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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Prazo para entregar S. vai até as 9h



Família materna passou o dia fazendo malas, negociando transição e resolvendo viagem da avó; pai não falou

Fabiana Cimieri e Luciana Nunes Leal


Com a determinação do Tribunal Regional Federal da 2ª Região de que o menino S., de 9 anos, teria de ser entregue ao pai biológico, David Goldman, até as 9h de hoje, a família brasileira passou as últimas horas ao seu lado, fazendo malas e resolvendo questões práticas, como a viagem da avó Silvana Bianchi aos Estados Unidos, para dar suporte ao neto na mudança. Em entrevista por telefone, Silvana disse que estava tendo dificuldades para encontrar um voo para Nova York às vésperas do Natal.

.Família brasileira desiste de brigar para ficar com Sean

"Ele (S.) está muito triste, não queria ir. O (presidente do STF) Gilmar Mendes cassou um direito dele de se expressar, um direito de ele abrir a boca e dizer que não queria ir." Segundo ela, a família tentou negociar com Goldman uma transição que fosse menos traumática ao menino. Uma das propostas era a de que a entrega da criança não fosse feita no Consulado dos Estados Unidos no Rio, conforme determina a decisão do TRF, mas o acordo não foi adiante. "Isso vai ser um trauma na vida desse menino. A criança não é um pacote que você despacha de um país para o outro", declarou a avó.

Um dos tios, Artur Guimarães, disse que Silvana precisou de cuidados médicos após falar com a imprensa, mas, ainda assim, estava decidida a embarcar para os Estados Unidos no mesmo dia que o menino. "O advogado (Sergio Tostes) vai deixar de passar o Natal com a família para acompanhá-la."

Os advogados de ambas as partes passaram a tarde reunidos para negociar como seria feita a transição. No encontro, foram conversados detalhes da rotina de S., como os hábitos alimentares, os remédios que pode tomar e os horários que está acostumado a cumprir.

De acordo com Guimarães, S. estava triste, mas vinha acompanhando toda a longa batalha judicial. "Ele é muito maduro, já está apresentado ao mundo cão. (A mãe de S., Bruna, morreu no parto em julho de 2008, reabrindo a disputa pela guarda do menino). Ele participa de todas as reuniões com os advogados, pergunta o que pode ser feito, mas, nesse momento, estamos com as armas 100% recolhidas. Tentamos tudo porque acreditamos que o melhor para ele seria ficar no Brasil. Perdemos, mas nunca vamos abandoná-lo."

O tio descartou qualquer acordo com o pai biológico para que S. passe o Natal com a família brasileira. "Mandamos uma carta, mas ele não se sensibilizou. (Goldman) É judeu e essa data não tem para ele a importância que tem para nós." S. passou as últimas horas com a família brasileira no apartamento onde morava com a avó, Silvana, seu marido, Raimundo Ribeiro, o padrasto João Paulo Lins e Silva, os tios Lucca e Guimarães. Segundo este, a família não antecipará o Natal para que o menino possa participar. "Estamos muito tristes, seria um contrassenso fazer festa."

O PAI

Goldman mantém-se "recluso"( com sempre estve na vida de SEAN ) no hotel em Copacabana. Seus advogados também não deram entrevista. O Consulado dos EUA no Rio deixou dois carros à disposição, mas os veículos não foram usados ontem. O Consulado divulgou nota expressando "satisfação com o fato de que S. finalmente se unirá com seu pai".










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