A Igreja Universal do Reino de Deus está dividida. No momento, atravessa uma crise de comando. Há cerca de três meses, seu chefe máximo, Edir Macedo, nomeou o bispo Romualdo Panceiro, o então líder no Brasil, como o seu sucessor mundial.
Panceiro mudou-se para a Califórnia, onde vive Macedo, de onde passaria a comandar a igreja, mas mantendo-se próximo ao fundador da instituição. Surpreendentemente, o novo comandante retornou ao Brasil. Com uma procuração nas mãos passada por Macedo, Panceiro obteve o controle de vários dos mais importantes e valiosos bens da igreja, tornou-se o homem forte e deixou de ouvir o antigo guru, revelam fontes próximas à cúpula da Universal.
O bispo Macedo sentiu-se traído pelo ex-líder no Brasil. No entanto, não teria agora como reverter o poder outorgado a Panceiro. Uma importante funcionária da área administrativa da igreja confirmou que o novo dirigente está fortalecido e “com amplos poderes”. Procurada para falar sobre a crise, a direção da igreja disse que a informação “não procede” e “é infundada”. “A Universal do Reino de Deus tem em seu corpo a liderança do bispo Edir Macedo”, informou em nota.
Criada em 1977 no Rio de Janeiro, na sede de uma antiga funerária, a Igreja Universal cresceu e passou a controlar a Rede Record de Televisão, além de emissoras de rádio, gráficas, jornais, gravadora e instituições financeiras.
Macedo decidiu nomear Panceiro como sucessor depois de ser submetido a uma cirurgia no pâncreas, nos Estados Unidos, há cerca de nove meses. Seu estado de saúde não é bom, garantem religiosos próximos. Ele também sofre de diabetes. Fotografias recentes ao lado de familiares mostradas em seu site pessoal na internet exibem sua fragilidade física. O bispo está muito magro, em comparação com fotografias de um ou dois anos atrás. Depois do “entrevero” com Panceiro, Macedo passou a ter bem mais próximo de si o ex-líder da Igreja Universal no México, Paulo Roberto Guimarães.
O bispo Panceiro comandava a igreja no Brasil há doze anos. Já há algum tempo era o nome preferido de Macedo para a sucessão. Antes imaginava-se que o eleito seria o seu sobrinho, o bispo Marcelo Crivella (PRB-RJ), senador e candidato derrotado a prefeito no Rio de Janeiro.
Na biografia autorizada, O Bispo – A história revelada de Edir Macedo, de Douglas Tavolaro e Christina Lemos (Editora Larousse), lançada em 2007, foi revelada essa preferência. “Se eu morrer hoje, o Romualdo assume tudo. E tenho certeza de que os demais bispos irão respeitá-lo como me respeitam hoje. A Igreja Universal não é um trabalho pessoal, mas uma obra espiritual”, disse Macedo, no livro.
Ao saber dessas palavras, Panceiro respondeu que não tinha condições de assumir o cargo. Na própria biografia de Macedo, afirma-se que ele é temido por outros pastores da igreja, apesar de demonstrar “gentileza e bom humor”, depois de horas de convívio.
Ex-cortador de cana, 49 anos, Panceiro é também um ex-viciado em drogas, como vários bispos e pastores da igreja. “Eu passava os finais de semana me drogando. Meu pai era louco. Eu não tinha o que comer. Não havia futuro para mim”, contou, no mesmo livro. “Ele é o maior milagre da Igreja Universal”, acrescentou Macedo na biografia, ao analisar sua reintegração e capacidade de comando.
Com a ajuda de outros bispos – como Guimarães –, Macedo pode retomar o poder. Mas há um problema político criado na sucessão, além do seu delicado estado de saúde.
Poderosa, a Universal está espalhada hoje pelos cinco continentes. A igreja diz ter se instalado em 172 países. Seu site oficial fornece o endereço de 72. Segundo números oficiais do IBGE, conta com 2 milhões de fiéis no Brasil. Na biografia de Macedo, fala-se em 4.748 templos e 9.660 pastores somente no País. A briga promete não ser fácil. Há muita coisa em disputa.
segunda-feira, 23 de março de 2009
A crise universal
Filho da poeta Sylvia Plath comete suicídio
ADRIAN CROFT - REUTERS
Frieda Hughes, que também é poeta, contou ao jornal The Times que seu irmão Nicholas Hughes, 47, se enforcou em sua casa no Alasca.
Em declaração ao jornal, Frieda disse: "É com profundo pesar que anuncio a morte de meu irmão, Nicholas Hughes, que cometeu suicídio no domingo, 16 de março... Ele vinha lutando contra a depressão havia algum tempo."
Frieda Hughes, que estaria embarcando para o Alasca, não foi encontrada para comentar o acontecido.
Nicholas Hughes, que não era casado, até recentemente ensinava ciências do mar e da pesca na Universidade do Alasca, em Fairbanks.
Plath é objeto de um culto literário desde que cometeu suicídio em 1963, aos 30 anos de idade, inalando gás em seu apartamento em Londres enquanto dormiam seus filhos Nicholas, 1, Frieda, 2.
Plath, famosa por seu romance autobiográfico "A Redoma de Vidro" e a coletânea de poesias "Ariel", deixou leite e pão para as crianças e fechou a porta do quarto delas para que não entrasse gás. As crianças saíram ilesas.
Críticos culparam Ted Hughes por levar a poeta ao desespero, e o relacionamento dos dois fascina o público, especialmente desde um filme de Hollywood de 2003 sobre o casal perturbado, com Gwyneth Paltrow e Daniel Craig nos papéis principais.
Uma amante de Ted Hughes, Assia Wevill, também se suicidou em 1969, ao mesmo tempo em que matou sua filha, fruto do relacionamento com o poeta.
Ele foi um dos mais respeitados poetas britânicos e teve a honra de ser nomeado poeta laureado nacional, mas o suicídio de Plath lançou uma sombra sobre ele até sua morte, em 1998.
( NÃO EXISTE MAIS A PALAVRA POETISA ?)
CARAS E BOCAS, NOVA NOVELA DA GLOBO
Na trama, quando ainda são adolescentes, Dafne engravida de Gabriel.
Mas uma armação de Lea (Maria Zilda Bethlem), então madrasta da moça, acaba com o relacionamento dos dois, que nunca mais se veem.
Gabriel fica sabendo que Dafne está com outro e viaja para Londres.
Dafne, por sua vez, é levada a acreditar que o namorado descobriu sobre a gravidez e a abandonou.
O sentimento de rejeição permanece nos dois, que nunca esqueceram um do outro. Até q
Gilmar Mendes diz que delação premiada é "processo legítimo"
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, disse nesta segunda-feira que a delação premiada é um processo legítimo, aprovado pelo Congresso Nacional. Ele não quis comentar especificamente sobre a possibilidade de o publicitário Marcos Valério fechar um acordo com o Ministério Público Federal, mas disse que esta "é uma matéria que tem que ser examinada inicialmente no âmbito da Procuradoria Geral da República".
Reportagem da Folha de hoje informa sobre a negociação de um acordo que pode trazer à tona novos documentos e provas sobre os negócios do mensalão. Em contrapartida, Valério poderia ser beneficiado.
O publicitário é acusado de ser o principal operador do esquema de repasses de ao menos R$ 55 milhões a congressistas do PT e da base aliada do governo, entre 2003 e 2004, em troca de votos. É acusado também de práticas semelhantes na campanha que tentou reeleger o então governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998.
O presidente do STF disse que, se a hipótese de delação premiada --não confirmada pelos advogados de Valério nem pelo MPF-- for verdadeira, terá que ser avaliada pela Procuradoria Geral da República e, posteriormente, o relator será também ouvido.
"O instituto é legítimo, aprovado pela legislação, pelo Congresso Nacional. Vem sendo utilizado aqui e acolá. Eu ouço crítica dos criminalistas de que alguns juízes abusam desse instituto, mas certamente não há nenhuma ilegitimidade no instituto em si, na sua prática. Mas não conheço o caso", disse.
O ministro criticou ainda o funcionamento do Senado em relação ao STF, alegando haver duplicidade de trabalho em alguns casos. "A fórmula atual do Senado é um pouco démodé", disse, durante palestra na Emerj (Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro).
Ao final da palestra, o ministro explicou a crítica. "A fórmula a que estou me referindo é essa fórmula de o Supremo declarar inconstitucionalidade no controle concreto e comunicar o Senado para que o Senado suspenda. Hoje, temos um sistema em que a declaração de inconstitucionalidade tem eficácia geral a partir da decisão do Supremo, não faz sentido no controle concreto comunicar ao Senado para essa suspensão", disse.
Segundo Mendes, já existe um debate no Supremo para que o Senado seja responsável apenas pela publicidade da decisão do STF. "Não precisaria nem mudar a Constituição", disse. Com isso, não haveria mais a necessidade de comunicação ao Senado, que "muitas vezes não decide ou decide com um certo atraso".
Sphere: Related ContentAlencar diz esperar que verdade venha à tona sobre o caso do mensalão
Da Agência Brasil
Em Brasília
"Como brasileiro, espero que toda a verdade venha à tona. Se a decisão dele [Marcos Valério], de entrar na delação premiada, puder trazer informações completas a respeito do problema, devemos aplaudir", disse Alencar, ao comentar a notícia, divulgada pela Folha de S. Paulo hoje, de que os advogados do empresário estariam negociando com o Ministério Público um acordo de deleção premiada para que ele dê novas informações sobre o esquema, descoberto em 2005, de pagamentos de propinas a parlamentares. A defesa de Valério nega a negociação.
O vice-presidente voltou a reclamar da taxa de juros do país. Apesar da redução de 1,5% da Selic, aprovada na última reunião do Conselho Monetário Nacional (Copom), este mês, Alencar afirmou que os juros brasileiros ainda estão "fora de propósito".
Após participar de sessão solene na Câmara dos Deputados em homenagem aos 50 anos da Pontifícia Universidade Católica de Minas (PUC-MG), Alencar disse que os juros precisam cair ainda mais. "Tenho dito que sobre esse assunto não preciso mais falar. Mas, por enquanto, está muito longe [da taxa ideal]", afirmou.
"A taxa básica real de juros no Brasil é ainda várias vezes superior à taxa real média do mundo. Então, está fora de propósito ainda, muito alta, tem que cair", argumentou o vice-presidente.
Questionado sobre a decisão do presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), de alterar o rito das medidas provisórias, Alencar afirmou que é preciso encontrar um entendimento que satisfaça o Legislativo e o Executivo.
"Esse é um assunto que volta e meia é debatido pelas duas Casas do Congresso [Câmara e Senado]. O que desejamos é que haja um aperfeiçoamento que atenda o interesse do Executivo e do Legislativo. É assim que vamos encontrar condições de atender o interesse maior, que é do país", argumentou. Sphere: Related Content
Funcionários da Petrobras iniciam greve e param produção pelo país
Atualizado às 13h03.
Os funcionários da Petrobras iniciaram greve hoje no país, com parada de produção prevista até a noite da próxima sexta-feira (27). De acordo com a FUP (Federação Única dos Petroleiros), a paralisação atinge todo o sistema da estatal, com a adesão do setor administrativo e de operação de terra e mar.
Segundo o coordenador geral da FUP, João Antônio de Moraes, a greve dos petroleiros começou com força na troca de turnos de domingo para esta segunda-feira e algumas unidades já chegam a registrar cortes de 100% de produção.
A Petrobras já começa a implementar o plano de contingência para tentar impedir a redução da produção, conforme Moraes. "Eles cortaram desde sábado o telefone e a internet das plataformas", disse Moraes.
Em nota, a Petrobras afirmou que todas as unidades da companhia funcionam normalmente e a produção e segurança das operações e dos empregados não foram afetadas pelo movimento. "Onde é necessário a Petrobras opera com equipes de contingência."
Na última sexta-feira, o diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou que o plano de contingência da companhia seria suficiente para garantir a produção ao longo dos cinco dias de greve anunciados pelos sindicatos.
No Espírito Santo, a P-34, a plataforma do pré-sal, está parada. Ela opera no campo de Jubarte, na parte capixaba da bacia de Campos, desde o dia 2 de setembro do ano passado.
"É possível dizer que temos a primeira greve do pré-sal", disse o diretor de comunicação da federação, Marlúzio Ferreira Dantas, que acompanha a paralisação no Espírito Santo.
Ainda conforme a FUP, há plataformas com somente 30% de produção no Espírito Santo e no Rio Grande do Norte. Os terminais de Alto Solimões (AM), Suape (PE) e Guarulhos (SP) também estão parados.
De acordo com Moraes, a estatal ainda não sinalizou se vai negociar com os trabalhadores. Ele criticou também o plano de contingência, chamando-o de "plano de negligência", uma vez que profissionais estão sendo retidos por mais tempo do que o previsto em suas bases.
"Pessoas de áreas burocráticas são colocadas para operar as unidades de produção, aumentando o risco de acidentes nas plataformas", acrescentou.
A Petrobras negou a informação sobre risco aos trabalhadores, reafirmou "o compromisso de manter a continuidade operacional e o abastecimento do mercado" e manifestou disposição para as negociações.
"A Petrobras continua aberta às negociações e avalia que a mesa de negociação é o melhor caminho para solucionar o impasse, mas salienta que todas as medidas serão tomadas para a garantia da normalidade dos seus processos", afirmou em nota.
Reivindicações
Segundo Moraes, a Petrobras não respondeu três das quatro reivindicações realizadas pela categoria. A empresa se manifestou sobre a PLR (participação em lucros e resultados), mas, segundo Moraes, "aquém das necessidades e expectativas dos trabalhadores".
A FUP também reivindica o pagamento de feriados trabalhados como hora extra, que, segundo Moraes, são contabilizados como um dia normal de trabalho, e a manutenção dos empregos das empresas terceirizadas, contratadas pela estatal.
Por fim, a entidade sindical reclama melhores condições de segurança. De acordo com dados da federação, desde 2000, já somam 165 os mortos em acidentes de trabalho na Petrobras, sendo que 134 eram terceirizados.
Sphere: Related ContentFHC acusa governo Lula de 'cupinizar' política nacional
CAROLINA FREITAS - Agencia Estado
FHC disse temer a tentativa de Lula de realizar, com dinheiro público, investimentos que poderiam ser feitos pela iniciativa privada e citou como exemplo a Medida Provisória (MP) 443, que autorizou a compra de carteiras de crédito de instituições financeiras pela Caixa Econômica Federal (CEF) e pelo Banco do Brasil (BB). O ex-presidente disse que essas ações podem resultar na criação de "esqueletos" pelo poder público. "O esqueleto, no futuro, vai significar mais inflação ou mais imposto", reiterou.
celso daniel :Juiz preso diz que o secretário particular de Lula é a chave para elucidar a morte de Celso Daniel
Edição 1925 . 5 de outubro de 2005
REVISTA VEJA
Acusação que vem do cárcere
Juiz preso diz que o secretário
particular de Lula é a chave para
elucidar a morte de Celso Daniel
Policarpo Junior
Fotos Epitácio Pessoa/AE |
O ACUSADOR O juiz Rocha Mattos, que ouviu as fitas do caso Santo André: Carvalho pediu até que a viúva mostrasse emoção ao dar entrevistas sobre o assassinato |
O juiz João Carlos da Rocha Mattos, 57 anos, está preso há um ano e onze meses, sob a acusação de vender sentenças judiciais. Depois de passar por quatro cárceres diferentes, ele agora divide um dormitório com um preso no quartel da Polícia Militar, no centro de São Paulo. Na semana passada, na sala de reunião do prédio, Rocha Mattos recebeu VEJA para falar sobre o assassinato de Celso Daniel, o prefeito petista de Santo André morto com sete tiros em janeiro de 2002. Em quase duas horas de entrevista, pela primeira vez Rocha Mattos contou o que ouviu nas 42 fitas cassete que, gravadas entre janeiro e março de 2002, continham registros de diálogos telefônicos trocados entre os personagens do caso. E fez uma revelação pesada. Diz que, na massa de diálogos registrados, os trechos mais comprometedores eram protagonizados por uma única pessoa: Gilberto Carvalho, atual secretário particular do presidente Lula. "Ele comandava todas as conversas, dava orientações de como as pessoas deviam proceder. E mostrava preocupação com as buscas da polícia no apartamento de Celso Daniel", conta o juiz. É a mais frontal acusação já feita contra Gilberto Carvalho no crime de Santo André.
O CORPO Polícia encontra o corpo de Celso Daniel, em janeiro de 2002: crime político? |
No início do ano passado, o jornal Folha de S.Paulo divulgou transcrições das conversas registradas nas fitas e, mais tarde, teve acesso a trechos de áudio de vários diálogos, mas descobriu divergências entre transcrições e áudios. Tanto nas transcrições quanto nos áudios, a presença de Gilberto Carvalho era freqüente mas não comprometedora. Agora, Rocha Mattos diz que as 42 fitas continham passagens bem mais graves do que aquilo que veio a público até agora e que Carvalho chegava ao ponto de dar dicas de comportamento a personagens do caso. Há telefonemas em que ele pede à então namorada de Celso Daniel, a socióloga Ivone de Santana, que concedesse entrevistas à imprensa e não esquecesse de se mostrar emocionada com a morte do prefeito – o que de fato aconteceu. As conversas gravadas, diz o juiz, traziam até recados enigmáticos de moradores de uma favela de Santo André, hoje suspeitos de terem sido contratados para matar o ex-prefeito. "Os recados eram deixados na caixa postal do telefone de Gilberto Carvalho", afirma o juiz. "Ele comandava praticamente tudo."
Veja – O que quer dizer comandar "tudo"?
Rocha Mattos – Comandava as conversas, as orientações de como proceder, de como deveriam se comportar o "Sombra" (apelido do empresário Sérgio Gomes da Silva, acusado de ser o mandante do assassinato), a namorada de Celso Daniel, a preocupação com as buscas, o cuidado para que não resvalasse nada no PT. Nas gravações, existem até encontros marcados em apart-hotéis para entrega de numerário (dinheiro).
Veja – Conversas entre quem?
Rocha Mattos – Entre Klinger (refere-se a Klinger Luiz Oliveira, ex-secretário de Serviços Municipais de Santo André e apontado como braço-direito no esquema de corrupção na prefeitura de Santo André) e Gilberto Carvalho com pessoas não identificadas.
Celso Junior/AE |
O ACUSADO |
Não é a primeira vez que Gilberto Carvalho aparece envolvido no caso de Santo André. Francisco Daniel, irmão do prefeito assassinado, já disse em mais de uma ocasião que ouviu o próprio Gilberto Carvalho admitir que havia um esquema de corrupção na prefeitura de Santo André – esquema que teria sido a causa da morte do prefeito. Gilberto Carvalho sempre negou que tenha feito tal confissão. Agora, com as declarações de Rocha Mattos, a situação de Gilberto Carvalho se complica. O juiz garante que, ao escutar as fitas, constatou que o secretário particular de Lula conhecia o esquema de corrupção em funcionamento na prefeitura de Santo André e articulou a estratégia para difundir a tese de que o assassinato fora um crime comum – e não crime político, motivado por divergências a respeito do uso do dinheiro da corrupção. Rocha Mattos diz que não denunciou antes o que sabe porque só agora o país descobriu que a cúpula do PT era o ninho de uma quadrilha. "Imagina eu dizendo tudo isso há um ano... Quem ia acreditar?", declara ele.
Luiz Carlos Marauskas/Folha Imagem |
NA MESMA TECLA |
Como quase tudo na investigação da morte de Celso Daniel, há versões e contraversões, palavras contra palavras. Rocha Mattos não oferece provas do que diz, mas é certo que teve acesso efetivo às 42 fitas. Na condição de juiz, ele recebeu a incumbência de esclarecer se elas tinham sido clandestinamente gravadas por agentes da Polícia Federal, conforme denunciara o Ministério Público Federal. Rocha Mattos concluiu que as fitas eram ilegais, pois a PF inventou uma investigação fajuta para conseguir fazer as gravações, e mandou que fossem destruídas – a incineração ocorreu em março de 2003, quando Lula já era presidente e Carvalho, seu secretário particular. Mais tarde, depois da destruição das fitas originais, apareceu um conjunto de cópias nas mãos de uma juíza, que o enviou a Rocha Mattos. O juiz então guardou as cópias, mas diz que, depois de ser preso pela Polícia Federal, elas desapareceram. Estavam na casa de sua ex-mulher, Norma, que também foi presa.
Beto Barata/AE |
O ESQUECIMENTO |
“Ainda Celso Daniel”
Domingo, Novembro 26, 2006
Ainda Celso Daniel Também vale a leitura do segundo editorial da Folha: “Ainda Celso Daniel”:
“NO PRÓXIMO dia 20 de janeiro completam-se cinco anos desde que foi encontrado o corpo de Celso Daniel, prefeito petista de Santo André. Sabe-se agora que a polícia paulista arquivou, em setembro passado, o inquérito que abrira com a finalidade de identificar novos envolvidos no crime.
É de estranhar a justificativa da delegada responsável para abandonar as buscas. Alega que a Promotoria e a família de Daniel "não apresentaram (...) indício que redundasse em prova".
Ora, é da polícia a tarefa de investigar, e não dos irmãos do prefeito. Se a missão também cabe ao Ministério Público, o fato é que a delegada negou 10 dos 16 pedidos de diligência feitos pelo promotor do caso. Também se recusou a pedir a quebra do sigilo de 34 telefones que, segundo um de seus investigadores, seriam a "melhor pista" para lançar luz sobre os responsáveis pelo cativeiro do político do PT.”
Comentários:
Anônimo
Ow, gente, a japa está com medo de morrer...Além do Celso, já morreu o legista que afirmou que Celso tinha sido vítima de tortura, os familiares de Celso "se mandaram" para longe...A japa não tem cacife AINDA para ir viver nos States ou mesmo no japão...Eu já disse...se ela conseguir uma promoção para ir trabalhar com Lula, saberemos...
8:28 AM
arthur
Quero saber dos cubanos, presos no aeroporto e soltos depois da ordem de uma certa pessoa, por ocasião da morte do legista do prefeito.
8:51 AM
Anônimo
A realidade pode ser inventada. Verdade!? Segundo fontes seguras, que não posso revelar, a morte de Celso Daniel foi ‘suicido’. Com isso põe-se água na fervura e o PT fica tranqüilinho.
10:01 AM
Anônimo
Essas negativas são o verdadeiro mistério do caso. Parece até que a solução do caso veio pronta de algum lugar.
10:15 AM
Márcia Ruiz
Olha os métodos escabrosos aí, os métodos tenebrosos por baixo dos panos produzem casos como o assassinato de Celso Daniel com a morte de mais 9 pessoas ligadas ao caso, as pessoas esquecem disso e, para mim, é o "detalhe" mais estranho dessa história.
10:26 AM
gyba
BRASIL:JUSTIÇA 0 x10 BANDIDAGEM
10:31 AM
bala perdida
Todo mundo sabe que o Celso Daniel suicidou-se.
Foi tudo armação dele e das forças de direita para parecer um assassinato. Tudo numa tentativa desesperada de enxovalhar a honra dos avatares petistas.
Estou convencido que a justiça será feita e ele (Celso Daniel) será condenado e preso!
11:52 AM
KeroLulanoNaRuaDaAmargura«
Esse caso ainda vai acabar(?) com o seguinte epitáfio na cova do Celso Daniel:
Aqui jaz o culpado!
Por essas paradas tropicalhientes é assim, a vítima é que facilita a ação dos bandidos...né não?
12:18 PM
marco
Lula disse,na reunião do PT,que o partido "precisa voltar a ser um exemplo para o país".Ora,caro Presidente,o PT não precisa voltar a ser exemplo de nada.Ele já o é,de desonestidade,prepotência,
incompetência,hipocrisia e desfaçatez.
12:36 PM
Anônimo
Pois é. Mas o mais importante para a elucidação do caso, e que parece estar na linha de tiro da tal Delegada e outros parece ser o intuito de arquivar em fevereiro próximo os dados telefônicos ainda não pesquisados, sustado pela ação alerta da Promotoria.
Segundo a mesma Folha:
"A Promotoria, no entanto, disse que, diante da ausência de um pedido formal da delegada, remeteu ao juiz Luiz Fernando Migliori Prestes, responsável pelo processo de homicídio do prefeito, uma solicitação para que os dados telefônicos, que seriam apagados em fevereiro de 2007, fossem preservados. A medida foi aprovada pelo juiz (Folha, 25/11/2006 - 09h59, "Não temos novos suspeitos da morte de prefeito", diz delegada,LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Folha de S.Paulo)
12:54 PM
Anônimo
A delegada não arquivou nada, ela simplesmente relatou ao Juiz do caso o que aconteceu até o momento. O Juiz determinará mais investigações, provavelmente. A Folha tá precisando de alguém que entenda um pouco destes procedimentos burocráticos, para parar de ficar pagando mico. O mais estranho para mim foi o tempo que demorou para aparecer esse relatório, né não?
1:01 PM
Anônimo
A Comprada Carta Capital dah versao oposta. E um bando de Maneh estah aplaudindo a magistral mentirada da revistinha. Se eu fosse a familia de Celso Daniel processaria a tal Cartilha Capital. A intencao do pasquim financiado pelo governo, que tenta enganar que eh livre, eh tumultuar as investigacoes do caso. Aih tem!!!!
2:04 PM
Anônimo
CARTA CAPITAL
"O segundo enterro de Celso Daniel - A tese usada na campanha eleitoral contra Lula, de que o assassinato do prefeito de Santo André teria sido cometido por uma quadrilha a serviço do Partido dos Trabalhadores, é sepultada por inquérito oficial da polícia paulista"
Que coisa. Agora o objeto de sepultamento é a "tese usada na campanha eleitoral contra Lula". Falta de respeito com os mortos. Gente...Tá muito feia a coisa.
2:46 PM
simplesmente maria
O MP deveria investigar e detonar essa delegada-petralha. Vergonhosa essa submissão da PF ao petralhismo, em questão até de homicídio.
3:13 PM
Bee
Eu não estranho coisa nenhuma.
Quem esperava que depois de reeleito, o Exterminador não usaria os 4 anos para limpar os armários?
Cabe aos 37 e caquerada milhões de votos contra, a vigilância.
3:28 PM
annalygia
eu acho que não é só "ainda Celso Daniel"... tem que ser "sempre Celso Daniel", como tem que ser "sempre Wladimir Herzog"...
pessoas que morreram e cujas mortes revelam como a luta pela democracia, pela liberdade de imprensa, pela liberdade de opinião, é mais do que fundamental.
4:22 PM
Anônimo
Reinaldo, até agora não consegui entender essas not´´icias. Devem ter algo d errado.
A autoridade policial, o delegado, não pode arquivar inquérito policial. O artigo 17 do Codigo de Processo Penal (CPP) diz isso expressamente. Já quanto as diligências, o MP não as pede ao delegado, ele as requisita, ordena. No máximo o delegado pede mais tempo para cumpri-las. Um do povo pode, ai sim, pedir , requerer, diligências. /quando então o delegado decidirá se as executa ou não, art 14 CPP. Sou policial e posso dizer com conhecimento d causa q a imprensa escreve verdadeiros absurdos em matérias jurídicas e policiais, não por mal, mas por descaso ou descuido
4:22 PM
Anônimo
O caso Celso Daniel na reta para ser arquivado, o caso Toninho do PT parece que já arquivado. Mais um pouco, o "mensalão" vira piada de salão (conforme Delúbio Soares). Os caras do dossiê são uns aloprados sem gravidade alguma, e o Brasil afunda na m... sem fim. Alguma coisa precisa ser feita e já. Pelo amor de Deus, o que fazer?
7:20 PM
Anônimo
Lula presidindo reunião do ministério toma as providências: Dilma, prepara us atus; Coronel, chama o motorista, nóis vamu pro helicóptero; Gil, agradeça us artista que veio ao palácio; Márcio, falando com MTB, vem comigo até o acampamento dos sem-terra que eu vou desapopria umas fazendas para eles, e você, Gilberto, manda mensage pra Carta Capital e agradece o apoio do Mino pros atos que ainda vou fazê.
8:52 PM
Anônimo
Ela ficou com medo de ser a oitava!
9:56 PM
Anônimo
Não tem nada a se fazer, pelo amor de Deus.
10:37 PM
Blogildo
Pq o "Linha Direta" da Globo não faz um episódio com o caso?
8:27 AM
humberto
Queima de arquivo. Como diria o ômi,é o que se faz sistematicamente nestepaiz nos últimos anos.
4:00 PM
Eliana Maria
Boa idéia do Blogildo.
O Linha Direta tem um índice de descobertas maior do que a PF.
5:02 PM
Defesa de Marcos Valério nega negociar delação premiada
A defesa do publicitário Marcos Valério de Souza nega a existência de qualquer negociação de acordo de delação premiada para seu cliente.
De acordo com reportagem da Folha desta segunda-feira, a conversa entre os advogados de Valério e o Ministério Publico seria no sentido de reduzir ou isentar o empresário de uma possível pena em troca de informações que podem levar a novas provas do esquema do mensalão.
"Não tenho nada a declarar sobre isso. Não há conversas", afirmou à Folha Online o advogado Marcelo Leonardo, que defende Valério. De acordo com a reportagem, os entendimentos são mantidos sob rigoroso sigilo.
A intenção da Procuradoria ao negociar a delação premiada com Valério seria de reunir provas substanciais, ampliando, inclusive, o rol de acusados. Outra hipótese seria recuperar recursos no exterior desviados pelo publicitário.
Como tramita ação penal contra 39 réus do caso, cabe ao relator Joaquim Barbosa decidir sobre a delação premiada, que terá ainda de ser aprovada pelos outros ministros do Supremo.
Valério é acusado de ser o operador de esquema de repasses de ao menos R$ 55 milhões a congressistas, entre 2003 e 2004. É acusado ainda de ter sido o mentor de prática semelhante em 1998, na campanha eleitoral que tentou reeleger o então governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB).
Arte/Folha | ||
Entenda o caso Celso Daniel
O prefeito de Santo André Celso Daniel (PT) foi seqüestrado no dia 18 de janeiro de 2002, quando voltava de um jantar em São Paulo. Ele estava acompanhado do empresário Sérgio Gomes da Silva. Dois dias depois, o corpo do prefeito foi encontrado em uma estrada em Juquitiba (a 78 km de São Paulo), com sete entradas de bala.
O inquérito da Polícia Civil sobre o caso sustentava que o crime não teve motivação política. Com o depoimento dos seis acusados e o do menor que confessou o crime, a polícia sustentou a versão do assassinato.
Patrícia Santos/Folha Imagem |
O prefeito assassinado de Santo André, Celso Daniel |
Em agosto deste ano, a Polícia Civil reabriu as investigações devido às recentes denúncias apresentadas na CPI do Mensalão.
Segundo a polícia, Celso Daniel teria sido seqüestrado por acaso. Uma quadrilha da favela Pantanal planejara o seqüestro de um comerciante, mas ele não apareceu no local. Apenas o prefeito teria sido seqüestrado porque o carro em que ele estava desceu ladeira abaixo quando os seqüestradores tentavam retirar os ocupantes.
Os integrantes da quadrilha disseram que Ivan Rodrigues da Silva, o Monstro, líder do grupo, teria ordenado a libertação do prefeito, mas a ordem teria sido descumprida por outro integrante da quadrilha, José Edson da Silva.
José Edson da Silva afirmou à polícia que mandou matar o prefeito porque ele olhou para seu rosto. Ele negou a autoria dos disparos, que teriam sido feitos pelo adolescente. Sphere: Related Content
Celso Daniel ,Corrupção, seqüestro, tortura e morte.
Cartas de Bruno Daniel ao Brasil
Os documentos (cartas) a que se refere a deputada Janete Capiberibe em seu pronunciamento (publicado ontem, neste blog), são os que se seguem:=================================================
França, 18 de janeiro de 2008
Exma. Sra.
Ellen Gracie
DD Presidente do Supremo Tribunal Federal
Senhora presidente
Em 03 de novembro de 2004, o Supremo Tribunal Federal recebeu das mãos do Diretor Executivo da entidade Transparência Brasil um manifesto do movimento INVESTIGAR É PRECISO, contendo mil e quinhentas assinaturas, “expressão espontânea da sociedade civil, neste particular representada por entidades de classe e de defesa de direitos sociais, por parlamentares e, individualmente, por funcionários públicos, jornalistas, profissionais liberais, aposentados, professores e estudantes”.
À época o movimento, do qual participávamos, manifestava seu apoio ao Ministério Público e posicionava-se contrariamente à supressão de seu direito de investigar.
Decorridos mais de três anos, o STF tem de novo em suas mãos uma solicitação feita por Sergio Gomes da Silva, indiciado no processo do assassinato de Celso Daniel, alegando a inconstitucionalidade do direito de investigação do MP. A sua intenção é clara: fazer invalidar as provas coletadas por promotores públicos, que não deixam dúvida quanto à sua participação em seu seqüestro e assassinato, de forma a se ver livre das acusações que lhe são imputadas.
Hoje, Senhora Presidente, vivendo como exilados estatutários na França, em função do Estado Francês ter reconhecido as perseguições, ameaças e intimidações que vivemos no Brasil, por causa da luta que ai travamos para o desvendamento das razões do assassinato de Celso Daniel, bem como de seus mandantes, não podemos deixar de manifestar nossa preocupação quanto ao posicionamento do STF. Por isso, de novo queremos deixar público o nosso apoio ao MP, nos posicionando contrariamente à supressão de seu direito de investigar e manifestando nossa preocupação, tal como o fez o movimento INVESTIGAR É PRECISO, em 2004, diante da possibilidade “do Supremo Tribunal Federal interpretar a Constituição do país, no sentido de impedir que o Ministério Público investigue os crimes de corrupção, de abuso de poder e de violência policial”.
Reafirmamos que “a diligência do Ministério Público foi e está sendo determinante na apuração e punição de significativos crimes e criminosos. Impedir a investigação de crimes por parte do MP significa suprimir da sociedade um estratégico meio de combate ao crime organizado, à corrupção política, ao abuso de autoridade e à lavagem de dinheiro.
Nossa luta é pela investigação plural de crimes, como fazem outras instituições e organizações da sociedade que hoje desenvolvem investigações em prol da lisura no trato dos recursos públicos, segundo os ditames da lei: Receita Federal, Controladoria da República, Conselhos de Medicina, Tribunais de Contas, entre outras”.
Tomando como nossas palavras as de Helio Bicudo, “na decisão a ser tomada, o Supremo Tribunal Federal deverá fazer profunda reflexão sobre a questão constitucional e infra-constitucional, sem esquecer o seu papel de árbitro maior não só da Lei Magna, mas da própria realidade brasileira, pois interpretar é descobrir tudo aquilo que a norma contém, para que ela seja instrumento da paz social. (...)Como na sociedade atual, onde a alta criminalidade viceja e se desenvolve, impedir-se a ampla atuação do Ministério Público será acoroçoar-se a ilicitude daqueles que se situam em patamares superiores da sociedade e que por isso mesmo se sentem imunes. A lei penal, segundo pensam, não é para eles, mas para aqueles que o sistema político-econômico marginalizou ou excluiu da vida social.”
Impedir que o Ministério Público possa investigar significa contribuir para a existência de novos exilados brasileiros em tempos de democracia, como é o nosso caso.
“Não se pode retirar meios, quaisquer que sejam, que impeçam ou dificultem a propositura da ação penal pelo Ministério Público. Se a tanto chegarmos, estaremos decretando a própria falência do atual ordenamento jurídico que o constituinte de 86/88 buscou normatizar, tendo em vista a contribuição do Ministério Público na construção do Estado Democrático” (Helio Bicudo).
Senhora Presidente, solicitamos que esse nosso posicionamento seja conhecido por todos os ministros desse Tribunal.
Atenciosamente,
Bruno José Daniel Filho e Marilena Nakano (irmão e cunhada de Celso Daniel, prefeito de Santo André, seqüestrado e assassinado em 20 de janeiro de 2002).
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França, 18 de janeiro de 2008
Querido Helio,
Te enviamos uma carta endereçada à Presidente do STF – Supremo Tribunal Federal, pedindo que a faça chegar até ela, e que a torne pública. Escolhemos você como nosso portador e nosso porta-voz por duas razões: a primeira, pela sua solidariedade, que foi e tem sido vital para nós. Não apenas para a luta que travamos para que se faça justiça no caso do assassinato do Celso, mas também porque hoje estamos em segurança em função do apoio que você nos deu no período de nossa saída do Brasil, após sofrermos tantas intimidações, perseguições e ameaças. A segunda razão pela qual o escolhemos é porque você representa para nós um símbolo da luta em defesa dos direitos humanos, pois jamais esmoreceu, mesmo em momentos tão difíceis como o da ditadura militar.
Pedimos que diga a todos aqueles que, como você, agiram, continuam agindo e se solidarizaram conosco, que eles também continuam sendo para nós exemplos de capacidade de luta por um mundo melhor e mais humano. Aqui não citamos o nome de cada um deles ou das instituições a que pertencem, pois felizmente a lista é imensa, e não queremos cometer injustiças. Cada um deles sabe o sentimento que nutrimos por eles.
Você e eles acompanharam passo a passo a nossa dolorosa decisão de sair do Brasil, após nossas ações incessantes no sentido de tentar viabilizar a descoberta das circunstâncias do assassinato do Celso. Saímos daí no dia 28 de fevereiro de 2006, em direção à França, que nos acolheu e reconheceu oficialmente que aí sofríamos risco de morte, nos outorgando o estatuto de refugiados.
Como exilados vivemos fisicamente em outro país, onde também temos grandes amigos, solidários, mas seguimos ainda fortemente atados ao Brasil, desejando que a democracia aí se aperfeiçoe.
Depois de termos vivido os duros anos da ditadura militar, não imaginávamos que alguém seria obrigado a sair do país e se refugiar em outro, na condição de exilado. Para nossa surpresa, aqui estamos diante dessa dura realidade. O país que nos acolhe nos oferece muito, temos muito a aprender com aqueles que nos concederam o refúgio. Mas faltam nele todos os amigos que aí deixamos, parte da família, nosso trabalho regular e isso torna o exílio muito difícil.
Cada um de vocês está conosco nos e-mails, nos telefonemas, nas coisas enviadas, nos nossos pensamentos e corações. Mas a ausência física, a impossibilidade de pegar o telefone e ligar a qualquer momento, a impossibilidade de nos encontrarmos no trabalho e nos movimentos sociais, de irmos para a casa de cada um, de conversarmos face a face, de jogarmos conversa fora, de darmos risada, de chorarmos, de falarmos das nossas preocupações, das nossas ansiedades, de falarmos de tudo, de comermos juntos, faz muita falta.
Hoje, passados quase dois anos de nossa partida, tentamos reconstruir nossas vidas. Mas isto não se faz deixando o passado para trás, como se ele não existisse mais. Nos caminhos de produçao da democracia não se deve apagar a memória. Os motivos do assassinato do Celso não foram ainda devidamente esclarecidos. Nem todos os mandantes de tão bárbaro crime foram ainda descobertos. Não sabemos ainda quem o torturou e o que se passou em seu cativeiro. Mesmo distantes do Brasil, é para nós difícil elaborar o luto de sua perda. Seu corpo segue insepulto para nós. Por isso, continuaremos na luta para que se desvendem por completo as razões de seu assassinato e para que se faça justiça. Para isso pedimos o apoio de todos, de você, dos nossos amigos e dos brasileiros, que como nós, não aceitam que assassinatos como o do Celso caiam no esquecimento.
Dia 18 de janeiro ele foi sequestrado e dia 20 completa-se o sexto aniversário de sua morte. Neste momento queremos que você diga a todos que também seguimos acreditando que nosso país poderá ser mais democrático e humano. Que não perdemos as esperanças nas instituições brasileiras e que um dia as razões do assassinato do Celso virão à tona e todos os envolvidos prestarão contas de seus atos à Justiça brasileira.
Acompanhamos o trabalho do Ministério Público, uma das poucas instituições do Estado com quem tivemos que nos relacionar desde 2002, em função do que ocorreu com o Celso, que com suas investigações sobre seu assassinato, nos dão a certeza de que podemos ter esperanças. O MP tem cumprido com suas atribuições com competência e independência (embora seja, como todas as instituições, heterogênea e deva ser sempre aperfeiçoada). Esperamos que ele possa terminar bem seu trabalho para desvendar por completo as razões, os mandantes, as circunstâncias de sua morte e todos os envolvidos nela.
De longe, acompanhando os acontecimentos no Brasil. Vemos novamente o risco que o Ministério Público corre de perder o direito de investigação. Muitos temem sua autonomia, temem que ele exerça na plenitude o papel que a Constituição lhe reservou, o de « advogado do povo ».
Há, no Supremo Tribunal Federal, outro processo em andamento, desta vez a pedido de Sergio Gomes da Silva, o “Sombra”, denunciado pelo MP como mandante da morte de Celso, solicitando a anulação das provas, porque segundo seus advogados o MP não teria o direito de investigar. Não podemos deixar de reagir a isso. Tal como fizemos quando participamos do Movimento Investigar é Preciso, em 2004, pensamos que o direito de investigação dessa instituição deve ser preservado como algo necessário ao exercício pleno da cidadania. Sem esse direito, num país em que os ricos e poderosos dificilmente vão para a cadeia, possivelmente crescerá o sentimento de que imperam a impunidade e a injustiça.
Por isso, pedimos a você e a todos os que pensam como nós, que mais uma vez, por todos os meios (abaixo-assinados, blogs, e-mails, solicitações de parlamentares, entidades de classe, de defesa dos direitos civis etc.), solicitem ao STF que se posicionem contrariamente ao pedido de invalidar todas as provas contra o “Sombra”. Acreditamos que o STF tem um importante papel a cumprir no sentido de dizer que no Brasil se faz justiça, não pelas próprias mãos, mas pelas instituições, porque elas, numa democracia, precisam ser aperfeiçoadas e reforçadas. Não é só o caso do Celso que está em jogo. O retrocesso institucional seria enorme.
Também pedimos a você e a todos os que acreditam como nós, que o assassinato do Celso não foi um crime comum, que da mesma forma sejam nossos porta-vozes junto à Justiça de Itapecirica, solicitando que o caso vá a júri popular o mais rapidamente possível. Decorridos 6 anos de sua morte, já não é sem tempo que essa decisão seja tomada. Mesmo que as investigações não estejam terminadas, já há implicados e provas suficientes para que um júri popular possa se pronunciar.
Querido Helio, aprendemos com você e tantos outros brasileiros que lutar vale a pena e por isso esperamos um dia voltar para o Brasil e juntos, lado a lado, seguirmos a nossa luta por um país mais democrático e humano.
Um grande abraço a você, a nossos amigos e àqueles que têm se solidarizado conosco.
Bruno José Daniel Filho e Marilena Nakano (irmão e cunhada de Celso Daniel) Sphere: Related Content
Buenos Aires, paraíso del fraude fiscal
La agencia de recaudación emprende la batalla contra la economía informal
SOLEDAD GALLEGO-DÍAZ - Buenos Aires - 23/03/2009
La Salada es probablemente el mayor shopping de América Latina. Con una característica muy especial: la mercadería que vende es, en su inmensa mayoría, ilegal, o por decirlo más suavemente, informal. Abre en las Lomas de Zamora (en el límite entre la ciudad de Buenos Aires y la provincia) jueves y lunes, entre medianoche y la mañana, mueve más de nueve millones de dólares (6,6 millones de euros) por semana y la visitan unas 50.000 personas por jornada, vecinos de Buenos Aires y su conurbano, o llegadas en auténticos y bien organizados tours de compras (de 150 a 200 autobuses que atascan la carretera de madrugada), desde todos los puntos de Argentina, e incluso de Brasil y Paraguay.
La evasión de impuestos en la construcción alcanza el 73%
Allí se abastecen de todo tipo de indumentarias, discos, películas y productos de electrónica miles de ciudadanos de la provincia de Buenos Aires, pero también, y sobre todo, se distribuye el material que se venderá después en otras 300 ferias también informales. El problema no es tanto la ropa de marca falsificada, que es fácil encontrar, como que toda esta mercadería procede de fábricas clandestinas, con mano de obra en negro, y no paga impuestos. Incluso algunas fábricas legales producen una parte en negro y la desvían a ese segundo circuito. En ese sentido, La Salada (que tiene una página web) es un buen símbolo de la formidable evasión fiscal que sufre Argentina y del enorme tamaño que ha ido adquiriendo su economía informal.
El pasado domingo, Santiago Montoya, titular de ARBA (Agencia de Recaudación de la Provincia de Buenos Aires) organizó un operativo: tres equipos de 70 inspectores (en su mayoría jóvenes estudiantes de Economía y Derecho), identificados con cazadoras blancas y provistos de formularios y cajeros móviles, intentaron controlar parte de los 6.000 puestos distribuidos en tres enormes galpones ( Urkupiña, Punta Mogotes y Ocean) y de los varios miles que han surgido al aire libre, en la Ribera del Riachuelo, y que son todavía más territorio comanche.
Probablemente el despliegue tenía un objetivo más mediático que real: los jóvenes inspectores, acompañados por Montoya y una decena de periodistas y cámaras de televisión, no pudieron casi asomarse a Punta Mogotes, donde nos recibieron con piedras y huevos, y es muy probable que incluso en Urkupiña, donde los administradores legales, más listos, desplegaron su propio cuerpo de seguridad para evitar incidentes, las investigaciones sobre la procedencia de la mercancía o las incautaciones de material fueran pocas. Pero la operación tenía importancia por su repercusión mediática. Desde que se creó ARBA, Montoya despliega una formidable actividad en todos los puntos de la provincia de Buenos Aires (algo así como el tamaño de Chile dentro de Argentina) para luchar no sólo contra los casos concretos de evasión fiscal, sino también contra la cultura de la evasión. "De Montoya no te escapas", sería su eslogan favorito.
"Yo intento hacer cumplir la ley en una sociedad acostumbrada a no cumplirla y a que se le permita no cumplirla", explica Montoya. El director de ARBA maneja datos como mazazos: el 40% del empleo no está declarado, hay un 40% de evasión fiscal en el sector agropecuario, un 54% en la industria, un 73% en la construcción. La media se calcula en un 39,52%. En La Salada, Montoya se enfrentó a quienes protestaban: "Muchacho, tú estás trabajando aquí por una miseria, y si te caes, no hay ni un dispensario. Son otros los que hacen el negocio, ¿no lo entiendes? Tienen que pagar para poder arreglar la barriada, poner escuelas, médicos, policías... ¿de dónde te crees que va a salir el dinero?". El que más protestaba se limitó a contestar: "Ahora no es el momento, con la que se nos viene encima". "¿Y cuándo crees tú que será el momento?", retrucó el director de ARBA.
"Un argentino que tenga 60 años ha vivido como poco una crisis cada cinco", explica Santiago Montoya. "Pero las sociedades tienen vocación de orden, y puede terminar vitoreando a mis inspectores siempre que les considere profesionales y siempre que hayan demostrado que son capaces de ir por quien más tiene antes que a por el más pequeño".
Montoya es muy directo: "Buenos Aires es la locomotora de este país. Si no tira, Argentina no marcha. Brasil sabe el valor de los distritos más dinámicos y cuida São Paulo. Aquí, no. Aquí hay una deuda social con esta provincia". "Claro que el conurbano es una zona de economía informal", admite. "Son ocho millones de personas que no se sabe de qué viven, pero que condicionan la vida política del país con sus votos. Los intendentes son, en el fondo, gente con capacidad para tener a esos ocho millones de personas viendo la televisión y no protestando. Viven del aparato del intendente, y eso es clientelismo. Todos los saben, pero no saben cómo resolverlo".
Montoya cree que el remedio está en combatir la informalidad, lograr que se cumplan las leyes fiscales: "Tendría", dice, "un efecto paradigma sobre todo el país. Crédito político". Antes de despedirnos, el director de ARBA lanza otra cifra: "En este país se declaran 600.000 toneladas de capturas de pesca, el 60% en provincias y el 40% en Buenos Aires. Pero si usted suma el consumo y las exportaciones salen 900.000 toneladas. ¿Dónde se descargaron?".
Sphere: Related ContentJuegos sexuales en la Cámara de los Comunes
Las imágenes del escándalo, publicadas por el dominical 'News of the World'.
- Griffiths, diputado laborista, sorprendido practicando el sexo en su despacho
- Es íntimo de Gordon Brown, que fue padrino de su boda
Eduardo Suárez | Londres
No parece que los vetustos despachos de Westminster den la talla como escenario de un rodaje subido de tono. Y, sin embargo, en uno de ellos han pillado ejercitándose al diputado laborista Nigel Griffiths. Las fotos las publicaba ayer en exclusiva un dominical británico.
Griffiths profanó el sancta sanctorum del parlamentarismo, pero lo hizo para más inri con nocturnidad y nada menos que el día en que los británicos conmemoran a los caídos en el campo de batalla. Un baldón para la Cámara y para el Ejército y una afrenta para las señoras a las que se les atragantó el desayuno del domingo.
Suponemos que una de ellas fue Sally Griffith, esposa del truhán y víctima propiciatoria de la sinvergonzonería de su marido. No es difícil imaginar su desolación al contemplar las fotos que publica 'News of the World', que muestran los detalles del dulce meneo al que su esposo se abandonó con una morena en la sede de la soberanía nacional.
Los amantes tomaron fotos con una cámara digital
El juego prohibido arrancó poco después de las once y media de la noche y se extendió hasta entrada la medianoche, según registra el código de tiempo de las imágenes, que los amantes tomaron con una cámara digital. La mujer se desnuda lentamente y se arrodilla en el sofá verde del despacho antes de que la cosa pase a mayores y se abra paso la culminación del deseo sexual.
El entorno de la coyunda es inequívocamente familiar. De la llave cuelga el llavero de los despachos de la Cámara de los Comunes y en la papelera languidece un archivador con la leyenda 'Confidencial'. Sobre el sofá, una estantería con libros. Uno de ellos, por cierto, sobre la exposición de pintura oriental del Guggenheim de Bilbao.
Por lo que muestra el código de la cámara, la orgía continuó fuera de los Comunes, en un apartamento cuyas coordenadas se desconocen. De lo que aquí ocurrió hay evidencias gráficas hasta las 2.24 horas de la madrugada. En una foto la mujer aparece ligera de ropa y tendida sobre la alfombra. En otra, Griffiths sale desnudo, fumándose un puro y con una sonrisa bobalicona.
Antes de publicar la noticia, el dominical abordó al diputado, que respondió a las acusaciones desabrido y negacionista: "Se trata de una prueba amañada. ¡Esto es ultrajante! ¡Completamente ultrajante!". 'News of the World' aguardó dos semanas para ver si era capaz de articular una explicación mejor. Apenas dijo que no tenía nada que añadir, publicó la noticia.
El escándalo conmocionará a buen seguro al mundillo parlamentario. Griffiths no es lo que se dice un diputado anodino. Durante la era Blair fue viceministro y portavoz adjunto del laborismo y sus relaciones con Brown están a la orden del día. Ambos son escoceses y compartieron piso en sus años de estudiantes. Y Brown fue el padrino de su boda. Lo que le deja tal vez ahora en una situación todavía más embarazosa.
No es la primera vez que Griffiths se ve envuelto en un escándalo de medio pelo. El anterior acaeció en 2002 y no fue de naturaleza sexual sino económica. La comisión de gastos detectó que cobraba del Parlamento 10.000 libras anuales (10.622 euros) por mantener en Edimburgo una oficina que en realidad era suya. Un asunto por el que pasó de puntillas entre otras cosas gracias al apoyo ciego de Brown, que le describió entonces como "uno de los ministros más eficientes" del laborismo.
El diputado Griffiths se enfrenta ahora a la ira de su esposa pero también a una probable investigación parlamentaria. El artículo 15 del estatuto del diputado establece que "los miembros de la Cámara deben comportarse en todo momento de manera que mantengan y fortalezcan la confianza del público en la integridad del Parlamento". Una premisa que le será difícil a Griffith decir que ha respetado. Sobre todo a la luz del revolcón en el sofá y los ligueros tintineantes de la mujer.
Una réplica falsa del semanario 'Die Zeit' ofrece soluciones contra la crisis
Carlos Álvaro Roldán (Corresponsal) | Berlín
El propio director del prestigioso semanario liberal 'Die Zeit', Giovanni di Lorenzo, era el primer sorprendido cuando uno de sus colaboradores le trajo un ejemplar de su diario el pasado viernes, un día después de su puesta a la venta habitual. En la portada habían desaparecido el sesudo reportaje sobre los 60 años de la República Federal de Alemania y las fotos de la canciller Angela Merkel, el Nobel Günter Grass o del ex tenista Boris Becker.
Con fecha del 1 de mayo de 2010, el ejemplar anunciaba 'El final del túnel' en la crisis financiera internacional y ofrecía las "recetas" alternativas para salir de la grave situación. En lugar del medio kilo de papel que acompaña habitualmente a la edición en formato sábana, el diario que tenía en sus manos tenía sólo ocho páginas, pero tanto la maquetación como la calidad del papel eran "asombrosamente similares" al original, según la editora afincada en Hamburgo.
Inspirada en el falso 'The New York Times' que editaron en noviembre asociaciones contra la guerra de Irak en Estados Unidos, la organización antiglobalización Attac ha decidido rizar el rizo y el viernes repartía en 90 ciudades alemanas 150.000 ejemplares "perfectos" de su plagio, incluida la publicidad de portada, 10.000 de ellos sólo en Berlín.
"Lo que más me ha impresionado es la enorme tirada, que ha debido costarles bastante dinero", admitía Di Lorenzo en la televisión pública alemana ZDF. Horas antes afirmaba al diario 'Die Welt' que "nunca" van a tolerar "la aparición de este tipo de plagio, tanto en papel como en internet, especialmente con esa calidad". El asunto ya está en manos de los abogados, confirmaba.
Portada de la réplica falsa de 'Die Zeit'.
Las "recetas" de Attac para terminar con la peor crisis económica desde la II Guerra Mundial —disponibles también en la réplica del sitio web original (www.die-zeit.net)— van acompañadas de serios artículos críticos con la actuación de los distintos Gobiernos donde, por ejemplo, se llama a "sancionar a quienes atenten contra el clima", se propone medidas "que funcionan" para regular los mercados financieros o una reforma de las estructuras globales.
Attac asegura que todas sus propuestas son "reales" y podrían aplicarse en 13 meses. Con la vista en la próxima cumbre del G20 en Londres, la organización que defiende que "otro mundo es posible" invita a los lectores desde el editorial del falso 'Die Zeit' a que desaten su imaginación y a implicarse políticamente. Igualmente el grupo antiglobalización aprovecha a lanzar una supuesta "autocrítica" del semanario: "En lugar de ser un adversario crítico, hemos tomado partida por el poder".
Junto a las indicaciones para salir de la catástrofe financiera, el 'Die Zeit' imaginario anuncia el fin de la guerra en Afganistán, la introducción de una moneda única mundial y un impuesto internacional propuesto por el mismísimo G20, en una imaginaria reunión en Brasilia, para los más ricos.
Miembros anónimos del semanario 'Die Zeit' han reconocido el esfuerzo de Attac en este gesto, aunque lo que más les ha sorprendido ha sido el importante gasto que ha tenido que desembolsar este movimiento antiglobalización.
TATA NANO
Estrenos | ||||||||||||
Lunes, 23 de marzo de 2009 TATA NANO El coche más barato del mundo Si se vendiera en Europa, el Tata Nano no costaría más de 1.500 euros al cambio actual. Tras la presentación mundial hoy en Bombay, el coche comenzará su venta en India a partir del mes de julio, aunque a Europa no llegará hasta 2011. Eso si, las adaptaciones necesarias elevarán su precio hasta cerca de los 5.000 euros. | ||||||||||||
ELMUNDO.ES
Se trata de un vehículo “revolucionario” destinado originalmente a las clases medias de países emergentes, pero que “también puede tener su hueco en un Occidente marcado por la crisis económica” ha declarado Ratan Tata, presidente del constructor indio durante la presentación mundial del vehículo.
La presentación ha tenido lugar hoy en Bombay y los primeros pedidos en India se podrán realizar a partir de mediados de abril. Es decir, con seis meses de retraso respecto a los planes iniciales debido a los problemas para la ubicación de la fábrica donde se monta. El precio, que supone una promesa adquirida por la compañía para con el pueblo indio, se refiere a la versión más rudimentaria de este vehículo. Porque el coche también se podría comercializar en Europa a partir de 2011, aunque las adaptaciones necesarias (en materia de seguridad, confort y ecología) elevarían esa cifra hasta más allá de los 4.500 euros. Esta variante occidental fue desvelada en el reciente Salón del Automóvil de Ginebra.
«Yo observaba a muchas familias que viajaban sobre dos ruedas: el padre, el hijo delante y detrás la madre con el bebé. Por eso me propuse ofrecerles un medio de transporte más seguro, pero asequible y para todas las épocas» ha señalado Ratan Tata. El público objetivo se sitúa, por tanto, en millones de familias sólo en India, aunque los problemas surgidos con la fábrica harán la espera larga. La previsión inicial era construir este año ya unos 250.000 vehículos, pero el volumen quedará reducido a un máximo de 50.000 coches. |
Empresa denuncia Chávez por não indenizar nacionalização
Indústria de cimento abre processo na Corte de Arbitragem por pagamento correspondente ao mercado
Agências internacionais
Chávez nacionalizou toda a indústria de cimento do país como parte de sua tentativa de dirigir setores considerados chave da nação petrolífera sul-americana em 2008. A estatização da Holcim Venezuela foi efetivada em junho e ambas as partes firmaram um acordo que garantia uma compensação para a empresa. Porém, a Holcim diz que o governo suspendeu as comunicações e reivindica uma indenização equivalente ao valor de mercado de sua filial no momento de sua nacionalização.
A Holcim e a empresa estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) assinaram um memorando geral estipulando que a primeira cederia 85% de sua filial em troca de uma indenização que seria negociada posteriormente. No entanto, o grupo suíço afirma que Caracas interrompeu os contatos em outubro passado, de modo que "nenhum acordo foi assinado e a Holcim não recebeu a compensação por seus bens desapropriados".
A empresa tem atividades na Venezuela desde 1978 e seu faturamento anual no país foi de quase US$ 200 milhões, o que representa 1% de suas vendas consolidadas no mundo. Segundo estimativas de analistas suíços, a indenização a favor da Holcim deve ficar em torno de US$ 550 milhões.
Desde que Chávez ganhou o referendo constitucional de fevereiro, que lhe permitiu disputar a reeleição ilimitada, o presidente estendeu a nacionalização de ativos estrangeiros que seriam centrais para sua revolução socialista. O venezuelano anunciou a estatização do setor de cimento e de grandes siderúrgicas para garantir suas metas de construção de moradias e desenvolvimento de infraestrutura. A Cemex, terceira maior indústria de cimento do mundo, afirmou em dezembro que iniciou os processos de arbitragem contra a Venezuela assim que Chávez recusou o pedido de indenização da empresa de US$ 1.300 milhões.
Gastos do governo
No fim de semana, Chávez anunciou um pacote de medidas econômicas para combater os efeitos da crise global e da queda dos preços do petróleo. Ele foi anunciado num momento em que a economia venezuelana passa por grandes dificuldades não só por causa da crise global, mas também pelas políticas adotadas pelo governo. Nos últimos anos as estatizações em diversos setores e os programas sociais que mantêm alta a popularidade do presidente impulsionaram os gastos governamentais. Só o número de funcionários públicos dobrou de 1 milhão para 2 milhões.
Agora, a queda do preço do petróleo, que representa 90% da receita estatal, dificulta o cumprimento dos compromissos adquiridos nos tempos de bonança. O preço médio do petróleo venezuelano hoje é de US$ 37. O orçamento deste ano previa uma arrecadação com base no barril a US$ 60. Por seis meses autoridades venezuelanas negaram que fossem necessários ajustes nos projetos de Chávez, alegando que havia dinheiro suficiente nos cofres públicos para enfrentar as turbulências econômicas. O anúncio de que foi elaborado um novo orçamento com base no petróleo a US$ 40 é o primeiro sinal significativo de que Chávez compreendeu que a crise veio para ficar.
A receita com as exportações de petróleo devem ser de US$ 40 bilhões neste ano, metade dos US$ 80 bilhões do ano passado (quando o barril venezuelano chegou a US$ 120). Sem recursos, a estatal petrolífera PDVSA já suspendeu o pagamento de alguns prestadores de serviço e negocia empréstimos com a China e o Japão que podem chegar a US$ 4 bilhões. O governo ainda deve US$ 4,9 bilhões por empresas estatizadas nos setores de siderurgia, construção e financeiro. Se de fato nacionalizar o Banco da Venezuela, do grupo Santander, como Chávez promete, analistas estimam que ele terá de desembolsar mais US$ 1,2 bilhão.
Todas essas dificuldades somam-se a um grande descontentamento entre empregados das estatais dos mais diversos setores - desde a petrolífera PDVSA até as distribuidoras de eletricidade. Nas últimas semanas, eles têm ameaçado fazer greves por aumento de salários e pelo cumprimento de contratos coletivos firmados pelo governo. No caso da PDVSA, talvez o mais sensível, os conflitos já reduzem os níveis de produção, segundo fontes ligadas à empresa.
(Com Ruth Costas, de O Estado de S. Paulo)