Atualizado às 13h03.
Os funcionários da Petrobras iniciaram greve hoje no país, com parada de produção prevista até a noite da próxima sexta-feira (27). De acordo com a FUP (Federação Única dos Petroleiros), a paralisação atinge todo o sistema da estatal, com a adesão do setor administrativo e de operação de terra e mar.
Segundo o coordenador geral da FUP, João Antônio de Moraes, a greve dos petroleiros começou com força na troca de turnos de domingo para esta segunda-feira e algumas unidades já chegam a registrar cortes de 100% de produção.
A Petrobras já começa a implementar o plano de contingência para tentar impedir a redução da produção, conforme Moraes. "Eles cortaram desde sábado o telefone e a internet das plataformas", disse Moraes.
Em nota, a Petrobras afirmou que todas as unidades da companhia funcionam normalmente e a produção e segurança das operações e dos empregados não foram afetadas pelo movimento. "Onde é necessário a Petrobras opera com equipes de contingência."
Na última sexta-feira, o diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou que o plano de contingência da companhia seria suficiente para garantir a produção ao longo dos cinco dias de greve anunciados pelos sindicatos.
No Espírito Santo, a P-34, a plataforma do pré-sal, está parada. Ela opera no campo de Jubarte, na parte capixaba da bacia de Campos, desde o dia 2 de setembro do ano passado.
"É possível dizer que temos a primeira greve do pré-sal", disse o diretor de comunicação da federação, Marlúzio Ferreira Dantas, que acompanha a paralisação no Espírito Santo.
Ainda conforme a FUP, há plataformas com somente 30% de produção no Espírito Santo e no Rio Grande do Norte. Os terminais de Alto Solimões (AM), Suape (PE) e Guarulhos (SP) também estão parados.
De acordo com Moraes, a estatal ainda não sinalizou se vai negociar com os trabalhadores. Ele criticou também o plano de contingência, chamando-o de "plano de negligência", uma vez que profissionais estão sendo retidos por mais tempo do que o previsto em suas bases.
"Pessoas de áreas burocráticas são colocadas para operar as unidades de produção, aumentando o risco de acidentes nas plataformas", acrescentou.
A Petrobras negou a informação sobre risco aos trabalhadores, reafirmou "o compromisso de manter a continuidade operacional e o abastecimento do mercado" e manifestou disposição para as negociações.
"A Petrobras continua aberta às negociações e avalia que a mesa de negociação é o melhor caminho para solucionar o impasse, mas salienta que todas as medidas serão tomadas para a garantia da normalidade dos seus processos", afirmou em nota.
Reivindicações
Segundo Moraes, a Petrobras não respondeu três das quatro reivindicações realizadas pela categoria. A empresa se manifestou sobre a PLR (participação em lucros e resultados), mas, segundo Moraes, "aquém das necessidades e expectativas dos trabalhadores".
A FUP também reivindica o pagamento de feriados trabalhados como hora extra, que, segundo Moraes, são contabilizados como um dia normal de trabalho, e a manutenção dos empregos das empresas terceirizadas, contratadas pela estatal.
Por fim, a entidade sindical reclama melhores condições de segurança. De acordo com dados da federação, desde 2000, já somam 165 os mortos em acidentes de trabalho na Petrobras, sendo que 134 eram terceirizados.
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