Embaixador brasileiro no Japão diz que doze horas após terremoto, terra ainda treme

Plantão | Publicada em 11/03/2011 às 16h18m

Catarina Alencastro

BRASÍLIA - O embaixador do Brasil no Japão, Marcos Galvão, disse em entrevista ao GLOBO por telefone que mesmo estando em Tóquio, cidade afastada do epicentro do terremoto de 8,9 graus que atingiu o país, a terra continua tremendo.

- Doze horas após o terremoto continuamos sentindo abalos secundários. São tremores bem menos intensos. É como se fosse um balanço de navio - descreveu.

O embaixador e sua família estavam saindo de casa quando o terremoto ocorreu, por volta das 14h40, hora local. Ele relatou que o tremor foi bastante violento e que ele ficou, junto com seus parentes e todos os funcionários da residência oficial, do lado de fora da casa. De pé, eles se agarraram ao portão da casa para não cair.

- Eu estava saindo da residência. Junto com minha mulher, fiquei eu e os funcionários do lado de fora, tudo tremia violentamente. Ficamos em pé, segurando no portão para nos equilibrarmos. O risco maior, nessas horas, é de desabamento, por isso estávamos do lado de fora, como é a recomendação. Os edifícios aqui foram muito pouco afetados, provou-se a eficácia da engenharia japonesa - afirmou.

O diplomata confirmou que, até o momento, não há relatos de brasileiros vitimados pelo sismo, o maior já registrado no Japão. A maioria dos 254 mil brasileiros que residem no país se concentra no centro-sul e no oeste da ilha. O epicentro do terremoto ocorreu no oceano, próximo ao nordeste do Japão. Naquela região há, segundo a embaixada, 187 brasileiros na província de Myagi; 175 na província de Iwate, e 383 em Fukushima.

Ele conta que o clima em Tóquio é de serenidade e preocupação. As lojas de conveniência registraram um movimento muito maior no dia de hoje, e algumas praticamente não têm mantimentos mais, disse. Depois de uma longa interrupção, os metrôs e trens de superfície da cidade voltaram a funcionar.

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