Especialista em restauração de prédios tombados, a arquiteta Helena Saia descobriu entradas tapadas com cimento e tijolos nos corredores subterrâneos do Hospital Matarazzo, por onde eram transportados os defuntos.
Helena ficou intrigada. Entrevistou ex-funcionários do hospital e colheu uma versão para o mistério: o conde Matarazzo, simpatizante de Mussolini, teria utilizado aqueles espaços para esconder fascistas perseguidos no Brasil.
"Disseram que até nazistas passaram por lá", conta a arquiteta.
Bem mais palpitante é o mistério atual do Hospital Matarazzo, pelo menos para os investidores do mercado imobiliário. A atenção sobre aquele terreno de 25 mil metros quadrados, grudado na avenida Paulista, está aumentando ainda mais neste ano: ali vai acontecer o Casa Cor, evento máximo de arquitetos e decoradores no Brasil.
Proprietária do imóvel, a Previ -o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil - não sabe como, nem quando, nem para quem (nem se) será vendido. O arquiteto Júlio Neves elaborou um projeto para ocupar parte do terreno, onde construiria um shopping center e um prédio comercial.
Foram tantas as pressões e os obstáculos legais que ele desistiu da iniciativa. "Continuo interessado", informou, garantindo que ajudaria a restaurar o hospital para que voltasse a ter utilização médica.
O sonho dourado da Fundação Getúlio Vargas é ampliar seu campus para aquela área, que fica exatamente em frente à faculdade. Por falta de espaço, eles estão se dispersando em diferentes prédios. "Fizemos o que foi possível", lamenta o diretor da FGV, Sylvio Mazzucca, dizendo-se ainda à espera de um sinal da Previ para apresentar uma nova oferta. Existe até um corredor, debaixo da rua Itapeva, que liga a escola ao hospital.
O empresário Mario Amato, ex-presidente da Fiesp, não se conforma com o fato de, entre as colônias estrangeiras de São Paulo, somente a italiana não ter um hospital; nas redondezas, está o Sírio-Libanês e, do outro lado da avenida Paulista, o Oswaldo Cruz, criado por alemães, além da Beneficência Portuguesa. Quer que o Matarazzo volte a ser um hospital respeitado.Home |
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Hospital Umberto I
Hospital Umberto I também conhecido como Hospital e Maternidade Umberto I e Hospital Matarazzo, foi um hospital construido em 1904 por Francesco Matarazzo na cidade de São Paulo. Localiza-se no bairro Bela Vista o conjunto de prédios em estilo neoclássico, foi tombado em 1986 como bem cultural de interesse histórico-arquitetônico [1].
O complexo hospitalar cresceu ao longo do século XX, incorporando novas alas e serviços [2]:
- Prédio original do Hospital Humberto I (pavilhão administrativo), 1904
- Casa de Saúde Francisco Matarazzo, 1915
- Capela, 1922
- Casa de Saúde Ermelino Matarazzo, 1925
- Cozinha, Lavanderia e Refeitório, 1929
- Residência das irmãs, Ambulatórios e Enfermarias, anterior a 1930
- Clínica Pediátrica Amélia de Camilis, 1935
- Pavilhão Vitório Emanuele III, 1937
- Maternidade Condessa Filomena Matarazzo, 1943
- Prédio Hospitalar (ampliação), 1974
Referências
- ↑ Daniel Gonzales, Estadão.com (1-7-2010). Entidades temem por tombamento de antigo Hospital Matarazzo. Página visitada em 24-10-2010.
- ↑ CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo, Prefeitura Municipal de São Paulo. Tombado de bem cultural de interesse histórico-arquitetônico, Resolução SC 29/86. Página visitada em 24-10-2010.
[editar] Ligações externas
- Velho Matarazzo pede socorro, Jornal da Tarde.
- A evolução dos hospitais, Vivianne Santos, Hebron Atualidades.
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