GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
A base aliada do governo iniciou uma ofensiva em busca de votos para aprovar nesta quarta-feira a criação da nova CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), batizada de CSS (Contribuição Social para a Saúde). Sem número suficiente de votos para aprovar a matéria, os governistas já conseguiram sensibilizar parte da bancada da saúde para a aprovação emenda 29 (que amplia os recursos para a saúde) com a criação da CSS.
O presidente da bancada da saúde, deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), mantém a postura contrária à criação da CSS, mas favorável à aprovação da emenda 29 no modelo em que foi apresentada no Senado.
O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), que chegou a declarar-se contrário à criação da CSS, disse estar disposto em votar favoravelmente à matéria para assegurar a aprovação da emenda 29. Ao lado de Guerra, Perondi é um dos principais representantes da bancada da saúde na Câmara.
"Eu cheguei à conclusão que o governo está irredutível [na decisão de criar a CSS]. Ou fazemos uma proposta alternativa, ou acompanhamos o governo. Eu evoluí a minha posição e acho que temos que trabalhar com o possível. Os números ficam interessantes e essa contribuição fica definitiva", afirmou Perondi.
Apesar da pressão governista, a bancada da saúde está dividida sobre a aprovação da CSS. A expectativa é que a maioria da bancada vote a favor da CSS, uma vez que dos 243 parlamentares que integram o grupo, pelo menos 160 são de partidos da base aliada do governo. Os deputados da oposição, por outro lado, prometem seguir os partidos contra a aprovação da emenda 29 com a inclusão da CSS.
Os governistas esperam reunir pelo menos 280 votos favoráveis à nova contribuição até a manhã desta quarta-feira. Como se trata de um projeto de lei complementar que regulamenta a emenda 29, são necessários 257 votos favoráveis à proposta para que ela seja aprovada no plenário da Câmara. A base aliada defende a realização de sessão extraordinária amanhã a partir das 10 horas para o início da discussão do tema.
A base aliada reconhece que há resistências entre os parlamentares para a aprovação de um novo tributo em ano eleitoral. Líderes governistas argumentam, no entanto, que a maioria dos trabalhadores estará isenta do pagamento da CSS. O líder do PT na Câmara, deputado Maurício Rands (PE), disse que 96,57% dos empregados no regime geral da Previdência Social não vão pagar a CSS porque recebem menos de R$ 3.038.
Relatório
O relator da emenda 29, deputado Pepe Vargas (PT-RS), ainda não finalizou o texto que será apresentado ao plenário da Câmara nesta quarta-feira. O deputado disse que vai manter os principais pontos da proposta, como a alíquota de 0,1% para a CSS a isenção da cobrança do imposto para quem recebe até R$ 3.038,00.
Líderes da base aliada também decidiram nesta terça-feira pedir que o governo federal envie ao Congresso medida provisória ou projeto de lei com a liberação de R$ 6 bilhões para financiar a saúde este ano --uma vez que, se for aprovada, a CSS vai entrar em vigor a partir de janeiro de 2009.
"Nós vamos pedir esse crédito suplementar para melhorar a saúde, os hospitais neste ano. Não podemos criar uma despesa continuada com base no pico de arrecadação, por isso precisamos da CSS. Quando a despesa cair, quem vai financiar os hospitais?", questionou Rands (PE).
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