
Segundo reportagem do jornal “Folha de S. Paulo” publicada na edição de 27 de janeiro, Bezerra tentou evitar a demissão de Fernandes ao encaminhar correspondência a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, minimizando as irregularidades verificadas pela CGU com a argumentação de não haver necessidade de se fazer uma “intervenção ministerial” no Dnocs por considerar a medida “demasiadamente drástica”.
Para o líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), autor da representação, a atitude do ministro da Integração pode se caracterizar, em tese, na “prática do crime de condescendência criminosa” por ele alegar que os problemas no Dnocs se resolveriam com a exoneração do diretor administrativo do órgão, Albert Brasil Gradevohl, afastado do cargo no dia 23 de dezembro, e não do ex-diretor-geral, Elias Fernandes, demitido na última sexta-feira. “O ministro Fernando Bezerra buscou minimizar o problema ao afirmar, no documento enviado para a Casa Civil, que a intervenção ministerial era ‘demasiadamente drástica1’ e que não se sustentava ‘sob a ótica da razoabilidade administrativa’”, afirmou o líder do PPS, que teve acesso ao Aviso nº 317/MI, de 28 de dezembro de 2011, enviado a ministra Gleisi Hoffmann.
Bueno diz que a suspeita contra Bezerra é “muito grave” porque ele tinha conhecimento das irregularidades no Dnocs e mesmo assim tentou proteger o ex-diretor-geral. “Seja qual for a real motivação do ministro da Integração, o fato é que está materializada a sua deliberada intervenção no sentido de proteger um funcionário público suspeito de prática de vários atos ilegais”, disse o deputado na representação à PRG.
O líder do PPS lembra ainda que o relatório da CGU apontando irregularidades no Dnocs indica como única solução para o caso o afastamento de toda diretoria do órgão. “Mesmo diante das evidências que comprometiam toda a diretoria do Dnocs, o ministro optou por proteger o ex-diretor-geral em evidente prejuízo do interesse público”, afirmou, ao cobrar a apuração dos fatos pelo Procurador-Geral de República, Roberto Gurgel. A cópia do documento encaminhado à ministra da Casa Civil pelo ministro Fernando Bezerra foi anexada à representação.
31/01/2012 16h02
- Atualizado em
31/01/2012 16h06
Dilma não fala de ministro e diz que só na volta discute questões do Brasil
Em Havana, presidente foi indagada sobre eventual saída de Negromonte.
'Questões relativas ao Brasil discutimos no Brasil a partir de quinta', disse.
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Havana (Foto: Reuters)
Indagada durante entrevista coletiva sobre a situação do ministro das Cidades, Mário Negromonte, alvo de denúncias de irregularidades e que estaria prestes a deixar o governo, a presidente respondeu:
"Olha, as questões relativas ao Brasil eu já disse anteriormente - mas vocês são insistentes, inteligentes e rápidos - que as questões relativas ao Brasil discutimos no Brasil a partir de quinta-feira", declarou.
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Segundo informou o blog de Cristiana Lôbo, o ministro pretende tomar a iniciativa de pedir demissão na quinta ou na sexta-feira, depois do retorno da presidente.Nesta terça, em meio à crise, Mário Negromonte se reúne na tarde com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e outros ministros.
O assunto oficial da reunião é a atuação no governo federal na prevenção de desastres naturais em áreas de risco. Devem participar também outros ministros, como Miriam Belchior, do Planejamento