é um lugar mais parecido com Nova York do que com o Brasil. A diferença fica clara quando se vai para Salvador, Porto Velho e Ribeirão Preto. Se você vai num restaurante aqui na ilha de Manhattan e em outro, em Presidente Prudente, a diferença do serviço é absurda. Em Salvador então, você chora. Aqui não é referência. Não é parâmetro. E aí começam os problemas, porque o processo decisório está em São Paulo e isso cria um processo de não reconhecimento do Brasil.

O que São Paulo tem que o Brasil não tem ou vice-versa?
A realidade é muito diferente em São Paulo. Quando eu montei a minha empresa tinha gente que me falava: “André, bom esse nicho aí que você está trabalhando”. Mas eu não trabalho com nicho. A classe C é formada por 170 milhões de brasileiros. As classes A e B são apenas 30 milhões. Elas é que são um nicho. O problema é que a gente não se admite. A gente se recusa a ser pobre. Mas a gente é pobre. Pobre no sentido de que não somos os Estados Unidos e não somos a Europa. A Tiffany do Brasil é a única Tiffany do mundo que vende parcelado. Até o nosso rico é pobre.

Essa falta de (re)conhecimento do Brasil atrapalha os negócios das empresas?
Sim. Tem empresário que fala que não quer vender para a classe C para não sujar a sua marca. Eu tenho um cliente que falou que estava na dúvida se ia para a classe C. Aí eu falei: "nos Estados Unidos, você vende para rico ou para todo mundo? No Japão, você vende para rico ou para todo mundo? Por que no Brasil você quer vender só para rico?" Vivemos num país meio maluco. O povo de Higienópolis diz que não quer pobre no bairro. Tem uma conta no Twitter contra pobre no avião da Gol. E esse cara que reclama não é rico. Ele é de classe média alta. Porque se fosse rico mesmo ele andava de jatinho. Durante anos, essas pessoas fingiram que os mais pobres não existiam e nunca fizeram nada para ajudá-los. Em 1928, o energúmeno do Mário de Andrade escreveu Macunaíma e disse que o brasileiro era preguiçoso, malandro e sem caráter. Só que ele era um filósofo. Para ser filósofo hoje a pessoa já tem que ser rica. Para ser filósofo em 1928 a pessoa tinha que ser multimilionária. Os endinheirados queriam contratar os mais pobres por um salário de fome e ainda queriam que o cidadão acordasse de manhã feliz da vida para trabalhar. Agora, esses ricos não têm escolha e vão ter que pagar pela omissão dos últimos 500 anos.

Você acredita que é no Nordeste que está a verdadeira classe C?
É lá que está a nova classe C. É a classe D que virou classe C. A região do Brasil que possui a maior concentração de classe C é o Sul, mas é a classe C que já está lá há 40 anos estagnada. O Nordeste está renascendo. Era a terceira região de maior consumo no país e agora é a segunda. E isso muda demais o jogo para as empresas, porque nenhum empresário de São Paulo deu importância para o Nordeste nos últimos 500 anos.

Mas você acha que as empresas estão mais interessadas em investir no Nordeste?
Agora elas precisam investir lá. O problema é que os executivos não sabem como é lá. Acham até que todo mundo tem sotaque igual. Para o paulista, acima de Minas é tudo baiano. Para o carioca, é tudo Paraíba.

Editora Globo
Tang: sabores novos para atender às preferências dos nordestinos

E esse consumidor nordestino é muito diferente?
Demais. E as empresas estão tentando se adaptar a essas diferenças. Algumas companhias abriram filiais em estados nordestinos. Agora estamos começando a ver os produtos se adaptarem ao gosto desse brasileiro. O Tang criou sucos com sabores de frutas locais, a Nestlé criou embalagens menores. Outro exemplo interessante: no Brasil inteiro, 98% da população consome embalagem de sabão em pó de papelão. Mas no nordeste não, é apenas 3%. Lá é diferente, porque as pessoas ainda lavam a roupa no rio e no tanque. E quando a água bate no fundo da caixa, ela dissolve. Nordestino prefere as embalagens de plástico.

As empresas já se adaptaram a esses traços regionais?
As companhias estão mais preocupadas em entender esse fenômeno. A Nestlé criou um departamento para estudar essa classe C. A Coca-Cola também.
Tem uma festa em Petrolina chamada “Vai Tomar no Fusca”. É uma festa onde todo mundo vai para no final participar do sorteio de um Fusca cheio de caixas de cerveja dentro. Tem uma outra, em Salvador, chamada Apertadinha. É uma festa que começa às dez da noite só com mulheres, que podem beber à vontade, mas não podem fazer xixi. Quando a primeira mulher faz xixi, a cerveja deixa de ser de graça e os homens, que estão esperando do lado de fora, são liberados para entrar. Até pouco tempo, nenhuma empresa queria patrocinar essas festas. Agora isso está mudando, assim como aconteceu nos Estados Unidos, na década de 50. Nat King Cole foi o primeiro apresentador negro da televisão e durante anos ninguém queria patrocinar, com medo de sujar sua marca. No Brasil, durante 500 anos, ninguém quis patrocinar a “Apertadinha”, a “Vai Tomar no Fusca” e outros eventos da periferia, que chegam a ter 30 mil participantes.

   Divulgação
Sabão em pó: ao contrário do restante do país, no Nordeste a preferência é pela embalagem plástica

Considerando a classe C de diferentes cantos do Brasil, há muitas diferenças?
Quanto mais pobre, menos informação você tem e mais regionalizado você é. A informação de quem está na favela Brasília Teimosa, em Recife, é menor que a de quem está no Capão Redondo. As regiões são muito diferentes em todos os aspectos e essas diferenças são muito relevantes num país como o Brasil. Um cara de Curitiba e outro de Manaus são bem diferentes inclusive fisicamente. Quando a gente montou a empresa, tinha cliente que dizia, “eu já sei como é a classe C, conversei com a minha empregada doméstica ontem”. Eu dizia: “legal, eu também já conversei com Abílio Diniz e sei como são todos os bilionários do mundo”. A classe média alta brasileira é igual em todos os lugares. Tem uma pequena São Paulo encravada na maioria das capitais brasileiras. E as pessoas que vivem nesses lugares mentem para elas mesmas que estão em Nova York. São os bairros de Boa Viagem, em Recife; na Pituba, em Salvador; na Savassi, em Belo Horizonte. Mas esses lugares são nicho. Ali estão 20% da população brasileira. Os 80% não estão lá. No nosso mercado, a gente importava todos os modelos de comunicação e marketing. A gente sempre mentiu pra gente, dizendo que éramos iguais aos americanos. Basta olhar os comerciais, com as famílias germânicas. Você se pergunta, onde é que está esse povo? Fora de Blumenau esse povo de televisão não existe. A gente vive num país à procura de uma nova identidade.

Dá para dizer que quem está na classe C é mais brasileiro?
Muito mais. O rico, em todo lugar do mundo, tem costumes muito parecidos com o americano. Os pobres são mais regionalizados. Viajam menos, têm menos informação e não são tão globalizados.

Você falou das diferenças, mas essa classe C tem traços comuns, que unem a população do Sul, do Nordeste e do Sudeste?
Sim. O otimismo desenfreado. Esse cara era miserável até outro dia. Ele passava fome e agora tem uma TV de plasma na sala. Com mais dinheiro, eles também estão aprendendo a consumir. Hoje essas pessoas estão com uma educação financeira muito maior. A bancarização está aumentando.

E os bancos estão preparados?
Não. As interfaces das empresas não estão preparadas para o grande índice de analfabetismo funcional que há no país. E isso é um fato concreto. As empresas têm que se preparar para isso. Se as empresas esperarem o brasileiro aprender a ler e a escrever, elas vão começar a explorar esse público só em 2025. A gente tem muita mania de usar termos em inglês que o grosso da população não entende. O aeroporto no Brasil é esquizofrênico, tem check-in, overbook... A Dona Maria entra no aeroporto e não sabe para onde ir.

Além desse analfabetismo funcional, tem a questão da capacitação. Esses jovens de classe C ainda saem despreparados para o mercado de trabalho. Como você acha que o Brasil deve encarar esse problema?
Isso é resultado da irresponsabilidade que durou 500 anos e o Brasil vai ter que pagar por isso. As empresas vão ter que contratar esse cara e treiná-lo. Esse maior acesso à universidade ainda é capenga. Sabe como os jovens de classe C escolhem o curso que irão fazer? Primeiro, eles vêem se a escola está próxima de uma estação de Metrô ou de ônibus, depois avaliam o preço do curso e por último vão escolher o que fazer. É uma maluquice, porque esse cara não faz o curso que ele escolhe. E se ele já não faz o curso que gostaria, imagina trabalhar naquilo que sonha. Então hoje nós temos uma geração de universitários frustrados da classe C. Aí vem o empresário falar para esse universitário que a universidade que ele faz não presta. A vida inteira falaram para esse cara que ele precisava ter um curso superior. Ele fez tudo que a sociedade mandou e ainda assim não é aceito.

Em outros países emergentes, a situação é a mesma?
O Brasil ainda está muito atrasado em comparação com outros países. O México está muito mais adiantado. Lá a desigualdade é muito maior, mas eles estão mais preparados. Tem uma empresa na área de cimento, a Cimex, que vai num lugar pobre, como a Paraisópolis, e pergunta quem quer reformar sua casa. Ela só oferece empréstimo para mulheres. E pede um depósito de 50 reais por semana. Se na quinta semana a interessada fizer todo pagamento certinho, a Cimex manda um arquiteto ou engenheiro para desenhar a reforma da casa e fazer um planejamento para ir entregando os produtos aos poucos, já que essa pessoa normalmente não tem onde estocar o material de construção. Essa tecnologia para atendimento de classe C o Brasil está começando a criar. O celular para nós é um luxo, para a empregada é necessidade. Com ele, ela pode ser mais facilmente contatada e pode conseguir mais trabalho. O brasileiro está se digitalizando no celular. Hoje já existe até curso de inglês no celular. Tudo via mobile vai bombar.

A nossa geração Y está conectada via celular? É isso?
Várias ondas que até aparecem em matérias de jornais e revistas, como a dos yuppies, hippies e baby boomers são nomenclaturas que não aconteceram aqui. O baby boom nos Estados Unidos veio depois da Segunda Guerra. Aqui, aconteceu em 1990. Então, aqui não tem geração baby boom, porque aqui não teve uma super elevação no nascimento de crianças. Hippie no Brasil era tudo rico. Leila Diniz, Ipanema, Pasquim... Tudo letrado, todo mundo falando inglês e francês. Tudo intelectual. Aí tem os yuppies. Em 1990 o mercado financeiro brasileiro não era nada. Não tem essa geração yuppie por aqui. Agora aparece a geração Y, que é o cara que nasceu com computador. Quantas pessoas hoje, que tem perto de 20 anos de idade, nasceram com computador em casa? Em 1990, quantas pessoas tinham computador em casa? Uma meia dúzia de gato pingado. Quando se fala em geração, imaginamos que é a maioria da população. A nossa geração Y vai acontecer em 2021. Aqui na ilha de Manhattan você até pode ter uma geração Y, mas no Brasil não tem.






LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

#rio Vereador de Petrópolis pode pegar 364 anos de prisão


Agência Estado

Publicação: 15/08/2011 15:48 Atualização: 15/08/2011 15:50

O ex-presidente da Câmara de Vereadores de Petrópolis, no Rio, Luiz Fernando Rocha foi denunciado pelo Ministério Público (MP) do estado pelo crime de ordenação de despesa não autorizada. De acordo com a acusação, Luiz Fernando cometeu o crime 91 vezes. Com isso, se condenado, ele pode receber pena de até 364 anos de prisão.

Segundo o MP, ele é acusado de pagar diárias, despesas com alimentação e deslocamentos para si, outros vereadores e servidores da Câmara Municipal, sem qualquer nota fiscal ou documento comprobatório e em total desacordo com a lei. Os políticos viajaram para diversos lugares do Brasil, inclusive em períodos de recesso de suas atividades, como Natal, ano novo e carnaval, com tudo pago, e os gastos não foram comprovados. O total de despesas sem comprovação chega a R$ 457.765,00.

Como a conduta criminosa teria sido cometida de forma repetida - o que, pelo artigo 69 do Código Penal faz com que as penas se tornem cumulativas -, a punição, em caso de condenação, pode chegar a até 364 anos de prisão. O processo está em trâmite junto à 1ª Vara Criminal da Comarca de Petrópolis.




LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Pompeia luta por independência


  • 14 de agosto de 2011 |
  • 23h40 |

BRUNO LUPION

Ventos separatistas sopram na zona oeste da capital paulista. Moradores da Pompeia e de Perdizes, hoje submetidos à Subprefeitura da Lapa, querem declarar sua independência e criar a Subprefeitura da Pompeia. Eles reclamam que são discriminados pela atual administração regional e ressaltam que seu bairro tem riqueza e problemas suficientes para ganhar um gerente próprio.

A Subprefeitura da Lapa administra uma faixa que vai desde o bairro do Jaguaré, na margem oeste do Rio Pinheiros, no limite com Osasco, até Santa Cecília, no centro. São 40 km² de área e 255 mil moradores. Para o Movimento Pompeia Independente (MPI), é demais. “Do jeito que está, a sub da Lapa abraça tudo e não resolve nada”, afirma o advogado e contador Antonio D’Agosto, de 48 anos, que encabeça o movimento.

A proposta do MPI é juntar Água Branca, Pompeia, Perdizes e Sumaré, hoje pertencentes à Subprefeitura da Lapa, e o Sumarezinho, atualmente na Subprefeitura de Pinheiros. A Subprefeitura da Pompeia teria cerca de 10 km² e pouco mais de 100 mil moradores. Seria a menor da cidade – desbancando a do Jabaquara, com 14 km² – e a menos populosa, posto ocupado hoje por Perus, com 148 mil habitantes.

Para divulgar a ideia, D’Agosto distribui panfletos no comércio local e vai às feiras livres fazer corpo a corpo – em seis meses, diz ter reunido cerca de 3 mil apoiadores. O advogado acusa a administração da Lapa de não tratar todos os bairros com a mesma atenção. “Quando você solicita algum serviço e diz que é da Pompeia, fica relegado a segundo plano.”

Ele reclama, ainda, da falta de ações do poder público para resolver problemas como enchentes, poda de árvores e coleta de lixo. Por outro lado, lembra que a área tem shoppings, empresas, hospitais e universidades, que geram arrecadação para a Prefeitura.

Joyce Pedroso, costureira de 25 anos, diz que os funcionários da administração da Lapa têm “preconceito” com seu bairro. “Eles acham que todo mundo que mora na Pompeia tem dinheiro e pode se virar sozinho.” A Subprefeitura da Lapa nega discriminar moradores e afirma que atua igualmente em todos os distritos.

Mas a proposta não tem unanimidade entre especialistas. O urbanista e ex-vereador Nabil Bonduki acredita que, mais importante do que abrir novas subprefeituras, é fazer as atuais funcionarem. “A Subprefeitura da Lapa é uma das mais estruturadas da cidade. Na periferia, por exemplo, elas são muito mais carentes e há mais demandas por requalificação urbana”, diz o ex-vereador.”




Exibir mapa ampliado



Exibir mapa ampliado








LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

PR ameaça deixar base do governo Dilma

Ex-ministro Alfredo Nascimento anunciará nesta terça a decisão sobre eventual saída

14 de agosto de 2011 | 23h 49


Vera Rosa - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Alvo da faxina promovida pela presidente Dilma Rousseff no Ministério dos Transportes, o PR ameaça agora sair da conflagrada base de apoio do governo no Congresso. A decisão será anunciada nesta terça-feira, em discurso do senador Alfredo Nascimento (AM), que foi defenestrado dos Transportes na esteira das denúncias de corrupção e atualmente comanda o partido.

"O PR saiu do céu, mas não vai para o inferno. Pagará os seus pecados no purgatório", afirmou o senador Blairo Maggi (MT). Padrinho político de Luiz Antonio Pagot, ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Maggi quer agora que todos os integrantes do PR entreguem seus cargos no governo.

Embora Dilma tenha feito uma devassa nos Transportes, que derrubou 27 servidores, os superintendentes estaduais do Dnit não mudaram. Apenas o de Mato Grosso, escolhido por Pagot, abandonou o posto em solidariedade a ele. Além de assento nessas repartições, o PR ocupa uma diretoria de Furnas.

"Não tem sentido adotarmos uma posição de independência em relação ao Palácio do Planalto, sair da base aliada e continuar com os cargos", insistiu Maggi. "É possível fazer política sem ter vaga no governo." O senador propôs que o PR desfiliasse o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, sucessor de Nascimento, para quem o partido "não é lixo" nem pode ser "varrido" da administração. "Passos não representa o PR", insistiu. A proposta de expurgo, porém, ainda não tem apoio da maioria.

Rédeas. Na última quarta-feira, Dilma assumiu as rédeas da coordenação política do governo para contornar as insatisfações no PR. Chamou ao Palácio do Planalto o deputado Anthony Garotinho (RJ), que tem feito ácidas críticas a ela na tribuna da Câmara. "Por que você está falando tão mal de mim?", perguntou Dilma, que, a exemplo de Garotinho, já foi do PDT. Ela pediu ao deputado "compreensão" com o cenário econômico e disse não ser possível aprovar mais despesas, como a proposta de emenda constitucional que estabelece um piso nacional de salários para policiais e bombeiros, conhecida como PEC 300.

Naquele mesmo dia, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, reuniu-se com Nascimento, Maggi e com o senador Antonio Russo (PR-MS). Nem ela nem o chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, acreditaram que o PR abandonará a coalizão, embora o partido não frequente mais as reuniões do Conselho Político.



Peso. Com 41 deputados e 7 senadores (João Ribeiro está de licença médica), o PR pode fazer diferença e ser o fiel da balança em votações no Congresso. Na prática, o Planalto teme o "efeito cascata" das reclamações, já que o PMDB também não esconde mais o desconforto e está em queda de braço com o PT.

Na semana passada, líderes do PMDB avisaram Ideli que a base não votará nenhum projeto do governo na Câmara até o feriado de 7 de setembro se o Planalto não liberar rapidamente recursos de emendas parlamentares. A primeira parcela, de R$ 1 bilhão, deve sair até o fim do mês.






LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

#rio Recursos da prefeitura de Friburgo são bloqueados







LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Dilma veta ganho real à aposentadoria no Orçamento 2012




Dilma sanciona LDO 2012 com vetos

Presidente vetou dispositivo que assegurava recursos para aposentados.
Também foi vetada obrigação do Tesouro declarar emissões no orçamento.

Alexandro Martello Do G1, em Brasília

A presidente Dilma Rousseff sancionou nesta segunda-feira (15), em publicação no "Diário Oficial da União", a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2012, que estabelece as regras básicas para o orçamento do ano que vem, com mais de 30 vetos.

Entre eles, a presidente da República vetou o dispositivo que assegurava os recursos necessários para dar ganhos reais (acima da inflação) para as aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O valor do ganho ainda seria definido com as centrais sindicais e com representantes dos aposentados.

"Não há como dimensionar previamente o montante de recursos a serem incluídos no PLOA-2012, conforme determina o caput do art. 48, uma vez que, até o seu envio, a política em
questão poderá ainda não ter sido definida", informou o governo, ao explicar a razão do veto.

Déficit nominal
Também foi vetado pela presidente o dispositivo que limitava o chamado "déficit nominal" das contas públicas, conceito que considera as receitas e todas as despesas, inclusive aquelas relacionadas com os juros da dívida pública, em 0,87% do Produto Interno Bruto (PIB) - que é a previsão do governo para o indicador no ano que vem. O mercado financeiro, porém, projeta um déficit nominal bem acima disso (2,25% do PIB para 2012).

Segundo despacho da Presidência da República, o estabelecimento de um teto para o resultado nominal, sendo que já existe uma meta para superávit primário (antes da contabilização dos juros da dívida pública, de R$ 139,8 bilhões para 2012) para o setor público, limitaria "o campo de atuação da política monetária [definição de juros] para fins de cumprimento da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional [de 4,5% para o ano que vem]".

De acordo com o governo, resultado nominal, e o estoque da dívida do setor público, são apenas "indicativos [e não metas], por sofrerem influência de fatores fora do controle direto do governo". "Entre os fatores que estão fora do controle do governo e que afetaram recentemente os resultados nominais destacam-se: crise financeira internacional de 2008; crise fiscal em diversos países da Área do Euro; e aumento do preço das commodities em função da maior demanda de economias emergentes", informou.

Também foi vetado o dispositivo da LDO que dizia que a programação orçamentária e financeira de 2012 observaria, como redutor da meta primária, o montante constante na lei. Segundo o governo, o veto aconteceu porque o artigo retiraria a "discricionariedade do Poder Executivo em não abater o PAC da meta de superávit primário durante a execução orçamentária e financeira".

Emissões do Tesouro
Também foi vetada pela presidente Dilma Rousseff a emenda do senador Aécio Neves (PSDB-MG) que dizia que toda emissão de títulos da dívida pelo Tesouro Nacional, "quaisquer que sejam a finalidade e a forma da emissão, e a despesa a que fará face", inclusive aquelas destinadas ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), deveriam ser "consignadas" (declaradas) no orçamento do ano que vem.

O Tesouro emitiu cerca de R$ 240 bilhões em títulos públicos para o BNDES, elevando a dívida bruta em igual proporção, nos últimos três anos.

Segundo o governo, a inclusão de todos lançamentos de títulos do Tesouro Nacional na peça orçamentária representaria uma "sinalização prévia" de "emissões estratégicas" a serem feitas pela instituição ao longo de cada exercício, o que possibilitaria aos aos "agentes econômicos" anteciparem seus movimentos no mercado de títulos públicos, com impactos e riscos à gestão da Dívida Pública Federal.

Reservas
Segundo o Ministério do Planejamento, o dispositivo que criava uma reserva sobre a criação, ou expansão, de despesas obrigatórias foi vetado porque na redação atual restringiria, em sua visão, a "discricionariedade do Poder Executivo em criar ou elevar determinadas despesas acima dos montantes previstos nessa reserva".

"O projeto de Lei Orçamentária para 2012 já deverá conter todas as estimativas de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado e as renúncias de receita aprovadas até 31 de agosto de 2011. O objetivo dos dispositivos é possibilitar ao órgão colegiado legislativo permanente utilizar essa reserva, observados os critérios previamente fixados por ele, para garantir a adequação das propostas de expansão para as despesas obrigatórias de caráter continuado ou renúncias de receita em termos de equilíbrio fiscal", informou o governo.

Sobre a reserva de 10% de restos a pagar, também vetada, o governo informou que isso poderia prejudicar órgãos com poucos restos a pagar em prol de outros. "Ademais, a vinculação dessa reserva ao pagamento de RAPs, relativos a convênios e contratos de repasse, poderá ensejar a inobservância da ordem cronológica dos pagamentos dos credores da União, ferindo preceitos constitucionais e legais vigentes", informou.





LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Presidente do Carrefour vem ao Brasil, se reúne com funcionários



15 de agosto de 2011 | 15h 23


REUTERS

SÃO PAULO - O presidente-executivo do Carrefour, Lars Olofsson, chegou ao Brasil nesta segunda-feira para se reunir com funcionários brasileiros do grupo e "tranquilizá-los" sobre a situação da companhia, segundo informações da assessoria de imprensa do executivo.

O varejista francês vem concentrando boa parte das atenções do mercado desde que o plano do empresário Abilio Diniz de unir as operações brasileiras do Carrefour às do Grupo Pão de Açúcar fracassou em julho. O também francês Casino, acionista majoritário do Pão de Açúcar e arquirrival do Carrefour na França, se opôs ao negócio.

Na semana passada, uma fonte informou à Reuters que o Wal-Mart contratou o banco UBS para assessorar o grupo varejista, que considera uma possível oferta pelas operações do Carrefour no Brasil.

A empresa norte-americana não teria iniciado discussões com o Carrefour e nenhum acordo estaria próximo, segundo a fonte.

A assessoria de Olofsson não deu mais detalhes sobre sua visita ao Brasil, onde o executivo deve permanecer até terça-feira.

(Por Vivian Pereira)





LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Preso Wladimir Furtado dá cheque sem fundo para pagar fiança



Pastor e empresário, Wladimir Furtado tenta arrecadar 109 mil reais para não voltar à cadeia. Ele é dono de empresa de fachada que recebeu 2,5 milhões

Gabriel Castro
Agentes da Polícia Federal durante a Operação Voucher - 09/08/2011

Agentes da Polícia Federal durante a Operação Voucher - 09/08/2011 (Pedro Ladeira/Frame/Folhapress)

Um dos presos na Operação Voucher da Polícia Federal (PF) - que, na semana passada, desmontou um esquema de fraudes no Ministério do Turismo - deu um cheque sem fundos para pagar a fiança de 109 mil reais e deixar a cadeia. Agora, Wladimir Furtado, que é pastor evangélico, tenta arrecadar o dinheiro junto a familiares, amigos e fieis da Assembleia de Deus Casa de Oração Betel, em Macapá (AP).

Entenda o caso


  1. • No dia 9 de agosto, a Polícia Federal (PF) desencadeou a Operação Voucher e prendeu 36 pessoas suspeitas de participar de um esquema de corrupção no Ministério do Turismo. Entre os presos estavam o secretário-executivo do ministério, Frederico Silva da Costa, o secretário nacional de Desenvolvimento de Programas de Turismo e ex-deputado Colbert Martins da Silva Filho, o ex-presidente da Embratur, Mário Moysés
  2. • O foco da investigação: um convênio firmado entre o Ministério do Turismo e o Ibrasi, em 21 de dezembro de 2009, para capacitação profissional para fomento do turismo no Amapá. O convênio, no valor de 4,4 milhões de reais, tinha como principal objetivo qualificar 1.900 pessoas em cursos presenciais e à distância
  3. • O Ibrasi contratou cinco empresas de fachada para simular a realização do serviço previsto no convênio. Em vez de realizar cotações prévias, como manda a lei, o instituto as simulou. Escolheu empresas cujos sócios tinham ligação com o Ibrasi
  4. • As empresas contratadas foram: Cooperativa de Negócios e Consultoria Turística (Conectur); Sinc Recursos Humanos e Automação Ltda; Barbalho Reis Comunicação e Consultoria Ltda; Manhattan Propaganda Ltda e Luaxe Produções, Promoção Comercial e Eventos Ltda
  5. • Depoimentos dos investigados, entre eles diretores da Conectur, implicaram a deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-AP) no esquema de corrupção. Ela foi autora da emenda que deu origem ao convênio entre o Ministério do Turismo e o Ibrasi

“A gente não tem condições de arcar com um valor desses, que é muito alto. A gente está pedindo um pouquinho para cada um”, explicou a mulher dele, Darley Furtado, ao site de VEJA. Furtado é dono da Cooperativa de Negócios e Consultoria Turística (Conectur), empresa de fachada sediada na periferia de Macapá, que recebeu 2,5 milhões de reais do Ministério do Turismo em um convênio apontado como fraudulento pelo Tribunal de Contas de União (TCU) e pelo Ministério Público Federal (MPF).

Apelo - O relógio joga contra o pastor-empresário: ele precisará reunir os 109 mil reais (200 salários mínimos) ainda nesta segunda-feira se não quiser voltar à prisão, de onde saiu na madrugada de sábado. Por isso, Furtado fez nesta segunda-feira um apelo por doações em uma emissora de TV do Amapá.

Furtado nega envolvimento em fraudes: diz que as irregularidades, se aconteceram, são de responsabilidade do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestutura Sustentável (Ibrasi) - centro das investigações da Operação Voucher, da Polícia Federal (PF). Ele também nega ter afirmado que a deputada Fátima Pelaes (PT-AP) lhe pediu que assinasse o milionário contrato suspeito.

O empresário foi preso na terça-feira junto com outras 35 pessoas que operavam um esquema de desvios em contrados do Ministério do Turismo.

Leia também: Ibrasi tentou esconder fraudes com operação-limpeza

Foco de corrupção - Para fraudar o convênio que firmou com o Ministério do Turismo em 21 de dezembro de 2009 , o Ibrasi contratou cinco empresas de fachada. Quase todas elas tinham entre seus sócios pessoas próximas a diretores do próprio Ibrasi. A exceção é a Conectur. Como indicam os depoimentos de alguns dos investigados pela PF, essa empresa já era um foco de corrupção.

Diálogos gravados pela PF com autorização da Justiça, aos quais o site de VEJA teve acesso, sugerem que o próprio Ministério do Turismo determinou a contratação da empresa pelo Ibrasi. É o que diz Maria Helena Necchi, diretora da ONG, em conversa telefônica interceptada e que faz parte do relatório dos investigadores: "A Conectur foi contratada quando a gente chegou aí porque era orientação do Ministério, tinha que ser uma empresa que estava aí".



Pastor diz que deputada o queria como 'laranja' em convênio de R$ 2,5 milhões

Wladimir Furtado, da Conectur, afirma que Fátima Pelaes (PMDB-AP) pediu que ONG 'entrasse só com o nome'

15 de agosto de 2011 | 10h 01


Leandro Colon, enviado Especial de O Estado de S. Paulo

MACAPÁ - Wladimir Furtado, dono da Conectur, entidade investigada por fraudes com verbas do Ministério do Turismo no Amapá, revelou neste domingo, 14, em entrevista exclusiva ao Estado que recebeu uma proposta da deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) para ser "laranja" num convênio de R$ 2,5 milhões com o governo federal.


Wilson Pedrosa/AE
Wilson Pedrosa/AE
Wladimir Furtado na sede da Conectur, em Macapá

"A deputada queria pegar a Conectur para servir de laranja. Ela gostaria que a Conectur entrasse só com o nome", afirmou Furtado. "Ela queria fazer o serviço do jeito dela, que ela tomasse conta, deixasse contador, advogados e técnicos por conta dela."

Furtado afirmou que preferiu não entregar a responsabilidade da execução do convênio de R$ 2,5 milhões para Fátima Pelaes: "Eu disse: deputada, não vou assinar cheque em branco. Depois sou eu que vou prestar contas".

Apesar do suposto cuidado na relação com a deputada, a Conectur, como mostra a investigação da PF, integrou o esquema de desvio de dinheiro do Ministério do Turismo. A entidade foi usada para subcontratar as mesmas empresas de fachada envolvidas no esquema do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), entidade pivô da Operação Voucher.

Igreja. Além dos R$ 2,5 milhões recebidos do ministério em 2009, a Conectur recebeu depois R$ 250 mil do Ibrasi a título de "subcontratação". De acordo com as investigações, a Conectur é o embrião do esquema de desvios de recursos do ministério no Amapá.

A entidade é registrada numa igreja evangélica - onde Furtado mora. Os R$ 2,5 milhões deveriam ser usados para "Realização de Estudos e Pesquisas sobre Logística no Turismo no Estado do Amapá, levando em conta a situação das redes estabelecidas ao redor dos serviços turísticos". Mas, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal, o contrato não foi executado, além de ter sido palco de desvios para empresas de fachada.

Wladimir Furtado foi preso pela Operação Voucher, e solto na madrugada de sábado. É a primeira vez que ele admite o envolvimento da deputada no esquema que levou 36 pessoas à prisão na terça-feira.







No depoimento à PF, Furtado negou qualquer irregularidade e a participação da parlamentar. Ontem, decidiu dar mais detalhes ao Estado. "A deputada queria que eu assinasse o convênio em branco", disse, na entrevista.

Supremo. O advogado de Furtado, Maurício Pereira, disse que vai requisitar que todo o inquérito da Operação Voucher seja enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde Fátima Pelaes tem foro privilegiado. Na opinião dele, seu cliente não pode mais nem ser denunciado na primeira instância, como planeja o Ministério Público Federal. "Se há indícios de participação da deputada Fátima, a competência é do STF. Tem que subir tudo para lá", disse o advogado.

O Estado procurou a assessoria da peemedebista para comentar o teor da entrevista de Furtado, mas não houve retorno até o fechamento da edição. Ela tem negado as acusações de envolvimento com o esquema.

Cheque em branco. O teor da entrevista de Wladimir Furtado tem sintonia com pelo menos quatro depoimentos de pessoas presas na operação policial. De acordo com os relatos, incluindo os da secretária e do tesoureiro da Conectur, a entidade serviria apenas para intermediar o contrato com o Turismo e parte do dinheiro seria entregue a Fátima Pelaes.

Apadrinhada. O Ibrasi foi beneficiado por duas emendas parlamentares da deputada que somam R$ 9 milhões. Já o convênio direto da Conectur com o Ministério do Turismo não teve emenda, mas, segundo Wladimir Furtado, também foi intermediado pela parlamentar do PMDB.

Coube à ex-secretária do Turismo do Amapá Deuzanir Ribeiro, apadrinhada da deputada, orientar Wladimir Furtado a se cadastrar no ministério para receber o dinheiro.


Comprovantes. O dono da Conectur mostrou neste domingo, 14, ao Estado documentos que, segundo ele, comprovariam a execução dos serviços previstos no convênio. Havia relatórios, imagens e gravações de pesquisas.

O Ministério do Turismo aprovou a prestação de contas, mas sem fiscalização "in loco", ou seja, apenas avalizou os papéis, sem atestar se são verdadeiros. Na documentação mostrada ao Estado estava um extrato bancário do dia 7 de maio de 2009, quando a entidade tinha R$ 1,3 milhão na conta.

Entre os sócios de fachada das empresas que faziam os supostos serviços no Amapá está, por exemplo, o empresário Fábio de Mello, uma espécie de "lobista de ONGs" em Brasília e que também foi preso pela Operação Voucher.

Foi Fábio de Mello quem orientou os passos da Conectur dentro do ministério. Ele foi apresentado a Furtado por Deuzanir Ribeiro. Os encontros ocorreram num restaurante e num hotel em Brasília.






LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters