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sábado, 22 de agosto de 2009

Mantega conversou com Lina sobre filho de Sarney




Deu na Veja

Mantega obteve informações da ex-secretária da Receita Federal sobre as investigações dos negócios do clã Sarney, mas não fez propostas "incabíveis"

De Alexandre Oltramari:

Existe um terceiro personagem envolvido no caso do suposto encontro entre a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, no fim do ano passado. É o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chefe direto de Lina Vieira nos onze meses em que ela ocupou o cargo e responsável por sua demissão, há um mês, sem nenhuma justificativa pública.

Na semana passada, em depoimento ao Senado, a ex-secretária repetiu que foi chamada para uma reunião com a ministra no Palácio do Planalto e lá recebeu um pedido para agilizar as investigações que a Receita Federal fazia sobre os negócios da família Sarney. Não apresentou provas, mas convenceu por listar uma terceira testemunha, pela abundância de detalhes e por demonstrar não ter razões para mentir.

O pedido de Dilma foi classificado pela ex-secretária como "incabível". Ela não elaborou. Nem precisava. A oposição interpretou como a tentativa da ministra de interferir em um procedimento oficial com o objetivo de favorecer um aliado político. Dilma negara antes não apenas o teor da conversa, mas a própria existência do encontro.

O caso não se encerra com o depoimento de Lina. Será preciso esclarecer as razões pelas quais, como tudo indica, a ministra cortou caminhos na hierarquia e fez pedidos "incabíveis" a uma secretária da Receita Federal. Uma hipótese a ser investigada é a de que Dilma só teria entrado em ação depois de uma falha no canal natural para obter o efeito desejado pelo Palácio do Planalto – o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Descobriu-se agora que esse canal foi acionado, mas sem que se produzissem os resultados esperados. Mantega efetivamente chamou a ex-secretária em seu gabinete e pediu detalhes sobre o caso dos Sarney. O ministro justificou seu interesse sem rodeios, informando a Lina que a investigação estava preocupando o Palácio do Planalto. A secretária fez seu relato e o ministro agradeceu as informações.

Mantega encerrou a conversa sem pedir nem sugerir nenhuma ação à secretária Lina. Isso é o que se sabe. Por meio de sua assessoria, o ministro Guido Mantega confirmou o encontro com Lina Vieira. "O ministro quis saber a razão pela qual detalhes da investigação da Receita sobre o filho de Sarney estavam saindo nos jornais. Ele entende que a apuração, coberta por sigilo fiscal, não poderia estar vazando.

Foi uma conversa normal entre um chefe e um subordinado sobre um assunto diretamente relacionado às atribuições dele", disse a VEJA o jornalista Ricardo Moraes, assessor de imprensa do ministro. Ele disse que Guido Mantega não se lembra da data da conversa. Aqui, o caso que já era complexo torna-se verdadeiramente confuso. A ex-secretária negou ter tratado desse assunto em encontro com seu superior, Guido Mantega.

Quando o senador Tasso Jereissati perguntou se ela havia conversado com Mantega sobre a investigação, Lina respondeu simplesmente: "Não". Como Mantega confirma o encontro e o teor da conversa com Lina, está patente que a ex-secretária mente e que, portanto, pode ter inventado a história sobre a reunião com a ministra Dilma?

Uma pessoa próxima à ex-secretária diz que ela omitiu aos senadores seu encontro com o ministro Mantega por uma questão de lealdade. Lina teria visado a proteger o ministro, com quem tem ótimas relações e que foi apontado pelo Planalto como responsável direto pela confusão. O ministro teria "perdido o controle" sobre sua subordinada. Procurada por VEJA, a ex-secretária não retornou as ligações.

Travar em público uma queda de braço de credibilidade com a poderosa ministra Dilma não é uma empreitada que se tome a peito facilmente. Lina ficou tão assustada com a repercussão que cogitou não comparecer ao depoimento ao Senado. Só mudou de ideia depois de receber a garantia de que não seria abandonada à sanha da tropa de choque do governo.









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