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domingo, 31 de outubro de 2010

#eleições Para Aécio Neves, Minas Gerais ganhará votando em #Serra


Ezequiel Fagundes

Publicação: 31/10/2010 11:06 Atualização: 31/10/2010 11:17

Apesar de todas as pesquisas de intenção de votos mostrarem o contrário, o senador eleito Aécio Neves (PSDB) ainda acredita na vitória de José Serra (PSDB) e evita falar na hipótese da derrota. Aécio, que nos últimos dias rodou o estado ao lado do candidato tucano à Presidência da República e foi um dos principais personagens da campanha pró-Serra no país, argumenta que a eventual vitória tucana carreará mais investimentos para o estado. “Serra assumiu um conjunto de compromissos por Minas que não vi serem assumidos pela outra candidata”, diz, referindo-se à ampliação do Aeroporto Internacional

Nos últimos dias, Aécio Neves (E) rodou o estado ao lado do candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra - (Ricardo Moraes/Reuters)
Nos últimos dias, Aécio Neves (E) rodou o estado ao lado do candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra


Tancredo Neves, as obras do metrô e a BR-381. Independentemente de quem vença, contudo, Aécio Neves defende uma oposição madura, capaz de construir uma pauta de reformas que está além das questões de governo. “Tanto o PSDB quanto o PT não devem reeditar a oposição que fizeram ao longo dos últimos anos. Acho que qualquer um de nós que estiver na oposição terá de ter maturidade de sentar à mesa e construir uma agenda para o Brasil”, afirmou em entrevista exclusiva ao Estado de Minas.


Confira os principais trechos da conversa.

Por que o senhor argumenta que para Minas seria melhor Serra do que Dilma na Presidência da República?

Nossos adversários fizeram uma campanha batendo sempre na mesma tecla, de que o governo federal precisava estar alinhado com o governo estadual, porque já davam como certa a vitória de sua candidata. Nunca achei que isso fosse essencial, mas está aí uma oportunidade para manterem a coerência e não parecer que era apenas uma jogada oportunista. Minas já escolheu o seu governador pelos próximos quatro anos com consagradora votação. Quero agradecer mais uma vez esse expressivo apoio que tivemos, Anastasia, Itamar e eu. A vitória de Serra possibilitaria esse maior alinhamento. Mas a verdade é que Serra assumiu um conjunto de compromissos com Minas que não vi serem assumidos pela outra candidata. Serra tem compromissos claros, pontuais com Minas, com o fortalecimento dos municípios, com a cafeicultura, maiores parcerias com a segurança pública e melhoria da qualidade da saúde e da educação. Não tenho dúvida de que hoje é o mais preparado brasileiro para governar o Brasil.

Mesmo politicamente, pensando em Minas, seria mais interessante Serra ou Dilma?


Não tenho dúvidas e a minha convicção é de que Serra, pela identidade que tem conosco e até pela minha presença próxima a ele no Congresso Nacional, teria muito mais condições de cobrar investimentos que Minas não vem tendo nos últimos anos na infraestrutura, na segurança pública, onde praticamente não tivemos nenhum apoio, e em outras parcerias essenciais para o estado. Com a Serra nossa identidade será maior.

O metrô, o Rodoanel e a BR-381 são velhas promessas de campanha. Por que o mineiro deveria acreditar que Serra resolverá essas questões?


Não apenas por seus compromissos, mas por nossa força política em cobrá-los. O atual governo, por mais que tivéssemos apresentado a ele projetos, inclusive fiz isso na companhia do ex-prefeito Fernando Pimentel (PT) em relação ao metrô, não deu um passo sequer para que a obra se concretizasse. Temos a questão central do nosso aeroporto, o Tancredo Neves, em Confins, com a sua capacidade exaurida, sem que tenhamos perspectiva de início das obras de ampliação do terminal 1 e duplicação do terminal 2. O Serra assumiu conosco esse compromisso. Com Serra, posso assegurar, estarei cobrando cada um dos investimentos que não foram feitos ao longo deste governo, além da 381, que também não teve qualquer investimento expressivo ao longo deste governo.

No Senado, o que Minas pode esperar?

Primeiro, seriedade, responsabilidade e ousadia para a construção de uma agenda que não seja do Executivo, mas do país. O que pretendo ao lado dos senadores mineiros e dos outros é apresentar ao país uma agenda que começa pela reforma política, passa pela questão tributária e pela refundação da federação. Quero levar como preocupação grande a reorganização e reestruturação dos municípios brasileiros que estão em situação pré-falimentar. Queremos atuação coesa, os três senadores de Minas (o estado ainda é representado na casa pelo senador Eliseu Resende(DEM) na mesma direção, apoiando o governador Anastasia no que diz respeito aos investimentos para o estado, inclusive internacionais, mas ajudando o Brasil a encontrar a sua agenda. Espero que possamos ter um Senado mais altivo, até para que possa se reencontrar com a sociedade brasileira, da qual esteve divorciado ao longo dos últimos anos. O Senado é o poder de equilíbrio, moderador. Não podemos estar submetidos a uma agenda exclusivamente de interesse do Executivo. Minha ideia é logo nos primeiros meses apresentar ao lado de outros companheiros uma agenda de reformas, e quem sabe um pacto que una oposição e situação em torno de questões de estado. Temos de ter maturidade para compreender que existem questões que são de estado; portanto, independentemente de estarmos na situação ou oposição, merecerão o nosso apoio. Outras são questões de governo e nestas, evidentemente, situação e oposição vão discutir no devido tempo. Mas há espaço para a construção de agenda de grandes reformas que não ocorreram nos últimos governos, nem no nosso nem no do presidente Lula.

O governo Lula foi marcado por grandes investimentos na área social. Qual seria a marca de um eventual governo Serra?

Eficiência, ampliação dos investimentos. O poder público investe muito pouco, muito menos do que poderia estar investindo. É preciso que fique claro que os avanços do presidente Lula devem ser continuados. É mais importante registrar que eles não começaram esses avanços no governo do presidente Lula. Não teria governo do presidente Lula com esses resultados se não tivesse havido o governo do presidente Itamar com a ousadia do real, o governo do presidente Fernando Henrique para consolidá-lo, se não tivesse havido a Lei de Responsabilidade Fiscal. Ao contrário do que alguns do PT querem fazer crer, o Brasil não foi descoberto em 2003. O Brasil vem passando por processos sucessivos de avanços e acredito que, e aí sim vejo José Serra, terá melhores condições de fazer um governo menos aparelhado em termos partidários, que privilegie a meritocracia, que tenha política externa menos ideológica e mais pragmática em defesa dos interesses do país. Um governo de união nacional, um governo de maior generosidade e que não trate adversários como inimigos a serem dizimados.

Se confirmadas as pesquisas e Dilma se eleger, que tipo de oposição pode ser esperada do PSDB?


Devo registrar que acreditamos na vitória do Serra. É importante registrar. O PSDB jamais fará oposição ao Brasil. O que pretendo é construir ao lado de outros senadores, independentemente de estarem na situação ou na oposição, as reformas que interessam ao Brasil. Não gosto de falar em oposição antes da hora. Mas tanto o PSDB quanto o PT não devem reeditar a oposição que fizeram ao longo dos últimos anos. O PT fez oposição pouco patriótica a Fernando Henrique – votou contra o Plano Real, contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, contra a reforma da Previdência, além de várias outras questões. O PSDB também cometeu equívocos. Acho que qualquer um de nós que estiver na oposição terá de ter maturidade de sentar à mesa e construir uma agenda para o Brasil.




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