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quinta-feira, 5 de junho de 2008

Relatório do Senado indica que Bush manipulou dados sobre Iraque

Washington, 5 jun (EFE) - O Governo do presidente George W. Bush manipulou os dados de inteligência sobre o Iraque, exagerando as ligações de Saddam Hussein com grupos terroristas, de acordo com um relatório divulgado hoje pela Comissão de Inteligência do Senado dos Estados Unidos.

O relatório bipartidário indica que o Governo Bush ocultou as divergências entre especialistas da comunidade de inteligência sobre o suposto programa nuclear do Iraque, e que algumas das acusações sobre seus vínculos com a Al Qaeda não tinham fundamento suficiente.

Desta forma, as declarações de que o Iraque possuía armas de destruição em massa, antes da invasão de março de 2003, se apóiam basicamente em dados fornecidos pela comunidade de inteligência americana, mas estes não refletiram a divergência interna sobre a situação no país árabe.

"O presidente (Bush) e seus assessores fizeram uma incessante campanha pública por causa dos atentados (de 2001) para utilizar a guerra contra a Al Qaeda como justificativa para derrubar Saddam Hussein", disse o presidente do Comitê, o democrata John Rockefeller.

Ele acrescentou que os argumentos do Governo perante a opinião pública de que Saddam tinha vínculos operacionais com a Al Qaeda "e que representava, em seu conjunto, uma ameaça única e inseparável foram fundamentalmente enganosos".

Esses argumentos, no final, "conduziram a nação a uma guerra com falsos pretextos", prosseguiu Rockefeller, cujo comitê aprovou o extenso relatório por dez votos favor e cinco contra.

A oposição democrata imediatamente aproveitou a divulgação do relatório para insistir em que é hora de uma mudança na liderança do país.

O líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, disse em comunicado que o relatório "confirma a campanha de propaganda enganosa para apressar o país a ir à guerra".

Essa suposta campanha propagandística, segundo Reid, "é parte de uma série de erros de julgamento graves" do Governo Bush e de seus partidários republicanos que, "com sua má administração, fez um dano grave à segurança nacional".

O país precisa de "um rumo estratégico novo e uma política pública internacional nova que fortaleça os Estados Unidos, em vez de enganar os americanos", ressaltou Reid.

Os republicanos, por sua parte, denunciaram as conclusões do estudo, ao qual qualificaram como "exercício partidário".

A porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, disse que o uso dos dados de inteligência já foi discutido antes.

"Tivemos a inteligência que tivemos, completamente apurada, mas estava errada. Certamente que lamentamos e adotamos medidas para corrigir" esse erro, ressaltou Perino.

O relatório do Comitê, em essência, corrobora outras análises anteriores de que o motivo de disputa usado pelo Governo Bush para ir à guerra - o das supostas armas de destruição em massa - tinha profundas fraquezas.

Por exemplo, o relatório cita declarações -não corroboradas pelos dados de inteligência - do então secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, de que Iraque possuía e operava instalações secretas para fabricar armas proibidas.

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