Alexandre Jatobá, pai de Anna Carolina, afirma que ela é bem tratada pelas demais.
Advogado afirma que decisão foi tomada de acordo com vontade da detenta.
A madrasta ( MADRASTA DE QUEM? SE ELA NÃO OCUPAVA O LUGAR DA MÃE!)
de Isabella Nardoni, Anna Carolina Jatobá, está desde quarta-feira (28) em uma cela comum da Penitenciária de Tremembé, a 138 km de São Paulo. Acusada pela morte da menina Isabella Nardoni, Anna Carolina cumpre prisão preventiva desde 7 de maio. A garota morreu ao ser jogada do apartamento de seu pai, no 6º andar de um prédio, na Zona Norte de São Paulo, no dia 29 de março.
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"Ela divide a cela com mais oito meninas e está sendo muito respeitada pelas demais e foi muito bem recebida pelas presas", afirmou Alexandre Jatobá.
O advogado de Anna Carolina, Ricardo Martins, afirma que a decisão foi tomada de acordo com a vontade de Anna Carolina. "Se ela não estivesse segura, ela não iria", afirmou.
Alexandre Nardoni e Anna Carolina receberam a visita dos pais no domingo (1º). Os pais de Anna Carolina Jatobá chegaram ao presídio feminino pouco antes das 11h. A mãe estava com a cabeça coberta.
Os pais de Alexandre Nardoni levaram vários pacotes para o filho. O pai do acusado, o advogado Antonio Nardoni, reclamou do fato de o filho estar preso e disse que o depoimento do casal à Justiça foi consistente.
Segundo o advogado, Alexandre está muito abalado e sente falta dos filhos. Antônio Nardoni disse ainda que as crianças perguntam sobre os pais. O advogado fez também um apelo pedindo às pessoas que saibam algo sobre a noite do crime, que ainda não foi revelado, que
A palavra "madrasta" vem do latim vulgar matrasta. Tem a ver com "mãe" (mater), mas no sentido de "mulher do pai", mãe que não é mãe, mulher que se tornou mãe "postiça" na ausência da mãe verdadeira.
A madrasta existia quando a mãe da criança falecia. A madrasta surgia na vida de um órfão como segunda mãe. O mesmo com relação ao padrasto.
Hoje, dado o número de separações conjugais, existem muitos órfãos com mães e pais vivos. A nova esposa é chamada de madrasta de maneira pouco apropriada. Outro expediente é chamar a madrasta de "tia", o padrasto de "tio", o que nada ajuda.
Antigos provérbios pintam a imagem perversa: "Madrasta e enteada sempre andam em batalha", "madrasta, diabo arrasta", "madrasta, o nome lhe basta". Quando alguém quer se queixar da vida diz que a vida lhe foi madrasta. E existirá também a morte madrasta? No caso de padrasto, há um provérbio interessante: "Mais vale pai ruim do que bom padrasto".
A noção é tão forte que virou adjetivo masculino, ampliando a idéia original: "mercado madrasto", "mundo madrasto", "futuro madrasto".
Nas histórias que contamos aos nossos filhos, a madrasta é malvada, irascível, vingativa. A mulher má por definição, a gargalhada sádica ressoando nos ouvidos, a vontade de perseguir. As madrastas cruéis fazem dos contos infantis verdadeiras histórias de terror.
A madrasta da Branca de Neve inveja a beleza da menina. Decide assassiná-la. A megera, para cúmulo do azar, é feiticeira e não tem um pingo de compaixão. Quando manda o caçador matar a menina no meio da floresta, exige que lhe traga como prova do trabalho realizado os pulmões e o fígado da vítima. Sua idéia é cozinhá-los e comê-los!
A madrasta da Cinderela explora a força de trabalho da pobre enteada e não lhe permite conhecer novas oportunidades. Para completar o quadro, a madrasta tem duas filhas que humilham sistematicamente a Gata Borralheira. É preciso que outra figura, a madrinha, venha em auxílio com os poderes mágicos do amor. Madrinha também substitui a mãe ausente, mas é substituta do bem.
Seria grande injustiça apresentar a madrasta como vilã de todas as histórias. Não é certamente um papel fácil. Requer generosidade. Generosidade significa gerar. Gerar um vínculo que não existia antes. Criar com a criança, com o jovem, com a jovem, uma relação de respeito... Para começar.
Gabriel Perissé é doutor em Educação pela USP e escritor
Website: http://www.perisse.com.br/
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