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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

REVISTA VEJA , 1979 , CAPA LULA




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26/10/2008 free counters

Nesta 5ª, Orkut troca seu visual





Concorrência aperta e Orkut muda de cara

27 de outubro de 2009

Por Rafael Sbarai

Suposta imagem do novo Orkut (Foto: Reprodução)
REVISTAS ABRIL


O crescimento vertiginoso de plataformas sociais como o Twitter e o Facebook no Brasil já começa a preocupar o Orkut. Rede social de maior popularidade no país, o site de relacionamentos do Google lança nesta quinta-feira sua nova página para atrair mais adeptos e tentar frear a popularidade de rivais.

A mudança de visualização de página da rede já era prevista. No dia 16 de outubro, existiam indícios de reformulações na própria página de download do Google Chrome em português, com a visualização de um Orkut remodelado.

Sem mudanças desde agosto de 2007, a rede social do Google tem razões para pensar em trocar de roupa. Baseando-se em números recentes de usuários, o Orkut mantém certa hegemonia no país, porém começa a enxergar uma evolução de sites com princípios de grande fluxo de informações, como o Facebook e Twitter, além de conhecer o registro de seu primeiro declínio.

Segundo pesquisa do Ibope Nielsen Online divulgada no IDG Now!, o número de usuários brasileiros no Facebook dobrou em cinco meses, chegando a 5,3 milhões de pessoas cadastradas em outubro. O Orkut sofreu uma queda de mais de um milhão de adeptos e registrou 26,6 milhões de internautas na rede.

No mês de agosto, durante visita de Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, ao Brasil, o Orkut divulgou uma pesquisa encomendada pelo Google para afirmar a hegemonia no território nacional e mostrar que o mercado do Facebook no país ainda é pequeno.

De acordo com levantamento da empresa NetPop Research, que entrevistou 1.000 pessoas no país, 95% confirmaram usar o Orkut, enquanto o Facebook conta com 17% do mercado nacional - ou seja, há usuários do Orkut que também usam o Facebook.


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26/10/2008 free counters

Google lança serviço de busca de músicas, mas não oferecerá downloads


Paula Gil.

San Francisco, 28 out (EFE).- A Google deu hoje seu primeiro passo no mercado de música online com o lançamento de um serviço de busca de canções na internet, mas a companhia não permitirá o download dos arquivos em seu portal e apenas dirigirá o internauta a páginas nas quais isso será possível.

Por meio de um evento em Hollywood e uma postagem em seu blog corporativo, a Google anunciou seu mais recente lançamento, que já estará disponível a partir de hoje nos Estados Unidos.

A partir de agora, os usuários que escreverem o título ou trechos de uma música no campo de busca da Google verão entre os resultados links para ouvi-la.

Quem clicar nesses links poderá ouvir a música procurada em parte ou na íntegra em sites de parceiros do Google como Lala e iLike, de propriedade do MySpace.

Não será possível baixar a canção diretamente da página da Google, mas haverá links para páginas de parceiros do buscador que oferecem o download.

Também haverá entre os resultados links para portais como Rhapsody e Pandora para que o internauta possa encontrar música relacionada ao que foi procurado no buscador da Google.

"Este é apenas o primeiro passo para fazer com que as buscas sejam mais musicais", diz a postagem sobre o serviço no blog da companhia, assinada por Murali Viswanathan, gerente de produto, e Ganesh Ramanarayanan, engenheiro de software.

A Google reconhece que o espectro musical é imenso e muitas canções não estarão disponíveis, mas espera melhorar o serviço com o tempo.

Paralelamente ao anúncio em seu blog, a Google realizava em Los Angeles um evento de apresentação oficial do novo serviço com um painel de discussão sobre o tema e a participação de membros das bandas Linkin Park, OneRepublic e Dead By Sunrise, entre outras.

Embora algumas versões apontavam que a Google receberia de seus parceiros parte da renda gerada por downloads pagos, os responsáveis pelo site de buscas desmentiram tal boato e asseguraram que as receitas do novo serviço serão geradas pela publicidade online, assim como no resto de suas páginas.

Com este passo, a Google entra em um negócio relativamente novo para a companhia, mas a empresa já está acostumada a andar por terrenos pouco ou nada relacionados com buscas na rede.

Também hoje, a Google anunciou o lançamento do Google Maps Navigation, um navegador GPS que funcionará em telefones celulares junto com a próxima versão de seu software Android. O Droid, da Motorola, será o primeiro aparelho equipado com este sistema.

O negócio do download pago de música vem ganhando força na internet. Segundo um estudo da empresa de consultoria NPD, as vendas de CDs ainda representam 65% do total, mas caem entre 15% e 20% por ano.

Os downloads legais crescem na mesma percentagem. Assim, suas receitas se igualarão às das vendas de CDs no final de 2010.

Em países como os EUA, a maior fatia da venda de músicas pela internet está nas mãos do iTunes, a loja online da Apple, da qual o Google hoje se transforma em concorrente indireto.

O iTunes já vendeu mais de 6 bilhões de músicas desde seu lançamento em 2003.

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26/10/2008 free counters

"Continuidade vai ser avançar", diz Dilma em encontro com PP





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26/10/2008 free counters

Jesus e Judas – Lula e Gilmar



Ricardo Giuliani Neto - 26/10/2009

Passear pelo São Francisco com Dilma e Ciro?! Ops! Vistoriar obras... Campanha eleitoral pelo velho Chico? Ops! No Brasil até Jesus faria aliança com Judas! Ops! Serás o Jesus ou o Judas? Não sou candidato a nada?! Ops! Sou presidente, o do STF ou o da República?

Ler a política do Brasil está se tornando lamentável. Aliás, encontrar o positivo no noticiário brasileiro virou raridade nacional. Quando apanham Lula, Gilmar Mendes e todo o resto —quero dizer o resto mesmo, Judas e Jesus— é farto o material para encher papéis e para testar nossos estômagos e mentes.

Lula, no exercício do mandato político-presidencial, foi vistoriar obras e, pasmem, dizem que foi fazer política; e foi mesmo! Como se um político não fizesse política em tudo que faz. E o faz porque deve fazer, é da política. Queriam o quê? Que o presidente da República dedicasse os seus dias à Catedral de Brasília para rezar o terço? Bah! não dá.

Depois da língua solta (de novo) quando afirmou que no Brasil Jesus se aliaria a Judas, acho que na Catedral não será bem-vindo. Aliás e a propósito, Lula disse alguma mentira? Nós é que ficamos escandalizados com a verdade! Vejam a realidade partidária do Brasil e digam honestamente que Lula mentiu?! Está certo! Ele está falando sobre a realidade vivida —por ele inclusive. Se, para nós outros, isso é correto? já é outro papo. Mas, e também é fato, gostamos que nos pelamos de uma hipocriziazinha!

Não bastasse o tucanato bradando contra a visita política de Lula ao Velho Chico, outro velho conhecido nosso, o Dr. Gilmar, presidente do STF, veio para fazer coro contra a viagem de Lula ao São Francisco: é antecipação da campanha eleitoral, antecipou a sentença o juiz do alto da toga máxima. Falei: disse o juiz! E o juiz concluiu sua sentença com a afirmativa de que não será candidato a nada, querendo dar o tom de não-política à sua política fala.

Ora, os ministros do Supremo são vitalícios, portanto o Dr. Gilmar já conquistou a eleição máxima para o resto da sua vida sem ter que se submeter ao voto popular a cada quatro ou oito anos como democraticamente fazem todos os políticos. Mas não, o Dr. Gilmar faz política do alto do mandato vitalício e, não me perguntem, em favor de quais interesses milita, pois, se verdade alguma há, esta reside na constante presença do presidente do STF nas manchetes das páginas de política. Essa é a questão: quem perguntou algo ao Dr. Gilmar; não precisa perguntar, assim mesmo, ele responderá!!!

Vejam como o desinteresse do ministro-presidente é “desinteressado”: Afirmou viajar muito, mas sempre atendendo ao mais alto interesse público.

Tal qual a fala descuidada de Lula, que nos autoriza a refutá-la em vista da sua pretensiosa comparação com Jesus, a do Dr. Gilmar impele-nos ao texto crítico-político acerca de sua atitude messiânica, tudo em vista do mandato de presidente do STF e do cargo de Ministro vitalício investido em nome do povo brasileiro e não em seu próprio nome. Quem quer saber a opinião político partidária de Gilmar? Quero saber dos seus votos como o mais alto mandatário do Poder Judiciário brasileiro, como juiz natural do presidente da República; suas opiniões pessoais sobre a política que as reserve para si, até para não prejudicar àqueles a quem deverá julgar e, sobretudo, para curvar-se diante da Lei Orgânica da Magistratura Nacional que o proíbe de fazer o que faz.

Insurjo-me contras essas coisas que dão as benesses da lei aos amigos e os seus rigores, aos inimigos. A lei vale pra todos, pra todos nós, inclusive —e mais— para o magistrado maior da nossa organização judiciária. O ministro do STF é o juiz natural do presidente da República —já disse— portanto, não prejulguem todos os dias, como faz o ministro Gilmar. Fazer política, já escrevi tantas vezes por aqui, que o faça como cidadão, vá às urnas, o que não posso admitir é a política partidária escondida na toga da judicatura, essa prática é mais uma deslealdade com o povo brasileiro.

É por isso que Lula tem razão ao relatar a realidade vivida e presenciada por todos nós brasileiros: por essas e outras é que Judas alia-se a Jesus e pobre de Jesus que, no mais das vezes, só descobre o Judas quando a vaca já foi pro brejo.

A propósito, alguém está lembrado do bate-boca no STF entre o Dr. Gilmar e o Dr. Joaquim Barbosa? Deu em nada?! Óh Judas, Óh Judas...

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26/10/2008 free counters

MP processa 10 bancos por cobrança de juros abusivos


Da Redação - 28/10/2009 - 16h16

O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) ajuizou ação civil pública contra 10 instituições financeiras para que a Justiça declare nulas todas as cláusulas contratuais inseridas em contratos de crédito ou de financiamento à pessoa física firmados com os bancos, que estabeleceram taxas de juros superiores a 30% da taxa média de mercado apurada pelo Banco Central do Brasil no período.

A promotoria pede, ainda, que as instituições financeiras sejam obrigadas a devolver aos consumidores os valores referentes aos juros pagos além do limite de 30% da taxa média de mercado.

A ação foi ajuizada contra Itaú Unibanco Holding, Bradesco, Santander, HSBC Brasil Banco Múltiplo, Banco Panamericano, BRB (Banco de Brasília ), Cacique, GE Capital, Citibank e BV Financeira.

Os promotores João Lopes Guimarães Júnior e Paulo Sérgio Cornacchioni, autores da ação, destacam que “ninguém pode negar que a abusividade do spread praticado no Brasil pode ser constatada até mesmo em termos absolutos, bastando considerar os seus efeitos na economia e no superendividamento da população”.

“Qualquer comparação com as taxas praticadas em outros países ou em outros tempos apenas confirma a percepção dos abusos que vêm ocorrendo”, afirmam.

“É de se esperar que, em regra, o consumidor procure o crédito em situações de emergência, premido por necessidade de dinheiro para diversas finalidades possíveis, quando já se mostram inviáveis outras soluções. É sabido que as situações de necessidade e urgência são propícias para os abusos”, observam.

“Quem concede empréstimo muitas vezes encontra, na situação aflitiva do necessitado, a oportunidade de impor taxa de juros exorbitantes”, dizem. Segundo os promotores, “em negócio jurídico bilateral, uma das partes, levada pela necessidade, ou pela inexperiência, ou pela irreflexão, diante de pressão do momento, assume obrigações excessivamente onerosas, que escapam à normalidade”.

Eles argumentam que ao fixar taxa de juros em patamares excessivamente elevados em comparação com a média do mercado, as instituições financeiras praticam ato ilícito, “uma vez que desrespeitam flagrantemente os dispositivos legais que proíbem práticas abusivas, prestações desproporcionais e/ou iníquas, incompatíveis com a boa-fé ou a equidade e que ainda proíbem que se coloque o consumidor em desvantagem exagerada e que se obtenha aumento arbitrário do lucro”.

Os bancos Bradesco, Santader e HSBC afirmaram por meio da assessoria de imprensa que não vão se pronunciar sobre o assunto, na Justiça. O Banco Votorantim também afirmou que não irá comentar. Todos as instituições foram procurados pela redação, mas ainda não retornaram

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26/10/2008 free counters

Tribunal pede para mães não jogarem filhos no lixo


Da Redação - 28/10/2009 - 17h43

Divulgação

Campanha quer incentivar entrega de bebês à adoção no Rio

"Favor não jogar seu filho no lixo. Dar em adoção é sublime ato de amor". Esse é o lema da nova campanha que o TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) lançou na última terça-feira (27/10), com o objetivo de orientar mães que muitas vezes, por desespero, acabam colocando seus filhos recém-nascidos nos lixões.

A campanha é promovida pela Ceja (Comissão Estadual Judiciária de Adoção), sob a coordenação da desembargadora Conceição Mousnier, que orienta essas mulheres, em grande parte adolescentes, encaminhando-as para que procurem a Vara da Infância, da Juventude e do Idoso de sua comarca ou o Conselho Tutelar, órgão municipal. Serão distribuídos cerca de 10 mil cartazes em escolas, postos de saúde e comunidades de baixa renda.

“Hoje, a nova Lei de Adoção diz que a mãe, a gestante, a parturiente pode dar o seu filho em adoção sem qualquer problema. Basta procurar o Conselho Tutelar e o Juizado da Infância e da Juventude e terá toda a assistência da equipe técnica, sem a necessidade de praticar este crime cruel”, ressaltou a desembargadora Conceição Mousnier. Ela lembrou que está levando à Brasília, através da deputada federal Solange Amaral, proposta de transformar em crime hediondo o abandono de recém-nascidos em lixões.

De acordo com o presidente do TJ do Rio, desembargador Luiz Zveiter, esse é um fato inédito. “Estamos fazendo duas coisas: na primeira, estamos tentando sensibilizar as pessoas do exercício do pátrio poder, ou seja, da responsabilidade perante o filho. E, na segunda, conscientizar os pais que não têm condições de criar seus filhos, mostrando a eles que a adoção corresponde a um ato de amor muito maior do que largar a criança em qualquer lugar”, declarou.

Durante o lançamento da campanha, opromotor de Justiça Sávio Bittencourt, pai adotivo e fundador do grupo de adoção Quintal da Casa de Ana, em Niterói, afirmou que nem sempre os beijos apagarão da memória de uma criança abandonada os momentos de aflição. "Só sabe o que é ter um filho jogado no lixo quem é pai adotivo de alguém que foi jogado no lixo. Nem todos os beijos que a gente possa dar talvez compensem aqueles momentos de aflição de uma criança que hoje é sua filha, essencial para a sua felicidade, e que eventualmente passou por isso, só foi salva por milagre de Deus. Mas o milagre provou que o amor pode vencer", comentou.

Situação dos abrigos cariocas

O lançamento da campanha foi realizado na sede da Ceja, durante solenidade de início da 1ª Jornada de Audiências Concentradas de Reavaliação da situação das crianças abrigadas em todo o Estado do Rio de Janeiro. As audiências acontecerão, inicialmente, nos abrigos do interior do Estado e, no dia 9 de novembro, serão realizadas na Comarca da Capital.

O mutirão dará prosseguimento às atividades desenvolvidas pelo Plano Mater, idealizado pela desembargadora Conceição Mousnier e executado pela primeira vez nos 92 municípios fluminenses, a fim de mapear os abrigos e conhecer a situação das crianças e adolescentes que neles vivem.

O estudo dos abrigos do Rio concluiu, dentre outras informações, que das 80 mil crianças e adolescentes abrigadas no Brasil, 3.700 estão no Estado do Rio. Nos municípios fluminenses, eles vivem em 234 instituições de acolhimento e 62,9% deles foram totalmente abandonados pela família ou recebem apenas visitas semestrais ou anuais. A maioria tem mais de seis anos de idade e está em abrigos em virtude da pobreza extrema de seus familiares, seguida dos maus-tratos e até mesmo de abuso sexual.

*Com informações da assessoria de imprensa do TJ-RJ.

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26/10/2008 free counters

Lula diz que governo não discutirá "merreca" para combater o crime no Rio



André Naddeo
Do UOL Notícias*
No Rio de Janeiro

Lula chama criminosos de anormais

Após o ministro da Justiça, Tarso Genro, ter afirmado ontem (27) que é necessário triplicar o ritmo de gastos em segurança pública no Rio de Janeiro até a Olimpíada de 2016, o presidente Lula disse, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (28), que o governo não vai ficar discutindo "merreca".

"Não vamos discutir 'merreca' (para a segurança pública do Rio). Não é fácil enfrentar uma quadrilha, temos que usar a inteligência. Temos esse compromisso com o Rio", disse após inaugurar um ginásio esportivo no morro da Mangueira, na capital fluminense. "Temos mais força que o crime organizado. Não temos limite para ajudar o Rio", acrescentou o presidente.

Até agora, as previsões de repasse federal para o Estado ultrapassam os R$ 250 milhões neste ano. Desde o começo de 2009, já foram transferidos R$ 121,30 milhões e, até o final do ano, mais R$ 131,80 milhões devem ser enviados para o Estado pelo Fundo Nacional Penitenciário, pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) e ainda pelo Fundo Nacional de Segurança Pública.

Sobre a violência no Complexo do Alemão, um dos principais focos de tensão no Rio, Lula afirmou: "Com as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), eu tenho a ilusão de ter (no Complexo do Alemão) a tranquilidade do morro Santa Marta ou da Cidade de Deus", citando duas comunidades que estão ocupadas por Unidades Policiais Pacificadores (UPPs).

Ao lado do governador do Rio, Sérgio Cabral, e do prefeito, Eduardo Paes, Lula disse também que não é fácil acabar com a violência na cidade. "É quadrilha brigando com quadrilha. Mas tem pessoas que acham que o governador poderia acabar com a quadrilha em um minuto. Se fosse fácil, a violência não perduraria 30, 40 anos".

O presidente afirmou ainda que no Rio a violência tem repercussão maior do que em outros locais. "O narcotráfico é uma realidade. Não tem poema. É preciso prender aqueles que tiram a liberdade de quem quer trabalhar honestamente. Quando acontece uma violência daquela (da semana passada) passa a ideia que o Rio é assim. Violência tem no Rio, em São Paulo, na Bahia, no Paraná, mas o Rio é uma caixa de repercussão maior do que outra cidade".

*Com informações da Reuters

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26/10/2008 free counters

Governo de Honduras denuncia Brasil na Corte de Haia por "atos ilícitos" na embaixada




da Folha Online

O governo interino de Honduras denunciou nesta quarta-feira o Brasil na Corte Internacional de Justiça (CIJ) de Haia, por fazer de sua embaixada, em Honduras, refúgio para o presidente deposto Manuel Zelaya, informou a chancelaria em um comunicado.

"O embaixador de Honduras, Don Julio Rendon Barnica, atuando como agente da República de Honduras ante a Corte Internacional de Justiça, entrou com um pedido introdutório contra a República Federativa do Brasil por questões jurídicas relativas a situações diplomáticas e ao princípio de não intervenção nos assuntos que são da competência interna do Estado" hondurenho, diz a nota.

Esse passo é considerado como uma "solicitação para iniciar ações" contra o Brasil, como a imposição de medidas cautelares ou a cobrança de uma indenização. Zelaya retornou clandestinamente a Honduras no dia 21 de setembro e se refugiou na sede diplomática brasileira, desde então cercada por centenas de militares e policiais.

Segundo o comunicado, lido pelo chanceler Carlos López Contreras, o fundamento da solicitação recai na "realização de [atos] ilícitos que geram responsabilidade internacional com relação às obrigações [do Brasil] estabelecidas na Carta das Nações Unidas e na Convenção das Nações Unidas sobre Relações Diplomáticas".

Também, segundo a nota, o governo interno de Roberto Micheletti "se reserva o direito de solicitar à Corte a adoção de medidas provisórias ou cautelares caso não sejam interrompidas as atividades ilegais do governo de Brasília, que alteram a ordem pública interna de Honduras e representam uma ameaça ao desenvolvimento pacífico do processo eleitoral" de 29 de novembro.

O chanceler hondurenho, por sua vez, ressaltou que, ao entrar com uma ação contra o Brasil, Tegucigalpa pretende "resolver pacificamente" o assunto, "com a participação da Corte Internacional de Justiça".

O Itamaraty informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda não foi comunicado sobre a decisão do governo de interino em Honduras, que o país não reconhece. Segundo um funcionário do Itamaraty, ouvido pela agência de notícias Efe, o Brasil considera que o pedido não será recebido pela Corte Internacional de Justiça.

"Acreditamos que esta ação nem sequer pode ser aceita pela Corte Internacional, pois é um organismo que faz parte do sistema das Nações Unidas, que, juntamente com o governo brasileiro não reconhece o governo de fato", disse um porta-voz Ministério das Relações Exteriores. "O governo golpista pode entregar um pedido para o início de uma ação, mas, nesse caso, a Corte deve aplicar o princípio de ilegitimidade ativa."

Com France Presse, Efe e Reuters

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26/10/2008 free counters

Aguinaldo Silva: “Preciso desta vida solitária que levo para trabalhar”


Há dez anos sem namorar, autor afirma que sexo não é importante atualmente

Elena Corrêa

Marcelo Corrêa
Aos 65 anos, Aguinaldo Silva parou de pintar os cabelos. Assumiu os fios totalmente brancos, mas não perdeu a vaidade. “Meu cabeleireiro disse para eu usar roupa escura, para realçar”, diz o autor, todo de preto, em sua casa na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Há 31 anos na TV Globo e com contrato renovado até 2014, ele se prepara para estrear em dezembro a minissérie Cinquentinha. Bom de lábia, Aguinaldo, por meio de seu blog, conseguiu pôr sua minissérie na mídia bem antes – e fez dela um assunto comentadíssimo na imprensa. Ele só não aceita mais falar sobre a saída de Marília Pêra da atração, há algumas semanas, após 17 cenas já gravadas, alegando que seu papel era secundário. Na época do episódio, ele declarou que não chamaria a atriz para outro trabalho, dizendo que ela não seria “confiável do ponto de vista profissional”. Na entrevista a seguir, ele fala da concorrência entre os autores de novela, conta que está há dez anos sem namorado e afirma que sexo ocupa o 17° lugar entre as prioridades de sua vida.

QUEM: Como surgiu a ideia de Cinquentinha?
AGUINALDO SILVA:
Hoje em dia, você encontra senhoras de 60 anos com cara de 50 e atitudes de 40, e isso é altamente positivo. Há quatro anos, escrevi uma peça, A Vida Começa aos 60, que será produzida neste ano, com a Nívea Maria, e que fala exatamente dessas mulheres ativas até os 70, trabalhando e arranjando namorados, geralmente mais jovens.

QUEM: Reynaldo Gianecchini não aceitou ser o vilão gay da história. Ele se assustou?
AS:
Não sei. Ele foi convidado, sim. Adorou a ideia de fazer algo diferente, seria bom para o crescimento dele como ator. Mas depois achou que não era a hora de fazer esse personagem. Confesso que foi um pouco minha culpa, porque contei no blog que seria ele e todo mundo correu atrás do coitado. Se eu tivesse ficado calado... Acho que o Gianecchini é muito bonito e as pessoas não suportam isso, pensam em enlamear um pouco essa imagem.

"ACHO QUE O GIANECCHINI É MUITO BONITO E AS PESSOAS NÃO SUPORTAM ISSO, PENSAM EM ENLAMEAR UM POUCO ESSA IMAGEM."

QUEM: Fábio Assunção também estava cotado para a minissérie?
AS:
Estava, mas ofereceram a ele o papel de Herivelto Martins em outra minissérie. Ele seria bobo se não aceitasse – como a Cláudia Abreu, que não aceitou o papel de Dalva de Oliveira. Eu tenho um problema sério porque já escrevi vários personagens para o Fábio e até hoje não consegui, porque sempre ele está reservado para a novela do Gilberto Braga, para a minissérie do Gilberto...

QUEM: Existe concorrência entre os autores?
AS:
Claro que existe. Isso é saudável, é o que faz a gente caprichar. Nós não trabalhamos por dinheiro, trabalhamos por amor, entende (risos)?

QUEM: Mas já houve atrito?
AS:
Nunca. Quando eu e o Gilberto escrevemos Vale Tudo (1988), uma vez uma radialista disse no programa dela que nós dois tínhamos nos atracado no corredor da Globo por causa da novela. Fiquei indignado, liguei para desmentir no ar. Ela começou a falar sem parar, não me deixou dizer nada e desligou o telefone. Ficou essa história de que não nos suportamos. Mas intriga entre o Gilberto e eu jamais vão conseguir fazer, porque a gente se adora.

QUEM: Você também é jornalista. Já pensou em ter um talk show?
AS:
Pensei, mas até os 60 anos eu era tímido de doer. Um belo dia, fui colocado contra a parede para fazer uma palestra na Globo, cheguei lá, comecei a falar e fui um sucesso. Descobri, de lá para cá, que sou quase um showman. Na verdade, queria ter uma coluna num jornal ou em uma revista. Com todos esses anos ganhando dinheiro com novela, só penso em mim como jornalista. Mas, se eu for para uma redação, vou ser considerado um Matusalém.

QUEM: Você concorda com uma declaração recente do Gilberto Braga de que os atores gays não devem se assumir para não perder a chance de fazer papéis de galã?
AS:
Concordo. O público não gosta de saber que o galã é gay, e a gente tem que se conformar com isso. A mulher está vendo a novela, o galã lá dando o maior beijo na heroína, e o marido do lado dizendo: “Ah, mas ele é veado”. Acaba com o ator, por mais que a mulher goste e tenha tesão por ele. O galã tem que manter as aparências.

QUEM: O fato de você morar um tempo no Rio e outro em Lisboa já fez surgir comentários de que estaria com um namorado em Portugal...
AS:
Ai, meu Deus, eu namoro Lisboa, adoro aquela cidade fantástica (risos).

"SÓ FARIA TERAPIA SE O ANALISTA ME PAGASSE. COMO É QUE EU VOU SENTAR LÁ, DIVERTIR O CARA DURANTE 40 MINUTOS E DEPOIS PAGAR? ELE É QUE TEM QUE ME PAGAR."

QUEM: Não tem um namorado lá?
AS:
Não, não. Há dez anos que eu não namoro. Não tenho tempo.

QUEM: Mas no fim do ano passado você disse que tinha dado um “vou pensar” a dois pedidos de casamento...
AS:
Um deles foi uma senhora, uma velha companheira de trabalho da Globo, que chegou perto de mim e me pediu em casamento. E não era brincadeira. Ela disse: “É sério! Quero casar contigo!”

QUEM: E o outro?
AS:
Ah, o outro não posso falar.

QUEM: Por quê?
AS:
Ah, não é por mim, é pela pessoa. E também foi uma brincadeira. Eu não conseguiria conviver com mais ninguém. Preciso desta vida solitária que levo para trabalhar. Me incomoda um pouco até quando minhas auxiliares, que vêm dois dias por semana, ligam o aspirador. E essa coisa do sexo, eu já disse que não é a minha preferida. Na minha ordem de preferência, sexo está em 17° lugar, tem coisas muito melhores. Já esteve em primeiro, mas há muitos anos.

QUEM: Por que em 17°?
AS:
Porque me desinteressei. Gosto de namorar, mas não tenho mais tempo nem paciência para isso. E, se não houver namoro, se for sexo circunstancial, não tem graça. Outro dia, fui fazer meu checkup e o médico perguntou como estava minha vida romântica. Eu falei, brincando: “Por menos de 20 mil reais eu não tiro a roupa!” (risos).

QUEM: Não tem medo de envelhecer sozinho?
AS:
Na minha idade, não preciso de namorado, preciso de enfermeira. Imagina se acontece de a pressão ficar alta, eu vou pensar: “Ah, se eu tivesse um enfermeiro em casa!”. Não vou pensar: “Ah, se eu fosse casado!”.

QUEM: O seu blog é seu divã?
AS:
É. Porque dou minha opinião sobre os fatos da vida, e é também jornalístico, porque dou notícias preferencialmente do setor no qual trabalho. Uma das coisas que mais me diverte é furar todo mundo. Vou às peças, tiro fotos, chego em casa e meia hora depois está lá meu arquivo com minhas fotos. Mas agora os paparazzi estão todos trabalhando com laptop, mandam direto para o site. Vou ter que fazer isso também.

QUEM: Já fez terapia?
AS:
Não. Eu só faria terapia se o analista me pagasse. Como é que eu vou sentar lá, divertir o cara durante 40 minutos e depois pagar? Ele é que tem que me pagar.

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26/10/2008 free counters

Caso AfroReggae expõe 'gangrena' em PM do Rio, diz 'Le Monde'



A polícia do Rio durante tiroteio com traficantes (arquivo)

Jornais destacam má reputação de polícia do Rio

Um artigo publicado na edição que circula nesta terça-feira do jornal francês Le Monde afirma que a morte do coordenador do AfroReggae, Evandro João da Silva, expõe uma "gangrena" na polícia militar do Rio.

A reportagem, intitulada "No Rio de Janeiro, uma polícia com comportamento criminoso", afirma que a corporação é "frequentemente corrompida e brutal" e "goza de má reputação".

O texto relembra o assassinato de Evandro e a atuação dos policiais enquanto o coordenador da ONG ainda agonizava após ser atingido por um assaltante.

O caso provocou indignação depois que câmeras de circuito interno mostraram um cabo e um capitão da PM do Rio liberando os agressores, sem prestar socorro à vítima. Ambos negam omissão de socorro e alegam que não perceberam Evandro sangrando no chão da agência bancária onde o crime ocorreu.

"O caso é ainda mais comovente porque a vítima, nascida em um favela do norte do Rio e respeitada por sua coragem e obstinação, havia se tornado um ‘mediador de conflitos’, principalmente entre as gangues de narcotraficantes", escreve o Le Monde.

O jornal lembra que o trabalho de Evandro consistia em "tentar converter os mais jovens a uma cultura de paz".

"O caso chama atenção pela gangrena que ronda a instituição (da PM): nos últimos dois anos, mais de 1,7 mil policiais foram excluídos da corporação", diz o texto, lembrando que os dois envolvidos no episódio "continuam livres".

Primeiro mundo versus terceiro

A atuação da polícia na morte do coordenador do AfroReggae também foi destaque no jornal britânico The Guardian. Um artigo assinado pelo comentarista Conor Foley sustenta que "a sede dos Jogos Olímpicos de 2016 precisa enfrentar uma política de justiça criminal que fracassou em conter as execuções sumárias e a corrupção policial".

Foley afirma que "a banalidade cotidiana do incidente relembrou como a polícia da cidade se tornou fora de controle".

O caso ocorre no momento em que o Brasil se vangloria de ter contornado a crise econômica mundial de maior proporção, e no momento em que a eleição como sede olímpica de 2016 fazia com que os brasileiros "se permitissem uma onda de otimismo".

"Após anos de negligência e violência urbana, parecia que o Rio estava novamente em alta", escreve o comentarista.

Para Conor, o caso envolvendo a polícia do Rio lembra como não apenas as forças de segurança, mas todo o sistema judicial precisam de "uma reforma completa".

O autor do artigo lembra o comentário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a escolha do Rio como sede olímpica. 'Deixamos de ser um país de segunda classe para se tornar um de primeira classe', disse Lula. 'Respeito é bom e a gente gosta'", relembrou.

"Mas respeito tem de ser conquistado também"; diz Conor, "e não tem sentido ter uma sociedade e uma economia de primeiro mundo enquanto o resto do Estado brasileiro permanece profundamente enraizado no terceiro".



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26/10/2008 free counters

Congressistas criticam visita de Ahmadinejad ao Brasil






O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad

Deputados dizem que posição de Lula sobre Ahamadinejad 'mudou'

O congressista americano pelo Estado de Nova York, Eliot Engel, disse nesta terça-feira, durante uma audiência no Congresso que está ''desnorteado'' com a visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil, prevista para o próximo dia 23 de novembro.

Engel preside o subcomitê do Hemisfério Ocidental do Congreso dos EUA e é co-líder do Brasil-Caucus, formado por congressistas que defendem uma intensificação nas relações entre Brasil e Estados Unidos. O evento realizado nesta terça-feira, na Câmara dos Representantes, discutiu a presença do Irã na América Latina.

''Quando a Venezuela expande as suas relações com o Irã, eu posso não gostar, mas eu atribuo isso ao presidente (Hugo) Chávez e ao seu sentido distorcido do mundo. Mas quando o Brasil expande sues laços com o Irã, justamente quando o mundo visa lidar com o programa nuclear secreto do Irã, eu fico desnorteado'', afirmou Engel, em suas considerações iniciais, durante o evento desta terça.

Engel acrescentou ainda que o Brasil é ''um país se modernizando rapidamente que quer ingressar no Conselho de Segurança da ONU e se tornar um líder mundial. Eu espero que o Brasil alcance essa meta, mas expandido ligações com Ahmadinejad, que nega o Holocausto e pede a destruição de outra nação-Estado, Israel, não é o caminho para se chegar lá''.

O deputado acrescentou que, no futuro, será preciso que os Estados Unidos intensifiquem o diálogo com o Brasil sobre ''o perigoso papel do Irã e estimulem nossos amigos em Brasília a reconsiderar suas ligações com Teerã''.

‘Legitimidade’

Connie Mack, congressista republicano pela Flórida que participou do evento, também comentou a visita de Ahmadinejad e a intenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de visitar o Irã. Segundo ele, ''o Brasil é claramente um líder no hemisfério. Mas juntamente com a liderança, vem a responsabilidade''.

''O Brasil não deveria estar seguindo a Venezuela. Em vez disso, ele deveria estar liderando. Este encontro entre Lula e Ahmadinejad é algo a que estarem prestando atenção. Eu clamo ao presidente Lula que ponha pressão sobre Ahmadinejad para que o Irã compreenda que todas as nações responsáveis estão juntas. Eu clamo o presidente Lula a não seguir o mesmo caminho que Chávez'', disse Mack.

Um dos depoentes na sessão, Douglas Farah, pesquisador-sênior do International Assesment and Strategy Center, identificou no presidente brasileiro uma mudança de postura em relação ao líder do Irã.

''Até recentemente, Lula havia sido bem ponderado. E se recusou por muitos anos a se encontrar com Ahmadinejad. Mas Lula mudou de posição. O problema é que Chávez é considerado um palhaço. Lula, não. E isso acaba dando grande legitimidade a Ahmadinejad'', afirmou o analista.

Os deputados tanto da oposição republicana como dos democratas governistas foram unânimes em avaliar que a Venezuela tem sido a porta de entrada do Irã na América Latina.

"Juntamente com a Venezuela, o Irã lentamente se inseriu no hemisfério. Onde Ahmadinejad vai, lá vai encrenca'', afirmou Connie Mack.

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26/10/2008 free counters

China resgata 2 mil crianças vítimas de tráfico humano



28 de outubro de 2009 09h56



A polícia na China informou que recuperou mais de 2 mil crianças depois de uma campanha de seis meses contra o tráfico de pessoas.

O Ministério da Segurança Pública chinês criou um website com fotos de algumas das crianças sequestradas para tentar reuni-las a suas famílias.

As crianças são de todas as partes da China e este é apenas o primeiro grupo; algumas têm nomes, muitas não têm.

Das 2008 crianças que foram resgatadas, algumas já voltaram para suas famílias.

A página na internet tem fotos de 60 crianças, de bebês a jovens, que foram levados de suas famílias. Estima-se que milhares de crianças desaparecem na China a cada ano.

Gangues de criminosos sequestram crianças e vendem para casais sem filhos.

Na sociedade patriarcal chinesa, meninos custam mais. Os meninos podem ser vendidos por até US$ 6 mil (cerca de R$ 10,4 mil). Meninas são vendidas por cerca de US$ 500 (cerca de R$ 868).

Os pais destas crianças desaparecidas, geralmente fazendeiros pobres ou operários de fábricas, já alertaram para a indiferença das autoridades.

O governo chinês prometeu agir para combater o sequestro e tráfico de crianças. Um banco de dados de DNA nacional foi estabelecido este ano para ajudar a reunir famílias.

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26/10/2008 free counters

Polícia Civil perde poder sobre verba sigilosa em SP



(AH! EU TAMBEM QUERO RECEBER VERBA SIGILOSA, MAS QUERO QUE A QUANTIA SEJA ESCANDALOSA)

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo retirou da Polícia Civil o poder de distribuir verba para operações sigilosas. A decisão veio após o Tribunal de Contas do Estado (TCE) questionar a prestação de contas de setores da corporação. Agora, quando precisar da verba, a polícia terá de pedir à secretaria, que manterá o dinheiro em conta vinculada ao gabinete, e terá que informar, em até 30 dias, quanto e em qual operação foi gasto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo o jornal, o conselheiro do TCE Eduardo Bittencourt Carvalho pediu em setembro explicações à Delegacia Geral de Polícia sobre gastos do primeiro semestre dos Departamentos de Narcóticos e de Polícia da Macro São Paulo e da Delegacia Seccional de Jundiaí. A Delegacia Geral, que distribuía a verba aos departamentos, afirmou que os responsáveis esclareceriam as dúvidas do conselheiro.

O Estado afirma que a secretaria já havia retirado em abril o direito sobre verba sigilosa de setores burocráticos, como a Academia de Polícia. Segundo a reportagem, foram excluídos da medida as corregedorias da Polícia Militar (PM) e da Políca Civil e seções operacionais e de inteligência da PM.

Ainda de acordo com o jornal, há suspeita de que R$ 3 milhões milhões tenham sido desviados nas gestões de Saulo Abreu e Ronaldo Marzagão da secretaria. Além disso, afirma a reportagem, havia falta de controle do uso desse dinheiro, pois policiais sacariam a verba sem esclarecer em qual operação era gasta

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26/10/2008 free counters

"Lula se aliou a Judas, FHC a Satanás" :


Sebastião Nery

Claudio Leal

Leia a segunda parte da entrevista com Sebastião Nery.

Terra Magazine - Como foi sua experiência com Roberto Marinho na TV Globo?
Sebastião Nery - Foi uma experiência excelente porque, naquela época, Roberto Marinho ia quase todo dia à televisão. Roberto Marinho nunca considerou a televisão, ao menos na cabeça dele, como o pião da organização. O jornal era O Globo. Se você quisesse saber o que ele pensava, que lesse O Globo. Se você tiver dúvida em alguma matéria, dê a matéria segundo O Globo. Ele dizia: "a TV Globo não tem opinião, quem tem opinião é O Globo". Uma vez por semana ele entrava no departamento de jornalismo, conversava conosco, na maior gentileza, elogiava as coisas, às vezes criticava. Preocupado com a audiência. Cada dia que ele chegava, dizia: "Vim trazer os parabéns porque estamos a tantos pontos da Tupy." Tantos pontos, tantos pontos, até que um dia ele chegou e comunicou: "Nós passamos a Tupy". Não discutíamos salários com ele, era tudo com Armando Nogueira ou Walter Clark, o diretor-geral da televisão. Mas ele era um sujeito cordial, gentil, chamava todo mundo de "senhor", de "deputado".


Muito formal?
A verdade é que ele tratava todo mundo como profissional, ele não tratava de cima pra baixo, arrogantemente. Era um sujeito simples, conversava e tal. Não conversava muito, não demorava muito, ia embora. Nunca houve constrangimento de nenhum de nós com ele. Mesmo quando eu dei uma notícia de Vitorino Freire, que deu uns murros e uns pontapés num sobrinho dentro do avião, do Maranhão pro Rio de Janeiro. Eu botei numa sexta-feira. E o Armando não ia na sexta-feira de noite. Eu fechava o jornal quando não tinha outro, o Jaime Dantas também não foi. Aí eu era o responsável. Sentei na máquina e contei: "O senador Vitorino Freire teve um incidente no avião, tal, tal... Embora fosse mais velho e menor, nocauteou seu sobrinho, o deputado estadual do Maranhão." Era sobrinho da mulher dele. A matéria saiu no Jornal da Globo. Um minuto depois toca o telefone.

O próprio?
"O Armando está?". Eu conheci a voz dele. "Não, doutor Roberto". "Quem está falando?". "Sebastião Nery". "Deputado, preciso urgente de uma explicação. Quem é que pôs no ar essa matéria?". Eu disse: "Fui eu. O Jaime Dantas não está aqui, Armando não estava, eu pus". Ele me disse: "Deputado, o senhor sabe a gravidade dessa matéria?". "Sei". "O senhor sabe que eu sou um amigo fraterno do senador Vitorino Freire? O senhor sabe que essa empresa deve favores políticos ao senador? O senhor sabe o risco dessa matéria?". Eu disse: "Doutor Roberto, me faça um favor. Se o senhor é amigo dele, telefone pra ele e me diga como a matéria saiu". "Não, me conte". Eu disse: eu ia saindo de casa, encontrei o senador em Copacabana, na porta de um restaurante. Tinha acabado de chegar do avião, me chamou, eu conheço o filho dele. Ele me chamou e disse assim: "Você quer uma notícia pro Jornal da Globo? Acabou de acontecer isso, isso e isso." "Senador, veja o que o senhor está fazendo, eu só tenho esse emprego, se essa notícia não for precisamente certa, o doutor Roberto Marinho me demite hoje, com razão." Ele disse: "Dê a notícia que eu garanto. Eu dava as notícias sobre o presidente Dutra e sempre garanti." Fui pra televisão e botei no ar. Aí Roberto Marinho me disse: "Deputado, o senhor me dá cinco minutos de licença?". Pois não. Ele retornou. "Deputado, primeiro eu quero lhe dar parabéns. Segundo, quero lhe dizer que o senhor foi absolutamente fiel ao que o senador fez e lhe contou e ainda lhe disse: pode publicar que eu garanto." O Vitorino foi corretíssimo. Quase que eu sou Vitorino, não sou Sarney. Sarney ia virar de lado, eu ia me ferrar... (risos) O Vitorino, não. Garantiu meu emprego. No outro dia foi um escândalo dos jornais.


"Deus é juscelinista!"

No livro, você relata como nasceu o "Folclore Político"?
O folclore político. Um dia eu estava na Tribuna da Imprensa, era véspera do 12 de setembro, aniversário de Juscelino. Como eu sabia que o Juscelino era um nome meio proibido, fiz um negócio discreto. Então fiz uma coluna contando histórias de Juscelino, procurando sair por esse lado agradável. O homem que não tinha medo de avião e dizia: "Deus é juscelinista", o título da matéria. Eu dizia: "Governador, tá chovendo, não vou entrar nesse avião, vou deixar pra ir amanhã". E ele: "Deus é juscelinista, ô baiano! Entra!". Acabou sendo mesmo. Fiz a matéria. Aí o major Douglas, um sujeito muito simpático, elegante, cordial, inteligente. A gente terminava a matéria, ia pro café e ficava esperando a decisão dele. Ele me chamou e disse: "Nery, venha cá. Esta matéria não pode sair. Eu reconheço que é uma matéria brilhante, você conta umas histórias ótimas aqui. A história dos queijos..."

Juscelino estava no aeroporto de Campina Grande e, antes de descer do avião, perguntou a Abelardo Jurema: "Quem é aquele cara que tá lá?". "Aquele é o coronel que lhe deu aqueles queijos...". Na hora que abre a porta do avião, o coronel lá embaixo, Juscelino cá de cima grita: "Coronel, trouxe meus queijos?" (risos) Contei essa história e outras. Foi aí que ele (major Douglas) fez aquela frase: "Infelizmente, Juscelino, Brizola, dom Helder, nem a morte da mãe." Falei pra ele: "Tudo bem, vou falar pro jornal colocar outra matéria". Ele: "Não, senhor. O jornal não sai com lugar em branco. Não sai sem sua matéria porque é uma denúncia que sua matéria não saiu. Porque todo dia você faz. Vá ali e escreva outra, por favor." Fui e fiz assim: "Alckmíadas: sete histórias de um gênio da raça". Sete histórias do (José Maria) Alckmin. Em duas delas eu citava o Juscelino. Mas o Juscelino entrava...

Marginalmente...
No dia seguinte, entro no Hotel Itajubá, estava o Abelardo Jurema, estava o pai da Maysa Matarazzo, que tomava uísque, tinha outro sujeito que sempre ia lá. Cheguei e Jurema disse: "Você é um gênio, Nery. Você descobriu o folclore político". "O quê?". Aí eu atinei rápido. "Você criou o Folclore Político. O Brasil precisa disso. Dia sim, dia não, conte histórias do folclore político. Essa coluna do Alckmin tá genial!". Na verdade, o Abelardo era a cara do folclore político, não é? Era um sujeito inteligente, preparado e um político alegre, bebedor de uísque, inventava histórias. Eu passei, de três em três dias, a contar histórias, sapecava personagens. Adhemar de Barros...

Logo depois você levou pra Folha?
A coisa repercutiu, as pessoas começaram a ler. Boris Casoy um dia me telefona: "Olha, o Cláudio Abramo quer conversar com você. Pegue um avião e venha aqui." Ele telefonou para o jornal. "Vai ter uma reunião das seis horas da tarde e você precisa vir pra cá." Eu disse: "Ô, Boris, eu não tenho nem dinheiro pra ir pro aeroporto pegar uma passagem de avião." Ele disse: "Deixe de ser imbecil! Tome emprestado". É o que eu fiz. Saí dali, entrei no Banco Nacional, pedi dinheiro emprestado a Zé Aparecido (de Oliveira). Foi quando conheci Cláudio Abramo.

Ele lhe chamou pra escrever a Contraponto, não?
O Boris disse: "Eu faço sozinho o Painel. Você vem, mas vai fazer umas cinco ou seis notas pra me ajudar." Ele ia assumir um cargo na direção do jornal. Aí Cláudio Abramo disse: "Deixe o Nery. Ele começa a escrever hoje". História é o que não me faltava. E eu fazia mais algumas matérias pro Boris. Depois, quando saiu o Abramo, dois, três meses depois, Boris assumiu a diretoria do jornal. Eu sempre colaborava com umas notas. Fiz a coluna por 9 anos e meio. Até mesmo quando fui à Sibéria. Na Sibéria, fiz dez colunas e levei à embaixada brasileira, pra enviar no pacote, sem saber se ia chegar.

Nos anos 70, virou um sucesso editorial nas bancas.
Fiz o Folclore Número 1 (capa ilustrada por Henfil) e foi aquele sucesso. A Record comprou. Deu 14 edições. O Folclore vendia em bancas de jornal, aí é diferente.

Como ocorreu seu rompimento com Brizola?
Primeiro, eu entrei de cabeça no episódio de Brizola. Tinha ido ao Rio Grande do Sul, entrevistei e não foi publicado. Brizola vai pra Buenos Aires, depois vai a Lisboa e comecei a ser uma espécie de porta-voz dele no Rio. Ele me ligava quase todo dia. Ele veio e nós fizemos a campanha (em 1982). Eu tinha dois instrumentos: a TV Bandeirantes e a coluna que já não saía na Tribuna, mas na Última Hora. Conto a dificuldade de fazer campanha política com o Brizola. Pra minha surpresa, li um relato muito bom...

De Fernando Lyra, em "Daquilo que eu sei"?
Do Lyra, sobre as dificuldades da campanha com Brizola (em 1989). Outro que me deu igual depoimento agora, na Alemanha, foi o Moniz Bandeira: o problema do Brizola é que ele era um caudilho, um nacionalista, mas num processo democrático é impossível fazer política com ele. Defendia o fechamento de Congresso... Fui divergindo... Mas houve outro episódio anterior. Eu virei secretário do PDT. O presidente do partido era ele, mas tinha o secretário-geral, o Frejat, e eu era o secretário nacional. Ou seja, o quarto sujeito da executiva nacional. Ele confiava em mim e também nunca teve razão pra deixar de confiar. Virei vice-presidente do diretório do Rio. Era uma responsabilidade enorme. Mas começaram a aparecer o Bocayuva Cunha, o Brandão Monteiro, vetando: "Não dá. Nery é jornalista da Última Hora e dono do partido no Rio". Foi quando Brizola me chamou pra conversar. Bem gaúcho, o Brizola passava a manteiga no pão e me dava. "Companheiro, você tem que escolher. Você não pode ser mais jornalista e dirigente político". Argumentei que o jornalismo era minha vida desde 1952. "Agora eu sou dirigente político, mas não sei amanhã. Não posso deixar de ser". Brizola disse: "Companheiro, tu vais começar analisar as coisas do governo e começar a me fazer críticas".

E sua resposta?
"Brizola, não vou discutir nem brigar com você. O partido é seu, você que me indicou pro cargo. O lugar é seu, mas eu não vou deixar de jornalista". Ele ficou assustado: "Tu estás falando de coração?". Respondi: "Coração, alma, cabeça, tudo. Vou embora". "Então tu tomaste a decisão. Não vai ser mais dirigente". Desci, e estava o ótimo repórter Henrique José. Tinha me visto entrar, e ficou no botequim do Hotel Othon. "O que houve com você e Brizola? Eu tinha a notícia de que Brizola ia lhe enquadrar. É verdade?". Falei pra ele: "Tenho que ir pra Brasília. Quando eu voltar na sexta, eu lhe conto a história toda." "Me dê apenas uma frase", pediu. E eu dei: "Acho que nos enganamos. Fomos a Lisboa buscar Brizola e trouxemos Juan Domingo Perón." No dia seguinte dá no Jornal do Brasil. Aí conto o que Ary de Carvalho me disse: "Não dá, o governador não aceita que você continue fazendo a coluna (na Última Hora)". Depois fiquei sabendo que o Bocayuva foi ao Banerj e arrumou um empréstimo pra Última Hora, pra ser pago com publicidade. Voltei pra Tribuna da Imprensa, botei a coluna em quatro estados e comecei a analisar o PDT. Pedi demissão da secretaria nacional e da executiva. Defendia Brizola e o governo do Rio na Câmara, mas comecei a fazer críticas. É um dos capítulos mais densos e fortes do livro.

Com sua atuação no lado de lá, no Congresso, como deputado federal, dá pra explicar a transformação do político brasileiro nas últimas décadas? Por que chegamos a um nível de qualificação tão baixo?
O que houve é que o capitalismo chegou ao Brasil. Éramos um País rural, Getúlio montou as bases e Juscelino ampliou a industrialização. O País não era capitalisticamente comandado pelo sistema financeiro. A política passou a ser um braço político do sistema financeiro e dos interesses econômicos. Atrás de cada grande negócio, existe um grande branco. A política brasileira passou a ser monetária e financeira. O Congresso não é mais cultural, político; é capitalista, financeiro. Cria essa dificuldade toda porque na hora que o governo tenta dizer que é de esquerda, não consegue.

Concorda com Lula? No Brasil, Jesus é obrigado a se aliar a Judas?
Ah, sim, evidente, ele já se aliou a Judas. Mas o Fernando Henrique se aliou a Satanás. Fernando Henrique se antecipou, se aliou a Satanás, fez uma aliança com o sistema financeiro, internacionalizou a economia. O Brasil tinha um sistema bancário muito nacional. E o Lula continuou mais ou menos esse processo. E se alia com todos, Lula não é aliado, é sócio do mensalão, o dinheiro que entrava por fora pra comprar votos por dentro do Congresso. Você não vê criticas. O que fez com os movimentos sociais... Os judas de Lula são mais ou menos os satanás do Fernando Henrique, mas são menos agressivos. Quais são os judas dele? Como é que o País tem seis centrais sindicais e todas apoiam o governo? Isso não aconteceu nem com Stalin. Na França, há as centrais contra Sarkozy e a favor de Sarkozy, é uma briga. Na Alemanha também. O mais puro dos movimentos sociais brasileiros, pra usar uma palavra agressiva, foi "estuprado" por Lula: a UNE. Ela era um dos mais puros movimentos sociais do País, mas o Lula realmente estuprou, virou um escritório do governo. Pois bem. Tenho uns depoimentos que só um sujeito da minha idade pode dar. O que era o seminário católico. O que era o Partido Comunista. O Partido Comunista era o mais santo...

Por quê?
Era a favor do povo, de todas as causas nacionais. Era comandado pela União Soviética, inegável, mas como a URSS não tinha invadido o Brasil, não tinha tropas aqui, era uma coisa distante. O PC defendia melhores bandeiras que a imprensa. A imprensa de hoje é uma imprensa capitalista.

A mídia brasileira não ficou muito com a cara de São Paulo?
Porque é uma imprensa empresarial e a base está lá. O Sistema Globo está no Rio, mas na verdade está lá. Destaco determinadas maneiras de atuação no livro. Mostro como era a UNE. Éramos todos soldados do bem. E o Partido Comunista ajudava isso, mas tinha atrás a URSS. A gente tem agradecer ao Dutra, porque rompeu logo com a URSS e purificou o Partido Comunista Brasileiro.

Por que o PCB foi rejeitado pela esquerda brasileira? Até hoje é atacado, condenam sua herança para a esquerda.
Porque quando caiu o muro de Berlim, mudou tudo. Lula chegou mais aliado a Golbery. Era uma "válvula de escape", como Golbery dizia, do movimento operário, que não era mais controlado pelo PC, mas por Lula e a Igreja Católica e seus aliados. A Igreja substituiu o Partido. Aí veio toda aquela cobertura do dom Evaristo (Arns). A Igreja substituiu porque os membros do PC estavam mortos ou na cadeia.

O livro vai até o governo Collor?
O livro é uma história de 50 anos, de 1944 até 1994, quando eu voltei de Paris. Depois de 94, tem o Fernando Henrique e o Lula, mas guardo pra outro livro.

Na hora do ponto final, o que você sentiu ou pensou?
Eu tive um estresse, doença mesmo. Me deu uma labirintite. Terminei o livro inteiramente perturbado. No resto do livro eu me senti estressado. Ele tem três amores mortos. Você de repente vai vivendo mais e a vida se torna uma alameda de amores mortos. Fui revirar, mesmo assim é um negócio difícil. Agora, foi a melhor coisa que fiz na minha vida, é a coisa mais parecida comigo. Fiz "Folclore Político", mas minha cabeça não é de folclore político. Fiz o de campanha, mas também não sou eu, 50% dos outros e 50% meu. Eu procurei, acho que fiz bem, esse livro sou eu. É minha alma, minha vida, meus sofrimentos, minhas angústias e, inclusive, as brigas em que entrei. Não falseei nada. Deixei de contar algumas histórias. Mas conto a história da campanha do Collor, do Juscelino, da ditadura.

Terra Magazine

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26/10/2008 free counters

Luis Mir: "Guerra civil vai se aprofundar no Brasil"

Rio 2009: Homem encontrado morto no Morro dos Macacos (Reuters)

O notíciário nacional e internacional estampou as cenas dos confrontos entre policiais e traficantes no Rio de Janeiro, semeando discussões sobre uma suposta guerra carioca desde a semana passada. Mas, consultado, o pesquisador Luís Mir, especialista em violência, baixa a quentura: "Essa situação é a normal do Rio. Sua média semanal de mortes é de 40 a 50 pessoas."

Autor de livros sobre guerrilha e criminalidade, como A Revolução Impossível e Guerra Civil - Estado e Trauma, Mir enxerga a questão sob uma ótica perene, sem se abalar com acontecimentos recentes. Baseando-se no processo histórico, e não nas circunstâncias, ele considera que esta foi apenas uma das irrupções midiáticas da criminalidade na futura sede olímpica.


Porém, com uma diferença: "Pela primeira vez, o Estado sofreu um ataque forte, foi derrubado um helicóptero da principal força policial do Rio de Janeiro". E, por isso, o prognóstico é que a situação vai piorar. Não apenas na Cidade Maravilhosa, pois, ressalta Mir, "São Paulo é violentíssimo" também, e a criminalidade já se espalhou pelo País. Agora, "a regra é matar ou morrer."

- A tendência da guerra civil é se aprofundar porque nós não temos uma política de segurança social. Segurança pública no Brasil não é segurança social, que é educação, saúde, moradia, renda, salários dignos, enfim, dar condições para as pessoas viverem dignamente. (...) Então, precisamos de uma nova Lei Áurea, para libertar esses 120 milhões de brasileiros e torná-los cidadãos - declara Luís Mir.

No caso carioca, um detalhe particular baliza sua avalição: "Como 40% da polícia do Rio de Janeiro - tanto a militar quanto a civil - tem algum tipo de envolvimento com o tráfico de drogas, (o confronto) é um acerto de contas entre polícia e traficantes".

Além de considerar fundamental o combate à corrupção, Mir insiste em criticar a divisão entre Polícia Militar e Polícia Civil. "É uma coisa absurda, anacrônica, esquizofrênica, que tem que acabar, tem que ser feita uma polícia única, preventiva, judiciária, de segurança, usando os mesmos recursos."

Mas, para ele, o ponto fundamental encontra-se no Estado. "Enquanto a criminalidade não passa determinadas fronteiras, o Estado finge que não vê e, enquanto o Estado não ataca a crimininalidade, a criminalidade finge, digamos, que não vai atacar o que se chama sociedade."

Leia a entrevista.

Terra Magazine - Como o senhor analisa os acontecimentos recentes no Rio de Janeiro?
Luis Mir - Essa situação é a normal do Rio. A média semanal de mortes no Rio é de 40 a 50 pessoas. O que aconteceu agora é que houve, primeiro, uma coisa nova, a derrubada do helicóptero da PM e a segunda coisa, uma coisa que já era esperada, a PM ataca um ponto de venda, o tráfico reage não contra a PM, mas ao ataque contra os pontos de venda. Como 40% da polícia do Rio de Janeiro - tanto a militar quanto a civil - tem algum tipo de envolvimento com o tráfico de drogas, é um acerto de contas entre polícia e traficantes. É uma situação normal. A violência no Rio aparece e desaparece da mídia e diante dos olhos da classe média, ela nunca é levada a sério pelos governantes - estaduais ou federais. Enfim, a segurança não é um problema de palácios, é um problema de favelas, da população segregada. Quantas mortes houve agora? 42?

Foram 42 até o fim de semana...
Isso não é nada, isso é pouco. Eu teria que consultar o banco de dados, mas num final de semana, não lembro mais o ano, se 2003, houve 97 mortos. Então, veja bem, 42 mortos, podemos chamar de uma cifra normal, não é um número pra assustar ninguém.

As reações têm a ver com a visibilidade na mídia?
Veja bem, não estou culpando a mídia. O Estado não assume sua responsabilidade de segurança pública e eventualmente acontece alguma coisa, escapa ao controle essa convivênvia forçada entre o tráfico de drogas e a criminalidade. De qualquer maneira, vamos tomar um pouco de cuidado. Tudo no Brasil é tráfico de drogas, né? Absolutamente tudo. Não existe nenhum outro tipo de criminalidade, nenhum outro tipo de dano ao patrimônio, roubo, corrupção, roubo de carro, não existe nada, só existe tráfico de drogas. A polícia só atua, só é atacada e só se defende, no caso de tráfico de drogas. Nós fizemos um perversão, digamos, da discussão da micro e da macrocriminalidade brasileira. Há uma convivência forçada entre Estado e criminalidade. Enquanto a criminalidade não passa determinadas fronteiras, o Estado finge que não vê e, enquanto o estado não ataca a crimininalidade, a criminalidade finge, digamos, que não vai atacar o que se chama socidade. Os consumidores, usuários de drogas e de carros roubados, ou seja, é um comércio muito forte.

Em São Paulo, este ano, até setembro, foram roubados 20 mil carros. Vale alguma coisa isso, né? É um grande comércio. As pessoas falam muito da violência no Rio de Janeiro. Ela é pactuada, negociada. A criminalidade, seja tráfico de drogas, seja roubo de carros, seja exploração de serviços ilegais, o que puder dizer de contravenção, jogos de azar, tudo. Não é diferente em São Paulo, Pernambuco... No Espírito Santo, o crime organizado chegou a um grau de dominação política e influência real muito maior do que no Rio de Janeiro. A situação, há dois anos, no Espírito Santo, era absolutamente catastrófica. Veja bem, não sou pitonisa, não sou profeta, mas avisei em 2004: a guerra vai se aprofundar, a guerra vai sair dos guetos, a guerra vai pro asfalto e a guerra vai se interiorizar, vai pro interior do Brasil. E o que aconteceu? Eu disse também: vêm aí as milícias, a venda da segurança privada, os agentes do estado estão se organizando para vender segurança.

E, a partir de agora, qual é a tendência?
A guerra vai se aprofundar mais ainda. Porque, pela primeira vez, o estado sofreu um ataque, digamos, forte, foi derrubado um helicóptero da principal força policial do Rio de Janeiro, e o governador reage, demitindo o porta-voz. Aquele assassinato brutal do coordenador do Afroreggae não tem explicação. Para mim, essa morte foi encomendada, com certeza.

Em que lugar a situação de violência está mais crítica no Brasil?
No Brasil inteiro. Porque a classe média e a elite acharam que, só se blindando e contratando segurança particular, estaria fora da guerra. O estado achou que violência só atingia pobre, não gastou dinheiro com isso. E, terceiro, a sociedade brasileira tem um acerto a fazer, que é um acerto de cinco séculos entre a maioria e a minoria. No Rio de Janeiro, o Bope não é uma força policial, é uma força militar. O que está havendo no Rio é que a parte da polícia militar se propõe uma força militar, atua militarmente, em área civil, diante de população desarmada. É uma disputa de mercado (dos traficantes). Enquanto não se resolver o problema da corrupção policial no Brasil... As instituições estão completamente corrompidas nas suas bases. A polícia brasileira não tem função republicana e não age republicanamente, o que é uma pena. Porque tem policiais que são realmente policiais dispostos a servir o País, a servir a sociedade. (a divisão entre) Polícia civil e Polícia Militar é uma coisa absurda, anacrônica, esquizofrênica, que tem que acabar, tem que ser feita uma polícia única, preventiva, judiciária, de segurança, usando os mesmos recursos. A Polícia Militar fica aquartelada, a Polícia Civil fica acantonada nas delegacias. Aí de repente chegam policiais que fazem a mesma coisa, uma anula o trabalho da outra, uma loucura.

Especialistas em segurança apontam que há uma migração de quadrilhas do Rio de Janeiro se aliando às de São Paulo.
Isso se chama mercado. Quando o mercado começa a enfrentar dificuldades, você transfere. Se há problemas no Rio, vai pra São Paulo. Quando começou a haver segurança preventiva forte no sistema bancário, as quadrilhas migraram pro interior, para assaltar carga, assaltar cidades pequenas. Houve uma mudança, uma certa distenção, volta-se de novo. Em relação à integração da criminalidade do Rio com a de São Paulo, em determinado momento, os canais de recebimento de drogas estão complicados, recebe droga pelo Rio. O crime é nacional e internacional, não tem esta ética comercial de "ah, não vamos derrubar o negócio de São Paulo ou São Paulo não derruba o negócio do Rio". É em função de seus interesses.

Mas este intercâmbio pode transferir métodos e modos de agir?
São Paulo é violentíssimo. Há dois ou três meses atrás, houve um certo susto no noticiário, que os homicídios tinham voltado a crescer, lembra? Que os roubos tinham voltado a crescer. Houve aquela "rebelião" do PCC (Primeiro Comando da Capital), em que, mais uma vez, a população de São Paulo foi vitimada e não tinha nada a ver com o confronto entre marginalidade e polícia. Foram quase 500 pessoas mortas. A criminalidade já repôs as mortes. A tendência da guerra civil é se aprofundar porque nós não temos uma política de segurança social. Segurança pública no Brasil não é segurança social, que é educação, saúde, moradia, renda, salários dignos, enfim, dar condições para as pessoas viverem dignamente. Sabe qual é o país com menor índice de violência urbana no mundo? É o Japão. Por que será, hein? Pela péssima qualidade de vida que eles tem lá?
No Brasil, é tudo ao contrário, matam por um carro. Uma pessoa reagiu, porque a mulher se assustou, levou um tiro na cabeça. Sabe quanto eles (ladrões) recebem pelo roubo de um carro? R$ 200.

Há também uma banalização da violência, do ato, da vida.
Quebrou-se a regra, no Brasil, de uma coisa chamada justiça, que é válida para todos. Eles sabem que vão morrer. Se a polícia chegar, eles morrem. Então, eles matam. Quebrou-se a regra. A regra é matar ou morrer. Não importa se é uma mulher, dona de casa, um velho, um policial, um bandido...

E, em curto prazo, o que se pode fazer? Como se ameniza?
A primeira coisa é extinção da Polícia Civil e Militar, do atual modelo, fundação da polícia nacional democrática, ou seja, que esteja a serviço da sociedade, e melhoria dos padrões salariais e dos padrões de treinamento. E entrar nos chamados campos de concentração, as favelas, e fazer a segunda Lei Áurea.

Como seria?
Cerca de 120 milhões de brasileiros estão fora do sistema de saúde de boa qualidade, do mercado de trabalho de boa qualidade, de educação de boa qualidade. Já estamos com 195 milhões de habitantes, e são 120 milhões de fantasmas, não interessa se o País está indo bem ou mal, se está crescendo 7% ou se cresceu 5%, se o Brasil está exportando 150 bilhões de dólares, não interessa nada disso porque eles estão fora do sistema. Então, precisamos de uma nova Lei Áurea, para libertar esses 120 milhões de brasileiros e torná-los cidadãos.
Outra coisa: polícia, primeiro, é prevenção; segundo, é coerção; terceiro, é repressão. Só se usa a força em último caso. A polícia brasileira tem hoje a política de "primeiro, o gatilho, depois a gente vê o que faz". É a mesma coisa a Justiça brasileira, a morosidade, impunidade, lerdeza e tal. Ainda bem que nós temos um setor do Judiciário, um setor importante, que consegue manter o País ainda fora da barbárie, ou seja, da barbárie final. Há justiça? Há. Há boa polícia? Há. O que não há é Estado, aí é uma coisa complicada.

Terra Magazine

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26/10/2008 free counters

Para Micheletti, crise não será debatida antes das eleições



28 de outubro de 2009 01h52 atualizado às 03h03


O presidente de fato de Honduras, Roberto Micheletti, afirmou nesta terça-feira que não discutirá o tema da crise política no país antes das eleições de 29 de novembro próximo, e reiterou que o deposto Manuel Zelaya não será restituído no poder.

"Não vamos regular absolutamente nada, nem o diálogo, se não for posterior às eleições", afirmou Micheletti em coletiva de imprensa. "Tudo deve ser vinculado com as eleições daqui em diante", acrescentou. A comunidade internacional alertou que não reconhecerá o pleito caso Zelaya não volte ao poder.

O líder golpista disse que no fim de semana passado conversou por telefone com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton. Segundo ele, na conversa foram abordados temas como eleições, o diálogo com os representantes de Zelaya e a visita do secretário de Estado adjunto para a América Latina americano, Thomas Shannon, que chegará nesta quarta a Tegucigalpa.

Micheletti disse que colocou a Hillary a possibilidade de deixar a Presidência se Zelaya desistir de voltar ao poder, como tinha sugerido na sexta-feira passada a uma comissão do deposto presidente, que rejeitou a oferta.

O presidente de fato afirmou também que expôs à chefe da diplomacia americana sua preocupação com a constante chegada de pequenos aviões de bandeira venezuelana com cargas de droga a Honduras e pediu a cooperação dos EUA para enfrentar isso. "É importante que o Exército americano nos dê espaço para poder utilizar os radares deles e detectar as aeronaves", manifestou.

Segundo Micheletti, dos 40 aviões que chegaram a Honduras n

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26/10/2008 free counters

Pai do vice-ministro da Defesa de Honduras é sequestrado

O empresário hondurenho Alfredo Khalil, pai do vice-ministro da Defesa de Honduras do governo de facto, Gabo Khalil, foi sequestrado nesta terça por vários homens desconhecidos em Tegucigalpa, em uma ação que a mulher da vítima atribuiu ao conflito político no país.

Gloria Mejía de Khalil, mulher do sequestrado, disse à imprensa local que, segundo testemunhas, pelo menos dois homens obrigaram Alfredo Khalil a descer do veículo à força quando este saía de casa, em um local residencial de luxo da capital hondurenha, próxima à Casa Presidencial.

Acrescentou que, por volta das 8h45 (12h45 de Brasília), um automóvel se colocou na frente e outro ficou atrás do veículo de Alfredo Khalil, para impedi-lo de avançar, antes de tirar o empresário.

Os sequestradores fizeram pelo menos um disparo na porta esquerda do veículo da vítima, acrescentou a esposa, que falou que o marido "é um homem que, em dezembro, completa 81 anos" e tem doenças como diabetes.

Segundo Gloria, o marido estava sozinho no veículo e toma remédios de forma permanente. Ela atribuiu o sequestro ao conflito existente no país após a deposição do presidente Manuel Zelaya em 28 de junho.

"Isso não é um crime comum", acrescentou a mulher, que inclusive falou de "um complô que vem da Venezuela, da Nicarágua e de El Salvador".

A família Khalil é antiga militante no governante Partido Liberal, e tanto Alfredo Khalil quanto a esposa foram deputados, enquanto ela também foi candidata a prefeita de Tegucigalpa.

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26/10/2008 free counters

Projeto de lei prevê prisão para usuário de drogas

Volta nesta quarta-feira para a pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado o projeto de lei que institui a prisão para usuários de drogas. Segundo o projeto, fica prevista a pena de seis meses a um ano de detenção para quem adquirir, guardar, transportar ou cultivar drogas, mesmo que para uso pessoal. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

O projeto altera a lei de 2006, que determina que o usuário de droga receba uma advertência sobre os malefícios da droga, prestação de serviços comunitários e o comparecimento a um curso educativo.

Para o senador Gerson Camata (PMDB-ES), autor do projeto, caso aprovado, o projeto permite que o juiz decida se realmente irá prender o usuário ou enviá-lo para tratamento, conforme a gravidade ou violência da situação.

Segundo o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), presidente da CCJ, a intenção do projeto é recolocar na lei a possibilidade de prender os usuários de drogas, até como uma forma de repressão para quem ignorar as penas alternativas.

De acordo com o secretário de assuntos legislativos do Ministério da Justiça, Pedro Abramovay, a mudança pode não ter um efeito prático e levar necessariamente os usuários à prisão. Isso porque, de qualquer modo, detenção de até quatro anos pode ser substituída por pena alternativa.

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