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quinta-feira, 3 de julho de 2008

Vale a pena comprar um navegador no exterior?

Por Gustavo Ribeiro de Francisco

A crescente entrada de marcas de navegadores veiculares no Brasil tem criado uma procura intensa por esses tipos de produtos. Os modelos são diversos e o preço varia bastante, partindo de 500 reais e alcançando 2 mil reais, dependendo da marca, cobertura de mapas e serviços adicionais. No entanto, quando comparados com preços praticados fora do país, os valores fogem da realidade e tornam-se um empecilho na aquisição do produto. A carga tributária que incide sobre esses produtos no Brasil não permite que as empresas pratiquem valores mais acessíveis, elevando o preço final do produto.

Por essa razão, muitas pessoas decidem comprar o equipamento fora do país. “Se você comparar com outros produtos, qualquer equipamento eletrônico, todos têm esse tipo de problema de ter o preço muito elevado, devido a questões fiscais e de distribuição. Comprando fora, o produto está dentro do valor permitido”, diz Emanuele Farini Quartara, diretor geral da E-Motion, distribuidora da marca TomTom no Brasil.

Efetuando a compra fora do Brasil, a economia pode chegar a até 70%, o que é bastante significativo. Porém, como já diz o ditado, o barato pode sair caro. Adquirir um navegador no exterior propicia uma economia no ato da compra, mas assim que pisar novamente em território brasileiro, o usuário poderá ter problemas com o funcionamento do produto.

O principal contratempo enfrentado é a falta de mapas do Brasil. Isso acontece porque os navegadores são pré-carregados com mapas do país ou região de onde são vendidos. Se, por exemplo, alguém compra um navegador nos Estados Unidos, muito provavelmente acompanhará mapas da América do Norte e Porto Rico. No caso da Europa, o número de países é maior, mas normalmente não cobre inicialmente todo o continente.

Isso acontece por dois motivos principais: espaço na memória do aparelho e questões de mercado. O primeiro é um limitador significativo, pois ter mapas pré-carregados da Europa, Estados Unidos e Brasil, por exemplo, extrapolaria a capacidade do aparelho. Mas as questões de mercado que vêm em primeiro plano, pois se há a possibilidade do usuário comprar separadamente os mapas de outras regiões, não haveria motivo para agregá-los ao aparelho.

Sem o mapa da região em que se pretende navegar, o funcionamento do aparelho fica quase totalmente limitado. A recepção dos sinais dos satélites GPS e fixação da localização serão normais, porém o navegador mostrará apenas um vazio, que é inútil para o motorista.

Se você comprou um navegador no exterior, chegou ao Brasil e não pode navegar porque não há mapas, a primeira coisa a ser feita é buscar se a marca tem representante por aqui. O fato das produtoras de mapas digitais, como Navteq e Tele Atlas, fecharem contratos com as empresas de navegadores, não permite que vendam os mapas avulsos para o consumidor final. Por essa razão, a única saída é ir em busca dos fabricantes do aparelho.

As principais marcas mundiais de dispositivos de navegação já estão chegando ao Brasil, portanto é bastante provável que exista uma representante oficial para auxiliar na solução do problema. Além disso, algumas marcas já disponibilizam o download gratuito pela internet ou compra separada de pacotes com mapas. No caso de não possuir representantes no Brasil, a situação pode se tornar ainda mais complicada. O usuário então deve entrar em contato com a fabricante do aparelho para tentar encontrar uma saída viável.

Outra solução é que o aparelho seja compatível com cartões de memória, para que pacotes de mapas possam ser comprados separadamente e instalados. Nesse caso, um caminho é que o usuário adquira os mapas do Maplink Destinator, que contém mais de mil cidades, sendo que 157 são totalmente navegáveis. Esse pacote de software e mapas é embarcado em alguns navegadores vendidos no Brasil, e pode ser uma solução viável, tanto operacional como financeiramente. Além disso, pode ser utilizado em PDAs e Pocket PCs com GPS integrado ou via Bluetooth.

Independentemente da solução encontrada, é importante que o usuário esteja ciente de que comprando o navegador no exterior, futuramente poderá ter dores de cabeça, principalmente com falta de garantia e assistência técnica. Por essa razão, mesmo sendo economicamente atraente, é preciso tomar cuidado com a compra, para que o aparelho não fique encostado e sem uso.

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