LULA VENDE MAIS UMA CRIANÇA !
Publicada em 24/12/2009 às 09h47m
Natanael Damasceno e Cláudio Motta - O Globo; GloboNews TVRIO - O menino Sean Goldman, de 9 anos, deixou, por volta das 9h45m desta quinta-feira, o Consulado dos Estados Unidos, no Centro do Rio, acompanhado do pai, o americano David Goldman. Escoltados pela Polícia Militar (PM), os dois seguem de carro até o Aeroporto Internacional do Rio, onde devem embarcar, ainda hoje, num voo fretado, para os EUA.
Acompanhado da família brasileira, Sean chegou ao consulado por volta das 8h30m, vestido com uma camisa do Brasil. Assustado com o assédio da imprensa, o menino ficou o tempo todo abraçado ao padrasto, o advogado João Paulo Lins e Silva, que brigava pela guarda do menino na Justiça. A família chegou em três carros, estacionados a cerca de cem metros do local. Eles seguiram a pé até o consulado. Houve tumulto no local.
Segundo a avó materna de Sean, Silvana Bianchi, o governo americano vetou seu pedido para que acompanhasse o neto na viagem de volta aos EUA, onde ele passará a viver com o pai biológico.
- O governo vetou, o governo vetou - disse a avó, ao chegar ao consulado.
Bastante abalada, Silvana desejou, ironicamente, um "feliz Natal" para o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que determinou a entrega do menino às autoridades americanas. Na véspera, o presidente do Tribunal Regional Federal da 2 Região (TRF2), desembargador federal Paulo Espírito Santo, determinou que a decisão fosse cumprida até as 9h desta quinta-feira.
David Goldman chegou ao consulado por volta das 7h30m. Escoltado por duas patrulhas da PM, o americano entrou pela garagem, sem falar com a imprensa.
A briga por Sean ganhou contornos mais dramáticos no ano passado, quando Bruna, mãe do menino, morreu. Desde então, o padrasto e o pai do garoto brigam na Justiça. Há oito dias, a 5ª Turma Especializada do TRF2 já havia julgado apelação cível apresentada pela família brasileira e determinado a entrega do menor ao pai, David, em 48 horas.
A ordem foi suspensa , no dia seguinte, pelo ministro Marco Aurélio Mello, do STF, através de liminar. Na última terça-feira, o caso sofreu nova reviravolta, quando Gilmar Mendes determinou o restabelecimento da decisão do TRF2.
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