O governador José Roberto Arruda (sem partido) se entrega após ter a prisão preventiva decretada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça); na foto, ele chega à Superintendência da Polícia Federal em Brasília
O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), é acusado de participar de um esquema de corrupção no DF. O esquema consistiria na distribuição de recursos para a base aliada de Arruda na Câmara Legislativa local.
De acordo com investigações da Procuradoria, a suspeita é de que os recursos tenham vindo de empresas que prestam serviços ao governo do DF.
As investigações vieram à tona no dia 27 de novembro, depois que a Polícia Federal realizou buscas e apreensões nas casas e gabinetes de diversas autoridades do Distrito Federal.
Sérgio Lima/Folha Imagem |
|
STJ determina prisão de Arruda (foto) e mais cinco por tentativa de suborno no DF |
A base das investigações são gravações feitas por Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais de Arruda. Em troca de redução de pena, ele fez um acordo de delação de pena e flagrou supostos pagamentos de propina a políticos do DF.
Arruda questionou as gravações e disse que elas foram deturpadas por Barbosa. O governador afirmou ainda que o dinheiro que ele recebeu do ex-secretário, em 2006, foi declarado à Justiça Eleitoral.
Na primeira versão, a assessoria de Arruda informou que o dinheiro não era de propina, mas sim uma contribuição legal de campanha eleitoral para a compra de panetones. Depois, no entanto, ele não explicou a origem dos recursos e disse apenas que as doações foram "regularmente" registradas ou contabilizadas, como os demais itens da campanha eleitoral de 2006.
Porém, segundo o blog do Josias, o dinheiro foi registrado somente em 2009, com três anos de atraso.
Em nota, Arruda se diz "vítima de um complô urdido por um homem [Barbosa] que tem mais de 30 processos por corrupção, todos nos governos anteriores, nenhum em seu governo, com a ajuda de adversários políticos, e que, para se livrar da lama, jogou lama em todas as direções".
Além do governador, a denúncia de corrupção no DF envolve os deputados Aylton Gomes (PR), Benedito Domingos (PP), Benício Tavares (PMDB), Eurides Brito (PMDB), Júnior Brunelli (PSC), Leonardo Prudente (sem partido), Rogério Ulysses (sem partido) e Rôney Nemer (PMDB), além dos suplentes Berinaldo Pontes (PP) e Pedro do Ovo (PRP).
No dia 4 de fevereiro, a Polícia Federal filmou uma suposta tentativa de suborno do servidor aposentado Antônio Bento da Silva a uma testemunha do inquérito que investiga o suposto esquema de corrupção no Distrito Federal. Silva, que faz parte do Conselho Fiscal do Metrô do Distrito Federal, foi preso.
No momento do flagrante, que foi armado pela PF, Silva entregava uma sacola com R$ 200 mil para o jornalista Edson dos Santos, o Sombra. Sombra é a principal testemunha de Durval Barbosa, delator do suposto esquema.
Hoje, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decretou a prisão de Arruda por envolvimento na tentativa de suborno do jornalista. O governador se apresentou à Polícia Federal em Brasília e pediu licença do cargo.
Além de Arruda, o STJ determinou a prisão do ex-deputado Geraldo Naves (DEM); Weligton Moraes, ex-secretário de Comunicação; Rodrigo Arantes, sobrinho do governador; Haroaldo Brasil de Carvalho, diretor da CEB (Companhia Energética de Brasília); e Antonio Bento da Silva, que já estava preso.
Segundo o jornalista, o dinheiro seria a primeira parcela de um suborno de R$ 1 milhão em troca de um pacote de serviços que incluía uma declaração afirmando que os vídeos que mostram políticos de Brasília recebendo dinheiro de suposta propina foram manipulados por Durval Barbosa, delator do esquema.
A defesa de Arruda já ingressou com pedido de habeas corpus em favor do governador no STF (Supremo Tribunal Federal).
Sulamérica Trânsito
Sphere: Related Content