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segunda-feira, 28 de julho de 2008

Feira de filhos



Em Xangai, pais que têm filhos ou filhas com dificuldades de encontrar parceiros para casar desenvolveram um método curioso para ajudá-los a desencalhar: aos sábados e domingos, eles vão à Praça do Povo munidos de fotos e de um cartaz com os dados do solteiro ou da solteira: o que faz, quanto ganha, que altura tem, onde mora e que tipo de parceiro está procurando. Penduram as fichas nas árvores e então sentam-se para bater um papinho, enquanto outros pais percorrem as alamedas examinando as ofertas. Quando alguém se interessa por um candidato (a), pára, pede detalhes e examina o seu retrato (alguns pais exibem as fotos dos filhos junto com o cartaz, mas a maioria guarda as imagens dentro de um envelope e só mostra para quem pede).

Estive na praça hoje. Havia mais de duzentos pais, mesmo com um calor de 38º C.

Fiquei surpresa com o fato de a maioria estar lá por causa das filhas. Achei que, por conta da política do filho único instituída pelo governo em 1979 __ e da grande quantidade de abortos de bebês do sexo feminino que ela provocou__, ao menos na hora de escolher um parceiro as mulheres chinesas levassem vantagem (o último censo apontou uma proporção de 116,9 homens para cada 100 mulheres, quando o normal é de 105 ou 107 homens para cem mulheres). Não levam, não. Há duas explicações para isso: a primeira é que o desequilíbrio entre os gêneros é muito mais acentuado no interior -- nas cidades, a proporção é próxima da considerada normal. A segunda é que as chinesas, cada vez mais escolarizadas e exigentes, não querem “qualquer” marido: procuram homens com boa educação, bom emprego e bom salário. Vai sobrar muito solteirão no campo.

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