por HELDER ROBALO, com LusaAmanhã
Empresas que vendem o produto defendem que permite fumar em locais onde agora é proibido o fumo, pois não faz combustão. O Infarmed diz que está atento aos casos em que é apontado como auxiliar de desabituação tabágica
No início deste ano, João Paulo Teixeira socorreu-se do cigarro electrónico para deixar de fumar. "Experimentei porque pensava que fosse parecido com o cigarro normal", explica. Porém, apesar de reconhecer neste produto algumas qualidades, passado uma semana acabou por desistir da tentativa de deixar de fumar".
"No primeiro dia foi uma experiência engraçada, mas fui alternando com o cigarro normal", conta este fumador. Que aponta a vantagem de "poder regular os níveis de nicotina de cada cigarro que se fuma ou de poder trazer o cigarro no bolso, sem receio de o partir". Porém, "passado algum tempo deixou de ter interesse, não era a mesma coisa que um cigarro normal".
O cigarro electrónico parece ganhar mais adeptos em Portugal e, segundo o director comercial de uma das empresas que vende este produto em Portugal, a ImunoStar, as vendas este ano até "estão a crescer cerca de 25%". Depois de o ano passado a empresa ter vendido cerca de 700 cigarros, equivalentes a uma facturação de cerca de 55 mil euros entre cigarros e recargas, este ano já foram vendidos 600 cigarros. "E ainda falta o pico de Dezembro", diz Vasco Jorge.
Segundo este responsável da ImunoStar, o cigarro electrónico, além de "não por em causa a saúde dos não fumadores, também não causa constrangimentos aos fumadores, uma vez que assim não precisam de sair do local onde estão para poderem fumar, uma vez que não há combustão de fumo".
Garantindo que "não é produto para desabituação tabágica", Vasco Jorge explica que os cigarros electrónicos "têm a vantagem que não conterem as substâncias cancerígenas dos cigarros convencionais". "É só a nicotina", explica este responsável.
Contudo, se a ImunoStar garante que este não é um produto para deixar de fumar, outras empresas que comercializam o produto para Portugal apresentam-no na sua página de internet como indicado para tal fim. Situação que é acompanhada pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), que só nestes casos tem autoridade para agir, uma vez que, em tais circunstâncias, o produto terá que ser classificado como medicamento.
António Araújo, médico no IPO do Porto e membro do Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão, diz não conhecer totalmente este tipo de produto, mas admite que não contendo as substâncias cancerígenas do tabaco normal, "poderá não ser tão prejudicial para a saúde". E "pode ser um auxiliar para ajudar a deixar de fumar", em conjunto com outros produtos para desabituação tabágica", tendo em conta que permite dosear a nicotina de cada cigarro.
Segundo um estudo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), os portugueses começam a fumar, em média, aos 17 anos e terminam aos 40. Cada fumador consome 18 cigarros por dia, embora a média ao longo da vida de exposição ao tabaco seja de 22 cigarros diários, diz o estudo "Prevalência de obstrução numa população exposta ao fumo do tabaco - Projecto PNEUMOBIL". O trabalho da SPP decorreu de Maio de 2007 a Maio de 2008, envolveu 5324 fumadores e ex-fumadores em Portugal Continental.
Trânsito em SP pela Rádio SulAmérica
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