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quinta-feira, 3 de julho de 2008

Ações da GM atingem o valor mais baixo desde 1954


Papéis caíram 15,1% após o Merrill Lynch dizer que não é impossível a quebra da empresa

Reuters


As ações da General Motors atingiram ontem seu menor valor em 54 anos, após um relatório do banco Merrill Lynch afirmar que a quebra do grupo "não é impossível", se o mercado automobilístico americano continuar em declínio. Segundo o banco, a GM precisará conseguir até US$ 15 bilhões em dinheiro para reforçar sua liquidez e sobreviver à crise.

As ações da empresa fecharam ontem cotadas a US$ 9,98, uma queda de 15,1%. É o menor valor desde 1954. O valor de mercado da empresa ficou em US$ 5,65 bilhões - esse valor já chegou a mais de US$ 100 bilhões nos anos 90.

Outros analistas já haviam sugerido que a GM poderia precisar fazer uma captação para sobreviver à baixa no mercado automobilístico americano durante 2009. Mas a estimativa do Merrill quanto às necessidades de financiamento da GM é a mais alta até agora. Foi também a advertência mais grave do risco de quebra da maior montadora de carros dos Estados Unidos.

A GM não comentou diretamente o relatório do Merrill Lynch, mas acredita ter liquidez suficiente para 2008 e disse que poderia adotar mais passos para cortar gastos caso as condições de mercado piorem. "Se as condições continuarem a se deteriorar, teremos de considerar outras medidas operacionais", disse Renee Rashid-Merem, porta-voz da GM.

O analista do Merrill Lynch John Murphy reduziu o status da GM de "compra" para "subdesempenho" e diminuiu o preço alvo das ações da empresa de US$ 28 para US$ 7. Murphy também reduziu sua previsão para as vendas gerais na indústria americana de veículos leves para 2008 pela terceira vez este ano, e disse que o recente e drástico declínio nas vendas provavelmente continuará pelo ano de 2009.

Murphy prevê a venda de 14,3 milhões de veículos leves este ano e de 14 milhões de unidades no ano que vem. Isso contrasta com os 16,15 milhões de unidades vendidas em 2007 e é muito inferior às atuais previsões de vendas elaboradas pela maioria das grandes montadoras, incluindo a GM.

"A recente deterioração extrema no volume e na composição está provocando uma queima de dinheiro muito maior e erodindo a posição monetária da GM", disse Murphy. "Acreditamos serem necessários US$ 15 bilhões porque há risco de nossas estimativas atuais se revelarem otimistas, e um maior amortecimento é essencial."

QUEDA

As preocupações cada vez maiores quanto à perspectiva de vendas da GM vêm após um relatório de vendas relativas ao mês de junho que mostrou um quadro de queda em toda a indústria, chegando no ponto mais baixo dos últimos 15 anos.

No caso da GM, as vendas em junho tiveram queda de 19%. Outras empresas tiveram desempenho ainda pior: as vendas da Chrysler caíram 35,9%, as da Ford, 28%, e as da Toyota, 21,4%, segundo dados divulgados na terça-feira. Foi o pior mês de um ano terrível para a indústria automobilística americana.

Diversos outros bancos de Wall Street, incluindo o Citigroup, reduziram ontem as notas atribuídas às montadoras de automóveis e fornecedoras de peças e diminuíram a previsão de vendas no mercado americano para este ano e para o próximo.

O analista do Citigroup Itay Michaeli reduziu sua previsão de vendas no mercado americano de 15 milhões de veículos para 14,5 milhões, dizendo que o valor de revenda de caminhonetes e utilitários esportivos, em forte queda, estava atrapalhando a demanda já prejudicada pelo aperto no crédito e pelo enfraquecimento do mercado imobiliário. O analista disse que uma recuperação completa do mercado automobilístico americano só começaria em 2010 ou 2011.

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