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sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Militantes profissionais recebem cachê de R$ 10 em Salvador


Gabriel Carvalho
Especial para o UOL
Em Salvador
"Isso é um verdadeiro cartel, todos estão pagando R$ 10". Foi desta forma que uma das dezenas de pessoas que se concentraram em frente aos estúdios da TV Bandeirantes, no bairro da Federação, definiu sua presença na torcida de um dos cinco candidatos à prefeitura de Salvador, que participaram do primeiro debate do ano na noite desta quinta-feira, 31.

Armados com bandeiras e carros de som, os partidários de ACM Neto (DEM), João Henrique (PMDB), Antonio Imbassahy (PSDB), Walter Pinheiro (PT) e Hilton Coelho (PSOL) fizeram muito barulho durante a chegada dos prefeituráveis à emissora e nas entrevistas preliminares ao encontro.

Além dos partidários dos candidatos à prefeito, havia também cabos eleitorais, líderes comunitários e candidatos a vereador distribuindo santinhos e ostentando bandeiras em meio a garoa que caía na noite fria que fazia em Salvador.

Alguns dos militantes, entretanto, juravam amor à ideologia partidária. Era o caso da estudante Marilia Moreira, 17 anos, que foi dar o seu apoio ao petista Walter Pinheiro. Um grupo de pouco mais de dez pessoas também garantiu que estava na porta da Band para apoiar o candidato Hilton Coelho, somente pela garra e pela vontade. Os que admitiram receber dinheiro não quiseram se identificar, mas fizeram questão de reclamar do valor pago por cabos eleitorais.

Na chegada dos candidatos, as "torcidas" vibravam e gritavam como se estivessem em um campo de futebol. Aplausos e vaias se misturavam à medida que os nomes eram anunciados em um telão. O candidato mais hostilizado pelos militantes foi o deputado federal ACM Neto. "Também é ele contra tudo e contra todos", justificou a desempregada Maria do Amparo, 44, que era uma das dezenas de defensoras do democrata.

Entre os mais festejados estavam o petista Walter Pinheiro e o tucano Antonio Imbassahy. Na platéia de Pinheiro estava o presidente estadual do PT, Jonas Paulo, que logo se misturou à turma que vestia vermelho. Já o pessoal de Imbassahy gritava em coro que o ex-prefeito (1997-2004) era um candidato testado e aprovado.

Nos bares próximos à emissora, dezenas de pessoas acompanhavam as discussões dos prefeituráveis. Por causa da lei seca e dos agentes da Superintendência de Engenharia de Tráfego (SET), que compareceram em massa ao bairro da Federação mesmo com a greve do órgão, foi pequena a quantidade dos que se arriscaram a consumir bebidas alcoólicas.

Por volta de 23h, quando o debate ainda estava na metade, a maioria dos militantes dos cinco candidatos já tinha deixado as imediações da TV Bandeirantes, restando apenas alguns poucos que acompanharam até o final. Neste momento, os adeptos de Hilton Coelho (PSOL) se tornaram maioria entre os presentes.

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