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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Custo de R$ 6,4 bi ao ano


Autor(es): Izabelle Torres
Correio Braziliense - 03/06/2011

As promessas contidas no Brasil sem Miséria, lançado ontem pela presidente Dilma Rousseff, vão custar pelo menos
R$ 6,4 bilhões ao ano, caso a proposta de conseguir atingir os brasileiros que vivem na pobreza extrema for bem sucedida. A conta tem como base o investimento mínimo de R$1,66 por mês para cada brasileiro, considerado por especialistas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) o menor valor necessário para iniciar a política de combate à pobreza.

Para o especialista da Fundação Getulio Vargas Marcelo Neri, a conta para erradicar a miséria é bem mais alta, pois consiste também em conceder aos brasileiros as condições mínimas de existência, como vestuário e alimentação. Na avaliação do especialista, o investimento de R$0,10 por dia é o mínimo necessário para que uma pessoa deixe de ser miserável e para permitir que esses brasileiros usufruam de condições básicas de vida.

Neste caso, seria necessário investimento superior a R$ 20 bilhões por ano. “Trabalhamos com índices mais altos do que os que estão sendo considerados pelo governo federal. Na nossa conta, eles vão investir no primeiro momento pouco menos de R$ 7 bilhões para atingir os mais pobres dentre os pobres. É um bom começo e acho que pode ser o pontapé para atingirmos outros referenciais”, opina. Segundo o professor da FGV, para que uma família deixe de ser considerada miserável, ela deve receber pelo menos R$ 120 por mês. Um valor abaixo das expectativas previstas no Plano, mas possível de ser atingida. “É uma meta possível, se for bem administrada. Ainda mais considerando que os muito pobres serão beneficiados neste primeiro momento e que atualmente o governo já gasta por ano cerca de R$ 13 bilhões com os beneficiários do programa Bolsa Família. Acho que é o caminho certo”, avalia Neri.

Investimento
O governo federal trabalha com dados que apontam 9,5 milhões de brasileiros vivendo na mais absoluta miséria. Neste grupo estão pessoas com renda familiar inferior a R$ 50 por mês. Considerando quem não desfruta das condições básicas de existência, como a impossibilidade de adquirir comida além de uma cesta básica, roupas, ou de usufruir de serviços de transportes, por exemplo, o número sobe para 28 milhões de pessoas.

O plano lançado ontem vai tentar beneficiar 16,2 milhões de pessoas. “Um número que supera a marca dos miseráveis extremos, mas que fica inferior a quem precisa de condições melhores de vida. Nesse ritmo, pode ser que em 10 anos tenhamos um quadro com menos pobreza”, diz o especialista da FGV. Apesar dos números incluídos no programa ainda serem inferiores à quantidade de pobres do país, a situação melhorou de uma forma geral nos últimos anos. Para se ter uma ideia, o combate à miséria custava R$ 23 por dia em 1993 por cada brasileiro. Em 1995, depois da implantação do Plano Real, o custo caiu para R$ 17. Agora, os estudos mostram que o investimento de R$ 0,10 por dia por brasileiro pode reduzir ainda mais os índices de miseráveis.







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