[Valid Atom 1.0]

sábado, 22 de agosto de 2009

Desde a primeira eleição de Lula, em 2003, partido vem sendo criticado por mudanças em seu padrão ético. E perdeu deputados, senadores e figuras histó





22/08/2009 - 12:46 - Atualizado em 22/08/2009 - 12:47
As baixas do PT com Lula presidente
Desde a primeira eleição de Lula, em 2003, partido vem sendo criticado por mudanças em seu padrão ético. E perdeu deputados, senadores e figuras históricas
JOSÉ ANTÔNIO LIMA
Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
DIVISÃO Mercadante presidente reunião dos senadores petistas. Autoridade do líder da bancada foi desmoralizada em nome da aliança com o PMDB

A última semana marcou um dos períodos mais tensos para o PT desde a chamada crise do mensalão, em 2005. Ao encabeçar a defesa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o partido chegou perto de ver seu líder na Casa renunciar ao cargo, esteve sob uma saraivada de críticas a respeito de seu padrão ético e perdeu dois senadores. Desde que assumiu o poder, com a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto em 2003, pelo menos 14 políticos influentes já deixaram o PT (confira a relação abaixo). Em comum, o fato de todos terem criticado as atitudes que distanciam o partido de seus ideais fundadores.

Para o cientista político José Álvaro Moisés, professor da Universidade de São Paulo (USP), o PT passou por uma grande mudança desde que se tornou governo e ruma no sentido do pragmatismo. “O partido adotou o que alguns chamam de realismo político e passou a se curvar a alguns interesses institucionais como se não houvesse alternativa”, diz. “É uma completa ruptura com o que o PT representava em sua origem”, afirma.

O mais relevante desses interesses institucionais atualmente é a aliança com o PMDB. Como essa relação garante a maioria a Lula e pode render frutos em 2010 – quando Dilma Rousseff disputará a Presidência da República – o PT se destacou tanto na defesa de Sarney quanto na de Renan Calheiros (PMDB-AL), que deixou a presidência do Senado em 2007 em meio a denúncias de irregularidades. Nesta sexta-feira (21), o senador Aloizio Mercadante (SP) recuou do que havia dito e afirmou que permanecerá na liderança do PT no Senado, mas deixou clara sua insatisfação sobre a relação do partido com o PMDB. Segundo ele, o PT estava “pagando um custo político que não pode pagar” por conta desse apoio. “Nós precisamos lutar contra o patrimonialismo, pela reforma das instituições, e essa luta não pode se perder em busca da governabilidade”, afirmou Mercadante.

Para Moisés, ao se aliarem a Sarney, Lula e o PT referendaram “a posição mais tradicional do patrimonialismo”, que é o uso da política como patrimônio particular. Uma forma de combater o patrimonialismo de que fala Mercadante é aumentar a transparência das instituições. “Na fundação do PT, além da ideia de mudança social, havia uma proposta para democratizar a política, o que envolve criar elementos para controlar quem detém o poder”, diz o professor da USP.

O senador Eduardo Suplicy (SP), um crítico da postura recente do PT, avalia que a imagem da legenda já foi bastante afetada, e que é preciso resgatar os valores da fundação do partido. “Temos que reconhecer essa situação e tomar medidas para dar maior transparência ao Senado e a outras instituições”, diz. Alguns dos quadros políticos perdidos pelo PT têm bastante relevância no cenário nacional, e três deles podem concorrer com a ministra Dilma Rousseff em 2010 – Marina Silva, que deve ir para o PV, e Heloísa Helena (PSOL-AL) e Cristovam Buarque (PDT-DF), que já disputaram a eleição de 2006, vencida por Lula. Segundo Suplicy, essa é a única forma de mitigar a transformação do custo político em custo eleitoral. "Há uma cobrança enorme da sociedade ao partido e ela vai continuar até que venhamos a corrigir esses problemas", diz.

Confira abaixo os nomes de alguns dos principais políticos que deixaram o PT desde que o presidente Lula assumiu o cargo, em 2003.

Alguns dos principais petistas que deixaram o partido desde 2003
O ex-deputado federal Babá (PA) participava de um movimento interno do PT que passou a criticar as decisões do governo Lula que considerava “neoliberais” e, portanto, não adequados ao programa do partido. Quando começaram a votar contra o governo Lula na Câmara e no Senado, acabaram expulsos.
O deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) deixou o PT em 2005 após Plínio de Arruda Sampaio perder a eleição para a presidência do partido, realizada em meio ao escândalo do mensalão. “O PT saiu de si mesmo ao negar os valores que construiu ao longo da história”.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) era ministro da Educação de Lula e, em 2004, foi demitido por telefone. Ficou no partido até 2005. “Eu não saí do PT, foi o PT que saiu de mim. Este é o grande crime do PT. O partido é de gente honesta, mas acomodada. A corrupção é de alguns petistas.”
O deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) deixou do PT em 2003 alegando que não concordava com as posições que o governo estava tomando com relação a questões ambientais. “Tudo tem limite”, disse ele na época.
O senador Flávio Arns foi para o PT em 2002, após deixar o PSDB. Na quarta-feira (19), após o arquivamento das ações contra José Sarney (PMDB-AP) no Conselho de Ética, disse que iria deixar o partido. “O PT jogou a ética no lixo, vai ter que achar outra bandeira. Posso dizer que tenho vergonha de estar no PT”. Ele foi acusado de usar o PT para se promover.
O jurista Hélio Bicudo, um petista histórico, deixou o PT em 2005 em meio ao escândalo do mensalão. Em 2006, declarou voto em José Serra (PSDB).
A ex-senadora Heloísa Helena encabeçava um movimento interno do PT que passou a criticar as decisões do governo Lula que considerava “neoliberais” e, portanto, não adequados ao programa do partido. Quando começaram a votar contra o governo Lula na Câmara e no Senado, acabaram expulsos.
O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) deixou o PT em 2005, também depois que Plínio de Arruda Sampaio perdeu a eleição para a presidência do partido. Em 2008, se disse chocado com o partido. “O que impressiona é que um partido possa estar negociado com dois, três partidos, mesmo que eles sejam adversários e até inimigos”.
A deputada Luciana Genro (PSOL-RS) participava do mesmo movimento de Heloísa Helena e foi expulsa depois de votar contra o PT.
O ex-deputado João Fontes (SE) participava do mesmo movimento interno do PT que passou a criticar as decisões do governo Lula em 2003. Foi expulso junto com Heloísa Helena.
A senadora Marina Silva deixou o PT na quarta-feira (19), após 30 anos militando pela legenda. “Já tive uma visão idealista, hoje tenho a clareza de que todos [os partidos] têm problemas a serem saneados”.
O ex-deputado federal Orlando Fantazzini (PPS) deixou o PT em 2005, também depois que Plínio de Arruda Sampaio perdeu a eleição para a presidência do partido, ganha por Ricardo Berzoini em meio ao escândalo do mensalão.
Petista histórico, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) deixou o partido após perder o primeiro turno das eleições internas, realizadas em meio ao escândalo do mensalão. “O PT esgotou seu papel como instrumento de transformação da realidade brasileira”.
Soninha Francine, atualmente subprefeita da Lapa, em São Paulo, deixou o PT em 2007 para disputar a Prefeitura pelo PPS. Disse estar “desiludida” com o PT, “no sentido exato de não ter muita ilusão”.








Fale com o Ministério

Antes de enviar sua mensagem consulte a seção Perguntas Freqüentes. Sua dúvida já pode estar respondida. Caso queira registrar uma reclamação ou denúncia preencha o formulário abaixo. Você também pode ligar para o Disque Saúde - 0800 61 1997, a Central de Teleatendimento do Departamento de Ouvidoria Geral do SUS, para receber informações sobre doenças e registrar reclamações, denúncias e sugestões.

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Nenhum comentário: