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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

ONU retira 600 funcionários de Cabul


Organização informou que a saída é temporáriae não afectará as suas operações no Afeganistão

2009-11-06

A Organização das Nações Unidas garantiu, ontem, quinta-feira, que a retirada de cerca de 600 funcionários seus do Afeganistão não afectará as operações da organização. A decisão resulta do assassinato de cinco funcionários em Cabul.

Após o ataque de três suicidas à casa de hóspedes Bekhtar, no centro de Cabul, a 28 de Outubro último - um ataque do qual resultou a morte de cinco funcionários da ONU, bem como de dois polícias afegãos -, aquela organização decidiu evacuar, temporariamente, cerca de 600 dos seus 1100 funcionários estrangeiros, o que significa 12% de todo o seu pessoal no Afeganistão.

Com efeito, a missão das Nações Unidas naquele país (UNAMA) tem cerca de 5600 empregados, a maioria dos quais são afegãos.

Aleem Siddique, porta-voz da ONU, fez questão de sublinhar que a retirada dos funcionários não pressupõe a saída da ONU do Afeganistão. "As Nações Unidas estão no Afeganistão há meio século e não vamos sair agora. O povo afegão quer que permaneçamos", realçou. Aquele porta-voz informou que a retirada do pessoal deverá levar entre três a quatro semanas. A medida não afectará os trabalhos essenciais da ONU, tal como a entrega da ajuda que é realizada pelo pessoal local afegão.

Entretanto, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) fez saber que permanecerá o tempo necessário no Afeganistão, mas o seu apoio ao novo Governo que será formado pelo presidente Hamid Karzai não será incondicional. A afirmação foi feita pelo secretário-geral, Anders Fogh Rasmussen, em entrevista à agência noticiosa France Press.

"Nós estamos agora e sempre no Afeganistão pela nossa própria segurança. Se deixarmos cair o Afeganistão, este país converter-se-á num santuário para os terroristas", salientou. Contudo - juntou -, "a comunidade internacional precisa de saber com quem ela vai se relacionar em Cabul, agora que a eleição presidencial está concluída".

No seu entender, "é preciso ter a certeza de que será um governo forte, credível. Um governo que irá assegurar as necessidades básicas do povo", realçou.

Por seu turno, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Bernard Kouchner, afirmou, ontem, ao jornal New York Times que o presidente afegão, Hamid Karzai, "é corrupto", mas os países ocidentais devem "legitimá-lo" em nome da estabilização do Afeganistão. "Karzai é corrupto", disse Kouchner, acrescentando que a corrupção é endémica no Afeganistão, segundo o jornal norte-americano, que relata as afirmações do ministro francês em estilo indirecto. Mas "ele é o nosso homem (...) Devemos legitimá-lo", acrescentou, para que a OTAN consiga estabilizar o país e sair dele.

Karzai foi reeleito para um segundo mandato presidencial depois da retirada do principal rival, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Abdullah Abdullah, da segunda volta das eleições.









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