Conforme prometido, o GigaBlog foi dar uma olhada na exposição “Emoção Art.ficial 4.0 – Emergência!”, que está acontecendo em São Paulo.

O que deu para notar é que todas as obras tem um ponto em comum: são randômicas, imprevisíveis e foram programadas para não terem uma seqüência lógica.

O RAP3 (Robotic Action Painter) foi construído pelo artista plástico português Leonel Moura, que tem um zoológico de robôs na cidade de Alverca, Portugal, e tem uma galeria de arte que expõe somente obras criadas por robôs.

O robô tem uma série de canetas (parecem aquelas canetas hidrocores que se tem quando é criança) e faz obras de arte aleatórias (ou randômicas).

Quando a obra de arte é terminada, o robô assina o seu nome, RAP. O software instalado no robô não define o tempo em que ele fica desenhando, ou seja, algumas obras de arte são finalizadas mais rapidamente e outras mais lentamente.

"The Bacteria Orchestra" é uma obra com várias caixas de som e microfone que reagem conforme o som externo. Por exemplo, se você gritar ou bater palmas dentro da sala, cada caixinha vai emitir um som diferente equivalente ao ruído.


A obra “Reler”, de Raquel Kogan, é uma estante de caixas de madeira que parecem livros em uma sala escura. Ao serem abertos, eles emitem sons com trechos de obras literárias, que são emitidos também por alto-falantes.

Só que a experiência é meio perturbadora quando mais de uma pessoa abre um livro ao mesmo tempo, porque os sons se sobrepõem.

Feita pelo coreano Ki-Bom Rhee em 2003, a obra “Bachelor – The Dual Body” é delicada e quase poética. Um livro flutua lentamente por uma caixa cheia de ar, sem afundar nem boiar.

Aliás velocidade também não está presente em outra obra: I/VOID/, do arquiteto e artista brasileiro Sandro Canavezzi de Abreu, é um conjunto que reúne uma esfera com o seu interior espelhado, uma câmera interna e outras quatro ao redor.

Há uma varinha “espetada” na esfera que deve ser manuseada leve e vagarosamente pelo visitante para que as imagens internas que são projetadas na tela tomem forma.

São quatro estágios de transformação até que uma imagem em três dimensões é projetada em uma tela ao lado e é vista por meio daqueles óculos com lentes vermelhas e azuis. A interação requer paciência e concentração, mas o resultado é interessante.

Canavezzi disse que começou a trabalhar na obra em 2000 e terminou ontem (!). Ele usou os programas Max/MSP (para o áudio), Jitter e Artoolkit (vídeo). “Nesse tempo, eu fui aprendendo a programar. Fiz um curso de C++ e uma especialização na Alemanha em que aprendi a mexer nesses programas”, conta.

Como era primeiro dia após a abertura, ainda estavam sendo feitos alguns ajustes na manhã de hoje e a obra dos peixinhos não pôde ser filmada.