Viajantes reclamam que vôos, com atrasos de mais de 24h, só tinham água e refrigerante.
Outras dezenas de passageiros ainda tiveram de enfrentar o extravio de malas.
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Os passageiros da companhia Aerolíneas Argentinas que foram passar férias em Bariloche ou Buenos Aires enfrentaram de tudo na volta ao Rio, neste domingo (27): falta de comida, atraso de mais de 24 horas nos vôos, extravio de malas e, principalmente, falta de informações.
Quem estava na Argentina esperando para embarcar de volta para o Brasil passou a noite confinado no aeroporto, sem saber o que causou tantos problemas.
Os que mais sofreram, segundo o engenheiro Rogério Braga, foram as crianças. Ele, que viajou com a mulher Erika e as filhas Ingrid, de 13 anos, e Sophie, de 5 anos, disse que se sentiu desrespeitado pela companhia aérea.
"Nos largaram no aeroporto, sem informação e sem explicação. Ficamos confinados na sala de embarque sem ter nem a opção de procurar um hotel. Fomos tratados como bichos. Imagina como não foi manter a traqüilidade com as minhas filhas. A gente procurou brincar, se distrair, mas, depois de 24 horas de aeroporto, elas estão esgotadas física e emocionalmente", disse o engenheiro, que trouxe a caçula deitada sobre as malas.
Assim como a estudante Carolina Moura, de 15 anos, que amargou 27 horas de confinamento no aeroporto argentino, outras dezenas de passageiros ainda tiveram de enfrentar o extravio de bagagens.
"Como o avião que embarcamos era menor, muita gente chegou aqui sem as malas. A bagagem só chegou no vôo seguinte. Eu preferi esperar e sofrer tudo de uma vez só. Mas muitos amigos deixaram para resolver isso na segunda-feira", contou a adolescente, que esperou mais duas horas no aeroporto do Rio para ir embora para casa.
No guichê da empresa, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, apenas um funcionário dizia não saber de informações sobre os atrasos nos vôos.
Definitivamente, essas foram as férias mais cansativas dos amigos Lucas Caldas Gomes e Felipe Muralha, ambos de 17 anos. Uma semana depois de enfrentar 19 horas de atraso no vôo do Rio para Bariloche, na Argentina, os amigos tiveram de agüentar outra maratona de aeroporto. O vôo 2976, que deveria ter saído de Bariloche às 8h55 de sábado (26), decolou apenas às 20h para Buenos Aires, onde deveria fazer apenas uma escala.
Lá, eles foram obrigados a desembarcar do avião e só embarcar de volta para casa às 11h de domingo (27). O desembarque em terras brasileiras, que deveria ter ocorrido às 14h30 de sábado, só pôde ser feito às 13h30 deste domingo.
"Estou revoltado. Já chegamos lá com atraso e ainda tivemos de dormir no chão, sem a menor condição para voltar para casa. Nosso vôo era para ser direto. Não íamos desembarcar em Buenos Aires. Nos deixaram lá sem informação nenhuma, sem conforto e nem pensaram em nos levar para um hotel", reclamou Lucas.
Felipe disse que os atropelos foram ainda maiores. Além de não receber voucher para tomar café da manhã, ele contou que no vôo para o Rio só serviram água e refrigerante. Por muito pouco os amigos não foram obrigados a deixar a aeronave.
"Só permanecemos no avião porque somos menores e o pessoal decidiu retirar do vôo os adultos. Vi seis pessoas se oferecendo para embarcar em outro vôo para que o avião enfim pudesse decolar. Estávamos num avião com 160 lugares e passamos para outro de 148", disse Felipe, acrescentando que alguns passageiros, além de passar fome no vôo, tiveram a bagagem extraviada.
As informaçòes que chegam para os passageiros em Buenos Aires é de que houve problemas de falta de combustivel para abastecer os aviões ou falta de tripulação.
Abatidos e muito nervosos os passageiros do vôo 2254 da Aerolíneas Argentinas desembarcaram no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, no Rio, reclamando da falta de atenção das autoridades argentinas e das péssimas condições em que foram mantidos presos na sala de embarque do aeroporto de Buenos Aires. O vôo 2254, que tinha saída prevista para 9h30 de sábado (26), só decolou 24 horas depois. A aeronave pousou no Rio por volta meio-dia.
Segundo a publicitária Lúcia Perrota, nem todos os passageiros que estavam com passagens marcadas para este vôo embarcaram. A viagem que seria num avião modelo 747 foi feita numa aeronave menor. Segundo ela, mais de mil pessoas se encontram na sala de embarque, em Buenos Aires, sem informações da companhia aérea, dormindo no chão.
"Muita gente está com criança, há idosos passando mal. Passageiros que vieram de outros lugares, como Bariloche tiveram de ficar dentro das aeronaves, pois não havia mais espaço dentro do aeroporto. Fomos tratados como animais", disse Lúcia.
Os problemas com os vôos das Aerolíneas Argentinas no aeroporto em Buenos Aires também afetam os brasileiros que planejavam aproveitar as férias na Argentina. Na tarde de sábado (26), cerca de 400 passageiros que tiveram os vôos adiados foram levados para 212 dos 531 apartamentos do Hotel Guanabara Palace, no Centro do Rio.
Eles recebem informações sobre possíveis horários de partidas dos aviões do Aeroporto Internacional Tom Jobim através das operadoras de turismo ou por informes passados por telefones e afixados no saguão do hotel.
Segundo um funcionário do hotel que preferiu não se identificar, esta não é a primeira vez que isto acontece com passageiros da Aerolíneas Argentinas.
Na semana passada, algumas pessoas que iam para Bariloche tiveram de ficar hospedados no hotel porque os vôos tinham sido adiados e não havia previsão de partida do Brasil.
"Nossas férias já começaram conturbadas. A operadora está fazendo de tudo para contornar a situação. Com esse problema, já perdemos um dia inteiro de passeio. Mas se conseguirmos embarcar no próximo vôos vamos tentar compensar o dia perdido", disse Lilia que estava preocupada com a bagagem das passageiras que tinha ficado no aeroporto. Sphere: Related Content
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