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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Congressistas criticam visita de Ahmadinejad ao Brasil






O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad

Deputados dizem que posição de Lula sobre Ahamadinejad 'mudou'

O congressista americano pelo Estado de Nova York, Eliot Engel, disse nesta terça-feira, durante uma audiência no Congresso que está ''desnorteado'' com a visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil, prevista para o próximo dia 23 de novembro.

Engel preside o subcomitê do Hemisfério Ocidental do Congreso dos EUA e é co-líder do Brasil-Caucus, formado por congressistas que defendem uma intensificação nas relações entre Brasil e Estados Unidos. O evento realizado nesta terça-feira, na Câmara dos Representantes, discutiu a presença do Irã na América Latina.

''Quando a Venezuela expande as suas relações com o Irã, eu posso não gostar, mas eu atribuo isso ao presidente (Hugo) Chávez e ao seu sentido distorcido do mundo. Mas quando o Brasil expande sues laços com o Irã, justamente quando o mundo visa lidar com o programa nuclear secreto do Irã, eu fico desnorteado'', afirmou Engel, em suas considerações iniciais, durante o evento desta terça.

Engel acrescentou ainda que o Brasil é ''um país se modernizando rapidamente que quer ingressar no Conselho de Segurança da ONU e se tornar um líder mundial. Eu espero que o Brasil alcance essa meta, mas expandido ligações com Ahmadinejad, que nega o Holocausto e pede a destruição de outra nação-Estado, Israel, não é o caminho para se chegar lá''.

O deputado acrescentou que, no futuro, será preciso que os Estados Unidos intensifiquem o diálogo com o Brasil sobre ''o perigoso papel do Irã e estimulem nossos amigos em Brasília a reconsiderar suas ligações com Teerã''.

‘Legitimidade’

Connie Mack, congressista republicano pela Flórida que participou do evento, também comentou a visita de Ahmadinejad e a intenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de visitar o Irã. Segundo ele, ''o Brasil é claramente um líder no hemisfério. Mas juntamente com a liderança, vem a responsabilidade''.

''O Brasil não deveria estar seguindo a Venezuela. Em vez disso, ele deveria estar liderando. Este encontro entre Lula e Ahmadinejad é algo a que estarem prestando atenção. Eu clamo ao presidente Lula que ponha pressão sobre Ahmadinejad para que o Irã compreenda que todas as nações responsáveis estão juntas. Eu clamo o presidente Lula a não seguir o mesmo caminho que Chávez'', disse Mack.

Um dos depoentes na sessão, Douglas Farah, pesquisador-sênior do International Assesment and Strategy Center, identificou no presidente brasileiro uma mudança de postura em relação ao líder do Irã.

''Até recentemente, Lula havia sido bem ponderado. E se recusou por muitos anos a se encontrar com Ahmadinejad. Mas Lula mudou de posição. O problema é que Chávez é considerado um palhaço. Lula, não. E isso acaba dando grande legitimidade a Ahmadinejad'', afirmou o analista.

Os deputados tanto da oposição republicana como dos democratas governistas foram unânimes em avaliar que a Venezuela tem sido a porta de entrada do Irã na América Latina.

"Juntamente com a Venezuela, o Irã lentamente se inseriu no hemisfério. Onde Ahmadinejad vai, lá vai encrenca'', afirmou Connie Mack.

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