Ministro italiano reitera pedido por extradição de Battisti

O ministro da Defesa da Itália, Ignazio La Russa, voltou hoje a dizer que espera do STF (Supremo Tribunal Federal) a extradição do ex-ativista de esquerda Cesare Battisti, condenado em seu país à prisão perpétua. Battisti está detido no Brasil desde 2007.

"Não irei oferecer álibis ao mundo que acompanha a impunidade de Battisti. Nem proclamações nem palavras fortes.Mas simplesmente a espera serena de um ato de justiça da parte de um país amigo", afirmou La Russa.

O ministro também se solidarizou a Alberto Torregiani, que ficou paraplégico e perdeu o pai, Pierluigi Torregiani, em um atentado realizado na década de 1970 e atribuído a Battisti, que integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo.

"Imagino e sei o que está vivendo um filho de Torregiani. Mas cabe a ele falar mais que a mim", disse.

Condenado em seu país pelos homicídios de quatro pessoas, Battisti recebeu do governo brasileiro o status de refugiado político em janeiro deste ano. A Itália, no entanto, exige sua extradição.

Hoje, o caso foi tema de uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, em Roma. Os presidentes almoçaram juntos na sede do governo italiano.

Durante o almoço, Lula ratificou a Berlusconi que aguardará a decisão do STF antes de se manifestar. Se a corte decidir pela extradição de Battisti, Lula terá ainda de ratificá-la para que ela possa ser efetivada.

O presidente brasileiro adiantou, porém, que deve acatar a posição do STF. Segundo ele, caso a decisão seja determinativa, "não existe possibilidade de ser contra". "Se a decisão da Suprema Corte for determinativa não se discute, cumpre-se", disse ele.

Lula ressaltou que não pode fazer pronunciamentos sobre "hipóteses de uma coisa que está em julgamento".

Na última quinta-feira, o STF realizou a segunda audiência sobre o caso. O ministro Marco Aurélio Mello, que havia pedido vista do processo, votou contra a extradição.

Antes, na primeira audiência, quatro ministros haviam recomendado a devolução de Battisti à justiça italiana; outros três apoiaram a concessão do refúgio.

Com o empate, a decisão caberá agora ao presidente do STF, Gilmar Mendes. Ele deve anunciar seu parecer nesta quarta-feira, mas os outros ministros ainda podem mudar seus respectivos votos.

Trânsito em SP pela Rádio SulAmérica








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