Por Natuza Nery
BRASÍLIA (Reuters) - O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), não sai do telefone. Preocupado com o julgamento de sua eventual expulsão do partido, ele vem fazendo dois pedidos aos colegas da executiva nacional que analisará seu caso na sexta-feira: pede que seja absolvido e que o voto seja secreto.
O regimento prevê o voto fechado, mas diversas lideranças democratas já se mobilizam para reverter essa dinâmica. Arruda é suspeito de comandar um esquema de corrupção, já conhecido como mensalão do DEM, e vem perdendo apoio político a cada dia.
O senador Demóstenes Torres (DEM-GO), um dos maiores defensores da expulsão do colega por julgar que as acusações mancham a imagem da legenda, apresentará na sexta um requerimento pedindo o voto aberto. Essa é a estratégia dos contrários à permanência do governador e fruto do temor de que a votação confidencial viabilize sua permanência.
O argumento será de que o voto secreto no âmbito interno da sigla não tem sustentação constitucional.
"Vou apresentar a questão de ordem na hora da votação", afirmou Demóstenes. "Se ele for absolvido, o partido mergulha de uma vez na história do mensalão e se iguala aos demais."
Nos últimos dias, Arruda disparou telefonemas aos membros da executiva nacional --45 ao todo-- pedindo apoio à sua causa e ao instituto do voto secreto. Seus advogados já cogitam recorrer caso a expulsão se confirme.
Líder da bancada na Câmara, o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) providencia uma lista de assinaturas a favor do voto aberto. Quer apresentá-la no início da reunião, prevista para às 8h da manhã.
"Estamos tomando todos os cuidados para que a reunião ocorra com total transparência", assegurou.
"Já criamos o movimento do voto aberto", acrescentou o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
A assessoria de imprensa do governador não estava imediatamente disponível para comentários.
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