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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Arruda sai do DEM; diz que não disputa eleição de 2010







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BRASÍLIA (Reuters) - O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, envolvido em denúncias de corrupção, anunciou sua desfiliação do Democratas nesta quinta-feira, após a informação ser divulgada por integrantes do partido.

Arruda disse ainda que não vai concorrer à reeleição nas eleições do ano que vem, como pretendia.

"Para enfrentar os desafios e garantir a conclusão de todas as obras, tomo a difícil decisão de deixar a vida partidária desligando-me do Democratas neste momento. Não disputarei a eleição do ano que vem", afirmou Arruda a jornalistas em sua residência oficial.

Ele comunicou a decisão da desfiliação à cúpula do Democratas na hora do almoço desta quinta, véspera de reunião da sigla que, segundo todas as indicações, levaria à sua expulsão.

O senador Antonio Carlos Júnior (BA) considera que a saída foi a melhor decisão. "Ele seria duplamente derrotado pelo despacho da ministra (do TSE) e pela decisão do partido (se ficasse)", disse, antes do anúncio formal.

A decisão, segundo integrantes do partido, é menos traumática para a sigla do que a expulsão.

Mais cedo, um senador da legenda havia afirmado à Reuters sob a condição do anonimato: "Ele pediu desfiliação hoje. Acho que ele começou a jogar a toalha".

Com a saída, Arruda fica impedido de disputar a reeleição no ano que vem como desejava. Também não pode concorrer a nenhum outro cargo eletivo. Para isso, seria necessário estar filiado a uma legenda desde outubro, um ano antes das eleições.

Filmagens mostraram Arruda recebendo dinheiro de um ex-secretário do DF durante sua campanha eleitoral em 2006, assim como deputados e assessores. O governador, investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, é acusado de envolvimento em pagamento de propina a deputados de sua base aliada, no que ficou sendo chamado de "mensalão do DEM".

A comunicação prévia foi feita ao presidente da sigla, deputado Rodrigo Maia (RJ), e aos deputados Antonio Carlos Magalhães Neto (BA) e Ronaldo Caiado (GO), além do senador Heráclito Fortes (PI).

A deliberação teria acontecido na noite passada, quando o ex-presidente da legenda Jorge Bornhausen teria convencido Arruda a deixar o partido.

Também nesta tarde, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou o pedido do governador, realizado na quarta-feira, de suspender o processo interno de expulsão aberto pelo Democratas. Arruda alegou que faltou direito de defesa.

A ministra Carmen Lúcia, relatora do pedido no TSE, desconsiderou o argumento de cerceamento do direito de defesa, afirmando no despacho que no próprio pedido o governador reconhece que foi notificado, como previsto no estatuto da legenda, para apresentar a sua defesa no prazo de oito dias.

Quanto ao argumento de que o processo se baseia em notícias de jornal, a ministra disse que é função de partido político investigar.

"É exatamente para que ele possa contestar o que lhe vem sendo publicamente imputado --e que é dever do partido político investigar, analisar e concluir-- que lhe está sendo dado o direito de defesa", afirmou a ministra na decisão.

(Reportagem de Natuza Nery e Maria Carolina Marcello)










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