Brasília, 05 Jun (Lusa) - O Presidente Lula da Silva voltou a defender a soberania brasileira sobre a Amazónia, ao assinar hoje o decreto de criação de três novas reservas na região, em cerimónia que assinalou o Dia Mundial do Meio Ambiente no Brasil.
"De vez em quando, eu fico a pensar que a Amazónia é como a água benta na igreja. Toda a gente acha que lá pode meter a mão", disse o Presidente Lula, rejeitando ingerências externas em relação à floresta brasileira.
"É muita gente a dar palpites. Não é que nós não queiramos ajuda, que nós não queiramos partilhar os conhecimentos que precisamos ter da Amazónia mas nós não podemos permitir que as pessoas tentem ditar as regras sobre o que temos de fazer na Amazónia", acrescentou.
Lula da Silva criticou os países que destruíram as suas florestas, que são grandes poluidores e querem opinar sobre a Amazónia, e deixou um recado claro aos estrangeiros:
"É importante que quando as pessoas entram na nossa casa, peçam licença para abrir o nosso frigorífico. Eles que não vão abrindo e pegando no que lá há para beber, porque aquilo tem dono".
Os ambientalistas em todo o mundo estão preocupados com a desflorestação da Amazónia, que voltou a crescer desde 2007, após três anos consecutivos de redução.
Apenas em Abril, foi desflorestada uma área da Amazónia de 1.123 quilómetros quadrados, o equivalente à cidade do Rio de Janeiro, segundo dados divulgados esta semana pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Os decretos assinados hoje pelo Presidente Lula criam um parque nacional e duas reservas extractivistas na Amazónia, num total de 2,6 milhões de hectares.
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