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segunda-feira, 28 de julho de 2008

Grande demais, esperteza de Kassab ‘engole’ o dono


Leo Caobelli/Folha
Os pesquisadores do Datafolha foram às ruas de São Paulo na terça (22) e na quarta-feira (24) da semana passada.

Recolheram as intenções de voto que rechearam as planilhas de pesquisa divulgada na quinta.

Deve-ser à repórter Renata Lo Prete a descoberta da "penúltima" do prefeito Gilberto Kassab (DEM).

Candidato à reeleição, Kassab enviou e-mail às 26 subprefeituras. O conteúdo foi às páginas da Folha (assinantes).

O prefeito encomendou aos subordinados uma “ação” para tentar influir nos resultados da pesquisa.

O primeiro passo era identificar “o ponto” onde estariam postados os pesquisadores. Foi detalhista.

Recomendou que as investidas fossem feitas “principalmente no período da manhã”, quando seria maior o número de entrevistas.

“Mas também no período da tarde”, frisou Kassab no e-mail. Pilhado, o prefeito saiu-se com uma desculpa andrajosa.

Não negou o teor do e-mail. Mas disse que tratou-se de uma "ação preventiva". Queria "evitar maldades".

Que maldades? Kassab diz que "pessoas ligadas ao PT" costumam provocar tumultos em locais de pesquisa.

Os tumultos de ocasião visariam influir negativamente na percepção do público em relação à sua administração.

Em relação à pesquisa, a movimentação de Kassab não lhe rendeu coisa nenhuma.

Na sondagem anterior, tinha 13%. Caiu para 11%, nem atrás de Marta (36%) e Alckmin (32%).

Foi no campo jurídico que a iniciativa produziu resultados. Ivan Valente, candidato do PSOL, decidiu representar contra Kassab.

Por que? "Está mais do que evidente que o prefeito usou a estrutura municipal para tentar intimidar pesquisadores e cercear o livre direito de manifestação política das pessoas."

É como diz o brocardo: a esperteza, quando é grande demais, termina engolindo o dono.

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