Publicada em 06/11/2009 às 23h00m
Lino Rodrigues e Jaílton de CarvalhoSÃO PAULO - O delegado Protógenes Queiroz, ex-coordenador da Operação Satiagraha, disse nesta sexta-feira que foi demitido pela Polícia Federal. Segundo Protógenes, ele foi avisado sobre a demissão "por um colega" quando chegou ao Congresso Nacional do PCdoB, que está sendo realizado em São Paulo. No entanto, a assessoria do ministro da Justiça, Tarso Genro, negou a demissão. Ela informou que está sendo concluído um processo disciplinar sobre o suposto envolvimento de Protógenes na campanha eleitoral de Paulo Tadeu Silva D'Arcádia, candidato do PT à prefeitura de Poços de Caldas, ano passado. Esse processo pode resultar na suspensão por 60 dias do delegado. A recomendação partiu Corregedoria-Geral da PF.
- O caso está em análise na Consultoria Jurídica do ministério e não há nenhuma decisão sobre o assunto - informou uma das auxiliares de Tarso.
" O caso está em análise na Consultoria Jurídica do ministério e não há nenhuma decisão sobre o assunto "
Protógenes, por outro lado, diz que o ato de demissão será publicado no Diário Oficial de segunda ou terça-feira.
- É uma injustiça, uma perseguição que fazem comigo. Um ato de tirania e um atentado à democracia. Sou perseguido porque combato a corrupção - disse Protógenes, no mesmo ato que contava com a presença de Tarso.
O delegado disse que a PF decidiu por sua demissão depois de instaurar um ato administrativo, que usou como elemento de acusação um vídeo em que Protógenes aparece em Poços de Caldas, no interior de Minas Gerais, num evento político, o que seria vedado a funcionários públicos e agentes da PF.
- Esse vídeo é imprestável como prova. É uma montagem. Por isso, vou recorrer à Justiça contra a demissão. Tudo isso é um atentado à democracia - disse Protógenes, que é filiado ao PCdoB, partido pelo qual pretende ser candidato no ano que vem, possivelmente a deputado federal.
O delegado creditou a decisão de demissão ao diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa.
- Em todos os eventos aos quais compareço, vem um agente da PF me intimar. Em todo lugar que eu vou para fazer palestra, sou constrangido com intimações da corporação.
Investigações começaram no fim do ano passado
As investigações contra Protógenes começaram no fim do ano passado, quando o delegado já estava afastado do comando da Satigraha. Protógenes foi acusado de gravar declaração de apoio a Paulo Tadeu. A declaração foi usada na propaganda eleitoral de Tadeu, que não se elegeu. Segundo a direção da PF, o estatuto interno da corporação não permite a participação de policiais em atos políticos. Polícias só podem participar de atos políticos se pedirem licença prévia das atividades profissionais.
Protógenes disse que não teve intenção de fazer campanha. Ele alega que foi chamado para um encontro com Paulo Tadeu e os assessores do candidato registraram a conversa. No encontro, Protógenes teria prometido se empenhar para abrir uma delegacia da PF em Poços de Caldas. Este é o primeiro dos três processos disciplinares contra Protógenes a ser concluído. O delegado responde ainda a inquéritos sobre supostas transgressões disciplinares nas corregedorias da PF de São Paulo e do Rio Grande do Sul.
O delegado também já foi denunciado por vazamento de informações sigilosas da Operação Satiagraha. Ele teria permitido acesso de jornalistas a informações sigilosas da operação.
Protógenes disse que desde que foi afastado da corporação vem recebendo apenas metade do seu salário. Protógenes ficou conhecido durante a Operação Satiagraha, que prendeu no ano passado o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o investidor Naji Nahas. Todos foram soltos depois. A Operação Satiagraha investiga supostos crimes financeiros atribuídos a Dantas.
O delegado foi afastado da investigação e acabou virando alvo de um inquérito da PF que investiga desvios durante a Satiagraha. Entre os problemas da investigação estaria a utilização irregular de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Também há suspeita de Protógenes ter investigado indevidamente autoridades do governo, do Judiciário e até do Legislativo, mesmo sem autorização do STF.
Em março, a PF indiciou o delegado pelos crimes de violação da lei de interceptação e quebra de sigilo funcional durante a Satiagraha.
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