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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

DF: manifesto contra Arruda termina em confronto com polícia






Manifestantes deitam no chão para se proteger dos policiais Foto: Dida Sampaio/Agência Estado

Manifestantes deitam no chão para se proteger dos policiais
09 de dezembro de 2009
Foto: Dida Sampaio/Agência Estado


Diversos sindicatos e movimentos sociais, além de estudantes e parlamentares que manifestavam e pediam a saída do governador do Distrito Federal (DF), José Roberto Arruda (DEM), entraram em confronto com policiais em frente ao Palácio do Buriti, na tarde desta quarta-feira. Segundo a Polícia Militar (PM), há equipes no local para solucionar a situação.

O grupo com cerca de 1,5 mil pessoas se manifestava contra o suposto mensalão do DEM, esquema de pagamento de propinas que teria como coordenador o governador do DF. O conflito acabou interditando parte do Eixo Monumental, uma das principais vias da capital.

A PM afirmou que ainda que os dados exatos sobre os números de participantes, detidos ou feridos durante o confronto serão divulgados durante coletiva à impresa na tarde de hoje.

Houve confronto e os policiais chegaram a atirar bombas de efeito moral e balas de borracha nos manifestantes, que haviam bloqueado as pistas do Eixo Monumental, uma das principais vias da capital. Os policiais expulsaram os manifestantes da via pública, que foi, então, bloqueada por eles.

Segundo o Movimento contra a Corrupção, que participou do protesto, o objetivo é mobilizar a população do Distrito Federal e exigir a cassação do governador José Roberto Arruda, acusado de participar de um esquema de pagamento de propina e desvio de verbas públicas desvendado pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal.

Durante a manifestação, o movimento também colheu assinaturas para encaminhar pedidos de impeachment do governador e do vice-governador Paulo Octávio e pedir punição para todos os parlamentares e colaboradores acusados de envolvimento no esquema. "Só conseguiremos tirar o governo local se houver mobilização popular. É preciso conscientização para mudar todo esse esquema sujo", afirmou a presidente da Central Única dos Trabalhadores no Distrito Federal (CUT-DF), Rejane Pitanga.

Segundo ela, o movimento continuará com sua missão de convocar a população para exigir "o desmanche" do esquema de corrupção do governador e demais envolvidos.

O presidente em exercício da Câmara Legislativa do DF, Cabo Patrício (PT), disse que a pressão pelo afastamento dos envolvidos vai continuar, apesar de o bloco aliado ao governo estar se movimentando para evitar esse desfecho. "Nos próximos dias, ainda veremos muitas articulações", afirmou o deputado.

De acordo com ele, muitos parlamentares que sustentavam a defesa do governo estão deixando essa posição. "O importante é que no final seja votado o pedido de impeachment do governador Arruda".

Os estudantes, que ocuparam durante seis dias o plenário da Câmara Legislativa, reafirmaram o compromisso de continuar nas ruas protestando contra o atual cenário político no Distrito Federal. "Percebemos que é preciso sair de um ambiente fechado Câmara Legislativa e mostrar nossa força enquanto movimento. Tivemos uma vitória dentro de uma guerra", disse Gabriel Santos, estudante de ciência política da Universidade de Brasília (UnB).

Para sábado (12), está prevista uma carreata, que partirá às 9h, do Estádio Mané Garrincha, com destino à residência oficial do governador, em Águas Claras.

Entenda o caso
O mensalão do governo do DF, cujos vídeos foram divulgados neste mês, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.

O governador José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".

As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.











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