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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Caso Celso Daniel em pauta




Acusado de envolvimento na morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, em janeiro de 2002, Marcos Roberto Bispo dos Santos vai a júri popular. Quase nove anos após o crime, não há prazo para julgar os outros seis acusados – inclusive o empresário Sérgio Gomes da Silva, o “Sombra”, acusado de ser o mandante. O crime ainda é cercado de mistério.


Santo André
Denunciado como mandante

O Ministério Público informa que vai
denunciar o amigo do prefeito Celso Daniel
como responsável por sua morte


Maurício Lima



Patricia Santos/Folha Imagem
Gomes da Silva: depoimento na semana passada já na condição de investigado

No dia 18 de janeiro de 2002, ano em que o PT ganharia a eleição presidencial, Celso Daniel, então prefeito de Santo André, foi seqüestrado e morto por marginais, em São Paulo. Ele saía de uma churrascaria em companhia de um amigo, Sérgio Gomes da Silva, quando o carro em que os dois estavam foi abordado por um grupo armado. Levado para um cativeiro, o prefeito foi encontrado dois dias depois, com o corpo crivado de balas. No inquérito que tratou do caso, a polícia chegou à conclusão de que Celso Daniel fora mais uma vítima da criminalidade das grandes cidades. A investigação concluiu que os marginais que o atacaram, todos identificados e presos na ocasião, queriam apenas levantar algum dinheiro com o seqüestro. Diante da repercussão que o caso tomou, os criminosos mataram o prefeito por medo de ser pegos. Os disparos teriam sido efetuados por um menor de idade cujo apelido é "Lalo". Depois de quase dois anos revendo provas e documentos, o Ministério Público estadual informa que a conclusão da polícia pode ter sido precipitada. Os promotores garantem ter evidências seguras de que Celso Daniel não foi vítima de um crime comum, mas de um homicídio premeditado organizado justamente pelo amigo que o acompanhava naquela noite, o empresário Sérgio Gomes da Silva.


Patricia Santos/Folha Imagem
O prefeito Celso Daniel: promotores de Santo André prometem reviravolta no caso

O prefeito Celso Daniel era um administrador popular em Santo André, vitrine da administração petista. Um dos homens de confiança do presidente Lula, ele já havia sido designado como coordenador da campanha presidencial. Sua morte obrigou o partido a achar um substituto para a função. A escolha recaiu sobre Antonio Palocci. Alguns aliados de Daniel trabalham no Palácio do Planalto, entre eles Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, e Miriam Belchior, assessora especial da Presidência da República, ex-mulher do prefeito. As circunstâncias ligadas à morte ganharam contornos políticos quando se descobriu no curso das investigações que funcionava em Santo André uma quadrilha que tomava dinheiro de empresas de ônibus e mantinha um caixa dois que, segundo denúncia do irmão do prefeito Celso Daniel, financiava campanhas do PT. Sérgio Gomes da Silva foi apontado como um dos cabeças da máfia. Durante o trabalho de apuração do caso, a Polícia Federal grampeou de forma irregular assessores e amigos do prefeito morto. O conteúdo das fitas, num total de 42, tornou-se objeto de intensa curiosidade desde a campanha eleitoral. Agora, os promotores afirmam ter condições de levar Gomes da Silva a julgamento pelo assassinato. Na semana passada, ele foi ouvido novamente pela polícia, já na condição de investigado, não mais como testemunha.

O primeiro depoimento do empresário aos policiais, dado logo após o assassinato, chamou a atenção dos investigadores. Na hora do assalto, as vítimas estavam num Mitsubishi Pajero blindado que pertencia a Gomes da Silva. Na reconstituição do crime, o amigo do prefeito informou que o sistema de travas elétricas do veículo não havia funcionado. E só por isso, devido à falha, os criminosos conseguiram tirar o prefeito do carro. Um laudo sobre o veículo encomendado à perícia descartou qualquer defeito nas portas. A contradição entre sua versão e o laudo da perícia foi encarada como fruto do nervosismo próprio do momento. A história começou a mudar quando os promotores colheram um longo depoimento de um preso chamado Aílton Alves Feitosa. Um dia antes do assassinato, Feitosa foi resgatado de helicóptero de uma penitenciária em Guarulhos junto com outro detento, Dionísio Aquino Severo. De acordo com Feitosa, a fuga da prisão teria um único objetivo: a operação da morte de Celso Daniel. O prisioneiro disse aos promotores que o crime foi encomendado por Gomes da Silva. Resgatado pelos policiais três meses após a fuga, o outro preso foragido, o tal de Severo, já havia declarado ter informações sobre a morte do prefeito, mas só daria detalhes em juízo. Foi assassinado uma semana depois das declarações. Sabe-se que Severo conhecia Gomes da Silva havia mais de dez anos e que já trabalharam juntos. Cumpria pena por tráfico de drogas e seqüestro. Segundo Feitosa, Severo planejou o crime e coordenou a operação no local. Feitosa conta ainda ter presenciado uma reunião para discutir a ação. Os promotores estabeleceram também uma ligação lateral de Severo com um dos membros do bando de marginais presos originalmente como únicos responsáveis pelo assassinato: um cartão de uma óptica em que o nome e o telefone de um deles aparecem no verso.


Epitacio Pessoa/AE
Local onde o corpo foi encontrado: perícia desmente a versão de crime comum

Embora as palavras de um preso devam ser recebidas com restrições, os promotores dizem ter encontrado indicações de que ele fala a verdade. A versão anterior de crime comum foi descartada após algumas conversas-chave, uma delas com aquele que era tido como o autor dos disparos que mataram o prefeito. No primeiro inquérito, o assassino seria um menor de idade, identificado como L.S.N. e conhecido como Lalo. Nas conversas com os representantes do Ministério Público, o menor alterou seu depoimento treze vezes. Numa dessas contradições, Lalo disse que alvejou o corpo de Celso Daniel pelas costas. Na autópsia realizada pelo Instituto Médico-Legal, quatro dos cinco tiros que acertaram o prefeito foram dados de frente.

Sérgio Gomes da Silva começou a trabalhar com Celso Daniel ainda no primeiro mandato do prefeito em Santo André, em 1989. Atuou como seu motorista, chefe de segurança e assessor direto. Cinco anos depois, quando o prefeito se elegeu deputado federal, Gomes da Silva tornou-se seu assessor parlamentar. Na campanha para a prefeitura em 1996, trabalhou como tesoureiro informal da candidatura de Daniel. Nos últimos anos, mesmo sem vínculo trabalhista, convivia com o prefeito. Embora se dedicasse ao serviço público, Gomes da Silva jamais se descuidou dos negócios. Num exemplo raro de empreendedorismo, o ex-segurança tornou-se sócio de algumas empresas. Celso Daniel foi alertado para as acusações de corrupção contra Gomes da Silva. O próprio irmão do prefeito, Francisco, conta que Celso Daniel sabia do esquema de caixa dois. O Ministério Público informa que deve entregar a denúncia num prazo de três semanas.

Com reportagem de Sandra Brasil

Caso Celso Daniel completa sete anos sem punições

LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Folha de S.Paulo

Há exatos sete anos, a localização do corpo do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), jogado em uma estrada de terra, em Juquitiba (SP), com marcas de tortura e alvejado por oito tiros, foi o desfecho de dois dias de sequestro. Na Justiça, a punição de seus supostos algozes ainda está longe do fim.

Apesar de a denúncia, que é a acusação formal feita pelo Ministério Público ao Judiciário, ter sido apresentada em junho de 2002, até agora a Justiça de Itapecerica da Serra (Grande São Paulo), que ficou encarregada de julgar o homicídio, está parada na fase de oitiva de testemunhas de defesa.

Oito pessoas foram denunciadas pelo Gaeco de Santo André, grupo especial de investigação do Ministério Público do Estado de São Paulo, pelo assassinato do prefeito. Uma delas era um amigo e ex-segurança de Celso Daniel, o empresário Sérgio Gomes da Silva, que estava com o petista no dia em que ele foi sequestrado.

Celso Daniel e Gomes da Silva haviam jantado em um restaurante em São Paulo e voltavam para Santo André em uma Pajero blindada, conduzida pelo ex-segurança. No caminho, o carro foi interceptado e o prefeito foi levado por sete homens armados.

Para o Ministério Público, o sequestro foi simulado pelo empresário, que encomendou a morte do amigo. Gomes da Silva, que responde em liberdade, nega com veemência e afirma também ter sido vítima.

Ao final das oitivas de todas as testemunhas de defesa dos oito denunciados pelo homicídio, a Justiça deverá fazer a pronúncia do caso, ou seja, se reconhecer como provada a existência do crime e de indícios suficientes de serem os réus os autores, irá submeter o processo ao julgamento final no tribunal do júri. Caso contrário, o Judiciário poderá arquivar o processo.

Em 2006, familiares de Celso Daniel saíram do Brasil e buscaram asilo na Europa. Disseram que vinham sendo vítimas de constantes ameaças de morte por insistirem na resolução do crime.

Leia mais sobre o caso Celso Daniel


Juiz preso diz que o secretário particular de Lula é a chave para elucidar a morte de Celso Daniel
Edição 1925 . 5 de outubro de 2005
REVISTA VEJA

Acusação que vem do cárcere

Juiz preso diz que o secretário
particular de Lula é a chave para
elucidar a morte de Celso Daniel


Policarpo Junior

Fotos Epitácio Pessoa/AE
O ACUSADOR
O juiz Rocha Mattos, que ouviu as fitas do caso Santo André: Carvalho pediu até que a viúva mostrasse emoção ao dar entrevistas sobre o assassinato


O juiz João Carlos da Rocha Mattos, 57 anos, está preso há um ano e onze meses, sob a acusação de vender sentenças judiciais. Depois de passar por quatro cárceres diferentes, ele agora divide um dormitório com um preso no quartel da Polícia Militar, no centro de São Paulo. Na semana passada, na sala de reunião do prédio, Rocha Mattos recebeu VEJA para falar sobre o assassinato de Celso Daniel, o prefeito petista de Santo André morto com sete tiros em janeiro de 2002. Em quase duas horas de entrevista, pela primeira vez Rocha Mattos contou o que ouviu nas 42 fitas cassete que, gravadas entre janeiro e março de 2002, continham registros de diálogos telefônicos trocados entre os personagens do caso. E fez uma revelação pesada. Diz que, na massa de diálogos registrados, os trechos mais comprometedores eram protagonizados por uma única pessoa: Gilberto Carvalho, atual secretário particular do presidente Lula. "Ele comandava todas as conversas, dava orientações de como as pessoas deviam proceder. E mostrava preocupação com as buscas da polícia no apartamento de Celso Daniel", conta o juiz. É a mais frontal acusação já feita contra Gilberto Carvalho no crime de Santo André.

O CORPO
Polícia encontra o corpo de Celso Daniel, em janeiro de 2002: crime político?

No início do ano passado, o jornal Folha de S.Paulo divulgou transcrições das conversas registradas nas fitas e, mais tarde, teve acesso a trechos de áudio de vários diálogos, mas descobriu divergências entre transcrições e áudios. Tanto nas transcrições quanto nos áudios, a presença de Gilberto Carvalho era freqüente mas não comprometedora. Agora, Rocha Mattos diz que as 42 fitas continham passagens bem mais graves do que aquilo que veio a público até agora e que Carvalho chegava ao ponto de dar dicas de comportamento a personagens do caso. Há telefonemas em que ele pede à então namorada de Celso Daniel, a socióloga Ivone de Santana, que concedesse entrevistas à imprensa e não esquecesse de se mostrar emocionada com a morte do prefeito – o que de fato aconteceu. As conversas gravadas, diz o juiz, traziam até recados enigmáticos de moradores de uma favela de Santo André, hoje suspeitos de terem sido contratados para matar o ex-prefeito. "Os recados eram deixados na caixa postal do telefone de Gilberto Carvalho", afirma o juiz. "Ele comandava praticamente tudo."

Veja – O que quer dizer comandar "tudo"?
Rocha Mattos – Comandava as conversas, as orientações de como proceder, de como deveriam se comportar o "Sombra" (apelido do empresário Sérgio Gomes da Silva, acusado de ser o mandante do assassinato), a namorada de Celso Daniel, a preocupação com as buscas, o cuidado para que não resvalasse nada no PT. Nas gravações, existem até encontros marcados em apart-hotéis para entrega de numerário (dinheiro).

Veja – Conversas entre quem?
Rocha Mattos – Entre Klinger (refere-se a Klinger Luiz Oliveira, ex-secretário de Serviços Municipais de Santo André e apontado como braço-direito no esquema de corrupção na prefeitura de Santo André) e Gilberto Carvalho com pessoas não identificadas.

Celso Junior/AE

O ACUSADO
Carvalho, secretário de Lula: ele diz que ouviu falar que houve falsificação de fitas com sua voz

Não é a primeira vez que Gilberto Carvalho aparece envolvido no caso de Santo André. Francisco Daniel, irmão do prefeito assassinado, já disse em mais de uma ocasião que ouviu o próprio Gilberto Carvalho admitir que havia um esquema de corrupção na prefeitura de Santo André – esquema que teria sido a causa da morte do prefeito. Gilberto Carvalho sempre negou que tenha feito tal confissão. Agora, com as declarações de Rocha Mattos, a situação de Gilberto Carvalho se complica. O juiz garante que, ao escutar as fitas, constatou que o secretário particular de Lula conhecia o esquema de corrupção em funcionamento na prefeitura de Santo André e articulou a estratégia para difundir a tese de que o assassinato fora um crime comum – e não crime político, motivado por divergências a respeito do uso do dinheiro da corrupção. Rocha Mattos diz que não denunciou antes o que sabe porque só agora o país descobriu que a cúpula do PT era o ninho de uma quadrilha. "Imagina eu dizendo tudo isso há um ano... Quem ia acreditar?", declara ele.

Luiz Carlos Marauskas/Folha Imagem

NA MESMA TECLA
Francisco Daniel, irmão da vítima: ele insiste em dizer que Carvalho sabia da corrupção

Como quase tudo na investigação da morte de Celso Daniel, há versões e contraversões, palavras contra palavras. Rocha Mattos não oferece provas do que diz, mas é certo que teve acesso efetivo às 42 fitas. Na condição de juiz, ele recebeu a incumbência de esclarecer se elas tinham sido clandestinamente gravadas por agentes da Polícia Federal, conforme denunciara o Ministério Público Federal. Rocha Mattos concluiu que as fitas eram ilegais, pois a PF inventou uma investigação fajuta para conseguir fazer as gravações, e mandou que fossem destruídas – a incineração ocorreu em março de 2003, quando Lula já era presidente e Carvalho, seu secretário particular. Mais tarde, depois da destruição das fitas originais, apareceu um conjunto de cópias nas mãos de uma juíza, que o enviou a Rocha Mattos. O juiz então guardou as cópias, mas diz que, depois de ser preso pela Polícia Federal, elas desapareceram. Estavam na casa de sua ex-mulher, Norma, que também foi presa.

Beto Barata/AE

O ESQUECIMENTO
Baltazar, que fez a segurança de Lula na campanha e depois dirigiu a PF: sem memória

Rocha Mattos conta que era indisfarçável o interesse das hostes petistas na destruição das fitas. Ele diz que, antes de tomar a decisão de mandar incinerar o material, chegou a ser procurado em seu gabinete pelo delegado Francisco Baltazar, então chefe de segurança da campanha presidencial de Lula e, mais tarde, dirigente da Polícia Federal em São Paulo. Foram três encontros. "Ele sempre dizia que seria bom que as fitas fossem destruídas porque elas poderiam prejudicar o partido." Baltazar afirma que não se lembra de ter falado sobre esse assunto com Rocha Mattos. As acusações que lança contra Gilberto Carvalho são a terceira contribuição de Rocha Mattos ao caso de Santo André. Ele já indicou à Justiça duas testemunhas-chave do crime: uma mulher, cujo nome se mantém em sigilo, que diz ter testemunhado o seqüestro e presenciado o comportamento cúmplice de "Sombra", e um homem, hoje preso e também mantido no anonimato, que denunciou com antecedência que Celso Daniel (e também Toninho do PT, morto em 2001) seria assassinado. Procurado por VEJA, Gilberto Carvalho disse que "repudia com veemência" as acusações, promete que vai processar Rocha Mattos e informa que tem notícia de que há gravações montadas com sua voz, com o objetivo de incriminá-lo. Diz ele: "Nós, os amigos de Celso Daniel, não somos acusados, somos vítimas".





Morte de Celso Daniel foi planejada em Campinas
28 de maio de 2005 15h08 atualizado às 15h08


O Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) concluiu que o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, ocorrido em janeiro de 2002, foi planejado em Campinas.

Segundo o promotor Roberto Wider Filho, a reunião da quadrilha que executou o prefeito foi realizada num bairro da zona norte da cidade do interior paulista. O prefeito de Campinas, Toninho do PT, também foi assassinado. O crime ocorreu no dia 10 de setembro de 2001.

Em entrevista à rádio CBN, o promotor afirma que teriam participado da reunião pelo menos dois dos envolvidos no crime, Ivan Rodrigues da Silva, conhecido como "Monstro", e Dionísio de Aquino Severo.

De acordo com Wider, uma testemunha protegida confirmou a tese. "Temos também várias circunstâncias que indicam isso. O Ivan, o 'Monstro', logo depois do seqüestro do prefeito estava em Campinas e permaneceu lá o dia todo", afirmou. O seqüestro ocorreu por volta das 23h de uma sexta-feira, e, com a quebra do sigilo telefônico, o promotor constatou que "Monstro" estava no interior às 8h30m.

"Juntando ao depoimento de que o 'Monstro' já tinha ordem de eliminar o prefeito quando deixou Campinas, a gente chega à conclusão que houve uma reunião em Campinas e nela se tramou a morte do prefeito" afirmou o promotor.

"Monstro" continua preso. Dionísio de Aquino Severo foi morto no Centro de Detenção Provisória do Belém dois dias depois de ser preso e antes de ser ouvido sobre o assassinato de Celso Daniel.

No primeiro depoimento à polícia, Dionísio confessou sua ligação com o principal suspeito do crime, Sérgio Gomes da Silva, o "Sombra", que aguarda o fim do processo em liberdade.

O prefeito teria sido morto, segundo uma testemunha, por ter ido contra o grupo, que estava envolvido em casos de corrupção na Prefeitura de Santo André. As empresas de ônibus que atuavam na cidade eram obrigadas a pagar propina para o grupo, de acordo com depoimentos.

Redação Terra






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