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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Entrevista: Maria Adelaide Amaral











A autora Maria Adelaide AmaralNascida na cidade de Porto, em 1945, Maria Adelaide Amaral veio com sua família para o Brasil quando tinha apenas 12 anos. Formou-se em jornalismo, mas logo se mostrou uma autora de talento para o teatro. Estreou na televisão em 1990, co-escrevendo a novela ‘Meu Bem, Meu Mal’ com Cassiano Gabus Mendes. Entre outros trabalhos, foi responsável pelas minisséries ‘A Muralha’, ‘Os Maias’, ‘A Casa das Sete Mulheres’, ‘Um Só Coração’, ‘JK’ e ‘Queridos Amigos’. Agora, a autora embarca em um novo desafio, o de contar a história de Dalva de Oliveira e Herivelto Martins, um casal com uma trajetória de muitos sucessos e também de muitas polêmicas.

Como surgiu o convite para escrever a minissérie?
“Eu fui propor uma minissérie sobre a Isaurinha Garcia, e o Mariozinho (Rocha, diretor musical) me perguntou: ‘Por que não Dalva de Oliveira?’. Eu abracei a idéia imediatamente.”

Você já havia tido contato com a história e o repertório musical de Dalva de Oliveira e Herivelto Martins?
“Sim, tanto com a história como com o repertório musical. Eu cresci cantando ‘Que será’, ‘Praça XI’ e outras composições de Herivelto que se tornaram grande sucesso na voz de Dalva de Oliveira. Cantarolava todo o repertório, principalmente o que dizia respeito ao rompimento.”

Qual a maior dificuldade de se contar uma história de personagens reais que ainda estão tão recentes na memória popular?
“É manter um olhar compassivo sobre os personagens, sobretudo sobre o Herivelto Martins. Mas a delícia é justamente este desafio, de mergulhar na alma e na intimidade dessas criaturas. Ao longo da minha longa carreira, que começou no teatro em 1978, escrevi bastante sobre personagens reais: Chiquinha Gonzaga, Tarsila do Amaral, Coco Chanel, Juscelino Kubitschek, Yolanda Penteado, Ciccilo Matarazzo, os modernistas e toda aquela galeria de personagens das minhas minisséries históricas. A sensação que tenho é que sempre escrevo sobre personagens reais mesmo quando são fictícios. Além disso, criei cenas e personagens fictícios para esta minissérie toda vez que isso se tornou necessário do ponto de vista dramatúrgico.”

A pesquisa encontrou um vasto material sobre Dalva de Oliveira e Herivelto Martins. Qual foi o seu critério na hora de resumir toda a história em cinco capítulos?
“Acredito que menos é mais. Li e pesquisei muito, e conversei com as pessoas da família e outras que conheceram bastante a vida dos dois. Depois, priorizei os momentos mais importantes da vida deles. Contei com a ajuda de duas pesquisadoras, que foram atrás de todas as bibliografias possíveis em arquivos de jornais, revistas, museus, além de biografias dos personagens. A minissérie não se baseia em nenhum livro. Ela se baseia em todas as entrevistas, as intensas consultas aos jornais e revistas da época (que forneceram material para inúmeras cenas de brigas do casal, inclusive). Ao longo da pesquisa foram lidos vários livros: o do Pery, do Jonas Vieira, do João Elísio Fonseca e a biografia de Grande Otelo escrita por Sérgio Cabral.”

Qual foi a cena mais difícil de escrever?
“A cena em que as crianças, Pery e Bily, são mandadas para o internato por um juiz da Vara da Família. Também foi bastante desconfortável escrever algumas cenas em que Herivelto mentia e agredia Dalva. Mas havia uma dinâmica um tanto complementar (e neurótica) entre os dois. Ele foi um marido delicadíssimo para a Lurdes, sua segunda mulher.”

Acha que os jovens que não conheceram os dois vão se interessar por esta história? Por quê?
“Espero que sim, porque Dalva e Herivelto são bem parecidos com algumas figuras que eles conhecem bem: Courtney Love e Kurt Cobain, Nancy e Sid Vicious, e outros casais contemporâneos. Muda a moda, mas a paixão, o ciúme, a traição, a mágoa, o ressentimento pontuam as relações afetivas de todos os tempos.”

Gostou do resultado das cenas que viu?
“Adoro o trabalho do Dennis Carvalho e fiquei realmente impactada com o desempenho e a entrega de Adriana Esteves e Fabio Assunção aos papéis de Dalva e Herivelto.”

Não perca a estreia de “Dalva e Herivelto, uma canção de amor”, na segunda-feira, dia 4 de janeiro.




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