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sexta-feira, 1 de abril de 2011

"Agimos com confiança", diz administrador da Arquidiocese de Porto Alegre sobre suposto golpe


Padre Luís Inácio Ledur suspeita ter sido enganado em negociação para reforma de paróquias

José Luís Costa | joseluis.costa@zerohora.com.br

Emissários do governo português investigam, na Capital, um suposto golpe envolvendo o consulado de Portugal, no qual o vice-cônsul do país europeu, Adelino Pinto, teria desaparecido com R$ 2,5 milhões da Arquidiocese de Porto Alegre.

Pinto conduziu negociações com uma ONG belga para reformar igrejas no Estado, entre elas a Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre, e Bom Senhor, em Triunfo. Segundo o advogado do representante português, o dinheiro foi repassado à organização da Bélgica para garantir a doação de R$ 12 milhões prometidos pela instituição em auxílio às paróquias.

Considerando-se vítima de um golpe, que resultou em uma queixa à Polícia Civil, o padre Luís Inácio Ledur, administrador da Arquidiocese e pároco há cinco anos da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, suspeita ter sido enganado em uma negociação que acreditava ser com representantes do governo português.

Confira a entrevista realizada por ZH com o pároco:

Zero Hora – O senhor pediu emprestada a conta do vice-cônsul para depositar os R$ 2,5 milhões da Igreja para garantir a remessa de R$ 12 milhões?
Padre Luís Inácio Ledur – Não. O seu Adelino foi quem ofereceu a conta do Consulado para facilitar a remessa do dinheiro. Soubemos depois que a conta estava em nome dele e não do consulado. Ele alegou que o consulado não tem CNPJ.

ZH – Não seria melhor usar outra forma, via Banco Central?
Padre Ledur
– Aceitamos a sugestão de usar a conta do vice-cônsul porque era preciso enviar o dinheiro com urgência para não perder a doação. O dinheiro era uma caução. Fizemos um documento em cartório.

ZH – O senhor pensou em procurar o embaixador do Brasil para pedir algum auxílio?
Padre Ledur
– Sim. Mas o vice-cônsul nos disse para não falar com ele, pois ele seria da Igreja Pentecostal, e iria melar a doação.

ZH – Teresa Falcão e Cunha, da ONG que dizia intermediar a doação da verba, apresentou documentos? Alguma credencial?
Padre Ledur
– Não. Não pedimos. Nossa confiança era em Adelino, nunca fizemos negócios com ela.

ZH – O senhor tentou se informar sobre essa ONG com seus colegas, padres portugueses?
Padre Ledur
– Não. O vice-cônsul pediu para não contar nada a eles. Disse que poderiam se interessar por verbas e estragar o negócio.

ZH – O senhor reconhece que agiu com ingenuidade?
Padre Ledur
– Quem mal não faz, mal não pensa. Agimos com confiança. O tempo todo acreditamos que estávamos negociando com representantes do governo português.

ZH – Quando percebeu que poderia se tratar de um golpe?
Padre Ledur
– Quando soubemos que Adelino sacou o dinheiro e tivemos de pedir para devolver por diversas vezes. Teve momento em que desconfiei do negócio. Mas o seu Adelino insistiu várias vezes.

ZERO HORA








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