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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Antonio Palocci dá entrevista exclusiva ASSISTA



Palocci fala à TV Globo sobre aumento do patrimônio pessoal

Ministro-chefe da Casa Civil concedeu entrevista na tarde desta sexta.
Segundo jornal, ele ampliou patrimônio em 20 vezes entre 2006 e 2010.

Do G1, em Brasília

O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, fez nesta sexta (3), em entrevista à TV Globo, a primeira manifestação pública desde que reportagem do jornal "Folha de S.Paulo" informou que ele teve o patrimônio pessoal aumentado em 20 vezes entre 2006 e 2010. No período, o atual ministro exerceu mandato de deputado federal e coordenou a campanha presidencial de Dilma Rousseff.

Desde a publicação da reportagem, no último dia 15, ele não havia dado declarações públicas sobre o assunto. Integrantes de partidos da base do governo e da oposição cobravam explicações do ministro.

A íntegra da entrevista, concedida ao repórter Julio Mosquera, será levada ao ar na Globo News. O Jornal Nacional exibiu os principais trechos (leia abaixo).

A primeira pergunta foi sobre o quanto a empresa dele, a Projeto, faturou ano a ano, de 2006 a 2010.
"Todo o faturamento da empresa foi registrado nos órgãos de controle tributário tanto da Prefeitura de São Paulo, quanto da Receita Federal. Todo o serviço prestado pela empresa foi feito a partir de emissão de notas fiscais regulares e todos os impostos foram recolhidos. Se tratava de uma empresa privada, que prestava atividades privadas, que foi registrada em meu nome e de meu sócio na Junta Comercial de São Paulo. Portanto eu não tive uma atividade reservada, tive uma atividade pública. Agora, os números da empresa são números que eu gostaria de deixar reservados porque não dizem respeito ao interesse público. Agora, os contratos, sim, aquilo que eu fiz, serviço que eu prestei, as empresas que eu atendi, as empresas que tinham contrato coma Projeto, posso falar perfeitamente sobre eles.

Agora em relação aos ganhos, ministro, surgem alguns valores. A ‘Folha de S.Paulo’ deu inclusive que no ano de 2010 houve um faturamento de R$ 20 milhões e nos meses de novembro e dezembro, R$ 10 milhões só nesses dois últimos meses, meses em que o senhor estava participando da transição do governo. Esses valores são verdadeiros?
Os valores podem ser aproximados, eu não tenho eles nesse momento. Mas o que ocorre é que no mês de dezembro eu encerrei as atividades da empresa, dado que ia assumir um cargo na Casa Civil, no governo federal. Eu promovi um encerramento das atividades todas de consultoria da empresa, todos os contratos que eu tinha há dois anos, há cinco anos, há três anos, foram encerrados e eles foram quitados. Ou seja, aqueles serviços prestados até aquele momento foram pagos nesse momento. Por isso que há uma arrecadação maior nesse final de ano, mas são contratos de serviços prestados. Hoje, por exemplo, a empresa não tem mais nenhum contrato, nenhuma arrecadação, nenhum valor.

Por isso eu tenho esclarecido, e reafirmo aqui pela oportunidade, que a minha empresa jamais atuou junto a órgãos públicos, ou diretamente prestando consultoria para órgãos públicos ou representando empresas privadas nos órgãos públicos.

Mas essas empresas para as quais o senhor trabalhou, elas tinham interesses no setor público? Estavam fazendo negócios com o setor público?
Não, eu nunca participei. Quando uma empresa privada tinha negócio com o setor público, eu nunca dei consultoria num caso como esse. Até durante a semana jornalistas me perguntaram sobre isso, eu pude esclarecer casos concretos que me foram apresentados, mas em nenhum momento eu participava de um empreendimento, vamos dizer, que envolvesse um órgão público e um órgão privado. Um fundo de pensão de empresa pública com uma empresa privada, nunca participei disso. O que eu fazia era uma consultoria para empresas privadas. Se a empresa tinha uma necessidade junto a um órgão público, ela tinha lá seu departamento ou a sua prestação de serviços para isso. Eu não fazia isso porque isso a lei não me permitia e eu tinha perfeita clareza do que a lei permitia ou não permitia.

Eu sei que o senhor não quer falar especificamente sobre números, mas o senhor disse que em 2010 foi mais ou menos esse valor, cerca de R$ 20 milhões. Nos anos anteriores, 2006, 2007, 2008, 2009, nesses anos. O senhor faturou quanto, próximo desse valor?
Não, foram valores inferiores. A empresa foi ampliando a sua atuação, ampliando o seu faturamento naturalmente. Eu comecei a empresa em 2006, antes mesmo de ser deputado. E aí comecei a estabelecer os contratos da empresa. Mas insisto com você que isso é muito importante. Todos os contratos da minha empresa que era um empresa privada com empresas privadas. Nunca que uma empresa privada precisou de uma atividade pública ou de um órgão público, a minha empresa tenha atuado nesses casos. Porque aí eu tinha clareza que isso não poderia se realizar.

Por que o senhor não divulgou a lista de clientes?
É uma pergunta muito importante que você me faz. Muitas pessoas pediram para divulgar a lista de clientes. Veja, semana passada, uma empresa admitiu que teve contratos comigo. O que aconteceu? Deputados da oposição foram imediatamente apresentar acusação grave contra essa empresa, que teria conseguido restituição de impostos, em tempo recorde, por minha intermediação. Veja a gravidade da afirmação.

O senhor nega isso?
Não sou eu que nego. Duas horas depois, a Receita Federal divulgou um relatório, mostrando que a Receita Federal tomou a decisão em relação a essa empresa quase dois anos depois de requerida a devolução do imposto e por determinação judicial.

Eu vi o despacho, a Justiça diz que a Receita deveria prestar informações sobre aquela empresa específica porque o tempo da prestação de informações teria passado. Mas aí a Receita não apenas não recorreu como resolveu pagar de imediato quando o prazo para pagar esse imposto seria até cinco anos.

Não, a decisão da Justiça foi que a Receita Federal tomasse a decisão. Qual era a acusação? Que a empresa teria recebido em 44 dias a restituição. Agora, o processo correu, mais de um ano.

A segunda restituição, porque são dois impostos, um de 2008 e outro de 2009. A entrada foi próxima. Esses 44 dias foi depois da entrada do pedido do segundo imposto. 44 dias depois, a Receita Federal mandou pagar esse segundo imposto com o primeiro que havia sido solicitado, num total de pouco mais de R$ 9 milhões.
O primeiro que havia sido solicitado há quase 2 anos. Então não se pode falar em tempo recorde. Não se pode inferir, a partir daí, que eu tenha atuado no caso. Então por que eu estou dizendo isso para você? Eu não divulgo o nome de terceiros, o nome de empresas que são idôneas, são empresas renomadas nos seus setores. Porque, como há um conflito político, eu, como homem público, me disponho a dialogar nesse conflito político. Agora eu não tenho o direito de expor terceiros nesse conflito. A não ser que alguém levante um problema ocorrido em relação a uma empresa, aí sim a própria empresa vai se manifestar. Agora, eu não posso expor contratos que tive com empresas privadas renomadas nas suas áreas num ambiente de conflito político.

O senhor não vai divulgar a lista de clientes?
Não devo fazê-lo. Acho que não tenho o direito de fazer a divulgação de terceiros. Eu acho que eu devo assumir os esclarecimentos relativos à minha empresa,

O senhor poderia, pelo menos, dizer em que setor que essas empresas atuam, que tipo de negócios foram feitos?
Eu atuei em setores de indústrias, trabalhei na consultoria para vários segmentos de indústria, trabalhei no setor de serviços financeiros, no setor de mercado de capitais, bancos e empresas, fundos de mercado de capitais. Fundos trabalham principalmente com investimentos em outras empresas privadas, e trabalhei em empresas de serviços em geral. Então veja, é um conjunto de empresas que pouco tem a ver, por exemplo, com obras públicas, com investimentos públicos. São empresas que vivem da iniciativa privada e que consideraram útil o fato de eu ter sido Ministro da Fazenda, de ter acumulado uma experiência na área econômica, de conhecer a área econômica. Depois que eu deixei o ministério, fiquei quatro meses respeitando a quarentena e só depois disso passei a prestar serviço de consultoria.

Muitas empresas tradicionais do ramo, com larga experiência, com dezenas de profissionais, não tiveram faturamento tão alto quanto o senhor teve em 2010. Faturamento muito alto. Não é difícil aceitar a tese que o senhor teve faturamento tão alto quando outras empresas com estrutura muito maior e profissionais competentes não teve esse faturamento?
Eu respeito essa questão. Há muitas empresas, com profissionais muito competentes. Mas não sei se elas não têm bom faturamento, acredito que elas tenham também resultados muito importantes. A diferença da minha empresa para as demais em relação a esse ano de 2010 é que eu encerrei contratos e todo o trabalho realizado foi quitado neste momento.

Mas nos anos anteriores o faturamento do senhor também era...
Não eram esse valores, era menor.

Era metade desse valor, 30%, 20% desse valor?
Algo nesse sentido.

20%? 30%?
Se você me permitir, eu respeito todas as suas perguntas. Respeite o direito de eu não falar em valores.

Nós temos que considerar que as pessoas que esperam esclarecimentos, elas querem detalhes dos contratos, das negociações, dos números. Até que elas possam fazer uma análise. Porque não se pode esperar que como homem público, como homem de negócios até poderia, mas como homem público sabe que homem não precisa apenas ser honesto, precisa parecer honesto. O senhor acha que sem dar detalhes o senhor vai conseguir convencer as pessoas, a opinião pública?
Meu papel é cumprir lei rigorosamente a lei. Eu não estou acima da lei. Por isso quando criei empresa segui todas as providências no sentido de ter licenças legais. Bens da empresa são registrados em cartório em nome da empresa. Tudo está literalmente registrado e adequado. Quando eu vim ao governo, eu entreguei à comissão de ética da Presidência da República todas as informações das medidas que tomei. Quais foram? Encerrei as atividades de consultoria, nenhuma atividade de consultoria é feita hoje pela empresa, nesses últimos seis meses. Portanto hoje eu não atuo. Estamos conversando sobre a atuação no passado da empresa. Hoje eu não atuo na empresa e cumpri aquilo que a lei dizia que eu devia cumprir como ministro. A comissão de ética recebeu todas as informações e disse que não havia nada de errado. A Procuradoria Geral pediu informações e mandei todas as informações que pediram. Então vamos ver a avaliação desse organismo. Quando a Receita diz que não tem pendência da minha empresa na Receita Federal, tenho certeza que você considera isso uma informação relevante. Quando o Coaf diz que não há qualquer investigação sobre minha empresa, tenho certeza que você considera isso uma informação relevante.

Se não der todas as informações, não fica parecendo que alguns clientes foram atrás do senhor não atrás da expertise, mas atrás de favores futuros?
Eu não acredito que nenhuma pessoa tenha essa inclinação. Eu posso te afirmar, reafirmar, categoricamente, que toda a arrecadação da empresa seu deu através de contratos. E não estou dizendo que essa informação que estou lhe dando ficará secreta. Ela será fornecida aos órgãos de controle. Isso que é uma questão fundamental que eu quero que você compreenda. Nenhuma informação da minha empresa é secreta. Não estou dizendo que não darei informações aos órgãos de controle. Estou dizendo o contrário. Todas as informações tributárias já estão nos órgãos de controle. E todas as demais informações serão prestadas à Procuradoria Geral da República. Portanto, toda a vida da minha empresa estará disponível para os órgãos de controle.

O senhor hoje se considera plenamente capaz de continuar conduzindo as suas tarefas no governo, diante dessa crise?
Veja, Julio, não há uma crise no governo, há uma questão em relação à minha pessoa, eu prefiro encarar assim e assumir plenamente a responsabilidade que eu tenho nesse momento de prestar as informações aos orgãos competentes e dar as minhas explicações. isso é uma coisa que cabe a mim. não há crise no país, não há crise no governo..

O senhor acha que isso não tem interferido no dia-a-dia do governo?
Não, de forma alguma, o governo toca sua vida, trabalha intesnamente, há, sim, eu não vou negar que é uma questão dirigida à minha pessoa. com forte intensidade, com forte conteudo politico.

Como o senhor avalia, por exemplo, o caso do deputado Garotinho que chegou a referir-se ao senhor como um diamante de R$ 20 milhões, sugerindo uma chantagem pra aprovação de propostas de interesse dele no congresso nacional. o senhor acha que isso não afeta ...
Eu li uma coisa parecida com essa no jornal. não acredito que o deputado tenha dito isso, porque não é um procedimento..

... mas disse, ministro
... nem muito perto do adequado

... mas disse, ministro
...eu tenho dito aos meus colegas do congresso aquilo que me couber explicar, eu devo explicações vou fazê-lo, jamais eu posso dentro do governo trocar um assunto por outro ou misturar um assunto por outro. o governo tá tocando sua vida, as coisas estão acontecendo normalmnete. eu enfrento uma questão agora, uma polêmica, agora, vou fazê-lo pessoalmente, vou trazer isso pra minha responsabilidade, informando os orgãos de controle e dialogando francamente sobre essas questões.

Ministro, o senhor chegou a colocar o cargo à disposição da presidente Dilma?
Olha, o meu cargo, a presidente dilma tem o meu e o de todos, o meu cargo e de todos os ministros. ela, nós não chegamos a conversar sobre esse assunto, mas não h´esse que me prende ao governo, estou aqui pra colaborar com a presidente, faço minha atuação no governo. tudo que eu fiz na iniciativa privada eu prestei contas relativas a isso e tô muito tranquilo e muito seguro em relação aos procedimentos que tive

Se o procurador-geral da República decidir abrir investigação contra o senhor. o que é que o senhor pensaem fazer?
Se você me perguntar isso depois de acontecer eu lhe dou uma resposta em primeira mão. Mas eu, eu não posso, Julio, se você me pernite, eu não posso responder em hipótese.

Isso acontece na vida política, questionamentos dessa ordem. Nós temos que ter tranquilidade de estar certos do que fizemos e de oferecer as explicações adequadas. Não há coisa, Julio, mais difícil do que você provar o que não fez, porque não há materialidade no que não fez. Eu digo a você: não fiz tráfico de influencai, não fiz atuação junto a empresas públicas representando empresas privadas. Aí, como eu te provo isso?

Essa é uma boa pergunta. Como o senhor prova isso?
Você tem que... tem que existir boa fé nas pessoas. Por isso que a lei diz que quando há uma acusação, que é legítima haver, ela deve vir acompanhada de indícios ou de provas ou no mínimo de indícios. Por isso que nós precisamos acreditar na boa fé das pessoas. Eu te digo: não há problema estar em questão as minhas atividades nesse momento. Mas eu quero que as pessoas tenham boa fé, que escutem as explicações, que vejam as documentações enviadas aos orgãos públicos e que eu seja avaliado com Justiça, os meus direitos e os meus deveres




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26/10/2008 free counters

Palocci fala à TV Globo sobre aumento do patrimônio pessoal


Ministro-chefe da Casa Civil concedeu entrevista na tarde desta sexta.
Segundo jornal, ele ampliou patrimônio em 20 vezes entre 2006 e 2010.

Do G1, em Brasília


O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, fez nesta sexta (3), em entrevista à TV Globo, a primeira manifestação pública desde que reportagem do jornal "Folha de S.Paulo" informou que ele teve o patrimônio pessoal aumentado em 20 vezes entre 2006 e 2010. No período, o atual ministro exerceu mandato de deputado federal e coordenou a campanha presidencial de Dilma Rousseff.

Desde a publicação da reportagem, no último dia 15, ele não havia dado declarações públicas sobre o assunto. Integrantes de partidos da base do governo e da oposição cobravam explicações do ministro.

A íntegra da entrevista será levada ao ar na Globo News. O Jornal Nacional exibiu os principais trechos (leia abaixo).

A primeira pergunta foi sobre o quanto a empresa dele, a Projeto, faturou ano a ano, de 2006 a 2010.
"Todo o faturamento da empresa foi registrado nos órgãos de controle tributário tanto da Prefeitura de São Paulo, quanto da Receita Federal. Todo o serviço prestado pela empresa foi feito a partir de emissão de notas fiscais regulares e todos os impostos foram recolhidos. Se tratava de uma empresa privada, que prestava atividades privadas, que foi registrada em meu nome e de meu sócio na Junta Comercial de São Paulo. Portanto eu não tive uma atividade reservada, tive uma atividade pública. Agora, os números da empresa são números que eu gostaria de deixar reservados porque não dizem respeito ao interesse público. Agora, os contratos, sim, aquilo que eu fiz, serviço que eu prestei, as empresas que eu atendi, as empresas que tinham contrato coma Projeto, posso falar perfeitamente sobre eles.

Agora em relação aos ganhos, ministro, surgem alguns valores. A ‘Folha de S.Paulo’ deu inclusive que no ano de 2010 houve um faturamento de R$ 20 milhões e nos meses de novembro e dezembro, R$ 10 milhões só nesses dois últimos meses, meses em que o senhor estava participando da transição do governo. Esses valores são verdadeiros?
Os valores podem ser aproximados, eu não tenho eles nesse momento. Mas o que ocorre é que no mês de dezembro eu encerrei as atividades da empresa, dado que ia assumir um cargo na Casa Civil, no governo federal. Eu promovi um encerramento das atividades todas de consultoria da empresa, todos os contratos que eu tinha há dois anos, há cinco anos, há três anos, foram encerrados e eles foram quitados. Ou seja, aqueles serviços prestados até aquele momento foram pagos nesse momento. Por isso que há uma arrecadação maior nesse final de ano, mas são contratos de serviços prestados. Hoje, por exemplo, a empresa não tem mais nenhum contrato, nenhuma arrecadação, nenhum valor.

Por isso eu tenho esclarecido, e reafirmo aqui pela oportunidade, que a minha empresa jamais atuou junto a órgãos públicos, ou diretamente prestando consultoria para órgãos públicos ou representando empresas privadas nos órgãos públicos.

Mas essas empresas para as quais o senhor trabalhou, elas tinham interesses no setor público? Estavam fazendo negócios com o setor público?
Não, eu nunca participei. Quando uma empresa privada tinha negócio com o setor público, eu nunca dei consultoria num caso como esse. Até durante a semana jornalistas me perguntaram sobre isso, eu pude esclarecer casos concretos que me foram apresentados, mas em nenhum momento eu participava de um empreendimento, vamos dizer, que envolvesse um órgão público e um órgão privado. Um fundo de pensão de empresa pública com uma empresa privada, nunca participei disso. O que eu fazia era uma consultoria para empresas privadas. Se a empresa tinha uma necessidade junto a um órgão público, ela tinha lá seu departamento ou a sua prestação de serviços para isso. Eu não fazia isso porque isso a lei não me permitia e eu tinha perfeita clareza do que a lei permitia ou não permitia.

Eu sei que o senhor não quer falar especificamente sobre números, mas o senhor disse que em 2010 foi mais ou menos esse valor, cerca de R$ 20 milhões. Nos anos anteriores, 2006, 2007, 2008, 2009, nesses anos. O senhor faturou quanto, próximo desse valor?
Não, foram valores inferiores. A empresa foi ampliando a sua atuação, ampliando o seu faturamento naturalmente. Eu comecei a empresa em 2006, antes mesmo de ser deputado. E aí comecei a estabelecer os contratos da empresa. Mas insisto com você que isso é muito importante. Todos os contratos da minha empresa que era um empresa privada com empresas privadas. Nunca que uma empresa privada precisou de uma atividade pública ou de um órgão público, a minha empresa tenha atuado nesses casos. Porque aí eu tinha clareza que isso não poderia se realizar.

Por que o senhor não divulgou a lista de clientes?
É uma pergunta muito importante que você me faz. Muitas pessoas pediram para divulgar a lista de clientes. Veja, semana passada, uma empresa admitiu que teve contratos comigo. O que aconteceu? Deputados da oposição foram imediatamente apresentar acusação grave contra essa empresa, que teria conseguido restituição de impostos, em tempo recorde, por minha intermediação. Veja a gravidade da afirmação.

O senhor nega isso?
Não sou eu que nego. Duas horas depois, a Receita Federal divulgou um relatório, mostrando que a Receita Federal tomou a decisão em relação a essa empresa quase dois anos depois de requerida a devolução do imposto e por determinação judicial.

Eu vi o despacho, a Justiça diz que a Receita deveria prestar informações sobre aquela empresa específica porque o tempo da prestação de informações teria passado. Mas aí a Receita não apenas não recorreu como resolveu pagar de imediato quando o prazo para pagar esse imposto seria até cinco anos.

Não, a decisão da Justiça foi que a Receita Federal tomasse a decisão. Qual era a acusação? Que a empresa teria recebido em 44 dias a restituição. Agora, o processo correu, mais de um ano.

A segunda restituição, porque são dois impostos, um de 2008 e outro de 2009. A entrada foi próxima. Esses 44 dias foi depois da entrada do pedido do segundo imposto. 44 dias depois, a Receita Federal mandou pagar esse segundo imposto com o primeiro que havia sido solicitado, num total de pouco mais de R$ 9 milhões.
O primeiro que havia sido solicitado há quase 2 anos. Então não se pode falar em tempo recorde. Não se pode inferir, a partir daí, que eu tenha atuado no caso. Então por que eu estou dizendo isso para você? Eu não divulgo o nome de terceiros, o nome de empresas que são idôneas, são empresas renomadas nos seus setores. Porque, como há um conflito político, eu, como homem público, me disponho a dialogar nesse conflito político. Agora eu não tenho o direito de expor terceiros nesse conflito. A não ser que alguém levante um problema ocorrido em relação a uma empresa, aí sim a própria empresa vai se manifestar. Agora, eu não posso expor contratos que tive com empresas privadas renomadas nas suas áreas num ambiente de conflito político.

O senhor não vai divulgar a lista de clientes?
Não devo fazê-lo. Acho que não tenho o direito de fazer a divulgação de terceiros. Eu acho que eu devo assumir os esclarecimentos relativos à minha empresa,

O senhor poderia, pelo menos, dizer em que setor que essas empresas atuam, que tipo de negócios foram feitos?
Eu atuei em setores de indústrias, trabalhei na consultoria para vários segmentos de indústria, trabalhei no setor de serviços financeiros, no setor de mercado de capitais, bancos e empresas, fundos de mercado de capitais. Fundos trabalham principalmente com investimentos em outras empresas privadas, e trabalhei em empresas de serviços em geral. Então veja, é um conjunto de empresas que pouco tem a ver, por exemplo, com obras públicas, com investimentos públicos. São empresas que vivem da iniciativa privada e que consideraram útil o fato de eu ter sido Ministro da Fazenda, de ter acumulado uma experiência na área econômica, de conhecer a área econômica. Depois que eu deixei o ministério, fiquei quatro meses respeitando a quarentena e só depois disso passei a prestar serviço de consultoria.

Muitas empresas tradicionais do ramo, com larga experiência, com dezenas de profissionais, não tiveram faturamento tão alto quanto o senhor teve em 2010. Faturamento muito alto. Não é difícil aceitar a tese que o senhor teve faturamento tão alto quando outras empresas com estrutura muito maior e profissionais competentes não teve esse faturamento?
Eu respeito essa questão. Há muitas empresas, com profissionais muito competentes. Mas não sei se elas não têm bom faturamento, acredito que elas tenham também resultados muito importantes. A diferença da minha empresa para as demais em relação a esse ano de 2010 é que eu encerrei contratos e todo o trabalho realizado foi quitado neste momento.

Mas nos anos anteriores o faturamento do senhor também era...
Não eram esse valores, era menor.

Era metade desse valor, 30%, 20% desse valor?
Algo nesse sentido.

20%? 30%?
Se você me permitir, eu respeito todas as suas perguntas. Respeite o direito de eu não falar em valores.

Nós temos que considerar que as pessoas que esperam esclarecimentos, elas querem detalhes dos contratos, das negociações, dos números. Até que elas possam fazer uma análise. Porque não se pode esperar que como homem público, como homem de negócios até poderia, mas como homem público sabe que homem não precisa apenas ser honesto, precisa parecer honesto. O senhor acha que sem dar detalhes o senhor vai conseguir convencer as pessoas, a opinião pública?
Meu papel é cumprir lei rigorosamente a lei. Eu não estou acima da lei. Por isso quando criei empresa segui todas as providências no sentido de ter licenças legais. Bens da empresa são registrados em cartório em nome da empresa. Tudo está literalmente registrado e adequado. Quando eu vim ao governo, eu entreguei à comissão de ética da Presidência da República todas as informações das medidas que tomei. Quais foram? Encerrei as atividades de consultoria, nenhuma atividade de consultoria é feita hoje pela empresa, nesses últimos seis meses. Portanto hoje eu não atuo. Estamos conversando sobre a atuação no passado da empresa. Hoje eu não atuo na empresa e cumpri aquilo que a lei dizia que eu devia cumprir como ministro. A comissão de ética recebeu todas as informações e disse que não havia nada de errado. A Procuradoria Geral pediu informações e mandei todas as informações que pediram. Então vamos ver a avaliação desse organismo. Quando a Receita diz que não tem pendência da minha empresa na Receita Federal, tenho certeza que você considera isso uma informação relevante. Quando o Coaf diz que não há qualquer investigação sobre minha empresa, tenho certeza que você considera isso uma informação relevante.

Se não der todas as informações, não fica parecendo que alguns clientes foram atrás do senhor não atrás da expertise, mas atrás de favores futuros?
Eu não acredito que nenhuma pessoa tenha essa inclinação. Eu posso te afirmar, reafirmar, categoricamente, que toda a arrecadação da empresa seu deu através de contratos. E não estou dizendo que essa informação que estou lhe dando ficará secreta. Ela será fornecida aos órgãos de controle. Isso que é uma questão fundamental que eu quero que você compreenda. Nenhuma informação da minha empresa é secreta. Não estou dizendo que não darei informações aos órgãos de controle. Estou dizendo o contrário. Todas as informações tributárias já estão nos órgãos de controle. E todas as demais informações serão prestadas à Procuradoria Geral da República. Portanto, toda a vida da minha empresa estará disponível para os órgãos de controle.

O senhor hoje se considera plenamente capaz de continuar conduzindo as suas tarefas no governo, diante dessa crise?
Veja, Julio, não há uma crise no governo, há uma questão em relação à minha pessoa, eu prefiro encarar assim e assumir plenamente a responsabilidade que eu tenho nesse momento de prestar as informações aos orgãos competentes e dar as minhas explicações. isso é uma coisa que cabe a mim. não há crise no país, não há crise no governo..

O senhor acha que isso não tem interferido no dia-a-dia do governo?
Não, de forma alguma, o governo toca sua vida, trabalha intesnamente, há, sim, eu não vou negar que é uma questão dirigida à minha pessoa. com forte intensidade, com forte conteudo politico






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26/10/2008 free counters

Na TV, Palocci diz que que "jamais" intermediou interesses privados junto ao governo


Do UOL Notícias
Em São Paulo


Na primeira aparição pública para explicar o aumento de seu patrimônio pessoal, o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, afirmou nesta sexta-feira (03), em entrevista ao Jornal da Nacional, da TV Globo, que "jamais" usou sua empresa privada de consultoria para intermediar trabalhos juntos a órgãos públicos.

"Quando a empresa privada tinha negócio no setor público, eu nunca participei. Em nenhum momento eu participava. Se a empresa tinha uma necessidade junto a um órgão público, tinha um outro departamento para isso", disse ele.

A crise envolvendo o ministro começou em um domingo, dia15 de maio, data da publicação de reportagem do jornal Folha de S. Paulo mostrando que o patrimônio pessoal do político multiplicou-se por 20 em quatro anos.

Em 2006, quando foi eleito deputado federal, Palocci declarou à Justiça Eleitoral ter um patrimônio estimado em R$ 375 mil, em valores corrigidos pela inflação. Ele tinha uma casa, um terreno e três carros, entre outros bens.

Pouco antes de assumir o cargo no governo Dilma Rousseff, no entanto, ele comprou um apartamento em São Paulo cotado em R$ 6,6 milhões. No ano anterior, ele havia adquirido um escritório por R$ 882 mil. Ambos imóveis foram comprados em nome da Projeto, empresa da qual o ministro possui 99% das ações.

Criada em 2006 como administradora de imóveis, a firma virou uma consultoria dois dias antes de Palocci chegar à Casa Civil. Como o salário de parlamentar (R$ 974 mil, brutos, em quatro anos) seria insuficiente para quitar todo o patrimônio, as dúvidas sobre os negócios do petista começaram a pipocar.

Na época da reportagem, Palocci não quis identificar seus clientes nem informou o faturamento da empresa. Dois dias depois da divulgação das informações pela imprensa, após uma reunião entre o ministro, Dilma e outros integrantes do alto escalão do governo, o Planalto ainda tentava abafar o escândalo. "Para nós, o assunto está encerrado e nós estamos muito satisfeitos com esse resultado. Vamos para frente", disse na ocasião o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência).

A oposição, no entanto, não deixou o assunto esfriar. Parlamentares dos partidos contrários ao governo Dilma iniciaram uma série de indagações públicas, sempre pedindo esclarecimentos claros do político. Para tentar conter os ânimos do Congresso, Palocci enviou uma mensagem aos deputados e senadores, dizendo que toda pessoa que, como ele, passa pelo ministério da Fazenda, vive "uma experiência única que dá enorme valor a esses profissionais no mercado”. Citando ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central, muitos deles tucanos, o petista tentou passar a impressão de que seu caso não era incomum.

O bate-boca entre PT e partidos oposicionistas se acirrou. O governo federal chegou a acusar a Prefeitura de São Paulo pelo vazamento das informações sobre o patrimônio do ministro. "O governo sabe de onde veio. Houve um vazamento na prefeitura", disse Carvalho à imprensa no dia 24 de maio. O governo paulistano negou.

De lá para cá, Palocci sangrou. Virou manchete dos principais noticiários brasileiros e virou alvo de críticas constantes no Congresso. Até mesmo entre a alta cúpula petista, incluído aí o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, crescia o sentimento de que o ministro deveria explicar sua situação publicamente, como forma de encerrar a crise.

Efeitos no Congresso

A pressão sobre o governo Dilma fez ainda com que muitos partidos da base aliada aproveitassem o momento de crise para se reacomodar, pedindo cargos e outros benefícios que ainda não tinham sido distribuídos no começo da gestão da nova presidente. O governo cedeu, na avaliação de alguns analistas.

Na última quarta-feira, o Congresso demonstrou mais uma vez sua vontade de explorar o assunto. Na reunião da Comissão de Agricultura da Câmara, parlamentares chegaram a aprovar um requerimento de convocação do ministro, para que ele prestasse esclarecimentos na Casa. Foi só ao final do dia que, após ampla articulação dos líderes petistas e com apoio do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), ficou decidido que a ida do chefe da Casa Civil ao Parlamento ainda precisaria ser melhor debatida.






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26/10/2008 free counters

Em Nova York, FHC cobra explicações de Palocci


Agência Estado

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) cobrou hoje explicações públicas do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, alvo nas últimas semanas de denúncias sobre a sua evolução patrimonial. "A questão é se teve ou não teve advocacia administrativa, porque ganhar dinheiro como consultor é normal", disse o tucano, após participar de evento em Nova York. O ex-presidente foi evasivo ao responder se o episódio poderá levar à saída do petista do governo. "Eu não estou lá, é difícil dar opinião, vai depender do desempenho dele", disse.

Em conversa com jornalistas, o tucano foi questionado ainda se os escândalos podem afetar o governo federal. "Os escândalos são sempre ruins. Um presidente não tem como evitar escândalo, eu não tive como", respondeu. Na avaliação do ex-presidente, a presidente Dilma Rousseff mantém as bases sólidas no Congresso Nacional. "Mas política é uma coisa dinâmica, depende da liderança. É bom que ela exerça liderança e não deixe espaço para outro exercer", afirmou, referindo-se a viagem na semana passada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Brasília para tentar contornar a crise.

FHC reuniu-se hoje com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon. O encontro foi para discutir relatório da Comissão Global de Política sobre Drogas que é liderada pelo ex-presidente.






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26/10/2008 free counters

Iniciada integração entre trem e metrô em Pinheiros


Integração entre a Linha 4 - Amarela e a Linha 9 - Esmeralda começa hoje na estação Pinheiros. Medida foi adiada ontem devido à paralisação da CPTM


Priscila Trindade, da

Milton Jung CBNSP/Flickr

Trens da Linha Amarela

A transferência gratuita entre as duas estações em Pinheiros será feito por meio de uma passarela sobre a Avenida das Nações Unidas

São Paulo - A transferência gratuita entre a Estação Pinheiros da Linha 9-Esmeralda (Osasco-Grajaú) da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e a Estação Pinheiros da Linha 4-Amarela do Metrô começou a ser feita nesta manhã, em São Paulo. A iniciativa marcada para começar ontem foi adiada devido à greve de funcionários da CPTM, que impediram o funcionamento de todas as estações de trem.

A Estação Pinheiros do Metrô funciona das 4h40 às 15h, de segunda a sexta-feira, e a integração entre as duas estações atenderá cerca de 100 mil pessoas que utilizam o sistema metroferroviário de São Paulo com as linhas 9-Esmeralda e 4-Amarela. A partir de 30 de junho, mais passageiros serão atendidos com a integração, pois o horário comercial da Linha 4-Amarela será expandido das 4h40 à meia-noite, de segunda a sexta-feira.

A transferência gratuita entre as duas estações em Pinheiros será feito por meio de uma passarela sobre a Avenida das Nações Unidas (Marginal do Pinheiros) com comprimento de 56,5 metros, a uma altura de 6,65 metros. A passarela é coberta e fechada nas laterais.



Linha 4 do Metrô de São Paulo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Linha 4 - Amarela

Linha4 metro sp.svg
Inauguração 25 de maio de 2010 (1 anos)
Paulista até Faria Lima
28 de março de 2011 (0 anos)
Paulista até Butantã
Estações 11
Comprimento 12,8 km
Estado parte em serviço, parte em construção, parte em projeto

Unknown route-map component "uexCPICla"

Luz Acesso a Linha 1 - Azul e CPTM
Unknown route-map component "uexCPICm"

República Acesso a Linha 3 - Vermelha
Unknown route-map component "uexBHF"

Higienópolis-Mackenzie
Unknown route-map component "utCPICl"

Paulista Acesso a Linha 2 - Verde
Unknown route-map component "utUKRZu"

Túnel sob a Linha 2 - Verde
Unknown route-map component "uetBHF"

Oscar Freire
Unknown route-map component "uetBHF"

Fradique Coutinho
Urban tunnel station on track

Faria Lima
Unknown route-map component "uCPICm"

Pinheiros Acesso a Linha 9 - Esmeralda
Unknown route-map component "uKRZu"

Túnel sob a Linha 9 - Esmeralda
Unknown route-map component "uWTUNNEL"

Túnel sob o Rio Pinheiros
Urban tunnel station on track

Butantã
Unknown route-map component "uetBHF"

São Paulo-Morumbi
Unknown route-map component "uetBHF"

Vila Sônia
Unknown route-map component "uABZrl"

Ligação com o Pátio Vila Sônia

A Linha 4 - Amarela do Metrô de São Paulo, originalmente chamada de Linha Sudeste-Sudoeste, compreenderá, quando finalizada, o trecho definido pelas estações Luz e Vila Sônia. O primeiro trecho, entre as estações Faria Lima e Paulista, foi inaugurado em 25 de maio de 2010.[1] A linha é operada apenas em dias úteis em horário reduzido, das 4h40[2] às 15 horas, no trecho entre as estações Paulista e Butantã, parando também nas estações Faria Lima e Pinheiros. A previsão é que a linha esteja totalmente concluída até o final de 2014.[1] Após concluída, será administrada por trinta anos pela empresa ViaQuatro, pertencente ao grupo CCR. É a primeira linha de São Paulo a ser operada pela iniciativa privada.[3]

Índice

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[editar] História

Idealizada desde os anos 1940, o traçado da Linha 4 - Amarela esteve presente em todos os estudos para implantação do metrô em São Paulo desde então. Seu traçado se consolidou em 1968, quando dos estudos iniciais para implantação da atual rede de metrô, recebendo, naquela ocasião, o nome de "Linha Sudeste-Sudoeste". Em forma de "parábola", conectaria os bairros de Pinheiros e Sacomã, passando pelo Centro, cortando a linha Leste-Oeste do Metrô nas estações República e Pedro II. Plataformas de integração chegaram a ser construídas nas estações República e Pedro II, mas não foram utilizadas. As plataformas da estação República, construídas na década de 1980, prevendo-se outra configuração da Linha 4, seriam demolidas para a passagem da tuneladora, equipamento que construiu o túnel da Linha 4 entre as estações Faria Lima e Luz; a da estação Pedro II transformou-se em um depósito. A consolidação do projeto ocorreu apenas em 1993, quando o primeiro projeto básico foi elaborado, já não constando mais o trecho Sudeste, incorporado a outras diretrizes de expansão do metrô e melhorias dos trens metropolitanos.

Ainda na década de 1990, o Metrô cogitou levar a Linha 4 até a Estação Tatuapé, com a intenção de desafogar a Linha 3-Vermelha. Esta ideia foi descartada, tendo sido substituída por uma possível expansão da Linha 2-Verde até a referida estação. A construção do Expresso Tiradentes (antigo Fura-Fila), projetado na gestão do prefeito Celso Pitta e com o primeiro trecho entregue em 2007, reforçou ainda mais a intenção de se construir a Linha 4 somente no vetor sudoeste da cidade, a partir da Estação Luz.

Obras na Estação Luz.

Apesar de a construção da configuração atual ser divulgada desde 1995,[4] ainda na gestão Mário Covas, em 2001 a linha ainda estava em fase de licitação, com estimativa de entrega da primeira fase para 2006 e da segunda para 2009.[5] No ano seguinte foi contratado um empréstimo junto ao Banco Mundial, no valor de 209 milhões de dólares, a primeira injeção de resursos na nova linha, que ainda tinha previsão de entrega parcial em 2006.[5] Por exigência do Banco Mundial, o modelo do empreendimento foi de pacote fechado, em que o consórcio vencedor deve concluir os trabalhos dentro da mesma planilha de custos definida quando da licitação.[6] Com a suspensão da licitação em abril de 2003, solicitada pelo Tribunal de Contas do Estado, pela primeira vez o prazo de entrega parcial foi adiado, para meados de 2007.[5] A licitação foi retomada sete meses depois, com a abertura do processo para contratação do consórcio que tocaria as obras e o anúncio de que o prazo de entrega parcial tinha sido mudado para o final de 2007.[5]

A linha está em construção desde 2004 e integrará as linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha do Metrô nas estações Luz, Paulista e República, respectivamente, servindo as regiões de Vila Sônia, Butantã, Jardim Paulista, Avenida Rebouças, Luz, Pinheiros, Jardins, Avenida Paulista, Higienópolis, Consolação, República e Bom Retiro. Entre as estações Butantã e São Paulo-Morumbi, estava prevista a construção da Estação Três Poderes. Os moradores dessa região, temendo um considerável aumento no movimento de pessoas nas cercanias e a perda da tranquilidade do bairro, protestaram contra o terminal de ônibus. Não havendo demanda suficiente para a estação sem o terminal, a estação foi retirada do projeto.[7]

Futura plataforma da Linha 4 na estação República.

A primeira das três fases do projeto previa a construção dos túneis e vias entre Luz e Vila Sônia, e das Estações Butantã e Faria Lima, mais as de integração (Luz, República, Paulista, e Pinheiros), e a operação da linha com catorze trens. Na segunda fase, seria concluída a construção das estações Higienópolis, Oscar Freire, Fradique Coutinho, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia, com a incorporação de mais quinze trens, totalizando 29. Não havia previsão oficial em julho de 2010, mas o Jornal da Tarde acreditava que essa fase ficaria para 2014.[8] Na terceira fase, seria adicionada uma extensão entre Vila Sônia e Taboão da Serra. A construção aproveitou-se do método construtivo, e foram utilizados os túneis de escavação criados para a construção de cada estação, que depois se tornariam os acessos às mesmas e/ou saídas de ventilação.

O prazo de final de 2007 para entrega parcial foi mantido até o acidente ocorrido na construção da Estação Pinheiros, em janeiro daquele ano.[5] Inicialmente o governo do estado manteve o prazo, mas já naquele ano passou-se a falar em fins de 2008, fins de 2009 e início de 2010.[5] Um ano após o acidente a área jurídica do Metrô falou em entrega em novembro de 2009 de três estações: Butantã, Faria Lima e Paulista.[5] Nenhum dos prazos foi cumprido. A reconstrução do trecho destruído no acidente custou 23 milhões de reais, sendo que a resera do seguro da obra para indenizações era de apenas vinte milhões de reais.[9] Pouco mais de um mês após o acidente o Metrô arrancou de suas estações quase todos os mapas que incluíam a Linha 4 (apresentada em linha tracejada, por estar em construção).[10] A explicação oficial era que o mapa confundia os usuários, que pensavam que a linha já estava em operação.[10]

A escavação da linha com a tuneladora encerrou-se em 14 de agosto de 2009, com a chegada à Estação Luz, faltando apenas a escavação de mais 470 metros de túneis até o poço João Teodoro, para manobras e estacionamento de composições no futuro.[11] Os trabalhos da máquina foram encerrados em 13 de outubro, quando ela chegou ao poço, sendo seu longo processo de desmontagem iniciado em seguida.[12] Cinco trens coreanos começaram a ser testados na linha[13] após o fim das obras civis das estações Paulista, Faria Lima e Butantã, concluídas em fevereiro de 2010.[14]

O início das operações entre as estações Paulista e Faria Lima tinha previsão de início para abril de 2010[15], mas ainda não tinha ocorrido no final do mês seguinte. Cogitava-se que o atraso poderia estar ligado ao repasse 20% menor de investimentos por parte do governo de São Paulo em 2009.[16] A inauguração foi finalmente marcada para 25 de maio, com apenas três dias de antecedência, e o atraso foi creditado aos testes dos trens[1], por causa de "pequenas falhas de sincronização entre as portas das composições e as portas das plataformas", segundo divulgado.[17] "De mil paradas, 998 têm que estar perfeitas", disse José Luiz Portella, secretário estadual de Transportes Metropolitanos, ao portal do jornal O Estado de S. Paulo. "Se fossem 997, não liberaríamos a abertura."[17] Desta vez a inauguração ocorreu na data marcada, embora as entradas só tenham sido liberadas ao público com uma hora e meia de atraso, ao som da bateria da escola de samba Tom Maior, que exaltava o evento com os versos "Lá vem ela, é a nossa Linha Amarela".[18]

Placa da linha na estação Faria Lima.

Durante essa primeira fase de operação os trens percorrendo não faziam paradas nas duas estações do percurso,[12] que permaneciam com suas luzes apagadas, impedindo a visualização a partir dos trens de passagem.[19] No início, mesmo a operação entre essas duas estações tem sido feita apenas em dias úteis e fora do horário de pico, das 9 às 15 horas, para que ajustes sejam feitos, com previsão inicial de padronização do horário com as outras linhas em até seis meses[20], prazo que também não foi cumprido, sem a divulgação de nova previsão[21]. Por 27 dias após o início da operação assistida, as viagens na linha foram gratuitas, com a ligação entre as estações Paulista e Consolação permanecendo fechada.[20] Nos dois primeiros dias da operação assistida um grande número de passageiros teve a intenção de usar a ligação, que conta com esteiras rolantes (uma novidade no metrô de São Paulo), mas, como a Linha 4 ainda não tinha cobrança de tarifa, a passagem só era possível no sentido oposto.[22] No dia 18 de junho a ViaQuatro anunciou que a cobrança de tarifas, as mesmas cobradas nas outras estações do sistema, começaria no dia 21.[23] Durante o período de gratuidade a média de passageiros por dia foi de cerca de doze mil, seis vezes mais do que a previsão inicial, sendo que no segundo dia foram dezenove mil passageiros.[23]

Após a inauguração do primeiro trecho foi divulgado que as cinco estações da última etapa (Fradique Coutinho, Oscar Freire, Higienópolis, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia) não tinham mais prazo de entrega estipulado, pois as obras civis e o acabamento não faziam parte do contrato de construção da linha.[8] Embora o governador Alberto Goldman tenha dado entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo em novembro garantindo que seu compromisso era entregar as estações Butantã e Pinheiros "até o fim do ano", no início de 2011 nenhuma outra estação além das duas primeiras tinha sido entregue, e Jurandir Fernandes, secretário dos Transportes Metropolitanos da nova gestão estadual, estabeleceu novo prazo, agora a metade do ano, para as estações Pinheiros e Butantã.[24] Apesar de o balanço do fim da gestão Goldman ter classificado ambas as estações como "prontas", apenas aguardando testes, o novo governo divulgou que ainda faltavam acabamentos e, no caso da Pinheiros, a integração com a CPTM.[24] Por esse novo cronograma, Luz e República seriam entregues até o final de 2011[24], enquanto as estações intermediárias Fradique Coutinho, Oscar Freire e Higienópolis ficariam previstas para 2012[25].

A licença ambiental para operar as estações Butantã e Pinheiros foi obtida junto à Cetesb em fevereiro.[3] Com isso, segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o Metrô passaria a ter uma meta "extraoficial" de abrir a primeira estação em março e a segunda até abril, com previsão para funcionamento durante os horários de pico até junho.[3] Em meados de março a previsão de inauguração da Estação Butantã passou a ser o dia 28 do mesmo mês[26], prazo que foi cumprido. Previa-se que, assim que a estação entrasse em operação, a autoridade municipal colocasse em operação duas linhas ligando a estação à Universidade de São Paulo e à Estação da Luz.[26] Essa segunda linha será desativada quando a Estação Luz for inaugurada.[26] A previsão de entrega da Estação Pinheiros foi marcada, em abril, para 16 de maio[2] e acabou cumprida[27]. A entrega, entretanto, foi marcada por protestos de familiares das vítimas do acidente nas obras da estação, em janeiro de 2007.[27] A ligação com a estação homônima da CPTM não ficou pronta a tempo, e passageiros que quisessem fazer a baldeação tinham de sair da estação de metrô, dar uma volta de um quarteirão e pagar nova passagem.[27] A previsão era de que, quando a integração com a CPTM ficar pronta em Pinheiros o volume de usuários da Linha 4 triplique, passando para cerca de 240 mil passageiros diários.[27]

Durante a cerimônia de inauguração da Estação Pinheiros, o governo do estado anunciou que anteciparia a entrega das estações Luz e República, que em janeiro tinha sido prevista para o fim do ano, mas agora tinha como data o mês de outubro.[28] Com essas novas estações de integração, o número de passageiros transportados diariamente pela linha deveria subir para entre 700 mil e 750 mil.[28] "Hoje quem quer chegar à Paulista só tem uma opção: embarcar na Estação Paraíso", explicou Sérgio Avelleda, presidente do Metrô. "Com a Linha 4, vai-se distribuir esse fluxo."[28] O sindicato dos metroviários, entretanto, questionava essa distribuição, estimando uma "demanda violenta" na Linha 5, que, após a integração na Estação Pinheiros estar disponível, teria um acesso mais fácil ao restante do sistema.[28]

[editar] Acidentes

Nos primeiros anos de trabalho foram contabilizados dez acidentes ao longo das obras da linha, sendo que pelo menos três, segundo a revista CartaCapital, foram causados por erros de engenharia.[6] Casas foram interditadas em 2005 e 2006, nas áreas das estações Pinheiros, Faria Lima e Oscar Freire, e um funcionário morto soterrado em junho de 2006.[6]

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Durante a construção da estação Pinheiros da expansão da linha 4, em 12 de janeiro de 2007, o buraco de acesso às obras, que tinha cerca de quarenta metros de diâmetro, quase dobrou de tamanho em pouco menos de dois minutos, engolindo várias casas condenadas, três carros, três caminhões e um micro-ônibus que passava na região no exato instante do acidente. grande parte do túnel de acesso da construção da estação desmoronou, abrindo uma cratera de mais de oitenta metros de diâmetro.[9] Após uma varredura que não tinha detectado corpos, inicialmente o Consórcio Via Amarela garantia que não havia mortos e propunha que a cratera fosse aterrada, o que foi cancelado após as equipes de resgate serem avisadas por familiares das vítimas de que havia pessoas que só poderiam estar ali.[9] Mais tarde, as buscas só não foram encerradas porque alguns bombeiros disseram ter ouvido sons de buzina.[9] O GPS do micro-ônibus esclareceu as dúvidas, ao apontar que o veículo estava 28 metros abaixo do entulho.[9] O corpo da primeira vítima só seria resgatado no quarto dia de buscas; o último, no 13.º.[9]

Sete pessoas morreram no acidente, o maior da história do metrô paulista.[9] Foram interditados 94 imóveis, dos quais sete foram demolidos e catorze condenados pela Defesa Civil.[9] Cerca de 230 moradores ficaram desabrigados e foram transferidos para hotéis.[9] As pistas local e expressa do sentido Castelo Branco da Marginal Pinheiros foram interditadas por três dias.[29]

Na véspera do acidente operários da escavação tinham constatado um pequeno afundamento na laje superior da estrutura, que poderia indicar um problema maior, mas os engenheiros do consórcio optaram por consertar o defeito antes que ele aumentasse.[30] Um engenheiro ouvido pela CartaCapital disse que houve "inúmeros" outros sinais de falhas na construção.[6] Uma nota oficial do Consórcio Via Amarela, divulgada no dia seguinte ao acidente, culpou "as fortes chuvas" das semanas anteriores, que "teriam causado uma reação anômala e inesperada no maciço de terra em que se [encontrava] a obra, provocando seu repentino colapso e consequente desmoronamento".[31]

Logo na sequência do acidente de Pinheiros, a revista Época, junto à TV Globo, fez uma série de denúncias acerca da segurança das demais estações ainda em construção da linha, com destaque especial para a estação Paulista, no bairro da Consolação, mas em uma região muito mais densa, onde uma cratera como a de Pinheiros teria feito muito mais vítimas. Por causa dessas denúncias, o cronograma geral da linha atrasou-se em cerca de quatro meses, e as obras da estação Pinheiros só puderam ser reiniciadas após o fim das análises para descobrir a causa do acidente. As obras da linha ficaram paradas por cerca de dois meses. A entrega do laudo estava prevista para agosto de 2008, dezenove meses após o acidente, o que representou quase dois anos de atraso nas obras da estação. Em dezembro de 2010, quase quatro anos depois da tragédia, a estação ainda não tinha sido inaugurada e nenhum dos catorze indiciados tinha sido julgado.[9]

Alguns meses após o reinício das obras, houve um vazamento de túneis (quando duas frentes de trabalho, cada uma cavando um trecho do túnel se encontram), quando foi constatado um erro de oitenta centímetros entre os túneis[32], entre os VSE Caxingui e Três Poderes. Isso atualmente representa um erro absurdo de engenharia, uma vez que a tolerância para túneis cavados em NATM (método utilizado nesse trecho) é de dois centímetros[carece de fontes], e, utilizando shields, como o Megatatuzão utilizado nessa linha, a tolerância cai para meio milímetro[carece de fontes].

Em abril de 2010 um guindaste de cerca de trinta metros de altura tombou nas obras da futura estação São Paulo-Morumbi ao içar materiais do fundo de um dos poços, caindo sobre a calçada da Avenida Professor Francisco Morato, sem, no entanto, causar feridos ou interromper os trabalhos.[33]

[editar] Investigação

A obra, efetuada pela Via Amarela[34], está sob suspeita de irregularidades, de acordo com o Ministério Público Federal de São Paulo, conforme investigações efetuadas na Operação Castelo de Areia da Polícia Federal.[35]

[editar] Características

Portas de Plataforma da Estação Paulista.

A linha é considerada estratégica pois, em conjunto com as demais linhas do Metrô e da CPTM, configurará o sistema como uma verdadeira rede. As estações terão portas de plataforma, que separarão os usuários da via, evitando acidentes. Sistema semelhante opera na linha 14 do Metrô de Paris e também está previsto para outras estações do Metrô de São Paulo. Os trens têm seis carros cada, via alimentação catenária (aérea), e não têm separação entre os vagões.[11]

A linha é integrada às três principais linhas (1, 2 e 3), além de outras duas em projeto, e integrar-se-á a terminais de ônibus nas estações Faria Lima, Butantã, São Paulo-Morumbi e possivelmente em Vila Sônia, numa segunda fase. O terminal da Estação Butantã abrigará as linhas vindas da USP (Cidade Universitária), Jardim Bonfiglioli e outros bairros que se localizam ao redor da rodovia Raposo Tavares, além de linhas metropolitanas controladas pela EMTU. A previsão é de que, depois de completa, a linha receba cerca de 970 mil passageiros por dia.[11]

Existem ainda estudos para a implantação de um terminal rodoviário de média capacidade integrado à estação Vila Sônia, que abrigaria linhas com destino ao Vale do Ribeira (sul do estado) e à Região Sul do país (exceto Oeste do Paraná). Esse terminal representaria uma economia de cerca de uma hora de viagem (ou mais), relativa ao deslocamento dos ônibus pelo trecho urbano da Capital do Terminal Rodoviário Tietê e Terminal Rodoviário Barra Funda (interestadual) até o início da Rodovia Régis Bittencourt, evitando-se o tráfego pelas marginais Tietê e Pinheiros, que possuem trânsito carregado na maior parte do dia.

A demanda prevista para quando a linha for entregue em sua totalidade é de novecentos mil passageiros por dia.[13]

[editar] Datas-marco

  • 2 de setembro de 2004: início dos trabalhos da construção.
  • 12 de janeiro de 2007: cratera na região de Pinheiros.
  • 25 de maio de 2010: inauguração das estações Paulista e Faria Lima, operando das 9 às 15 horas.[36]
  • 21 de junho de 2010: início da cobrança de tarifa e da operação comercial na linha.[23]
  • 24 de janeiro de 2011: ampliação do horário de funcionamento, operando das 8 às 15 horas.[37]
  • 28 de março de 2011: inauguração da Estação Butantã.[38]
  • 2 de maio de 2011: ampliação do horário de funcionamento, operando das 4h40 às 15 horas.
  • 16 de maio de 2011: inauguração da Estação Pinheiros.[39]
  • 3 de junho de 2011: início de integração com a Linha 9 da CPTM na Estação Pinheiros. [40]

[editar] Estações

Sigla* Estação Integração Plataformas Posição Situação atual Distrito
LUZ Luz Linhas 1-Azul, 7-Rubi, 10-Turquesa e 11-Coral (Expresso Leste) Laterais Subterrânea Em fase de finalização. Inauguração até outubro de 2011[28] Bom Retiro
REP República Linha 3 - Vermelha Laterais Subterrânea Em fase de finalização. Inauguração até outubro de 2011[28] República
HIG Higienopólis - Mackenzie[41] Linha 6-Laranja[42] Laterais Subterrânea Em construção. Inauguração até 2014[1] Consolação
PTA Paulista Linha 2 - Verde Laterais Subterrânea Em operação restrita (das 4h40 às 15 horas). Consolação
FRE Oscar Freire
Laterais Subterrânea Em construção. Inauguração em 2012.[25] Jardim Paulista
FRA Fradique Coutinho
Laterais Subterrânea Em construção. Inauguração até 2012.[25] Pinheiros
FAL Faria Lima Terminal de ônibus urbano Laterais Subterrânea Em operação restrita (das 4h40 às 15 horas). Pinheiros
PIN Pinheiros[43] Linha 9 - Esmeralda, Terminal de ônibus urbano. Laterais Subterrânea. Em operação restrita (das 4h40 às 15 horas). Pinheiros
BUT Butantã Terminal de ônibus urbano Laterais Subterrânea Em operação restrita (das 4h40 às 15 horas). Butantã
MBI São Paulo - Morumbi[44] Linha 17-Ouro, Terminal de ônibus urbano Laterais Subterrânea Em construção. Inauguração até 2014[1] Morumbi
VSO Vila Sônia Extensão de ônibus para Taboão da Serra; Terminal de ônibus da SPTrans e EMTU Laterais Subterrânea Em construção. Inauguração até 2014[1] Vila Sônia

[editar] Composições e trilhos

Trilhos da linha 4

O consórcio ganhador da concessão da linha 4 foi o ViaQuatro, que teve de obedecer o edital da parceira público-privada que determinava como seriam os trens que operam na expansão da Linha 4: deveriam ter bitola internacional, de 1,435 metro, ao invés da bitola larga (1,6 metro) presente nas linhas 1, 2 e 3, e alimentação via catenária (aérea), como na Linha 5-Lilás. A tensão será de 1,5 mil volts. Em março de 2010 cinco das catorze composições iniciais já estavam em testes na linha.[15]

As composições, fabricadas na Coreia do Sul, têm o sistema driverless, inédito na América Latina, que permite que o trem seja operado sem condutor na cabine.[45] Os vagões são todos interligados por corredores articulados e contam ainda com ar-condicionado. Inicialmente fora previsto que eles teriam sinal de celular e rede wireless de acesso à internet[45], mas ainda não há previsão de quando os celulares funcionarão na linha, e a internet sem fio foi descartada[28].

Os trens contam com saída de emergência pela frente e pela traseira do trem,[45] onde a máscara frontal do mesmo se abaixa, abrindo passagem e ainda criando uma rampa por onde os passageiros poderão descer e andar, pelos trilhos, até a estação seguinte. Também por isso, o espaço entre os trilhos foi desimpedido, para evitar acidentes em uma evacuação. Além isso, há passarelas laterais nos trechos entre as estações, como nas outras linhas. Então, para os passageiros dos vagões intermediários poderem sair, eles utilizam a passagem livre entre os trens, o chamado salão único, onde não há porta que impeça a passagem entre os carros (vagões).

Cada composição comporta 1 946 passageiros (sendo 306 sentados), ou 25% a mais que os trens de outras linhas, embora os espaços para idosos sejam apenas 32, contra sessenta nas outras linhas, o que foi explicado pela ViaQuatro como cumprimento do Estatuto do Idoso, que exige apenas 10%.[46] A disposição dos assentos dentro dos trens também é diferente, mais parecida com a usada pela CPTM.[46]

[editar] Parceria público-privada

Esta é a primeira linha de metrô no Brasil a ser operada por meio do regime de parceria público-privada. Foi concedido à iniciativa privada o direito de explorar a linha durante trinta anos, com possibilidade de prorrogação, quando então será devolvida ao governo do Estado, para operação direta ou nova concessão. Em troca, o concessionário investirá em toda a frota de trens necessárias para operação, além de outros investimentos. Tal parceria gerou indignação de funcionários do metrô contra o que consideraram uma "privatização", a ponto de terem provocado uma greve no dia 15 de agosto de 2006. A greve não conseguiu impedir o processo e o projeto foi mantido. A licitação foi bem sucedida, com a participação de dois consórcios de empresas interessados.

A Parceria Público-Privada funcionará da seguinte maneira:

  • O governo do Estado investirá mais de US$ 922 milhões, ou 73% dos recursos, enquanto a iniciativa privada investirá US$ 340 milhões, 27% do total;
  • O consórcio vencedor terá a concessão da linha por 30 anos, sendo obrigado a manter e operar, tendo a receita tarifária em retorno;
  • O Concessionário terá o direito de explorar empreendimentos associados nas estações, tais como lojas, shoppings, estacionamentos, publicidades durante o prazo de concessão;
  • Foi instituído mecanismo de compensação financeira entre o Estado e o Concessionário, caso a demanda seja inferior ou superior ao previsto.

Além desses termos, o edital da PPP ainda define a padronização da linha:

  • A linha deverá atender aos mesmos padrões de excelência do metrô nos quesitos operacionais, de limpeza e segurança.
  • A tarifa cobrada na linha 4 será a mesma das outras linhas do metrô e CPTM.

[editar] Projetos e estudos

Há projetos para expandir a linha: o primeiro é que ela chegue até o Campo de Marte, saindo da Estação Luz, com a intenção de fazer integração com o Trem-bala, que ligará São Paulo ao Rio de Janeiro[47]. Já o segundo é que, saindo da Estação Vila Sônia, a linha chegue até Taboão da Serra.[48]. Ambos ainda não têm previsão de início e término das obras.

[editar] Galeria

Referências

  1. a b c d e f (23 de maio de 2010) "Estações Paulista/Faria Lima abrem na 3.ª". Folha de S. Paulo (29 635): C7.
  2. a b Renato Machado (27 de abril de 2011). "Estação Pinheiros abre dia 16" (em português). Jornal da Tarde (14 856): 6A. São Paulo: S.A. O Estado de S. Paulo. ISSN 1516294X.
  3. a b c Alencar Izidoro (18 de fevereiro de 2011). Metrô de SP obtém licença para abrir novas estações da linha 4. Folha.com. Página visitada em 18/2/2011.
  4. "A primeira viagem", Alencar Izidoro, Folha de São Paulo, caderno "São Paulo 456 anos", 25/1/2010, pág. 12
  5. a b c d e f g Os atrasos da Linha 4 - Amarela do metrô. Estadão.com.br (4 de janeiro de 2011). Página visitada em 13/1/2011.
  6. a b c d Ana Paula Sousa e Sergio Lirio (24 de janeiro de 2007). "Autofagia à Paulista" (em português). CartaCapital (428): 28-36. São Paulo: Editora Confiança. ISSN 18096697.
  7. "Alckmin 'apaga' metrô rejeitado por vizinho", Alencar Izidoro, Folha Online, 29/10/2005, acessado em 15/8/2009
  8. a b Eduardo Reina (1 de julho de 2010). "Linha 4 atrasa de novo e só deve ficar pronta em 2014" (em português). Jornal da Tarde (14 556): 4A. São Paulo: S.A. O Estado de S. Paulo. ISSN 1516294X.
  9. a b c d e f g h i j Nathalia Ziemkiewicz (dezembro de 2010). "Quando vidas desmoronam". Época São Paulo (32): 94-99. São Paulo: Editora Globo.
  10. a b Leonardo Guandeline (23 de fevereiro de 2007). Linha Amarela vai desaparecer dos mapas do metrô. O Globo. Página visitada em 22/3/2011.
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  39. http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/depois-de-quatro-anos-do-acidente-estacao-pinheiros-do-metro-e-inaugurada-20110516.html
  40. http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/06/metro-inicia-integracao-com-cptm-na-estacao-pinheiros-da-linha-4.html
  41. Até 2006, iria se chamar simplesmente "Higienópolis".
  42. Linha em projeto
  43. Teve o cronograma atrasado em função de acidente em 2007.
  44. Deveria se chamar apenas "Morumbi" inicialmente. O nome foi alterado para evitar ambiguidade com a estação Morumbi da CPTM.
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  47. http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,governo-de-sao-paulo-planeja-linha-amarela-ate-o-campo-de-marte,681902,0.htm
  48. http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/04/19/estacao-pinheiros-do-metro-de-sp-sera-inaugurada-dia-16-de-maio-924283101.asp

[editar] Ver também

[editar] Ligações externas

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Transporte na Região Metropolitana de São Paulo

Ficheiro:Linha4 metro sp.svg

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Linha4_metro_sp.svg(ficheiro SVG, de 550 × 200 pixels, tamanho: 31 kB)

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[editar] Summary

Descrição
English: Map of the Line 4 of the São Paulo railway system
Português: Mapa da Linha 4 do metrô de São Paulo
Data

May 25, 2010

Origem

Obra do próprio

Autor

Fsolda

Permissão
(Reutilizar este ficheiro)

Ver abaixo.

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